Mostrar mensagens com a etiqueta Moliceiro. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Moliceiro. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 21 de novembro de 2023

RIA DE AVEIRO - Trabalho e Recreio


Moliceiro com duas velas carregado de moliço e dois homens em plena laguna. Ao longe, barquinhos de recreio. A Ria sempre foi assim. Enquanto uns trabalham, suando por todos os poros, outros gozam o panorama dos ares frescos da maresia. 
Foto muito antiga que nos apresenta a realidade da vida, Nos tempos modernos, o moliço foi substituído por fertilizantes químicos, mas o recreio permanece muito semelhante.

domingo, 5 de julho de 2020

"ZÉ Rito" vence regata dos moliceiros


«Velas ao vento! Realizou-se, ontem, mais uma edição da Grande Regata de Moliceiros, que, ligando a Torreira a Aveiro, reforçou a promoção da identidade regional e do turismo com base na memória das tradicionais embarcações.
Com um tempo na ordem de uma hora e cinco minutos, o vencedor foi o moliceiro “Zé Rito”, do arrais José Maria Vieira. Em 2.º lugar ficou “Ferreira Nunes”, de António Nunes, e o último lugar do pódio foi ocupado por “O Conquistador”, de Domingos Cunha.
Assinale-se ainda o 4.º lugar de “Um Sonho”, embarcação de José Lopes, e o 5.º do moliceiro da Câmara Municipal da Murtosa, sob o comando do mestre Jorge Vieira. A competição de 2020 foi disputada por dez grandes embarcações e por duas pequenas, sendo que apenas um barco não conseguiu chegar ao destino.
O jovem [de 27 anos] Bruno Dias, da Glória, em Aveiro, participou pela primeira vez na regata, como tripulante do vencedor “Zé Rito”. “Sempre engracei com isto dos moliceiros”, salientando que aproveitou a oportunidade que lhe surgiu para comprar uma destas embarcações. É um apreciador do carácter tradicional destes barcos e projecta horas de muito lazer a navegar.»

Texto e foto do Diário de Aveiro

domingo, 18 de novembro de 2018

Um poema de Licínio Amador para este domingo



Licínio Amador
O moliceiro, o amante da ria

O moliceiro, o amante da ria,
Flutua leve, silencioso,
Rompendo a madrugada,
Rasgando o manto misterioso
Da neblina que o veste;
E com a ajuda do sol nascente
Aparece imponente à luz do dia.

Com a sua proa pintada,
A sua vela içada
Prenhe de vento, de maresia
Vai lavrando
As salsas águas da ria.

O moliceiro, o amante da ria,
Carrega no seu ventre
O húmus, a semente,
Que fecunda a terra
Terra que abraça a ria,
Rotunda de seiva, de alegria.

Corta as águas, ora calmo, gracioso,

Porque Eolo, no Olimpo, está alegre
Ora quase naufraga
Porque o deus está zangado, furioso.

E ria acima, ria abaixo
Ao som da concertina,
Espalha a cor, a alegria,
Ao levar os mancebos e as moçoilas,
A S. Paio em dia de romaria.

O moliceiro, o amante da ria,

Abraça-a nos seus braços esverdeados,
Trocando ósculos entusiasmados,
Que são as marolas da ria
Marulhando no casco do moliceiro.

Assim desliza o moliceiro
Pelas águas esverdeadas da ria
Ora lisas, ora ondeantes
Trocando juras de amor eterno
O moliceiro e a sua amante,
A ria!

Licínio Ferreira Amador

1.º Prémio de Poesia livre dos VII Jogos Florais da Câmara Municipal da Murtosa em 25/03/2006. Tema: O Moliceiro