sábado, 16 de janeiro de 2021

O Papa Francisco e o desporto. 2

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

O Papa Francisco é popular, também porque se assume como vindo do povo. Ele sabe da vida. Os pais eram imigrantes italianos na Argentina. Para pagar os estudos, trabalhou como guarda-nocturno de bares. Exerceu como técnico químico, pois os primeiros estudos foram de Química. Desde miúdo jogou à bola e afeiçoou-se ao desporto. E aí está agora com a "encíclica laica" - "Lo sport secondo Papa Francisco", in: La Gazzetta dello Sport, 2 de Janeiro, 2021 - sobre o desporto e o seu significado na e para a vida. Não é visível que o desporto arrasta multidões e que a dimensão lúdica é constitutiva do ser humano?
O desporto pode e deve ser uma grande escola de virtudes. Mais: a vida é um grande jogo, é mesmo o jogo decisivo, pois nele decide-se a própria vida. O jogo da vida está presente em todos os jogos, pois o que em todos os jogos se joga, também nos jogos económicos e políticos, é a vida. Quem perde e quem ganha? Quais são as regras e os critérios para este jogo? Quem é o árbitro definitivo que vai julgar a vida de cada um, julgar as histórias e a História?

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Porto de Aveiro mais verde e mais eficiente

Um progresso mais eficiente 
e mais atento ao ambiente é sempre de louvar



"O futuro do Porto de Aveiro passará, seguramente, por uma aposta na diferenciação dos serviços prestados a uma vasta comunidade portuária, bem como, da capacidade de investimento para se adaptar aos desafios que atualmente se colocam ao setor portuário."

Aplaudimos sempre o progresso a vários níveis, sobretudo quando aposta na eficiência e no respeito pelo ambiente, tendo em conta, fundamentalmente, as pessoas.

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Os convidados por Jesus aceitam e ficam com Ele. E Tu?

Reflexão de Georgino Rocha 
para este fim de semana 


"Move-nos o exemplo de tantos sacerdotes, religiosas, religiosos e leigos que se dedicam a anunciar e servir com grande fidelidade, muitas vezes arriscando a vida e, sem dúvida, à custa da sua comodidade. O seu testemunho lembra-nos que a Igreja não precisa de muitos burocratas e funcionários, mas de missionários apaixonados, devorados pelo entusiasmo de comunicar a verdadeira vida. Os santos surpreendem, desinstalam, porque a sua vida nos chama a sair da mediocridade tranquila e anestesiadora”

Papa Francisco

Após o seu baptismo, Jesus como Filho bem-amado do Pai começa a missão que a liturgia nos faz contemplar domingo após domingo, missão que revela o processo humano de Jesus na vida adulta. Marcos no seu evangelho narra cenas vivas do itinerário concreto que Jesus percorre e dá a conhecer como “caminho, verdade e vida”. Da nossa própria vida quando afirmamos: “sou cristão”. Este itinerário começa com o encontro dos primeiros discípulos com Ele, encontro que lhes muda o rumo da vida. Jo 1, 35-42.
João, o evangelista, narra este encontro feito de palavras e de movimentos, de perguntas e convites, de olhares: olhar de João Baptista sobre Jesus; de Jesus sobre os discípulos e sobre Pedro. E sobre cada um de nós. “Seria bom fazer memória dos olhares que nos têm ajudado a crescer como irmãos e irmãs. Peçamos ao Senhor que venha converter o nosso olhar e as nossas palavras, a fim de termos por nossa vez palavras e olhares, portadores de vida para os outros”. Vers dimanche, Rede mundial de oração em união com o Papa. 
“Vinde ver”, responde Jesus à pergunta dos discípulos: “Mestre, onde moras?” Esta resposta é, no mínimo, surpreendente e profundamente apelativa. Os discípulos, pescadores de profissão e habituados a arriscar, vão, vêem e ficam. E em consequência, desencadeiam um notável dinamismo vocacional. 
A resposta de Jesus, embora situada no tempo, é dirigida a todos os que buscam sinceramente alguém que a sua consciência pede, ainda que de formas diversificadas. De facto, que procuramos na vida? Tem sentido o que fazemos? Se reservássemos uns instantes para “balanço”, que saldo positivo verificaríamos? Estamos a atender o que é prioritário e se enriquece à medida que a vida desliza ao longo dos anos? 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Boas noitadas ao calor da fogueira


Não é só o colorido do fogo que me aquece o corpo e afugenta o frio que a roupa invernosa não impede. É mesmo o calor que salta dali para nos aconchegar a vida, apesar da trabalheira de abastecer a salamandra com bons cavacos ressequidos durante bons meses. Sem isto, eu seria uma estátua gelada. À volta, não faltam excelentes hipóteses de leitura e o computador. Boas noitadas ao calor da fogueira.

Vila Real evoca o seu primeiro bispo

Clichés fotográficos de Miguel Monteiro 
Ilustração Moderna, número 11, Março de 1927 

D. João Evangelista de Lima Vidal descendo do comboio na estação de Vila Real

 A caminho da Câmara Municipal, a multidão aclama ruidosamente o ilustre prelado Vila-realense 

Depois da recepção na Câmara , a multidão acompanha o venerando antístite à Sé-Catedral 

D. João Evangelista discursando na Sé após o Te-Deum 





O primeiro bispo de Aveiro (após a restauração, em 1938) 
tinha sido o primeiro bispo da diocese transmontana, de 1923 a 1933


A diocese de Vila Real, no horizonte da celebração do seu centenário, realiza uma conferência "D. João Evangelista de Lima Vidal, primeiro bispo da Diocese de Vila Real", dia 15 de Janeiro, às 21h00, no auditório do Seminário daquela cidade.
Nesta primeira conferência do ciclo «Aprofundar as raízes» será oradora a investigadora Cláudia Pires, a partir de um estudo realizado e com testemunhos de monsenhor João Gonçalves Gaspar, da Diocese de Aveiro, e "biógrafo" de D. João Evangelista, refere uma nota enviada à Agência Ecclesia.
A iniciativa tem transmissão pelas plataformas da Diocese de Vila Real (Youtube e Facebook) e pode-se aceder pelo zoom: https://us02web.zoom.us/j/82461085043.
A Diocese de Vila Real foi criada a 20 de abril de 1922 e no ano seguinte, vindo de comboio, D. João Evangelista de Lima Vidal, seu primeiro bispo, foi recebido em "apoteose no largo da Estação e ladeado, entre vivas, por numerosa multidão até à Sé". Na homilia, falou das preferências de Jesus: os pobres, as crianças e os pecadores e por sua influência surgiria, em Vila Real a "sopa dos pobres", as "florinhas da neve".

Ecclesia / CV


NOTA: Fotos e legendas da revista

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Tranquilidade

Jardim Oudinot

No tempo que corre, com ameaças reais e avassaladoras, provocadas por um inimigo gigantesco e invisível, senti por aqui uma tranquilidade inefável.

Santo André regressou ao cais do Oudinot


Cerca de sete meses duraram as intervenções de manutenção e reabilitação do Navio-museu Santo André nos Estaleiros da Naval Ria, tendo já voltado ao cais do Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, como polo do Museu Marítimo de Ílhavo.
O Santo André vai agora ser dotado de nova proposta para uma narrativa museológica mais dinâmica, anunciou Fernando Caçoilo, presidente da Câmara de Ílhavo. O autarca ilhavense sublinhou que novos equipamentos vão permitir inovadoras experiências aos visitantes, garantindo que vai ser dinamizado e potenciado o «valor patrimonial e histórico» daquele Navio-museu, que ficará, também, com «maior autonomia e diferenciação».
Fernando Caçoilo disse que vão ser criadas «novas e melhores condições para a preservação das memórias da Faina Maior, no período da pesca de arrasto do Bacalhau, a partir do final da década de 60 e início da década de 70 do século passado, referindo que o Navio-museu dignifica um dos importantes símbolos que o Município de Ílhavo possui, sendo ainda uma expressiva referência da sua identidade e das suas gentes.
Para a concretização de todo o processo, será aberto, após aprovação em reunião de Câmara Municipal, o concurso público para a construção da nova área de receção ao Navio-museu, com um espaço envolvente requalificado.
O autarca frisou que tudo será feito para que o Navio-museu abra portas aos visitantes no próximo Verão.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

O nosso Cristo Negro


Não tenho por hábito comprar ou selecionar ícones, mas não deixo de admirar alguns que temos em casa, por mais simples e baratos que eles sejam. Este Cristo Negro, que nos acompanha há muito, está bem perto de mim. Quando me sento à secretária, não posso deixar de antes o contemplar. Não tem qualquer registo nem sinal do autor. Mas basta a sua expressão para me tocar profundamente.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

O Sol brilha para nos animar

 Neve no Alentejo este ano

Apesar das temperaturas baixas próprias da época, o Sol brilha para nos animar. Toda a semana vai ser assim, nem outra coisa seria de esperar. O Inverno também tem a sua beleza como bem o provam as belíssimas imagens de neve em regiões não muito habituadas a isso. Na Gafanha também já a vi há muitos anos e até gostei. 
Com ou sem neve, a vida continua com o tempo que a época determina e o importante é sabermos viver com otimismo e gosto por aquilo que fazemos, por aquilo que sonhamos e projetamos, e também pela aceitação de alguns dissabores que nos obriguem a pensar e a agir em conformidade. Boa semana para todos.

Fernando Martins

domingo, 10 de janeiro de 2021

Já sei o destino do meu voto


No dia 24 de janeiro, vamos votar para escolher o Presidente da República de Portugal, que não é o mesmo que República das Bananas. República de Portugal que já tem mais de um século, com muitos anos, é certo, a dever muito à democracia. Aqui afirmo que vou votar, a não ser que a saúde não mo permita. É que nunca sabemos como estaremos amanhã, tão sorrateiramente costuma atacar o Covid-19 ou um dos seus parentes mais próximos,  que terá nascido não se sabe como nem porquê. 
Vou votar por dever de consciência e para tentar assumir o meu papel de cidadão responsável pelo futuro do nosso país que nasceu pela vontade indomável dos fundadores e de  quantos, ao longo de tantos séculos, souberam preservar com galhardia a nossa independência. É natural, pois, o que tenciono fazer. 
Ainda estamos no período da chamada campanha eleitoral, com os candidatos a correrem riscos de contágios, pela proximidade a que se veem obrigados. E como manda a lógica do bom senso tenho tentado ouvir o que dizem os diversos candidatos. A partir daí e daquilo que deles conheço e vou descobrindo, já sei o destino do meu voto. Jamais cairá no saco de vendedores de banha da cobra. 

Fernando Martins

Um mergulho no mar de Deus

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO

O Cristianismo está confrontado com imensos desafios. Onde encontrar inspiração e energia para lhes fazer face?

1. É um prazer ler um texto político com a qualidade da Carta aberta, editada com o título: Convite aos cidadãos e líderes para um novo poder democrático europeu [1]. Espero que suscite um movimento de experiências, estudos e debates fecundos “para enfrentar os imensos desafios ecológicos, económicos, sociais, de saúde e de segurança que incumbem às nossas sociedades”. Desejo que este convite encontre um grande eco entre os cristãos, para que a Europa não ceda à tentação de levantar muralhas, mas de tecer pontes entre continentes. Sem a lucidez da ética da compaixão, a Europa perder-se-á na vontade de dominar e de excluir, tanto no interior de cada país, como na relação entre os membros da União e no acolhimento aos que fogem de guerras, da miséria e dos que procuram um futuro melhor para as suas famílias.
O grande teólogo protestante, W. Pannenberg, tocou, em 1994, num ponto que conserva, ainda hoje, toda a sua pertinência: a Europa não pode, sem mais nem menos, desembaraçar-se das suas origens cristãs, se pretende conservar o que é especificamente europeu na sua tradição cultural. Mas isso pressupõe que o Cristianismo não se apresente sectário, embora também não se possa dissolver na acomodação ao secularismo. Deve, antes, prosseguir no caminho de preservar, em si próprio, o melhor da herança da Antiguidade clássica – e assim a abertura à Razão –, mas também as verdadeiras conquistas da cultura moderna e contemporânea [2].

Cortejo dos Reis - Evocação da minha meninice

Quando eu e o meu irmão participámos no Cortejo






No domingo, 11 de Janeiro [2009], vivi o Cortejo dos Reis experimentando a proximidade com as pessoas, muitas delas envolvidas na vivência desta antiga e sempre renovada tradição. Para quem gosta da sua terra, o encontro com alguns conterrâneos proporcionou-me a oportunidade de voltar aos tempos em que eu, menino, com meu irmão, mais novo três anos, participámos no Cortejo dos Reis, de uma ponta à outra, cada um com a sua cana às costas. Na ponta da cana lá ia a prenda para o Menino Jesus. Não consigo recordar toda a pequena carga, mas dela fazia parte um chouriço, um pequeno bacalhau e umas laranjas. Tudo o mais se varreu. Mas também é verdade que os nossos frágeis ombros não suportariam muito mais. 
O meu pai levou-nos até Remelha, de bicicleta, como era hábito na altura, entregando-nos ao cuidado de pessoa sua conhecida. Ainda me lembro de ouvir a minha mãe dizer que estaríamos assim a pagar uma sua promessa, coisa que na altura não compreendi. Mas se ela dizia que tínhamos de ir no Cortejo, não haveria razões para discordar.
Recordo-me, com que saudade, de que, mal o cortejo chegou à igreja, eu e o meu irmão corremos para casa com os presentes ao ombro. Estava terminada a promessa. Quando entrámos na cozinha, os meus pais ficaram admirados e logo nos questionaram:
- Então não deixaram os presentes para o Menino Jesus, como vos recomendei?
Respondemos com o silêncio.
A minha mãe, mulher prática, resolveu a situação.
- Vai lá, Armando, e paga os presentes.
E assim foi.
Afinal, as tradições são sempre excelentes motivos para reconstruirmos as nossas histórias de vida.

Fernando Martins

NOTA: Cortejo de 2009 

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