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sábado, 9 de novembro de 2013

AVEIRO: Homenagem a D. António Marcelino

«O mais importante é o amor de Deus
que está nas pessoas»

No seminário de Santa Joana Princesa, foi hoje homenageado D. António Marcelino, Bispo Emérito de Aveiro, um mês depois do seu falecimento. A homenagem foi promovida pelo Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro e pela Comissão Diocesana Justiça e Paz, registando-se ainda a parceria estabelecida com a Associação Portuguesas de Escolas Católicas.
No encerramento dos trabalhos, D. António Francisco, Bispo de Aveiro, lembrou a pertinência de se estudar e divulgar o pensamento de D. António Marcelino contido nos escritos publicados no Correio do Vouga e noutros órgãos da comunicação social, onde se mostra «o seu olhar perspicaz sobre a Igreja e sobre o mundo».
As suas crónicas, 1079 em 30 anos, entretanto editadas em livro, sob o título “A vida também se lê”, podem ser lidas, relidas e estudadas nos três primeiros volumes, estando em preparação um quarto volume. Numa demonstração da sua maneira atenta de ler os sinais dos tempos, o Bispo Emérito de Aveiro abordou os mais diversos temas, semana após semana, desde Ecumenismo até Liturgia, passando por Educação e Ensino, Comunicação Social, Família, Igreja-Mundo, Evangelização, Espiritualidade, Pastoral Social, Pobreza, Modernidade, Natal, Democracia e República, entre outros. 

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

D. António Marcelino


Testamento Espiritual

D. António Marcelino

Eu, António Baltasar Marcelino, solteiro, maior, bispo da Igreja Católica em Aveiro, natural da freguesia de Lousa, Concelho de Castelo Branco, residente na Rua Cândido dos Reis, 107, Aveiro, no pleno uso das minhas faculdades e actuando em perfeita liberdade, declaro por minha livre vontade quanto segue:

Nasci e quero morrer no seio da Igreja Católica, agradecendo humildemente a Deus o dom da fé que deu sentido à minha vida; presto a minha profunda adoração à Trindade Santíssima – Pai, Filho e Espírito Santo, fonte de todos os dons e de todos os bens, a Quem agradeço as inúmeras e imerecidas graças que recebi ao longo de toda a minha vida, através da minha família, de todos quantos me ajudaram de mil maneiras e comigo colaboraram no serviço do Evangelho de Cristo; agradeço, de um modo especial, a Deus a graça da vocação à fé e à vida sacerdotal até ao dom do episcopado; professo a minha gratidão e amor filial a Nossa Senhora, Mãe de Deus, em quem sempre confiei e invoquei cada dia; peço, de coração humilhado e contrito, perdão a Deus pelos meus pecados, por acções e omissões, cometidos ao longo da minha vida, ou como pela pouca colaboração com a força que o Senhor me concedeu com tanta generosidade; peço também, perdão e compreensão a todos quantos não edifiquei e de algum modo prejudiquei, as minhas omissões e descuidos no cumprimento do meu dever de padre e de bispo.

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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Tempo de luto

Quando soube do falecimento de D. António Marcelino, resolvi suspender a habitual edição do meu blogue, em jeito de luto, até ao funeral do saudoso Bispo Emérito de Aveiro. Era o mínimo que podia fazer em homenagem ao prelado aveirense a quem devo a minha ordenação diaconal, em 1988, fez há dias 25 anos. Limitei-me, pois, a publicar textos alusivos ao que a Diocese estava a viver, em relação ao bispo que Deus chamou para descansar a Seu lado, como creio, pela fé que me anima. 
Antes, contudo, de voltar à edição desde meu espaço, quero, ainda, tornar público o que há três anos escrevi sobre D. António Marcelino, como simples recordação do que então senti, que coincide com o que sinto hoje.

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D. António Marcelino: Um bispo sempre a correr


Com a resignação de D. Manuel de Almeida Trindade, D. António Marcelino passa a Bispo Residencial de Aveiro em 20 de Janeiro de 1988. No final do ano, anuncia o Congresso dos Leigos que haveria de mexer com crentes e comunidades. Ordena os primeiros Diáconos Permanentes da Diocese de Aveiro e a Igreja aveirense inicia assim uma dinâmica mobilizadora de novos desafios, enfrentados, de certo modo, a partir do II Sínodo Diocesano, que se realizou entre 1990 e 1995.
A nossa diocese tinha agora um corredor de fundo a liderá-la. Um bispo que não pára, que quer estar em todas as frentes, que estimula alguns mais adormecidos, que dá o exemplo da frontalidade num mundo a caminhar a passos apressados para a secularização, que salta para a comunicação social onde se sente como peixe na água, que dá a cara na denúncia das injustiças, que prega um Reino de Deus na terra e para o tempo presente.
Pioneiro nos media, para uma nova evangelização, D. António Marcelino nunca foi um bispo de gabinete, privilegiando antes a acção no meio da massa, ao jeito de querer ser fermento de um mundo novo.
Cria o ISCRA (Instituto Superior de Ciências Religiosas) e lança o CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), porque aposta na formação permanente de todo o Povo de Deus. Participa em Sínodos de Bispos e em congressos, faz conferências e orienta retiros. E escreve sempre, semanalmente, no Correio do Vouga e noutros jornais. Dá entrevistas e atende ao telefone quem precisa de lhe falar com alguma urgência.
As visitas pastorais não cessam, os encontros de jovem não são descurados, as visitas a doentes e idosos comovem-no. O passar do milénio levou-o a todas as paróquias da diocese durante um ano. Quem esteve atento, por devoção e obrigação, como eu estive, não pode deixar de admirar este bispo que tudo queria fazer depressa, depressa, com medo de não chegar a todo o lado. E falava como vivia ou como gostava de viver: sempre a correr.

Fernando Martins

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Mensagem à Diocese do Bispo de Aveiro

No falecimento  de D. António Marcelino 


Faleceu hoje, tarde do dia 9 de Outubro, no Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, o senhor D. António Baltazar Marcelino, Bispo Emérito de Aveiro.
Nasceu D. António Marcelino a 21 de Setembro de 1930, na freguesia de Lousa, concelho de Castelo Branco, diocese de Portalegre e Castelo Branco. Oriundo de uma família profundamente cristã era filho de Manuel de Almeida Marcelino e de Maria Cajado.
Desde cedo manifestou o desejo de ser sacerdote. Ingressa no Seminário Menor de Gavião e daí passa, cinco anos depois, para o Seminário de Alcains onde frequenta os anos do Curso Filosófico. No Seminário Maior da Diocese, sedeado na vila de Marvão, conclui o Curso Superior de Teologia.
É ordenado presbítero pelo senhor D. Agostinho de Moura na Catedral de Castelo Branco, em 9 de Junho de 1955. Enviado para Roma prossegue os seus estudos de Direito Canónico na Universidade Gregoriana.
Regressado a Portugal, inicia em 1958 o seu múnus pastoral como professor do Seminário recém-inaugurado da Diocese, em Portalegre, e aí lecciona Direito Canónico, Teologia Moral e Filosofia.
Passado algum tempo é incumbido pelo seu Bispo de iniciar o Movimento dos Cursos de Cristandade, levando a outras dioceses de Portugal este Movimento.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

D. António Marcelino regressou à casa do Pai

Que Deus o aconchegue
no seu regaço maternal

A triste notícia do falecimento de D. António Marcelino chegou-me pelo telefone, abruptamente. O choque que senti não tem palavras que o definam. Embora esperada a sua partida para o seio de Deus, fiquei, contudo, com a tranquilidade necessária para a aceitar, porque acredito que D. António Marcelino intercederá por nós junto do Senhor de todos os dons. 
D. António passou pela Diocese de Aveiro como um corredor de fundo, animando tudo e todos, rumo a uma Igreja mais aberta ao mundo dos homens e mulheres destes tempos. Rápido no pensar e no agir, foi dos bispos que mais apostaram na comunicação social, qual profeta que denuncia as injustiças, mas que não deixa de proclamar caminhos que nos conduzam a uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais caritativa e mais solidária. 
Nesta hora difícil, louvo a Deus pelos ensinamentos que dele recebi, pelo seu testemunho de crente e de bispo que me ordenou diácono permanente, pelo homem corajoso que enfrentou com determinação os desafios do Vaticano II, na convicção de que a Igreja Católica e o mundo só teriam a ganhar com as luzes que do concílio dimanaram.
Que Deus o aconchegue no seu regaço maternal. 

Fernando Martins

A morte também se lê: António Marcelino

 “Sem Memória 

e sem Tempo de memória fecunda, 

não existimos e morremos lentamente”




Tento escrever na eminência do fim. Emperro. A amizade que faz crescer, a instituição que não tem mão pesada e a história feita em comum, ambas se tornam Vida, Memória e Fé. António Marcelino está gravemente doente. Deseja morrer em terras de Aveiro. Releio o seu artigo no Correio do Vouga, 18 setembro 2013, seu “testamento vital”. Volto ao texto próprio “Um homem para os outros!” que escrevi em 08-12-2006, e lhe enviei por e-mail, de modo privado, e no modo do seu pedido para a publicação imediata como “carta aberta” no CV. Ao querer “facilidades”, emperro cada vez mais. 

Se o arrependimento fosse causa de morte, eu continuava vivo. É certo que arrependo-me perante certos «Mestres», que foram apreciados pelo filtro do Evangelho; na medida em que apontam e fazem luz sobre o verdadeiro Mestre dos mestres: Jesus Cristo. Como na parábola moderna da caminhada na praia, na hora do Gólgota, serão levados no colo de Deus. É disto que sinto necessidade de escrever com a intuição do instante. A relação com esse «tipo» de mestre cristificado arrasta somente para Deus, vida abundante (cfr. Jo 14,6;12). 

Padre Pedro José 

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Ler a crónica de D. António de 18 de setembro aqui

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Bispo Emérito homenageado em Aveiro

D. António Marcelino 
- 25 anos do início do múnus episcopal em Aveiro
D. António Marcvelino




«É por demais conhecido como ele se deu e se preocupou intensamente no rejuvenescimento das comunidades cristãs, na reforma das estruturas diocesanas e paroquiais, na procura de novos caminhos que se ajustassem às prementes necessidades atuais. Para consciencializar os cristãos na urgência da missão junto dos crentes e junto dos adormecidos e indiferentes, incentivou o Congresso dos Leigos em dezembro de 1988, lançou e acompanhou os trabalhos do II Sínodo Diocesano de 1990 a 1995 e ativou a Caminhada Sinodal sobre os Jovens de 2003 a 2005; além disso, promoveu Assembleias Diocesanas e visitou regularmente as paróquias e as instituições. Voltado, outrossim, para a formação da pessoa humana, acompanhou de perto a preparação dos candidatos ao sacerdócio e ao diaconado permanente e, com o desejo de preparar leigos para as lides apostólicas, em 1989 criou o Instituto Superior de Ciências Religiosas, cuja ação se desenvolve em múltiplos cursos e em vários níveis.»

Evocação de Mons. João Gaspar na eucaristia de ontem na sé de Aveiro

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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

D. António Marcelino, um bispo atento ao mundo que o rodeia


D. António Marcelino


O Correio do Vouga, órgãos oficial da Diocese de Aveiro, veio esta semana recheado de agradáveis surpresas, que resolvi partilhar com os meus amigos e leitores. Logo na capa, com destaque, uma entrevista a D. António Marcelino, a propósito do seu mais recente livro  “Pedaços de vida que geram vida”. Diz o Bispo Emérito de Aveiro nessa entrevista: «era beneficiário de testemunhos muito ricos» que, só por mim, nunca teria recebido. Não me pertenciam e havia que transmiti-los, para que outros se sentissem animados e atentos à acção de Deus nas suas vidas. Era preciso que mais os pudessem conhecer.»
Mais adiante, D. António Marcelino lembra que «a responsabilidade do bispo está ligada à sua missão, não ao cargo que exerce por um tempo», o que justifica, claramente, a sua permanente intervenção eclesial e cívica. Entretanto, anuncia a publicação de outros trabalhos, nomeadamente, a sua «apreciação da recepção, pela Igreja em Portugal, do Vaticano II, cinquenta anos depois». Recorda ainda que “A vida também se lê”, já com três volumes, vai ter um quarto, muito em breve.
Afinal, D. António Marcelino não é um bispo resignado, nem reformado, mas é, isso sim, um bispo ativo, mantendo em todas as circunstâncias «a ligação com as pessoas e as coisas, tentando estar «actualizado e disponível», sendo os dias por vezes «já pequenos e breves».

NOTA: Farei referência a outros trabalhos por estes dias