sábado, 4 de fevereiro de 2023

SER HUMILDE, REFLEXÃO DOMINICAL

Reflexão de Georgino Rocha
para este fim de semana

O domingo passado apresentava a mensagem litúrgica sobre o que é ser humilde; o de hoje propõe-nos a boa nova do que é ser justo, viver na justiça, praticar a justiça,
Justos são os cristãos que se relacionam vitalmente com Deus Trindade e com os seres humanos fraternalmente já que têm o seu coração posto firmemente neles. Não se apoiam na sabedoria humana, mas na divina, embora pareçam débeis aos olhos do mundo e tementes, assiste-os o poder do Espírito que guiava Jesus no processo da paixão e crucifixão.
Justos são testemunhas fortes, que as suas boas «obras» dão «glória ao Pai que está nos céus»; colaboram a chegada do reinado de Deus, indicando os caminhos da salvação.
Jesus elogia o povo simples indicando a sua identidade cristã: Ser sal da terra e ser luz do mundo chamando assim a viver a sua dignidade cristã.

DIA ESPLENDOROSO

Hoje está um dia esplendoroso. Sem vento à volta da minha casa, sem barulho dos aceleras na rua e sem chuva que, por ora, adiou a sua queda. Lindo dia, pois, bem ao meu gosto. Andei por ali a caminhar, à volta de casa, para desentorpecer os membros e aquecer o corpo. Sei que, na minha idade, é preciso caminhar, mas por vezes faço-me esquecido e por aqui fico a apreciar a luminosidade de  manhãs muito agradáveis.
No meu caminhar, aprecio o silêncio da minha rua, dedicada a um grande escritor, Almeida Garrett, cujo testamento estive a reler há dias, com a curiosidade de ditar as missas que teriam de ser celebradas após a sua morte.
Volto ao tempo que me desafia a sair para uma voltinha dos tristes, talvez por ser tantas vezes repetida, mas sempre agradável. Os mesmos rostos com expressões de… conheço aquele indivíduo de qualquer sítio, sem querer jurar. Eles hão de pensar o mesmo de nós.
Bom fim de semana a todos.

FALECEU O Pe. JOSÉ MANUEL

Foi coadjutor da nossa paróquia
entre 1961 e 1965

Faleceu o Pe. José Manuel Ribeiro Fernandes, que foi coadjutor da nossa paróquia entre 24 de Novembro de 1961 e 10 de Outubro de 1965, sendo prior o Pe. Domingos José Rebelo dos Santos. Nasceu em 24 de Março de 1937 e foi ordenado em 27 de Dezembro de 1959. 
Emigrou para a Venezuela dedicando-se à pastoral dos emigrantes. Esteve também ao serviço da comunidade portuguesa em Newark [Estados Unidos].
O Padre José Manuel faleceu este sábado, 04 de fevereiro de 2023, na Casa Sacerdotal.
O corpo estará na Igreja Matriz de Beduído - Estarreja a partir das 09h00 da próxima segunda-feira, onde se realizará o funeral pelas 11h00.
Apresento sentidos condolências à família, enquanto recordo um bom amigo, desde o tempo em que viveu e trabalhou na Gafanha da Nazaré.

A CRIAÇÃO, A RESSURREIÇÃO, O MAL E DEUS

Anselmo Borges 
no Diário de Notícias 


Passados dez anos sobre um aviso —  na prática, para a opinião pública, a condenação de Andrés Torres Queiruga, pelo episcopado espanhol —, vem ele, numa entrevista à Vida Nueva, esclarecer que a sua teologia quis ser sempre "um serviço livre ao Evangelho" e que, com o Papa Francisco, aparece, felizmente, cada vez mais como "legítima uma crítica sã e livre na Igreja".
Retomo o que então escrevi sobre quem considero — e não sou o único — um dos maiores teólogos católicos vivos. Para mim, A. Torres Queiruga foi e é o teólogo que, de modo mais profundo e conseguido, enfrentou o cristianismo com a modernidade e a modernidade com os cristianismo. Deixo aqui três aspectos que considero nucleares do seu pensamento.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

LUÍS MOITA NO LADO CERTO DA HISTÓRIA

“Luís Moita continuará bem vivo na memória dos que com ele aprenderam a estar no lado certo da história: na luta pela paz, a descolonização, a democracia mais avançada possível, a espiritualidade viva. Antes e depois do 25 de Abril, uma referência cívica e moral de várias gerações"

Li aqui e aqui 

NOTA: Sinto-me solidário com o que tem sido escrito e dito sobre Luís Moita, um lutador incansável pela democracia e pelos direitos humanos, enquanto sacerdote e depois de assumir o papel de leigo na vida académica, social e cultural do nosso país. 

PAPA FRANCISCO E AS MÃOS

Papa Francisco 
na República Democrática do Congo

“Agora quero pedir-vos para durante alguns momentos olhardes, não para mim, mas concretamente para as vossas mãos: abri as palmas das mãos e fixai nelas os olhos. Amigos, Deus colocou nas vossas mãos o dom da vida, o futuro da sociedade e deste grande país”

“Para que servem estas minhas mãos? Para construir ou destruir, dar ou reter, amar ou odiar? Vê! Podes apertar a mão e fechá-la, torna-se um punho; ou podes abri-la e colocá-la à disposição de Deus e dos outros. Aqui está a opção fundamental, desde os tempos antigos.”

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

CONÍMBRIGA - UM SONHO DE NOVA VISITA


Passei há anos por Conímbriga e gostei muito do que vi. O cicerone foi rápido e claro. Com papelada na mão, tive acesso a vestígios palpáveis de uma civilização que deixou marcas indeléveis. Nesse tempo, já gostava de tirar fotografias que hoje volto a partilhar. E se Deus quiser, talvez lá possa ir num dia de sorte.

PELO TOURO OU PELO TOUREIRO?

A primeira vez que fui ao Brasil, perguntei por que não havia touradas, uma excepção em quase toda a América Latina onde elas despertam interesse e aficion. Um amigo explicou-me:
A coisa tentou-se, mas o negócio não deu, não. Em 1950, quando Mendes de Morais foi prefeito do Rio, mandou construir uma praça de touros ao lado do Maracanhã. Encomendou touros e toureiros no México e para promover melhor as corridas deixou que a entrada fosse gratuita. Aquilo ficou cheio mas teve que acabar. Não é que o povo torcia pelo touro? Era. Aplaudia o touro e assobiava o toureiro. Aí os toureiros se desmoralizaram muito e a coisa não tinha condições.
Creio que o Brasil corresponde àquela parte de mim que também torce pelo touro, que homenageia a sua fúria solitária, a sua coragem desacompanhada, contra o jogo, a astúcia e as vantagens dos homens.

António Alçada Baptista

In A PESCA À LINHA - ALGUMAS MEMÓRIAS

NOTA: Hão de estranhar os meus amigos esta história do escritor Alçada Baptista, falecido 7 de dezembro de 2008. Eu explico: quando hoje alinhava alguns livros numa estante veio às minhas mãos um livro deste escritor que muito apreciei e ainda aprecio. E daí as histórias que partilhava com os seus leitores. Ao publicar a história do touro e do toureiro no Brasil, celebro a sua memória.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

AS FAFEIRAS

Gaspar Albino
«Desarreigadas da sua terra, das suas famílias, as fafeiras constituíam o grosso do pessoal que nelas trabalhava.
Na seca de Lavadores, na Barra [Gafanha da Nazaré], até dispunham dum dormitório. Mas a maior parte das moças que trabalhava nas secas da Cale da Vila vivia em grupos, em acomodações disseminadas pelo povoado, paredes meias com as famílias locais e com estas muito intimamente ligadas.
A forma como se instalavam e viviam na / 19 / Gafanha, longe da sua terra, fazia com que se estabelecesse uma relação muito forte com a encarregada da sua seca.
É que, pelas décadas de 50 e de 60, também neste sector, havia uma grande fidelidade à empresa de pesca em que cada grupo trabalhava. Um grupo de jovens mulheres, quase todas solteiras e casadoiras, que se comportava de forma coesa, como se de uma irmandade se tratasse, e aceitando, de forma natural, a liderança de uma colega mais experimentada nestas andanças do trabalho nas secas.
Era com esta chefe pacificamente aceite que a encarregada tudo tratava.»

Gaspar Albino

NOTA: Esta é uma boa oportunidade para recordar um generoso  amigo que muito estimava pela sua delicadeza, mas também  pelas artes que cultivava com esmero. 

O TEMPORAL ENCOMENDADO

A história que levou à construção
da nossa atual Av. José Estêvão


«O visconde da Luz veio certificar-se por seus próprios olhos das razões que militariam a favor da construção ou da sua desnecessidade, apregoada em alta grita pelos foliculários locais que se opunham a José Estêvão.
Joaquim de Melo Freitas relata o episódio que convincentemente determinaria as conclusões do ilustre visitante, com o bom humor e a elegância que lhe eram habituais:
Embarcaram no cais, e fizeram-se ao largo. Neste instante o vento desencadeia-se, as marés agitam-se em balanços desesperados; o barco dançava sobre a espuma da ria, e o mastro, curvado pelo vendavaI, gemia e estalava com o impulso cego das lufadas. A chuva desatou-se por fim em torrentes, e não tardou uma trovoada medonha.
O visconde da Luz ordenou imediatamente aos barqueiros que voltassem para traz porque não gostava da chuva nem do temporal. José Estêvão, a cada relâmpago que alumiava o céu, brusco e temeroso, esfregava as mãos de contente e dizia com esplêndida alegria:
— Encomendei-o de propósito; eu desejava que você se convencesse de que a estrada era precisa e até urgente... Desminta-me agora se é capaz!
A encomenda era o temporal.
Dentro em pouco — prosseguia — procedia-se à construção da estrada, da estrada que chegou a registar, há meses, em vinte e quatro horas, num domingo de verão de 1965, um movimento de cerca de seis mil veículos automóveis.»

Eduardo Cerqueira,

em “Aveiro e o seu Distrito”, n.º 2,  1966

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

BERTRAND - SOMOS LIVROS


De vez em quando, com a imaginação na sombra, regresso ao passado à cata de mensagens de que gostei. Hoje saiu-me na rifa esta que retrata bem a livraria por onde passo frequentemente. A Livraria Bertrand ofereceu aos seus visitantes e clientes este saboroso e poético escrito.

AS NOSSAS FLORES


Nas minhas caminhadas à volta de casa, no cumprimento de um dever que impus a mim próprio, aprecio sempre com prazer as flores que a Lita cuida com uma satisfação desmedida. Partilhá-las e louvar a cuidadora é um dever de gratidão.

O PROTESTO É O TEMPERO DA DEMOCRACIA

No PÚBLICO de hoje 

"Acreditar que o país é o que os extremos da esquerda ou da direita dizem é uma ilusão. O país vive aflito e desorientado, mas é muito mais inteligente, sensato e moderado do que o que eles dizem."


«Convém ter nervos de aço e sangue-frio na encruzilhada difícil e perigosa que vivemos. O protesto, como a oposição, é um tempero da democracia, não é o seu ingrediente essencial. Perder a noção desse equilíbrio e acreditar que o país é o que os extremos da esquerda ou da direita (esta num estilo e propósito mais funestos) dizem que ele é não passa de uma ilusão. O país vive aflito e desorientado, mas é muito mais inteligente, sensato e moderado do que o que eles dizem.»

No EDITORIAL do  Diretor 

NOTA: A democracia tem os seus temperos que agem nos momentos próprios. Como otimista, e por experiência própria, habituei-me à ideia de que, mais dia menos dia, a serenidade volta com a opção pelo diálogo. Sem ele, nenhum objetivo positivo surgirá.   

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

A GAFANHA DA NAZARÉ MERECE SER VISITADA


 

Falar da terra que me viu nascer, já lá vão mais de 80 anos, é obrigação ou devoção que não dispenso. Que mais poderei fazer, se já ando afastado dos areópagos regionais? Então, hoje aposto, mais uma vez, no nosso Jardim Oudinot. Quando o inverno passar ou num dia de sol a brilhar, dê uma volta  por lá.

O TIMONEIRO NASCEU HÁ 66 ANOS

O nosso Timoneiro nasceu há 66 anos, concretamente no Natal de 1956, por iniciativa dos párocos da Gafanha da Nazaré e Gafanha da Encarnação, respetivamente, Pe. Domingos Rebelo dos Santos e Pe. António Augusto Diogo. Tinha apenas quatro páginas e, na prática, era o Pe. Domingos quem assumia as maiores responsabilidades, quer a nível da administração quer da redação.
O Timoneiro era um mensário de expressão católica, mas não deixava de divulgar acontecimentos de natureza civil, através de pequenas notícias, que os seus leitores, em especial os emigrantes, muito apreciavam.
Numa mensagem dirigida aos gafanhenses, com o título Saudação, garantidamente escrita pelo Pe. Domingos, lembram-se os que trabalham “nos campos verdejantes da Gafanha ou nas oficinas e secas”, os que sorriem na “felicidade relativa de um tranquilo viver”, “ao prostrado no leito”, tendo por “fiel companheira a própria dor”, e ainda aos que, “riscando poemas de heroísmo”, vão para o “alto mar em frágil embarcação, arrancar dos abismos o pão para os seus filhos”. Também se dirige às crianças que crescem “para a vida” e aos velhinhos “que dela se estão despedindo”, o Pároco os saúda no Natal de 1956.

A VIOLÊNCIA É UMA DERROTA



"A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota."

Jean-Paul Sartre,
filósofo



Em Escrito na Pedra do PÚBLICO de domingo

domingo, 29 de janeiro de 2023

A INSPIRADA E INSPIRADORA SERRA DO PILAR

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

Serra do Pilar

1. Algumas Igrejas cristãs viveram o Oitavário de Oração pela Unidade de todos os cristãos, purificando a memória das guerras do passado e trabalhando a erguer pontes, num tempo em que se voltou ao ridículo de acreditar que só podemos construir o bem de uns com o mal dos outros. Em vez da cooperação, voltamos às rivalidades de destruição. A vontade de servir a alegria não será melhor do que a vontade de dominar?
A história das divisões, entre cristãos, remonta ao primeiro século. No Domingo passado, já S. Paulo perguntava se Cristo estava dividido, para que alguns andassem a dizer: “Eu sou de Paulo, eu sou de Apolo, eu sou de Pedro, eu sou de Cristo.” Para se colocar fora dessa competição, acrescenta: “O baptismo que recebestes não é de Paulo nem de Pedro nem de Apolo. É de Cristo.”

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