Crónica semanal
de Anselmo Borges
Estes dias desde a morte do Papa Francisco em que os meios de comunicação social estiveram concentrados no Vaticano, infelizmente muitas vezes nem sempre pelas melhores razões cristãs no sentido fundo da palavra, pois lembrava-se por vezes mais a pompa e o fausto das cortes imperiais dos antigos impérios, deveriam ter sido uma ocasião para reflectir de modo fundo sobre o cristianismo na sua profundidade essencial, a melhor mensagem que alguma vez chegou à Humanidade na sua História e, dessa reflexão, tirar necessárias e urgentes conclusões, para voltar precisamente ao essencial.
1. É confrangedor e mesmo horripilante saber que há ainda quem pregue e até ensine na catequese que Jesus veio ao mundo, enviado por Deus, para ser crucificado como vítima expiatória pelos pecados. Por causa do pecado dos primeiros pais, a Humanidade tinha uma dívida infinita para com Deus, que Jesus pagou na cruz, e assim Deus pôde aplacar a sua ira e reconciliar-se com a Humanidade.
Em relação a este Deus bárbaro e macabro, pior do que qualquer ser humano decente e que faz lembrar os deuses a quem as pessoas sacrificavam os seus filhos primogénitos como vítimas para os aplacar e implorar bens e graças, eu pessoalmente sou ateu.