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sábado, 26 de setembro de 2020

OS PRAZERES DA COMIDA E DO SEXO: “DIVINOS”

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Papa e Carlo Petrini


1. Quando se fala da Igreja e do sexo, entra-se numa história muito complexa e pouco edificante. 
Significativamente, não é com a Bíblia que há dificuldades. De facto, no Antigo Testamento, lê-se, logo no primeiro livro, o Génesis, que Deus criou também a sexualidade e viu que era boa. Do mesmo Antigo Testamento faz parte um dos livros mais belos a cantar o amor erótico: o Cântico dos Cânticos. 
Já no Novo Testamento, Jesus raramente se referiu ao sexo, aliás nunca por iniciativa própria, mas para responder a perguntas que lhe foram feitas a propósito do divórcio e para defender a mulher. 

2. Factor decisivo para o envenenamento da relação foi a gnose, a primeira grande heresia com que o cristianismo teve de confrontar-se e que, desgraçadamente, não terminou. Segundo a gnose ou gnosticismo, a salvação não se alcança pela fé, mas pelo conhecimento, que é secreto e, em última análise, acessível apenas aos iniciados. Elemento essencial desta doutrina é que o Deus do Antigo Testamento, que é o criador do mundo, não é o mesmo que o Pai de Jesus Cristo. Este mundo, que é o mundo material, procede de uma queda e é mau. Os membros desta heresia insistiam concretamente, na continuação do platonismo, num dualismo radical de alma e corpo, matéria e espírito, sendo o corpo apenas uma espécie de “contentor” da alma: necessário, mas sempre inferior e indesejável. 

domingo, 2 de junho de 2019

Um comunicado insólito mas oportuno



Vezes sem conta tenho verificado quanta comida é deixada nos pratos para acabar nos caixotes do lixo. Normalmente, como também tenho confirmado, trata-se de gente jovem que se abastece nos espaços de refeiçoar para afinal petiscar umas coisitas, deixando quase tudo no prato. A elegância e o direito a não engordar ditam as suas leis e a comidinha vai quase toda para o lixo. Poderão alegar  que é um direito que lhes assiste:  comer só o que lhes convém. 
Numa época em que a fome incomoda um milhão de portugueses, enquanto outro milhão está no limiar da pobreza, acho que devíamos pensar no que deitamos fora, procurando ser parcimoniosos no que tiramos para o prato, para evitar desperdícios ofensivos da pobreza que alastra pelo mundo e mesmo à nossa porta. 
Daí que louve a atitude do gerente do restaurante que procura, por aquela forma, educar os seus clientes.

F.M.