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segunda-feira, 12 de julho de 2021

A nossa gente: Manuel Cravo Júnior



Mausoléu da família
Manuel Cravo Júnior nasceu na Gafanha, a 15 de junho de 1891. Filho de Francisco Cravo e Maria Rosa Rocha, lavradores.
Manuel Cravo Júnior era um comerciante com uma loja estabelecida na Chave (Gafanha da Nazaré), onde vendia adubos. Era também proprietário de diversas marinhas de sal na zona de Setúbal e de diversos terrenos na Costa Nova e na Praia da Barra, onde foram construídos dois bairros de habitação, o Bairro Popular, na Barra e o Bairro do Cravo.
A 3 de fevereiro de 1913 contraiu matrimónio com Maria da Conceição Conde. Deste enlace, sabemos que nasceu Carlos da Rocha Cravo, futuro comerciante da Gafanha da Nazaré.
Manuel Cravo Júnior ficou igualmente muito conhecido entre os ilhavenses por ser, nos anos de 1934 a 1937, arrematante dos impostos indiretos das rendas do vinho, bebidas alcoólicas e da lenha.
Mas que o significava ser arrematante dos impostos indiretos? Neste período, o poder municipal colocava à venda anualmente os impostos que deveria receber. Os arrematantes pagavam numa única parcela e adiantado o valor destes impostos, cabendo ao arrematante durante o ano cobrar às populações o valor devido em imposto.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

A Nossa Gente: Licínio Amador

Licínio Amador (foto do meu arquivo)
Neste mês de outubro, em que se comemora o Dia Mundial do Professor e o 15.º aniversário da ampliação e remodelação do Museu Marítimo de Ílhavo, dedicamos a rubrica “a nossa gente” a Licínio Ferreira Amador, professor aposentado e um curioso por certos episódios da História de Portugal e da temática marítima. 
Licínio Amador nasceu na freguesia de S. Salvador, em Ílhavo. Depois da Instrução Primária, ingressou na Escola Comercial, Secção Preparatória para o Instituto Comercial, atual Escola Secundária Dr. Mário Sacramento, em Aveiro. Seguiram-se mais dois anos letivos, desta vez no Liceu José Estêvão, igualmente em Aveiro, que lhe deram equivalência para concorrer ao ensino superior. 
Em 1975, ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que frequentou com o estatuto de trabalhador-estudante, pois durante a sua vida académica sempre deu o seu contributo à atividade comercial da família.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

A Nossa Gente: Leonardo Marques

Leonardo Marques
Neste mês de julho, em que a Câmara Municipal de Ílhavo promove a segunda edição do Marolas, uma iniciativa feita para e por jovens, dedicamos “a nossa gente” a Leonardo Marques. 
Natural de Ílhavo, Leonardo nasceu a 29 de setembro de 1995, revelando-se curioso desde muito cedo e com um feitio muito peculiar, como o próprio diz “muito próximo do dramático”. Estudou na Escola Primária da Légua e, mais tarde, frequentou a Escola Básica José Ferreira Pinto Basto, tendo tido sempre o seu horário preenchido com atividades extracurriculares, entre as quais natação, escutismo, ginástica e aulas de teatro. 
A paixão pela representação é intrínseca à sua personalidade: desde peças de teatro com apenas três anos, quando ainda frequentava o pré-escolar, ao clube de teatro no terceiro ciclo, aquando da sua entrada no GRAL - Grupo Recreativo Amigos da Légua, com a direção de Zé Mário Catão, e onde se divertiu a encarnar várias personagens, desta vez com a importância de ter um guião escrito. 
Tudo seguia um caminho normal, as suas boas notas pareciam antever um futuro certo, sem surpresas, mas o destino não o decidiu assim. No início de 2010 e, com apenas catorze anos, a sua vida mudou quando, depois do seu primeiro casting, foi escolhido para se juntar a um dos elencos mais acarinhados pelos jovens em Portugal. Nesse ano, Leonardo iniciava o seu grande sonho e os “Morangos com Açúcar” foram o primeiro tijolo na sua edificação. Mudou-se para Lisboa e começou a gravar a sua série preferida. Foram meses de grande alegria e, mesmo com uma agenda carregada, não sentia o cansaço, sendo mesmo distinguido como um dos melhores alunos do ano. Depois disto, seguiram-se dois telefilmes RTP e TVI. Iniciou um projeto de videoclips com David Carreira, finalizando-o com o concerto “Don’t stop the party”, no Coliseu dos Recreios. 

terça-feira, 5 de abril de 2016

A nossa gente — Diogo Lourenço



Neste mês de abril, em que se assinala do Dia Mundial do Livro (dia 23) e em que se realiza a Cerimónia da entrega dos prémios do XV Concurso Literário Jovem (dia 22), promovido pela Câmara Municipal de Ílhavo, dedicamos a rubrica “a nossa gente” a Diogo Lourenço, um jovem de 16 anos que começou já a dar os seus passos no mundo da escrita. 
Nascido a 16 de julho de 1999, Diogo Lourenço vive na Gafanha da Nazaré, onde se encontra a frequentar o Curso Profissional de Receção (11.º ano) na Escola Secundária e joga basquetebol há cinco anos no G.D. Gafanha. 
O gosto pela escrita sempre existiu, intensificando-se após um desgosto amoroso. Foi quando viveu esse período “menos bom” da sua vida, que se apercebeu de quão magnífica a escrita podia ser. A vontade de se exprimir de outra forma para além da verbal levou-o a refugiar-se na escrita. Começou a redigir textos pessoais e, mais tarde, após o incentivo de algumas pessoas, decidiu criar o seu blogue, iniciando aquilo que chama de “Viagem de volta à felicidade”. 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

A nossa gente — Delmar Conde

Delmar Conde no seu estaleiro
Neste mês de fevereiro, em que o Fórum Náutico do Município de Ílhavo promove o 2.º Congresso Náutico – Embarque para o conhecimento (no dia 27, no Museu Marítimo de Ílhavo), dedicamos a rubrica “a nossa gente” ao construtor naval Delmar Conde.
Nascido a 26 de outubro de 1955 na Gafanha do Carmo, Delmar Conde reside e exerce a sua atividade profissional há cerca de 30 anos na Gafanha da Encarnação, sempre norteado pela sua paixão pela água, pela Ria e pelo mar.
O gosto pela vela surgiu desde os seis anos, tendo-se iniciado numa bateira à vela, que já na altura aparelhava “à sua maneira”. 
Entre 1974 e 1986 foi emigrante na Alemanha, onde não se sentia realizado. Aos 26 anos decidiu regressar ao país, já com ideias de trabalhar naquela que é a sua paixão. 
Delmar Conde admite que, na altura, foi um grande risco começar a trabalhar na construção náutica recreativa à vela, visto que tratava-se de uma área dominada pelos barcos a motor.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

A nossa gente: Padre Carlos Alberto

Padre Carlos Alberto 


Neste mês de dezembro, em que se celebra mais uma quadra natalícia, caracterizada pelo espírito de festa, família e comunhão de pessoas, dedicamos a rubrica “a nossa gente” ao Padre Carlos Alberto Pereira de Sousa.
Nascido a 28 de março de 1960, na aldeia de Vila Seca, freguesia de Rocas do Vouga, Sever do Vouga, o Padre Carlos Alberto, como é conhecido, veio viver para a Gafanha da Nazaré com apenas oito anos de idade. Aqui continuou os seus estudos na Escola Primária da Cale da Vila e, mais tarde, em Aveiro, na Escola Secundária n.º 1, atual Escola Secundária Mário Sacramento.
Quando veio viver para a Gafanha da Nazaré, deixou de frequentar a catequese. Ia à Missa apenas para acompanhar a sua mãe, uma mulher muito religiosa e devota de N.ª Sr.ª de Fátima. A ideia de vir a ser Padre só lhe ocorreu mais tarde.
A “Páscoa Jovem”, organizada pelo Padre António Maria Borges, e a Reza do Terço a N.ª Sr.ª de Fátima, todos os dias dos meses de maio e outubro, marcaram profundamente o seu percurso na fé. Num certo dia, quando esperava pelo autocarro para regressar
a casa, foi abordado por um jovem que perguntou se queria pertencer a um grupo de jovens. Aceitou o convite, julgando tratar-se de algo idêntico à “Páscoa Jovem”, mas era um grupo de Schoenstatt. Foi assim que, com 17 anos de idade, conheceu o movimento de Schoenstatt, envolvendo-se, de alma e coração, em vários projetos: a catequese, o Grupo de Jovens da Paróquia, a Juventude Masculina de Schoenstatt e o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré que ajudou a fundar.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A Nossa Gente


Com a vida agitada que levamos, nem sempre damos conta de pessoas que ao nosso lado se entregam, de formas muito variadas, à comunidade a que pertencem, pessoalmente ou nas instituições. 
Tanto quanto me é possível, vou dando nota de pessoas e organizações que, não se fechando em si mesmas, oferecem  contributos preciosos para o desenvolvimento do nosso viver em comum.
Permitam-me que vos encaminhe por aqui e aqui. Boas leituras sobre excelentes exemplos para todos seguirmos, cada um a seu modo.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

A nossa Gente: João Resende


João Resende



Neste mês de maio, em que a Câmara Municipal de Ílhavo promove a Feira da Saúde, dedicamos a rubrica “a nossa gente” a João Resende, médico e ex-delegado de Saúde de Ílhavo, atualmente reformado.
Nascido a 6 de Novembro de 1944, João Resende vive, desde sempre, em Ílhavo, onde iniciou estudos na Escola de Cimo de Vila. Anos mais tarde prosseguiu para o Liceu de Aveiro, ingressando, depois, na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, onde, em 1980, completou a formação em Medicina, com a especialização em Saúde Pública. 
Ainda durante os estudos foi chamado à tropa, tendo-se tornado professor, após esse período. Ao longo da sua carreira, deu aulas de saúde pública, ciências e educação física, em várias escolas: no Ciclo Preparatório e na Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes, no Magistério Primário e no ISCIA (Instituto Superior de Ciências da Informação e Administração). 
Durante 23 anos, entre 1985 e 2008, foi delegado de saúde de Ílhavo, tendo colaborado com a Câmara Municipal de Ílhavo. Foi médico no Centro de Saúde de Ílhavo, no Hospital Distrital de Aveiro e em três empresas (onde ainda exerce): a Teka, a Heliflex e a Torbel. 
Durante cerca de 16 anos, João Resende foi médico da equipa B e da equipa sub21 da seleção nacional de futebol, com quem foi aos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Ao longo de mais de uma década, foi médico do Beira Mar, bem como de vários clubes ilhavenses, como o Illiabum Clube e A.C.D. “Os Ílhavos”, com colaborações pontuais no Grupo Desportivo da Gafanha e no NEGE. No Illiabum Clube desempenhou quase todas as funções, inclusive jogador de basquetebol, tendo sido campeão nacional pela equipa principal, na época de 1963-1964.
A nível associativo, foi presidente do Illiabum Clube e dos Ílhavos, bem como presidente da Assembleia Geral dos dois clubes, da A.R.C. Chio Pó-Pó e dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo (função que ainda desempenha). Também como médico, colaborou com quase todas as Instituições Particulares de Solidariedade Social de Ílhavo, como o CASCI (onde chegou a pertencer à direção) e o Lar de S. José. 
João Resende demonstrou sempre muita iniciativa, tendo sido uns dos médicos fundadores do CAT (Centro de Apoio a Toxicodependentes) de Aveiro, onde trabalhou durante 15 anos. Foi, ainda, sócio fundador e primeiro presidente do Rotary Club de Ílhavo e foi um dos sócios-fundadores dos Amigos do Museu de Ílhavo. 
A nível político, foi candidato independente a presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, nas eleições de 1983, tornando-se vereador, após essas eleições. Foi, também, candidato pelo Partido Socialista a presidente da Assembleia Municipal. 
Atualmente com 70 anos, reformado desde 2008, continua a ser presidente da Assembleia Geral dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo, é médico de três empresas, e encontra-se em recuperação física, após uma amputação de um membro inferior, na sequência de uma infeção agravada pela diabetes. “Há doenças que se não forem descobertas e tratadas atempadamente, nem os médicos escapam”, alerta João Resende.

Fonte: Agenda "Viver em..." de maio, da CMI

NOTA: Os restos mortais de João Resende vão hoje a enterrar em Ílhavo, sua terra natal. O seu historial, como médico e como cidadão, rico e variado, diz bem do seu empenhado envolvimento na nossa sociedade, e mesmo para além dela, tal a natureza da sua participação em prol do povo a que pertence e a que se deu de corpo e alma. Homem afável e compreensível, irradiava simpatias e facilmente criava amizades, nomeadamente, entre os diversos quadrantes da nossa vida politica local. Todos, tanto quanto me apercebi, o estimavam, também pela sua faceta de homem bom, atento, disponível e solidário.
Estou certo de que Deus já o tem no seu regaço maternal.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

À conversa com Manuel Amândio Soares dos Santos




A arte não escolhe idade 
nem condição social


A arte não escolhe idade nem condição social. Brota espontaneamente quando sente que é chegada a hora de se manifestar ou quando encontra ambiente para desabrochar. Foi precisamente isso que constatámos na visita que fizemos um dia destes ao nosso conterrâneo Manuel Amândio Soares dos Santos, 80 anos, reformado há 15, três filhas e três netas, com a esposa, Maria Aldina Nunes Estanqueiro, de 77 anos, acamada e cega, a exigir cuidados permanentes. 
Nas horas vagas, «quando a ideia ajuda», esculpe peças decorativas, usando cimento branco, rede de arame e ferro, que vai encontrando e às vezes, «com a pressa de acabar a obra», comprando.
Estranhou a nossa visita e curiosidade, pela pessoa humilde que é, sem nunca ter feito qualquer exame da instrução primária, por preferir trabalhar, apesar de ter por mestre o professor Carlos, que na altura lecionava numa escola no lugar onde hoje está o Lar Nossa Senhora da Nazaré.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

A nossa gente: Os ílhavos na Grande Guerra



Neste mês de abril, em que se celebra o Feriado Municipal de Ílhavo, cujo programa integra a inauguração da Exposição “Os Ílhavos na Grande Guerra”, dedicamos a rubrica “a nossa gente” aos Ilhavenses que combateram na I Guerra Mundial.«
Há cem anos atrás, o mundo estava em Guerra. Uma guerra sem precedentes até então: a “Guerra das Guerras”.
Desde finais do século XIX o mundo vivia numa grande euforia, Belle Epóque, fruto do progresso económico e tecnológico que então se verificava. Esta aparente prosperidade escondia fortes tensões e rivalidades entre as grandes potências mundiais, que exploravam os países pobres.
A luta pelos mercados e matérias-primas; a má distribuição de território africano e asiático na ótica da Alemanha e da Itália; a perda da Alsácia-Lorena para a Alemanha, por parte da França, na Guerra Franco-Prussiana; o investimento em tecnologia de guerra e o estabelecimento de alianças e acordos entre países dividiu o mundo em duas partes. Por um lado, a Tríplice Aliança, constituída pelos Impérios Alemão, Austro-Húngaro e Turco Otomano e, inicialmente, pela Itália. Por outro lado, a Tríplice Entente, constituída pela Inglaterra, França, Império Russo e, posteriormente, pela Itália e Estados Unidos da América, estiveram na origem deste acontecimento bélico mundial.
Não obstante as causas atrás referidas, foi o assassinato do Arquiduque Francisco Fernando e sua mulher em 28 de junho de 1914, em Sarajevo, Bósnia, que despoletou o conflito que se previa breve, mas que acabou por se estender durante anos, até 1918. 
O mundo esteve em guerra... 
Portugal não foi exceção... 
Ílhavo e os Ílhavos também estiveram... 
Foram 238 homens que deixaram as famílias e partiram no comprimento do seu dever patriótico. 
Esta homenagem é para Eles, Ílhavos, que combateram, morreram ou foram vítimas desta “Guerra das Guerras”.

Fonte: Agenda “Viver em …”, da CMI

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A nossa gente: António Cirino

ANGE 



Neste mês de fevereiro, em que se realiza o I Congresso Náutico – Embarque para o Conhecimento, dedicamos a rubrica a “nossa gente” ao dirigente associativo mais antigo na área do desporto náutico: António Cirino, Presidente da Direção da ANGE – Associação Náutica da Gafanha da Encarnação.
António Cirino nasceu a 25 de julho de 1946, na Gafanha da Encarnação, Município de Ílhavo. Estudou até à 4.ª Classe na Escola Primária Encarnação Sul e foi admitido na Escola Comercial de Aveiro, onde estudou até ao 4.º ano.
Entre 1964 e 1968, cumpriu o Serviço Militar na Marinha de Guerra, onde desde logo demonstrou uma grande apetência pelos desportos náuticos.
No final de 1968, com apenas 22 anos de idade, António Cirino emigrou para a França à procura de uma vida melhor. Viveu em Paris durante quinze anos, aliando o seu trabalho no ramo automóvel ao Associativismo. Para além de jogar futebol, foi Dirigente Associativo no Clube Saint Gracient.
Em 1983 regressou à Terra Natal, onde se instalou por conta própria com um negócio de reparação de automóveis (até 2001), a que se seguiu o trabalho de gestão no Estaleiro de Reparações Náuticas “Ponte Mar” (até 2012).

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

A nossa gente: Carlos Sarabando Bola

Carlos Sarabando


Neste mês de janeiro, em que se comemora o 2.º Aniversário do Fórum Municipal da Maior Idade, dedicamos a rubrica a “nossa gente” a Carlos Sarabando Bola, um Maior do nosso Município com uma vida de 75 anos verdadeiramente preenchida.
Carlos Sarabando nasceu a 20 de julho de 1939 na Gafanha da Nazaré. Oriundo de uma família numerosa, Carlos Sarabando concluiu o ensino básico e, com apenas dez anos foi trabalhar para uma marcenaria para ajudar os pais no sustento da família. Seguiu-se um trabalho nas obras, mas por pouco tempo.
Naquela altura, o sonho de Carlos Sarabando era ser mecânico. Em 1952, com apenas 13 anos de idade, foi trabalhar para a Metalomecânica, Lda., em Aveiro, desempenhando vários ofícios, desde a limpeza de peças vindas da fundição, até ao trabalho nos tornos mecânicos, como ajudante de torneiro. No início de 1954, Carlos Sarabando passou para o escritório da referida firma, onde iniciou a sua atividade de escriturário. Em agosto desse ano, foi transferido para a empresa de João Maria Vilarinho, onde ocupou a categoria de Chefe de Escritório estando ao serviço da empresa de pesca até 1980. 
Decidido a aprender ainda mais, Carlos Sarabando voltou aos estudos. Em 1956, já com 17 anos matriculou-se na Escola Comercial e Industrial de Aveiro e tirou o Curso Geral de Comércio. Em dezembro 1965 inscreveu-se como Técnico Oficial de Contas e exerceu a sua atividade em várias empresas da Região até 2012.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A NOSSA GENTE: MARIA TERESA REIGOTA



Neste mês de outubro, associado  ao arranque em força de mais um ano  letivo, dedicamos a rubrica “A Nossa  Gente” a Maria Teresa Reigota, que  fez do ensino e da educação a missão da sua vida.
Maria Teresa Filipe Reigota nasceu a 6 de janeiro de 1944, na Gafanha  da Nazaré, onde frequentou a Escola  Primária.
Em 1954, ingressou no Colégio  do Sagrado Coração de Maria, em  Aveiro, onde completou o 5.º ano dos  Liceus, atualmente 9.º ano. Seguiu-se,  em 1960, o exame de admissão ao  Magistério Primário, em Vila Real.  Foi admitida na Escola do Magistério  Primário, em Aveiro, que frequentou  durante dois anos até concluir o curso  de Professora. Em 1962, com apenas  18 anos de idade, começou a exercer na Escola Primária da Gafanha da  Encarnação. No ano letivo 1963/1964  lecionou em Ordonhe, Santa Maria  da Feira, e no ano letivo seguinte na  Presa, Aveiro, e em S. João de Loure,  Eixo.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A NOSSA GENTE: JOSÉ NUNO AMARO



Em setembro, mês de sol e de ar livre, dedicamos esta rúbrica a um empreendedor do nosso município, cujo projeto mais recente constitui uma criativa homenagem aos nossos pescadores e um incentivo a um estilo de vida mais saudável e amigo do ambiente. 
José Nuno Amaro, criativo, conhecido por Nuno Zamaro, é é um ex-profissional de Futebol (guarda redes), tendo representado equipas como o Gil Vicente, o Braga e o Beira-Mar. 
Com apenas 26 anos, e prestes a celebrar um contrato milionário com o Dundee United (Escócia) lesionou-se gravemente numa vértebra, o que o conduziu à mesa de operações, numa intervenção de alto risco que o poderia levar a ficar paraplégico. A intervenção correu bem (a primeira em que foi usada uma prótese de titânio), ditando contudo, de uma forma dramática e precoce, o fim da sua carreira.
Assim, já com as luvas descalçadas, com um filho para criar e com dificuldades financeiras, pois teve de suportar o custo da intervenção por incapacidade do clube, decidiu iniciar uma nova vida, ultrapassando com coragem e sucesso a angústia causada pelo fim de uma carreira promissora.
Cedo obteve sucesso empresarial através da IdeiaBiba, cuja primeira iniciativa, a Leva (Liga Escolar de Vagos), foi nomeada, ao lado de projetos de Edwin Moses, Ballesteros e Comaneci, para os Óscares da Academia Mundial do Desporto (Laureus).
Seguiram-se outros projetos emblemáticos, como as “Crianças na Lua” (o projecto português para crianças mais famoso internacionalmente) e o BUTE (vencedor do Prémio Nacional de  Mobilidade 2007). Foi também parceiro da Câmara Municipal de Ílhavo na iniciativa “Barra ProGuiness”, que colocou esta praia no livro dos recordes. 

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

JOANA SOEIRO NA ALTA-RODA DO BASQUETEBOL



É preciso acreditar inteiramente 
nos nossos próprios sonhos

Não é todos os dias que nos chega a notícia de uma atleta da nossa terra que salta para a alta-roda do desporto, precisamente nos EUA. Pois foi isso o que aconteceu, há umas semanas, quando nos alertaram para o facto de uma jovem gafanhoa, Joana Soeiro, ter ingressado numa universidade americana para estudar gestão e jogar basquetebol, nos campeonatos universitários.
Na entrevista que nos concedeu, para além de se mostrar realista quanto ao futuro, a nossa conterrânea sublinhou, com sentido de oportunidade, que «Sonhar todos sonham, fazer acontecer é mesmo só para quem acredita inteiramente nos seus próprios sonhos». Daqui lhe enviamos os nossos votos dos melhores êxitos pessoais, académicos e desportivos. Entrevista conduzida, via e-mail, por Fernando Martins.

Como surgiu em ti o gosto pelo desporto, em especial pelo basquetebol?
Comecei a gostar do basquetebol porque o meu irmão se inscreveu para jogar pelo Gafanha e eu como quis seguir as pegadas dele em tudo o que fazia, pedi à minha mãe para jogar basquetebol também.

Como foi o teu percurso de atleta até à tua partida para os EUA?
Felizmente, recordo muito mais os momentos positivos do que os negativos. O meu primeiro título, inesquecível, foi o campeonato distrital contra a ADSanjoanense, ao serviço do Gafanha, há anos atrás; depois, a integração nos CNTs (Centros Nacionais de Treino; um deles no Colégio de Calvão) e consequentes convocatórias à seleção nacional. A estes, junto as subidas e manutenções na divisão A nos campeonatos da Europa (três medalhas de bronze) e, claro, a minha primeira época na Liga Feminina, onde adquiri, a favor do Algés, todos os títulos possíveis à exceção da taça da federação.

Começaste, ao que suponho, no GDG. Foi neste clube que sonhaste chegar ao mais alto possível?
Sim. Tive a sorte de passar pelas mãos de grandes treinadores, incluindo os meus dois anos de centro de treino. Juntando isto ao empenho e dedicação, treino após treino, o sucesso foi chegando e a vontade de ir mais longe também.



sexta-feira, 18 de abril de 2014

A NOSSA GENTE: Baltasar Casqueira

Baltasar e esposa 

Com a 4.ª classe saltou para o mundo do trabalho

Baltasar Ramos Casqueira, 77 anos, casado com Madalena Caçoilo, cinco filhos e 12 netos, está reformado há bons anos. Começou cedo a luta pela vida. Aos 11 anos, concluída a 4.ª classe da então chamada instrução primária, entrou para os serviços de limpeza da EPA (Empresa de Pesca de Aveiro), durante o inverno, nos arrastões Santa Joana e Santa Princesa. No verão, a vida mudou de figura na marinha de sal de que o pai era marnoto. Trabalho difícil, como osso duro de roer, debaixo de sol escaldante e pisando a moira que lhe roía os pés. «Era a marinha Fornos, do proprietário José Vieira», disse. E assim andou, «durante seis safras», saltando depois para um dóri, como verde, aos 17 anos, para a pesca do bacalhau, no lugre Lousado, da praça de Alcochete. «Foi o meu irmão António que me levou», afirmou. «Pesquei no primeiro ano 226 quintais de bacalhau à tábua [era numa tábua que o oficial de bordo pousava a folha onde registava, por estimativa, o peixe pescado por cada pescador], tendo recebido 11 mil e 200 escudos, que trouxe escondidos nas meias, com medo dos carteiristas», afiançou o Baltasar.
Depois emigrou para os Estados Unidos, onde chegou a exercer o cargo de encarregado numa firma de obras de águas e saneamento. Como reformado, regressou às origens deixando lá os filhos e netos.
Homem dado ao trabalho desde sempre, sem tempo para ser menino e brincar, não sabe estar parado, «sem nada fazer». Reconhece que «não se pode parar na vida» e não é de seu feitio estar «sentado num qualquer banco de café ou jardim». E se já não consegue trabalhar na agricultura, por dificuldades físicas, já que foi operado a uma perna, gosta de se entreter a fazer aquilo de que gosta. Também deixou a pesca na ria. Mas nem por isso se sente diminuído e lá se vai ocupando com o artesanato, não para vender, mas pelo prazer de fazer. Quando o visitei, tenha acabado de pintar um navio em miniatura. «O resto virá a seguir», adiantou. 
Para os seus trabalhos, aproveita pedaços de madeira, restos de troncos, ramos ou raízes de árvores. A imaginação faz o resto. No meio da sala tem muitas cabaças de diversos tamanhos e feitios. Semeia-as, colhe-as, saca-lhes o miolo, pinta-as e usa a técnica do guardanapo. Apreciei búzios, pinhas de anel três e de retenida, usadas nos navios, vertedouros, garrafas e garrafões de vidro, revestidos de fios coloridos. Estes com a preciosa colaboração da esposa, a quem ele ensina a técnica que aprendeu ao longo da vida. 

Fernando Martins

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Chefe António Lau

A nossa gente

Neste mês de fevereiro, em que se realiza o Projeto “Coastwatch  Europe”, que tem por objetivo principal a defesa e o estudo da orla litoral, através da monitorização do estado de conservação da mesma, dedicamos a rubrica “a nossa gente” a António Lau, Chefe do único Agrupamento de Escuteiros Marítimos do Município de Ílhavo. 
Natural de Ílhavo, António Lau nasceu a 24 de agosto de 1962. Depois de residir cerca de três anos em Almada, regressou a Ílhavo, em 1969, ingressando pouco tempo depois na Alcateia do CNE - Agrupamento 189 de Ílhavo, como aspirante a Lobito. Em outubro desse mesmo ano, iniciou a 2.ª classe na Escola Primária n.º 2 da Senhora do Pranto que frequentou até concluir a 4.ª classe. Seguiu-se o Ensino Preparatório em Ílhavo e depois o Liceu Nacional de Aveiro (atual Escola Secundária José Estêvão) onde concluiu o Ano Propedêutico.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A nossa gente: Valdemar Aveiro



Neste mês de dezembro dedicamos a rubrica “a nossa gente” ao Capitão Valdemar Aveiro cuja coleção de fotografias, que deu origem à Exposição “Mares e Marés”, está patente no Museu Marítimo de Ílhavo, com entrada gratuita.
Valdemar Aveiro nasceu em Ílhavo, a 19 dezembro de 1934, no seio de uma família de pescadores.
Terminada a instrução primária, começou a trabalhar como aprendiz de barbeiro. Passados dez meses empregou-se numa oficina de serralharia e, mais tarde, na construção civil.
Em 1950, então com 15 anos, concorreu à Escola Profissional de Pesca em Lisboa, onde frequentou um curso de formação técnico profissional, ministrado aos futuros pescadores de dori. Durante o curso ganhou uma bolsa de estudo que lhe permitiria mais tarde tirar o Curso Geral dos Liceus e seguir depois para a Escola Náutica. Entretanto fez uma viagem à pesca do bacalhau, na condição de Moço, a bordo do lugre motor “Viriato”, da praça de Lisboa.


sexta-feira, 5 de abril de 2013

Um retrato bonito da Gafanha do Carmo:

A Cândida Pascoal, autora do texto que copiei do Facebook, presta desta forma uma bonita homenagem  à Gafanha do Carmo, terra que lhe está na alma. Gostei muito e daqui, por esta forma, saúdo todos os emigrantes que cultivam o amor à sua  terra-natal. 


Igreja matriz da Gafanha do Carmo

«A minha terra tem uma "Rua De Baixo". Tem um "Café Central" e uma " loja do Ti Larico" e o Talho do Ti Mário da Fátima . No Largo da Igreja há um jardim para as crianças brincarem nesse largo existe aos Domingos no fim da missa uns senhores a venderem fruta , ouro e lençóis . Tem varias pessoa que ainda fazem pão em casa . Flores amarelas de erva azeda em vez de ervas daninhas pelas bermas da estrada. Tem pessoas que dizem sempre "bom dia" a quem passa, mesmo que sejam desconhecidos , tem o Ti Tairoco sentado no seu banquinho , que nos chama de Cachopas 
Ao meio dia toca o Sino. Tem um campo da bola. Um Grupo União Desportivo. Tem um Centro Comunitário onde tomam conta dos nossos idosos , com jovens cheios de entusiamo , o mesmo entusiamo que teve o seu Fundador e a sua equipa . Tem um grupo de pessoas que, eles vestem umas capas vermelhas , elas uma blusa branca e uma saia preta e vão na procissão da festa e funerais .
Um carteiro que se entrega cartas deslocando-se numa Vespa . Tem uma mercearia que toda a gente achou que ia à falência com a abertura do shopping mais próximo mas que resiste porque vende o pão da padeira, frango churrasco ao Domingo e a Quinta, os legumes mais frescos vindos directamente dos fornecedores locais, sempre que lhe falta um cliente idoso mais que um dia na loja, vai tentar saber junto da família e vizinhos se está tudo bem. Teve vacas e ordenhas que fizeram muitas vezes parar o trânsito, às vezes. Tem Senhoras que moram ao pé do adro da Igreja e que vão a todos os funerais e velórios, mesmo que não conheçam os mortos. Tem um sino que se ouve, altaneiro, às onze da manhã de domingo. Tem vizinhos que se cumprimentam por "vizinhos" como se fosse um parentesco. Tem muita gente que não sabe o meu nome mas sabe de quem sou nora ou Cunhada. Tem a ida aos cricos e ao moliço. Tem gente que se conhece pelo nome próprio. 
Do mês de Junho ao mês de Agosto as casas enchem-se ,com gente, filha , prima , Cunhada, netos , de muitos TI Maria e de muitos Tí Maneis .
Tem um Presidente da Junta que pertence aos Escuteiros.

A minha terra tem vida lá dentro. E vocês conhecem esta terra ?;))

Cândida Pascoal»

quinta-feira, 4 de abril de 2013

A caminho de um século de vida


Diamantino Sarabando 
desfia recordações de trabalho duro 

Diamantino Sarabando


Diamantino da Rocha Sarabando é um ancião prestes a completar um século de vida. No dia 2 de Janeiro de 2014, se lá chegar, como nos garantiu, terá 100 anos. «Mas ainda falta muito!», disse-nos com um sorriso bem-humorado. E nessa altura seria justo que a família e a comunidade o ajudassem a comemorar tão feliz acontecimento, como decerto vai acontecer. 
Diamantino Sarabando fala com desenvoltura, intercalando a conversa com um ou outro trocadilho cheio de graça. Mas a sua grande dificuldade está bem patente na necessidade de usar «duas bengalas para se equilibrar melhor». Não sabe ler nem escrever, porque, enquanto menino, «não havia tempo nem escolas para isso». Porém, quando chegámos junto dele, com o ministro extraordinário da comunhão Alfredo Ferreira da Silva, tinha um folheto publicitário na mão, fixando nele os olhos, ao jeito de quem está a ler. Mas não estava: «Estava só a ver as figuras» — explicou-nos. 
Natural da Gafanha da Encarnação, desde pequeno embrenhou-se no trabalho da pesca, ao lado do pai, nas companhas da arte da xávega de S. Jacinto e da Costa Nova, que tinham seis juntas de bois a puxar em cada corda da rede. A princípio tinha de arrastar as cordas até aos bois e poucos anos depois já as atava e desatava. O salário diário era de cinco centavos. Não sabe ler nem escrever porque «não havia tempo nem comer; era preciso trabalhar, mas trabalhar bem» — esclareceu. 
Na sua juventude, as companhas eram batizadas pelos pescadores com nomes que só eles saberiam explicar. Recorda as companhas da Burra, Zana Trana, Landrona e Velhinhos, entre outras que a memória já não consegue trazer até ao presente.