sábado, 2 de dezembro de 2017

Dirigentes da ADIG e da ANRGN satisfeitos com explicações da BRESFOR



A ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha) e a ANRGN (Associação Náutica e Recreativa da Gafanha da Nazaré) reuniram-se com a BRESFOR, no dia 28 de novembro, para debaterem problemas relacionados com a poluição na Bacia da Marina, em especial pelas escorrências na Conduta do antigo Esteiro de Oudinot,  e, ainda, sobre  a questão da Legionella. 
No caso da poluição, aquelas instituições apresentaram documentos fotográficos e um vídeo, comprovativos de agressões ao ambiente, sendo certo que não houve possibilidades de garantir quem poluiu, pois naquela zona estão sediadas quatro empresas.
Numa exposição PowerPoint, apresentada pelo Engenheiro Diretor, Fernando Mendes,   e depois, durante a visita às instalações, foi garantido aos dirigentes da ADIG e da ANRGN, que todo o caudal era drenado para a SIMRIA (Saneamento Integrado dos Municípios da Ria), desde 2008, com leituras adequadas à saída da fábrica, no sentido de detetar eventuais vestígios perigosos de produtos poluentes. 
Quanto à Legionella, e porque todos estamos  preocupados com as recentes notícias sobre a infeção no Hospital São Francisco Xavier, foram colocadas perguntas sobre o vapor de água que se eleva, diariamente, das torres de refrigeração. Esta bactéria provoca infeção pulmonar, por inalação de gotículas contaminadas, de que pode resultar a morte.
Os dirigentes daquelas instituições da Gafanha da Nazaré consideram-se esclarecidos e muito mais tranquilos, face ao Plano de Emergência Interno (PEI) e às práticas da Bresfor, que dá cumprimento à Diretiva Europeia, obrigando a um controlo automático e contínuo e ao registo, em cada turno, dos valores de cloro, para desinfeção do vapor das torres de arrefecimento e a análises periódicas da Legionella, no Instituto Dr. Ricardo Jorge. Completa este tratamento um filtro de gotículas que as retém, evitando a sua dispersão.

Fonte: Comunicado das associação ADIG e ANRGN, lideradas por Humberto Rocha

A escravatura nunca poderá ser esquecida



 Durante séculos, Portugal teve um papel central no tráfico de milhões de pessoas escravizadas.Todos sabemos disso, mas raramente temos a coragem de lembrar crimes perpetrados em nome de um povo que deu novos mundos ao mundo. E a verdade é que não havia, que eu saiba, qualquer monumento que registasse no presente o que foi a escravatura durante séculos, levada a cabo por uma sociedade que dizia testemunhar a mensagem de Jesus Cristo. Felizmente, já está decidido que esse monumento vai ser mesmo uma realidade. O mal como o bem devem ser recordados para se não cair em erros que a história nunca poderá esquecer.

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Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez

 

Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Para quem quiser ver a vida está cheia de nascimentos.
Nascemos muitas vezes ao longo da infância
quando os olhos se abrem em espanto e alegria.
Nascemos nas viagens sem mapa que a juventude arrisca.
Nascemos na sementeira da vida adulta,
entre invernos e primaveras maturando
a misteriosa transformação que coloca na haste a flor
e dentro da flor o perfume do fruto.
Nascemos muitas vezes naquela idade
onde os trabalhos não cessam, mas reconciliam-se
com laços interiores e caminhos adiados.
Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Nascemos quando nos descobrimos amados e capazes de amar.
Nascemos no entusiasmo do riso e na noite de algumas lágrimas.
Nascemos na prece e no dom.
Nascemos no perdão e no confronto.
Nascemos em silêncio ou iluminados por uma palavra.
Nascemos na tarefa e na partilha.
Nascemos nos gestos ou para lá dos gestos.
Nascemos dentro de nós e no coração de Deus.
O que Jesus nos diz é: "Também tu podes nascer",
pois nós nascemos, nascemos, nascemos.


José Tolentino Mendonça

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

A nossa gente - Grupo de Teatro Musical Sénior Figurinos d’Ouro



Neste mês de dezembro, a rubrica “A Nossa Gente” é dedicada aos “Figurinos d’Ouro”, o Grupo de Teatro Musical Sénior do Município de Ílhavo. De uma conversa de café surgiu uma ideia inovadora: criar um número de cabaré com os Maiores Idade.
Da ideia à realidade foram vários os meses de intenso trabalho, exigência e dedicação e, ao mesmo tempo, de franca alegria pela materialização de um sonho. Alice, Adelaide, Noémia e João, deram corpo a uma combinação perfeita para aquilo que tanto gostam de fazer: teatro, música, canções, dança e diálogos. A formação do grupo preparou o número de abertura do projeto “Idolíadas - A Arte da Maior Idade”, dinamizado pelo Pelouro da Maior Idade da Câmara Municipal de Ílhavo, que teve lugar no dia 29 de abril de 2017, na Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré
Os ensaios do grupo estiveram a cargo do artista e gerontólogo Jonathan Margarido, que conta com uma vasta experiência na área do canto e teatro musical. Em 2016, foi semifinalista do programa de entretenimento da RTP1 “Portugal Got Talent” e, atualmente, é ator integrante do elenco de “Cinderela – A Magia do Musical” da produtora Plateia D’emoções (em digressão nacional) e geróntologo de uma estrutura de residência para pessoas idosas do Município de Mira.

Na preparação da atuação foram incluídas dinâmicas de teatro, exercícios de canto e expressão corporal com o intuito de autoconhecimento das potencialidades da pessoa idosa. Entretanto, têm sido inúmeros os convites e presenças deste grupo em diversos eventos, sendo de realçar a presença do grupo no III Encontro Nacional de Estudantes de Gerontologia e Gerontólogos, realizado no dia 10 de novembro do corrente ano, na Coimbra Business School. O grupo marcou presença, ainda, nas Comemorações do Dia Internacional do Idoso, no dia 4 de outubro, em Mira. Mais recentemente, o Grupo de Teatro Musical Sénior do Município de Ílhavo participou no Concurso Nacional de Talento Sénior CRIA55, Festival de Criatividade, Arte e Talento Sénior, dinamizado pela Rede de Universidades Seniores, que decorreu no dia 16 de novembro, no Centro Cultural das Caldas da Rainha. A prova apresentada foi alvo de uma seleção realizada a nível nacional, tendo ficado entre os “dez melhores talentos seniores do país”. No final, o apresentador Fernando Alvim, viria a anunciar um honroso 2.º lugar destinado ao Município de Ílhavo. Este é um projeto que promete continuar a dar que falar por ser pioneiro no âmbito das políticas para um envelhecimento ativo e feliz. Parabéns aos nossos talentosos artistas que tão longe têm levado o nome do Município de Ílhavo e nos quais depositamos inteira confiança para o levarem a novas paragens! 

Fonte: Agenda "Viver em..." da CMI, Dezembro  

NOTA: Ora digam lá que não temos nas terras ilhavenses, com ílhavos e gafanhões, gente capaz de todas as artes e ofícios! Eu não fico espantado, mas fico muito feliz quando vejo pessoas, de todas as idades, em que sobressai, de forma exemplar, uma juventude fascinante aberta a todas as  experiências e desafios, como prova de que a vida não tem idade nem limites. Os meus parabéns, como votos de muitos êxitos. 

FM

Já está no coração de Deus o P.e Júlio da Rocha Rodrigues

O Padre Júlio, como era conhecido entre familiares e amigos, de seu nome completa Júlio da Rocha Rodrigues, bateu à porta do céu, como me disse uma sua familiar e minha amiga, e já está  no seio  de  Deus que tanto amou. Foi pároco de Aradas quase toda a vida, terra que tinha no coração e onde deixou marcas indeléveis da sua determinação, que o hão de perpetuar no tempo. Durante a juventude, e sobretudo quando ingressou no seminário, já adulto, foi visita de nossa casa para trocarmos impressões. Depois, quando foi para Aradas, a vida não lhe permitiu grandes contactos connosco. Porém, mantivemos ao longo da vida laços de amizade que  as preocupações de cada um nunca interromperam.
Nascido em 4 de fevereiro de 1935, na Gafanha da Nazaré, e foi batizado no mesmo ano, no dia 13 de março. Teve como professor primário uma figura carismática da nossa terra, o professor Manuel Filipe Fernandes, que decerto muito o influenciou em muitas áreas. Trabalhou nas marinhas de sal, em oficinas  e no comércio. Iniciou, entretanto,  contactos com as fundadoras da Obra da Providência, Maria da Luz Rocha e Rosa Bela Vieira, desde os primeiros passos da instituição. Foi ordenado presbítero em 15 de agosto de 1970 por D. Manuel de Almeida Trindade, na igreja da Gafanha da Nazaré, onde celebrou a primeira missa, no dia seguinte. Em 4 de outubro do mesmo ano tomou posse, como coadjutor de Aradas, e em 1975 passou a ser o pároco.
Na festa do 50.º aniversário da Obra da Providência confirmou,  publicamente, a sua dedicação à obra,  nas breves palavras que dirigiu aos presentes, na cerimónia a que presidiu o então Bispo de Aveiro, D. António Marcelino. «Foi a partir desta obra, do trabalho feito em comunhão com Maria da Luz e Rosa Bela, que eu decidi ir para padre. Há muito tempo que eu tinha resolvido ir para sacerdote, andei a adiar, adiar, adiar; um certo dia fui a Fátima a pé [tinha 23 anos], também com elas, e depois regressei com a decisão tomada… Mas foi trabalhando com estas irmãs nossas, sobretudo com elas, que eu achei que a melhor maneira de servir os irmãos seria ser sacerdote; nunca fugi às responsabilidades para me integrar mais, para ser melhor testemunha de Deus.» 
As cerimónias fúnebres terão lugar amanhã, sábado, pelas 14h30, na matriz  da  Gafanha da Nazaré. Que Deus o acolha, carinhosamente, no seu regaço maternal.

Fernando Martins

Anselmo Borges - Progresso e esperança. 1


É um daqueles livros que nos obrigam a reflectir, porque andamos em lamúrias inconsequentes, não colocando os problemas onde devem ser colocados. Evidentemente, seria de lamentar se esse livro nos arrancasse à obrigação de continuar a pensar. De facto, os problemas estão aí, imensos, mas já diferentes do que normalmente julgamos. O livro teve, com mérito, enorme sucesso. O seu autor: Johan Norberg. O título: Progresso. O subtítulo: Dez razões para ter esperança no futuro. Razões fundamentadas.
O autor sabe dos problemas que nos afligem. "Terrorismo. Estado Islâmico. Guerra na Síria e na Ucrânia. Crime, homicídio, execuções em massa. Aquecimento global. Fomes, cheias, pandemias. Estagnação, pobreza, refugiados. "Destruição e desespero em toda a parte", como uma mulher declarou num inquérito de rua quando a rádio pública lhe pediu para descrever o estado do mundo. É isso que vemos nos noticiários e parece ser a história dos nossos dias. Cinquenta e oito por cento dos que votaram para a Grã-Bretanha sair da União Europeia no recente referendo levado a cabo no país dizem que a vida hoje é pior do que há trinta anos."
Há razão para todo este pessimismo? Ou o que se passa é que os meios de comunicação social só se interessam pelas más notícias, porque as boas não são notícia? "Os jornalistas estão sempre à espreita da história mais dramática na área geográfica por eles coberta". Mas o que é facto é que "o mais importante da nossa época é estarmos a assistir à maior melhoria dos padrões de vida globais jamais registada. Pobreza, malnutrição, analfabetismo, mão de obra e mortalidade infantis estão a descer mais depressa do que em qualquer outro período da história humana. Ao longo do último século, a esperança de vida aumentou mais de duas vezes o que aumentou nos duzentos mil anos anteriores. O risco de exposição de um indivíduo à guerra, à morte numa catástrofe natural ou à ditadura em nenhuma outra época foi mais pequeno. Uma criança que nasça hoje tem mais probabilidades de alcançar a idade da reforma do que os seus antecessores tinham de comemorar o quinto ano de vida". Evidentemente, não se pode ser ingénuo e ficar cego frente às guerras em curso, a crimes, às catástrofes, à pobreza e à miséria no mundo. Todos esses problemas são terrivelmente reais, tanto mais quanto os meios de comunicação social nos obrigam a tomar consciência deles. "A única diferença é que agora encontram-se em rápido declínio. O que hoje vemos são excepções, ao passo que antes eram a regra."
Este progresso arrancou concretamente com o iluminismo intelectual dos séculos XVII e XVIII. Desde então continuamos a acumular conhecimentos, científicos e de outras ordens e "cada indivíduo pode basear o seu contributo nos das centenas de milhões de pessoas que o precederam, num círculo virtuoso". "Seria um erro terrível" ignorar os problemas, as ameaças constantes, os perigos, e tomar os progressos da humanidade como garantidos. Mas este livro é "sobre os triunfos da humanidade". E aí ficam as dez razões para ter esperança no futuro.

1. A mais básica das necessidades humanas consiste em obter energia suficiente para que o corpo e a mente funcionem, o que ao longo da história as pessoas nem sempre conseguiram. É indescritível o que se passou no decorrer dos tempos, também na Europa, neste domínio. "Os franceses e os ingleses do século XVIII ingeriam muito menos calorias do que a média actual na África subsariana, a região mais atormentada pela subnutrição". No centro da França, em 1662, "houve quem comesse carne humana". No passado, trabalhava-se menos horas, e o motivo disso não deve causar inveja: as pessoas não tinham acesso às calorias necessárias para as crianças crescerem saudáveis e os adultos manterem funções corporais sadias. As novas tecnologias agrícolas, os fertilizantes artificiais, a Revolução Verde, o comércio internacional, entre outras, foram armas decisivas contra o flagelo da fome. A Suécia, país dos antepassados do autor, foi declarada livre da fome crónica no início do século XX. Também por isso, a população mundial passou de 1,6 mil milhões de pessoas em 1900 para os actuais mais de 7 mil milhões. Pela primeira vez na história da humanidade, o problema da comida começou a encontrar solução - nalguns casos até começou o problema contrário: o da obesidade - e de 1950 a meados dos anos 80, a população do mundo duplicou, passando de 2,5 mil milhões para 5 mil milhões. E, contra os pesadelos de Malthus, "conforme se tornaram mais ricas e aumentaram a educação, as pessoas começaram a ter menos filhos, e não mais, como se previa", o que, aliás, digo eu, por vezes, levanta problemas dramáticos, como é o caso de Portugal.

2. Saneamento. Para sustentar a vida, não basta a comida. É fundamental tratar resíduos e desperdícios. Sem isso, a água, essencial para a vida, fica contaminada e torna-se transmissora de calamidades, espalhando bactérias, vírus, parasitas, vermes. "Embora difícil de quantificar, parece que o principal problema de saúde ambiental do mundo continua a ser a contaminação da água para beber e para uso doméstico, combinada com a inexistência de um saneamento adequado para a eliminação de resíduos, fezes e urina." "Há relatos contemporâneos de aristocratas a defecar nos corredores de Versalhes e do Palais Royal. Na verdade, as sebes de Versalhes eram altas para servirem de divisórias entre os que aí se iam aliviar." Em 1980, "apenas 24 por cento da população mundial tinha acesso a saneamento decente. Em 2015, esse número subiu para 68 por cento". A maior percentagem de população sem água nem saneamento vive na África subsariana, mas, mesmo aí, houve "um aumento de 20 pontos percentuais no uso de água potável de fontes melhoradas de 1990 a 2015". Continuaremos. 
Anselmo Borges no Diário de Notícias 

Georgino Rocha — O Senhor vem. Acolhe-O e com ele prepara o teu futuro


A Igreja destaca o encontro definitivo com Jesus, o Senhor, para o inicio do Ano litúrgico. É uma atitude muito humana, de sábia pedagogia. Semelhante à do corredor que se lança na pista tendo bem presente a meta a alcançar. Os seus esforços estão todos ao serviço do êxito pretendido: escolha da posição no grupo de colegas que correm em conjunto, marcação de ritmos, reabastecimento de energias, aceitação benevolente do apoio dos circunstantes; tudo converge em alcançar o objectivo desejado; tudo está animado pela esperança activa e vigilante; tudo a aguardar que o sonho se converta em realidade e a surpresa supere a expectativa. Em cada passo, está já o começo da meta.

Marcos, o autor dos relatos dos episódios da vida de Jesus que se lêem nas celebrações dominicais deste ano, apresenta uma parábola em que visualiza a atitude dos discípulos perante o que vai acontecer. Situa-a no conjunto dos últimos ensinamentos de Jesus, antes de entrar no processo da paixão. Recorre a um estilo sóbrio e persuasivo. Aduz o exemplo da figueira estéril, do ladrão inclemente. Anuncia que haverá sinais a observar e a interpretar: sinais característicos dos tempos da grande tribulação, típicos de uma nova situação a emergir. E conclui: Vigiai para que não terdes a consciência ensonada e serdes surpreendidos.

A parábola é emblemática e breve a sua narração. (Mc, 13-33-37). Um homem faz uma viagem e confia os cuidados da casa aos seus empregados, assinalando a tarefa de cada um. Encarrega o porteiro do cuidado especial de vigilância. E deixa-os na expectativa de quando será o regresso. Marcos, tendo presente as quatro vigílias da noite que os soldados romanos observavam para mudar de turno, vai mencionando o cair da tarde, a meia-noite, a madrugada, o amanhecer. Pode ser a qualquer hora. Fica tudo em aberto. Não porque o dono da casa fomente a ansiedade ou queira provocar o sobressalto. Seria masoquismo. Mas porque ama os seus empregados e quer que desenvolvam capacidades adormecidas em tempos de acomodação, de certezas rígidas, de seguranças costumeiras; capacidades como a atenção ao que acontece à nossa volta e mais longe, o discernimento dos sinais que interpelam a nossa indiferença, a paciência no tempo de espera, a confiança que o encontro se realizará e que a festa do regresso se celebrará, a aventura de avançar na vida como se o Invisível se deixasse ver. E o dono volta. E o advento do Senhor Jesus acontece em Natal de plenitude.

Entretanto, prestai atenção: Vigiai! Que a surpresa não vos apanhe de improviso pela vossa dormência e indiferença. Esta consigna dada aos empregados, passa aos discípulos ouvintes e alarga-se a todos sem distinção. “O que vi digo a vós, digo-o a todos. Vigiai!”.

Vigiai, cuidando da minha casa feita em harmonia e biodiversidade, confiada desde os alvores da criação ao homem e à mulher, espelho da minha imagem e semelhança; velai para que seja um jardim onde dê gosto viver e conviver em cordial relação de amizade e gestão de recursos; velai pela hierarquia de verdades e não vos deixeis confundir por ideologias que visam alterar todo o sistema orgânico deste conjunto vital que vos deixo como herança.

Tende cuidado convosco. Respeitai-vos mutuamente como irmãos em humanidade, que eu quero ajudar a salvar. Que não haja sangue inocente derramado por ódio, retaliação, perseguição de consciência ou guerra de religião. Sois todos irmãos! Removei o que pode provocar distúrbios semelhantes. Vigiai pelo sustento de todos, sem distinção: comida saudável suficiente, água potável, cuidados de saúde integral, economia solidária sustentável, convivência em harmonia e estima mútua, abertura aos valores que expressam a nobreza humana de cada um, resposta consciente ao amor que Deus Pai vos tem. Sois Seus filhos e meus irmãos! Velai pela herança que vos confio. Olhai que nos espera um futuro de família em comunhão.

Aceitai a minha companhia, feita dom e guia, graça de misericórdia e amor de reconciliação. Desenvolvei a atitude teologal da fé, esperança e caridade. Reuni-vos como irmãos em assembleias dominicais, lede a palavra que vos deixo e comungai com dignidade o sacramento do meu corpo e sangue, a Eucaristia. É alimento para o vosso caminhar de peregrinos confiantes. Valorizai a Igreja, instituição em transformação missionária para ser cada vez mais serviço de salvação universal. Não vivais de saudades melancólicas. Avancemos, como atletas no estádio. Lembrai-vos do exemplo de Abraão, Moisés e tantos outros. Lede com atenção a carta aos cristãos de Roma que evoca a memória de quem pela fidelidade a Deus no quotidiano se tornou verdadeiramente exemplar. E atendei ao testemunho de Paulo, meu apóstolo, que se porta, como corredor de fundo: “Irmãos, não acho ter já alcançado o prémio, mas uma coisa faço: esqueço-me do que fica para trás e avanço para o que está adiante. Lanço-me em direcção à meta, em vista do prémio do alto, que Deus nos chama a receber em Jesus Cristo” (Fl 3, 13 e 14). A meta está já no primeiro passo da corrida. Procuremos iniciar bem e manter bom ritmo. A árvore está contida no gérmen da semente. Como o agricultor solícito, tratemos dela com cuidado. A surpresa do futuro prepara-se no presente.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Efeméride - Nascimento de Egas Moniz

1874-XI-29

«Nasceu em Avanca, no actual concelho de Estarreja e distrito de Aveiro, o Professor Doutor António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz, ilustre cientista, pioneiro de descobrimentos médicos, que seria galardoado em 1949 com o Prémio Nobel de Fisiologia e de Medicina (Arquivo, X, pg. 325, e XXI, pgs. 277-282) – J.»

"Calendário Histórico de Aveiro" 
de António Christo e João Gonçalves Gaspar


Quando passo por Avanca, vem-me sempre à memória a personalidade marcante em vários domínios do premiado Nobel da Medicina Egas Moniz, galardão partilhado com outro notável.
Egas Moniz nasceu neste dia e faleceu em 13 de dezembro de 1955, estando sepultado na sua terra-natal, ao lado de sua esposa. No monumento erguido para perpetuar a sua memória, em Avanca, pode ler-se uma legenda expressiva que muito aprecio: “Aqui viu luz nova luz da humanidade”, que sintetiza muitíssimo bem, em meu entender, a alta valia do seu mérito científico, mas ainda da sua envolvência multifacetada noutros domínios, desde a cultura, até à política, passando pela literatura, pela medicina e pelo colecionismo, bem patente na Casa Museu que legou à sua terra e região. Foi um notável conferencista e um apreciado orador.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

60 milhões de euros em 2018 para proteger o litoral



Em 2020, haverá garantias de estudos e trabalhos para proteger o litoral português, diz uma reportagem no Diário de Notícias. Esperamos que até lá as dunas do litoral aveirense suportem os ataques por vezes furiosos das ondas. Ficamos a aguardar com esperanças de que  nada de mau aconteça durante os próximos tempos.

«Uma das ações em destaque no grupo das primeiras 140 até 2020 é a que fará o desassoreamento da ria de Aveiro, um projeto que está orçamentado em 23,5 milhões de euros (ver mapa), e cujos inertes - as areias retiradas do fundo da ria - serão utilizados na zona imediatamente a sul, para fazer a tal realimentação sedimentar, numa zona onde a erosão costeira é já uma realidade - 20% da linha de costa baixa e arenosa constituída pelos sistemas de praia/duna já é afetada pela erosão.»

Gaivotas na hora da sesta


Não somos só nós, os humanos, que gostamos da sesta. As gaivotas, como outros animais, também sabem aproveitar os momentos certos para a sesta retemperadora. Ao longe nem tinha a certeza do que via, mas a máquina fotográfica levou-me a descobrir a mancha branca que divisei ao longe, no prolongamento da ilhota que se vê bem da ponta da Barra. Contudo, não compreendi a razão de não terem optado pela ilhota, com terra mais seca e porventura mais própria para o descanso. Mas as gaivotas lá terão as suas razões. Por algum motivo será, mas não houve hipótese de lhes perguntar.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Publicidade natalícia


A publicidade é uma arte. É a arte por excelência de vender ou de sugerir a compra de bens, tanto os de uso comum ou normal como os destinados a presentes em datas festivas, nomeadamente  o Natal. E há realmente publicidade de artigos para todos os gostos e idades. A publicidade não pode dispensar o nosso cuidado e análise, porque há muita publicidade enganosa, que é crime, mas que circula por aí, à vista de todos, sem merecer qualquer atenção da ASAE ou demais agentes obrigados a evitar a fraude.
Nos últimos dias, qualquer jornal ou revista é portador de autênticas edições publicitárias, com um ou outro texto alusivo à quadra que atravessamos, alguns com certa poesia e referências à ternura e ao bem e belo que o Natal nos traz cada ano. E depois lá vêm as peças de arte, vinhos, relógios, adereços, anéis e pulseiras, canetas de tinta permanente e outras, computadores, hotéis e restaurante, viagens de sonho e nem sei que mais, tudo para gente endinheirada, que a há neste recanto à beira-mar plantado.
Não sou contra os ricos que têm todo o direito de gastar o seu dinheiro como quiserem e onde quiserem, mas tenho pena dos que nesta quadra nem dinheiro têm para uma simples garrafa de espumante, um leitãozito, uma boa posta de bacalhau e uns bilharacos. Ao menos nós, os remediados, saibamos olhar para os que nada têm no dia a dia. A vida é assim...

Fernando Martins

domingo, 26 de novembro de 2017

Bento Domingues — Teologia da libertação ou libertação da teologia? (3)



1. Depois das duas crónicas anteriores, importa responder à pergunta que as motivou e que elas tentaram introduzir: qual foi o impacto da Teologia da Libertação (TdL) em Portugal?
O peruano Gustavo Gutiérrez, considerado o pai da TdL, explicou, muitas vezes, como ela nasceu e se desenvolveu. Para ele, os anos que vão de 1965 a 1968 foram os mais decisivos na experiência dos movimentos populares da América Latina (AL) e na participação dos cristãos nesses movimentos. A TdL tem aí as suas raízes. A célebre Conferência de Medellin (Colômbia, 1968) assumiu uma das tarefas que João XXIII tinha proposto ao Vaticano II: a causa dos pobres. O tema central da conferência acabou por ser reformulado nos seguintes termos: a Igreja do Vaticano II à luz da realidade latino-americana.
Na TdL existem duas intuições centrais e que foram, mesmo cronologicamente, as primeiras: o método teológico e a perspectiva do pobre. O acto primeiro é o compromisso com o processo de libertação; a teologia brota daí como acto segundo, servida pelas ciências humanas e sociais. É a reflexão crítica a partir e sobre a praxis histórica em confronto com a Palavra de Deus. Esta é acolhida na Fé que nos chega através de múltiplas e, por vezes, ambíguas mediações históricas, que importa refazer no dia-a-dia [1].
As lideranças da Igreja da AL fizeram o que deveria ter sido feito em todos os continentes. O Vat. II trabalhou na viragem do papel da Igreja no mundo contemporâneo. Pertencia às Igrejas locais confrontarem-se com a significação dessa viragem. Esta tarefa exigia a realização de mini-Vaticanos II de acordo com a diversidade de povos e culturas, tornando o concílio efectivamente ecuménico.

2. Em Portugal, como mostrou mais tarde o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, Manuel de Almeida Trindade, o Vaticano II não foi preparado, não foi acompanhado e, por isso, ficou sem pessoas ou grupos que tivessem incorporado esta revolução. Como dizia o cardeal Cerejeira, nós já estávamos muito mais adiantados do que aquilo que era dito, discutido e decidido nessa assembleia conciliar. A tradução dos livros litúrgicos e, na celebração da Eucaristia, o padre ter abandonado a posição de costas para o povo foram ganhos evidentes.
O importante era impedir quaisquer interrogações, discussões, debates. Por outro lado, o regime de censura política era suficiente para preservar o país desse contágio. A inércia dos dirigentes da Igreja portuguesa só podia agradecer.
Não se pode esquecer que a situação do país, a nível interno e internacional, era complicada e agravou-se durante a época conciliar: três frentes de guerra [2], imigração galopante e uma juventude sem perspectivas. São temas já saturados de análises diversas e também não faltam estudos sobre as relações entre a Igreja e o Estado Novo.
O catolicismo tradicional entrou em crise um pouco por toda a parte. Não por causa do concílio, como muitas vezes se diz, mas porque, mesmo a nível do Vaticano, não houve resposta para concretizar as orientações conciliares. Algumas medidas autoritárias, entre elas as referentes à ética matrimonial, aos ministérios ordenados e às mulheres, impediram que o Vat. II realizasse a sua Primavera. O Inverno que se seguiu foi muito longo.
Portugal, além de sofrer o que outras Igrejas sofreram, não estava preparado nem tinha recursos para enfrentar a originalidade das nossas dificuldades. A Acção Católica entrou em crise irreversível e os movimentos que entretanto surgiram não era com o futuro do Vat. II que estavam preocupados.
Com o 25 de Abril, os militantes católicos, cada um com as suas preferências, interessaram-se, sobretudo, pelas dimensões sociais e políticas do país. Não houve, no interior da Igreja, espaços e meios para alimentar a Fé em novo contexto. Os chamados “Vencidos do Catolicismo” e os católicos não praticantes (do culto) passaram a ser uma designação corrente.

3. Falta a resposta à pergunta principal: qual foi o impacto da Teologia da Libertação em Portugal? Uma resposta documentada e exaustiva não cabe nas dimensões desta crónica [3]. É importante esclarecer que a situação que se vivia em Portugal, quando nasceu a TdL na América Latina, era de opressão política e eclesial, como foi referido. Aconteceu, no entanto, um pequeno milagre na teologia não académica. As congregações religiosas (depois também alguns seminários) uniram-se para criar o Instituto Superior de Estudos Teológicos (ISET), no seguimento do que já tinha sido iniciado em Fátima (Sedes Sapientae e ISTA). Teve realizações muito diferentes em diversas cidades do país, mas só trabalhei no de Lisboa. Era uma escola teológica profundamente democrática no seu funcionamento interno, num país de ditadura político-religiosa.
O seu programa foi elaborado para realizar as orientações do Vaticano II. Não era, sobretudo, para explicar os seus documentos. O objectivo era muito mais ambicioso: integrar, na reflexão teológica, não apenas as ciências humanas, mas o pulsar da vida do país em todo o seu devir e complexidade. Assumia as questões da guerra e da paz, as transformações aceleradas no mundo do trabalho e na desertificação rural. Construía uma nova teologia marcada pelos acontecimentos e pelos “sinais dos tempos”, numa tentativa de preparar alunos e professores para discernir o que é que se exigia da Igreja no nosso país em transformação.
Clodovis Boff, ao examinar o que se estava a fazer no ISET, testemunhado no seu boletim, concluiu que, sem o nome, a problemática e o método seguidos eram os praticados na América Latina com o nome de Teologia da Libertação.
O ISET de Lisboa durou de 1967 a 1975. Começou na ditadura e foi encerrado quando a liberdade chegou a Portugal. Uma campanha eclesiástica, acusando esse centro teológico de falta de ortodoxia, serviu para obrigar os seus estudantes a frequentarem a Faculdade de Teologia da Universidade Católica, ainda muito incipiente.
Lembrei esse passado, mas o que me interessa é o futuro reaberto pelo papa Francisco, sonhado e trabalhado por muitos que já não puderam ver esta nova esperança.

Frei Bento Domingues no PÚBLICO

[1] Gustavo Gutiérrez, La fuerza histórica de los pobres, CEP, Lima, 1980
[2] Cf. António Lobo Antunes, Até Que As Pedras Se Tornem Mais Leves Que A Água, D. Quixote, 2017; Isto não é uma crónica, é um vómito de indignação, in Visão (08.06.2017)
[3] Cf. Frei Bento Domingues, O.P., Alguns estilos de prática extra-universitária em Portugal. Breves notas de leitura, in Didaskalia XLVI (2016) II, pp. 91-97; Catarina Silva Nunes, Compromissos incontestados. A auto-representação dos intelectuais católicos portugueses, Paulinas, 2005; Moisés Lemos Martins, Os dominicanos e o ensino da Teologia em Portugal, in A restauração da Província Dominicana em Portugal, Tenacitas 2012, pp. 105-120; Cf. Tb. Teologia da Libertação e prática da Teologia, número especial de Igreja e Missão, n.º 127 (1985)

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