sábado, 21 de agosto de 2021

Férias: tempo festivo

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

 É preciso ter tempo para a Família, para os amigos, para ouvir o Silêncio onde se acendem as palavras que iluminam.

1 O ser humano tem como uma das suas características ser laborans (trabalhador). Não apenas para ganhar a vida - uma expressão extraordinária, embora dura: a vida foi-nos dada e, depois, é preciso ganhá-la, e uma das coisas que me têm sido ensinadas pela experiência é que quem nada tem de fazer para ganhar a vida, trabalhando, porque tudo lhe é oferecido, nunca atinge uma adultidade madura -, mas também para se realizar autenticamente em humanidade. De facto, é transformando o mundo que a pessoa se transforma e faz. Isso é dito no étimo de duas palavras: a palavra trabalho vem do latim, tripalium, um instrumento de tortura (trabalhar não é duro?), mas também dizemos de alguém que realizou uma obra e que se vai publicar as obras de alguém (do latim, opera) - em inglês, trabalhar diz-se to work, e, em alemão, Werk é uma obra, sendo o seu étimo érgon, em grego. Ai de quem, à sua maneira, não realiza uma obra, a obra primeira que é a sua própria existência autêntica! Fazendo o que fazemos, o que é que andamos no mundo a fazer? A fazer-nos, e, no final, seria magnífico que o resultado fosse uma obra de arte.

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Poesia no meu blogue - João de Deus

João de Deus 

 
De vez em quando dou umas voltas pelos meus blogues. Mero gesto para recordar o que tenho publicado. Hoje, por exemplo, fui visitar o João de Deus, um poeta que tem uma história de vida muito curiosa. Conheço algumas dos livros que tenho lido. E aqui fica uma:

O João de Deus, pelo que se pode deduzir, passava o tempo a escrever e a recitar poemas seus, relegando para segundo plano os estudos na Universidade de Coimbra (UC), pelo que foi adiando a conclusão do curso. Um dia, um seu professor, que havia sido colega do poeta no primeiro ano, perguntou-lhe: - Então, João, quando é que queres acabar o curso? Resposta do poeta: Quando vocês quiserem! E concluiu o curso no fim do décimo ano de frequência da UC.

Já agora, passem pelas Etiquetas, selecionem João de Deus e leiam alguns dos seus poemas.

Bom dia com poesia.

Um soneto de Reinaldo Matos

Reinaldo Matos 


MARÉ ENCHENTE

Salvei
Uma criança
De morrer
No mar.

Avancei
Para as ondas,
Sem saber
Nadar.

Pudera
Lá ficar,
No turbilhão das ondas…

Quem me dera
Morrer
Salvando uma criança!

Nota: O facto é real e passou-se com o poeta
na Praia da Torreira, Murtosa,
em Setembro de 1978.

Em “Sinfonia de Poemas de Reinaldo Matos”

Quereis ir-vos? A quem iremos, Senhor?

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XXI do Tempo Comum

A fé e a experiência de quem nos precedeu, acumulada em sabedoria, mostra-nos à evidência que só “Tu tens palavras de vida eterna”, consistentes e definitivas, firmes e credíveis. E testemunha-o o exemplo heroico de tantas pessoas bondosas e de muitos santos e mártires. De todas as condições sociais e étnicas.

O discurso do pão da vida atinge o auge, no desabafo de Jesus, após o ensinamento na sinagoga de Cafarnaum, que João formula na pergunta dirigida aos Apóstolos: “E vós também quereis ir-vos embora?” A preocupação manifesta um receio fundado. A multidão saciada no descampado, os acompanhantes nos caminhos da Galileia, os ouvintes dos seus discursos junto ao mar iam diminuindo. O risco é evidente e virá a ser concretizado na paixão pelo resto fiel. A pergunta incisiva e direta, iluminada pelo brilho do olhar, provoca a resposta pronta e eloquente de Pedro: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”. Esta decisão de ficar e andar com Jesus, Senhor, terá as suas consequências surpreendentes no futuro. Jo 6, 60-69.
Jesus e Pedro surgem como o rosto pessoal da relação com Deus. Constituem as duas faces da realidade mais profunda da consciência: acolher a oferta, dar-se em liberdade; escutar a palavra, abrir-se à verdade; identificar o dom e fazer-se doação.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Dia Mundial da Fotografia

Fotos do meu arquivo




Celebra-se hoje, 19 de Agosto, o Dia Mundial da Fotografia, para nos alertar para a importância da arte de fotografar nas nossas vidas. Seria preciso? Penso que sim, apesar de saber que nunca se fotografou tanto no mundo como atualmente. Toda a gente fotografa, com ou sem arte, com ou sem sensibilidade. Com máquinas de alto preço e de elevada categoria técnica ou com simples telemóveis, alguns bastante sofisticados.
A fotografia serve para guardar recordações, para contar histórias em imagens, para registar momentos expressivos das nossas vidas e comunidades. Mas ainda para cada um fixar e guardar o seu modo muito pessoal de apreciar o que o rodeia. E dos milhares ou milhões de pessoas que fotografam presentemente nos quatro cantos do globo há sempre quem sobressaia pela oportunidade do registo, pelo ângulo da captação e escolha do enquadramento, pela sensibilidade do pormenor.

Nota: Mensagem  reeditada.

Deliciem-se com Catrin Ana Finch


Catrin Ana Finch é uma harpista, arranjadora e compositora galesa. 

Grupo Foot-Ballista Ilhavense

Efeméride – Futebol em 1894

Realizou-se na Gândara da Oliveirinha do Vouga um desafio de futebol entre o Ginásio Aveirense e o Grupo Foot-Ballista Ilhavense: assistiram as filarmónicas da Vista Alegre, Ilhavense, Aveirense e Amizade, que abrilhantaram o jogo (Campeão das Províncias, 19-8-1894; Almanaque Desportivo do Distrito de Aveiro, 1950 , pg. 50) – J.

In Calendário Histórico de Aveiro
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

NOTA: Este registo merecia umas buscas pelos arquivos. Grupo Foot-Ballista Ilhavense existiu e haverá por aí gente que saiba muito da história desta clube. Diz a nota que assistiram ao jogo quatro bandas de música para animar a festa. Do público não se diz nada. Seriam apenas os músicos? 
Quem souber e quiser partilhar pode fazê-lo. Há espaço no meu blogue para algumas informações. 

Procurei o Verão


Procurei o Verão, mas ainda o não topei em plenitude.

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Samos, Caras e Línguas - Um livro para todas as cozinhas



O nosso país, em geral, e a nossa região, em especial, sentiram a falta do Festival do Bacalhau, que teria estado em curso por esta altura, mais dia, menos dia, com milhares de pessoas a saborearem parte das mil maneiras de preparar o fiel amigo, entre outras iguarias, com música e divertimentos, no Jardim Oudinot. A pandemia ditou as suas leis, mas no próximo ano talvez seja possível dar volta à questão, para regalo de todos os gastrónomos.
Este ano, o Município de Ílhavo, para manter viva a chama do entusiasmo que o festival ateou, editou um livro – Samos, Caras e Línguas - A Gastronomia do Festival do Bacalhau – que merece um lugar de destaque nas cozinhas de toda a gente. É que, estando bem à vista, ninguém deixará de sentir curiosidade para ler e levar à prática, ao menos de vez em quando, algumas receitas nele apresentadas.
Na contracapa lê-se que «os samos, as caras e as línguas fazem parte das trinta e oito receitas que podem ser confecionadas em qualquer cozinha, nesta viagem pelos sabores que carregam a história de muitos, a história de todos nós».

Receita da Confraria Gastronómica do Bacalhau






Nota: Outras receitas se seguirão, ao ritmo possível, dando tempo para que sejam confecionadas e saboreadas. 

Gafanha da Nazaré - Prior Sardo


Ler mais sobre o Prior Sardo 

terça-feira, 17 de agosto de 2021

É um quase nada

 Editorial da diretora d'O Ilhavense

Maria Helena Malaquias 

É muito comum hoje o gosto pelas viagens. Viajar é uma forma de rompermos com a rotina do quotidiano, de conhecermos e experimentarmos novas culturas. Também viajamos para nos conhecermos a nós próprios e compararmos a nossa posição com o resto do mundo. Viajar é conhecermos outras tradições, é enriquecer os nossos horizontes. Viajar é um exercício de tolerância, paciência, audácia, perspicácia e, sobretudo, de compreensão do que existe para além de nós.
E por tudo isto e também porque o melhor sítio para mais rapidamente encontrarmos os testemunhos, as invocações das civilizações, a história, a arte e as vivências que procuramos conhecer, no nosso roteiro de viagem não falta nunca a convocatória para a visita a museus.
Isto é assim. Isto é uma constante de quem sai da sua terra para enriquecer o olhar e o sentir.

NINA - Meiga e serena companheira

 

Pode parecer estranho que venha já com a Nina, em jeito de treino para reiniciar o meu blogue, mas faço-o com a consciência de que há animais domésticos que são serenos companheiros no dia a dia. É óbvio que as pessoas são a mola real da vida de cada um de nós. Mas temos de convir que imensas vezes nos deliciamos com animais como a nossa Nina. Não perturba quem está, não se zanga com ninguém, não barafusta seja com quem for. É  limpa e asseada, meiga e serena companheira. Ali está num lugar que ela já conquistou para dormir as suas sonecas. E desta vez. olhou-me de frente e penso que ficou feliz por me ver. Depois, deu meia-volta e passou a nova soneca.

Costa Nova - Os postes e fios estragam as fotografias

 

A Costa Nova é, realmente, um recanto turístico da nossa região. No Verão, sobretudo, os turistas chegam de todos os lados do nosso país e de outros países. O mar e a ria, com as suas magias, são uma delícia para todos, mas as casas às riscas merecem um destaque especial. Não há turista, ou simples passante, que não guarde como recordação umas bonitas fotos nos telemóveis. E eu não fugi à regra. Uma sugestão, porém, quero aqui deixar: Não seria possível eliminar os postes com fios para tudo entre o casario? É que estragam mesmo  as fotografias!

De regresso

1. Depois de uma semana de férias a nível das redes sociais, estou de volta espicaçado pelas saudades de sentir o palpitar da vida. É bom estar ativo, falar e ouvir, escrever e receber mensagens, apreciar e partilhar imagens, concordar e discordar de opiniões. No fundo, sentir-me partícipe da caminhada dos homens e mulheres deste nosso tempo;

2. Refleti sobre o que tenho feito e sobre a forma de melhorar o que devo fazer. Pensei a forma de facilitar a comunicação, tornando-a mais acessível e direta porque não há tempo para tudo. Veremos de consigo;

3. No meu blogue Pela Positiva, reduzi as Etiquetas apenas a nomes de pessoas das quais colhi algo de interessante e positivo, tarefa que ainda está em curso. As mais de 100 mil entradas no mês de Julho exigem-me mais atenção;

4. Aceito, obviamente, sugestões. Saúdo com fraterna amizade todos os meus amigos e leitores.

Fernando Martins

Etiquetas

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