sábado, 28 de maio de 2022

Um ensaio para o Verão

Forum-Aveiro

Feira do Livro

O Verão vem em Junho, mas hoje fizemos o ensaio de uma temperatura mais do que agradável. Tanto quanto fui informado,  as nossas praias proporcionaram um treino do que havemos de ter em breve a muitos amantes do ar quente com sabor a maresia. Tenho cá um palpite que não faltaram escaldões em alguns distraídos.
Hoje foi também dia da quarta dose da vacina contra a Covid-19. Deu para saudar amigos que não via há muito tempo. Todos com máscaras, mas há certos traços que nos dão avisos infalíveis. O peso dos anos e das vidas em muitos. Se calhar, alguns dirão de nós o mesmo.
Um saltinho a Aveiro para passar pela Feira do Livro, onde havemos de voltar, e pelo Forum para sentir o ambiente num dia como este. E dei uma olhada para abrir o apetite. Aveiro é, desde há muito, uma cidade que me atrai.

A arte do pescador figueirense

 
Já não vamos à Figueira da Foz há muito tempo. Eu sei que é tudo relativo e não será assim há tanto tempo. Esta foto surgiu-me agora nem sei porquê, mas conduziu-me à cidade a que me afeiçoei. E resolvi mover mundos e fundos para confirmar a arte do pescador figueirense. Será que ele ainda estará agarrado à rede?

O milagre do perdão

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Participei há anos no funeral gigantesco de um jovem padre francês. Na África do Sul. Tinha sido morto por engano na estrada, com a mira do roubo. Os pais não puderam estar presentes fisicamente. Fizeram-no do modo mais nobre e emocionante: o bispo leu àquela multidão o texto em que eles declaravam que perdoavam de coração aos assassinos.
No Evangelho, se há tema que volta sempre de novo é o do perdão. É preciso perdoar sempre. De coração. O próprio Jesus, do alto da cruz, perdoou aos seus algozes.
Mas o perdão é um milagre, como reconheceu o próprio filósofo J. Derrida, remetendo para a religião. Um milagre no sentido intenso da palavra. É algo de espantosamente admirável, porque transcende a lei da simples justiça. No âmbito da justiça pura, ninguém pode ser obrigado a perdoar e ninguém pode exigir o perdão. Perdoar é do domínio da generosidade, ser perdoado é da ordem da graça: ser perdoado é ser agraciado, receber uma graça. A justiça contabiliza. O perdão desfaz a lei do cálculo.

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Garante o Ressuscitado: Vós sereis minhas testemunhas

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo VII da Páscoa: 
Festa da Ascensão do Senhor


"A Ascensão de Jesus é garantia de presente e de futuro para toda a humanidade."

Esta garantia é um mandato de Jesus aos seus discípulos, outrora reunidos em Betânia, nos arredores de Jerusalém, agora dispersos por todo o mundo. Tem um fundo histórico, mas é sobretudo simbólico. Está datado com a subida ao Céu, mas perdura até ao fim dos tempos. Tem um itinerário definido para a sua implementação: da cidade capital às províncias, aos confins da terra. Envolve o passado que actualiza como memória e acontece, no presente, como missão que semeia o futuro e garante a sua plena realização, de forma definitiva, na eternidade feliz. Faz parte da mensagem final de Jesus e, segundo a narrativa de Lucas, são as suas últimas palavras. Que abrangência e amplitude! Que confiança e responsabilidade! Lc 24, 46-53.

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Um barco sereno

 

UM BARCO

Um barco divaga
sonolento
sob as ondas
redondas
do mar.

Um barco único,
minúsculo,
como uma estrelinha
brilhando
no imenso crepúsculo.

Um barco...
sem remos,
sem velas,
sem asas...

Um barco sereno,
como a brisa do mar.

Norberto Rosa


NOTAS:

1. Norberto Rosa enviou, há anos, alguns poemas para o TIMONEIRO. Por mais esforços que fizesse, nunca consegui falar com o Norberto, nem sei se o conheço. Sei que gostava da sua poesia e hoje lembrei-me de recorrer às Redes Sociais, numa tentativa, mais uma, de o identificar. Há tempos falei com João Caravana Rosa, mas ele não conhecia poetas na família. Não sei se publicou algum livro e se Norberto Rosa é nome ou pseudónimo. Vamos ver se desta feita tenho sorte. Norberto... apresenta-te, homem!
2. Seria um gafanhão ou enviava poemas copiados de algum livro?
3. Poema publicado no TIMONEIRO de Setembro - Outubro de 1980.

Aldeia caramulana

 
Na memória, tenho guardadas vivências que dificilmente esqueço. Ande por onde andar, preciso de as reviver. Dão-me prazer. Hoje, fui pelos caminhos da meditação silenciosa até esta aldeia caramulana, cujo nome se esvaiu.

FM

quarta-feira, 25 de maio de 2022

É na crise que se aflora o melhor de cada um

A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera-se a si mesmo sem ficar ‘superado’ (...) Sem crise não há desafios; sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um”

Albert Einsten

NOTA: De uma mensagem enviada pelo SNS

Verão — Vida nova

Com dias lindos já apetece

Com o verão a aproximar-se à velocidade dos nossos desejos, chegou a hora de nos adaptarmos ao estilo próprio de uma vida normal, depois das regras impiedosas do Covid-19, que paralisaram o mundo a todos os níveis. É certo que ainda está por fazer um balanço completo sobre as sequelas deixadas pela pandemia, que se espalhou pelo globo, incluindo a dos relacionamentos humanos.
Com o país vacinado, o uso das máscaras fica condicionado a certas circunstância, mas a prudência, sobretudo dos mais fragilizados, impõe cuidados, que o coronavírus ainda não deixou de fazer estragos, com o número dos infetados a crescer, sem, porém, conduzir à morte a maioria dos contagiados. E as novas vacinas ou as existentes atualizadas continuarão a ser o nosso salva-vidas.
A vida vai ser retomada na sua plenitude, ao que podemos supor, os convívios familiares ou outros voltam à luz do dia, os nossos parques de lazer retomarão o brilho para gáudio de todos, com a garantia de serem ao ar livre, e a alegria será a expressão da nossa felicidade, pese embora as imagens de uma guerra inesperada que está a provocar dramas inimagináveis há uns meses, despertando em muitos, por toda a Terra, o sentimento do acolhimento e da ajuda solidária.

FM

terça-feira, 24 de maio de 2022

Caldeira do Forte



Encontrada a fotografia, aqui a deixo para memória futura. O original, de papel, pode ser roído por um qualquer parasita, mas no blogue ficará enquanto as novas tecnologias o permitirem.

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Arbusto florido para abrir o dia

 


Passei pelo quintal para começar o dia. Um arbusto florido deu sinais de Primavera. E aqui partilho as suas flores com votos de otimismo. Sem flores e sem otimismo não haverá alegria de viver.
Boa semana para todos.

Libertar-se da vontade de dominar

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO

Apesar de grandes mudanças em muitos sectores da vida moderna, não se ataca o fosso entre ricos e miseráveis. Procura-se insistir na mentira de que é a meritocracia que faz os ricos e a preguiça faz os pobres, os pouco ambiciosos.

1. O encontro pacífico entre povos e culturas supõe um processo de libertação da vontade de dominar o outro. Procurar libertar-se do desejo de dominar é o bom caminho para o triunfo da fraternidade e da amizade social, em todas as situações.
Perante o fenómeno da globalização, o Papa João Paulo II, embora considerasse esse fenómeno irreversível, sublinhava que precisava de ser orientado na direcção da equidade e da solidariedade, para não se tornar um sistema de dominação e colonização.
O mito bíblico da Torre de Babel, ao contrário do que muitos dizem, representa o veemente protesto de Deus contra o extermínio da diversidade de línguas e culturas. Não suporta o totalitarismo de uma só língua, de uma só cultura [1]. A narrativa do Pentecostes, nos Actos dos Apóstolos, diz algo de extraordinário: nenhum povo precisava de negar a sua originalidade cultural, a sua própria língua, para entender a voz do Espírito. A graça divina não nega a natureza. É a sua cura e sublimação.

domingo, 22 de maio de 2022

Amola-tesouras passaram de moda?

Amola-tesouras

Há bons anos, nem sei há quantos, os amola-tesouras, que também reparavam guarda-chuvas e tigelas, desapareceram das nossas ruas. Afiavam as tesouras e facas, reparavam tigelas e travessas com agrafes e voltavam às ruas, anunciando os seus serviços com uma gaita que passavam pelos beiços, soprando.
E deixaram de aparecer pela simples razão de que agora o que se estraga vai para o lixo. E os amola-tesouras mudaram de vida. 
Também havia os capadores que usavam a mesma gaita. Com uma navalha bem afiada, faziam o serviço, com rapidez e eficiência, e desinfetavam os golpes certeiros com petróleo ou vinagre. Não consta que tenha morrido alguma animal por isso. Era, realmente, uma barbaridade. Hoje, os veterinários fazem esses trabalhos com dignidade. 

Nota: Venho com esta estória porque encontrei a foto nos meus arquivos.

AVEIRO: Ordenação dos Primeiros Diáconos Permanente

Sé de Aveiro: 22 de Maio de 1988


Joaquim Simões
Afonso Henriques
Completam-se hoje 34 anos sobre a ordenação dos primeiros Diáconos Permanentes, na Sé de Aveiro, em cerimónia presidida por D. António Marcelino, estando presente o Bispo Emérito, D. Manuel de Almeida Trindade. Foram eles José Joaquim Pedroso Simões, da Gafanha da Nazaré; Daniel Rodrigues, da Glória; João Afonso do Casal, da Glória; Manuel Fernando da Rocha Martins, da Gafanha da Nazaré; Luís Gonçalves Nunes Pelicano, da Palhaça; Fernando Reis Duarte de Almeida, de Óis da Ribeira; Afonso Henriques Campos Oliveira, de Recardães; Augusto Manuel Gomes Semedo, de Águeda; e Carlos Merendeiro da Rocha, da Gafanha da Nazaré. Destes, já partiram para o seio maternal de Deus Daniel Rodrigues, João Afonso do Casal, Fernando Reis Duarte de Almeida, Augusto Manuel Gomes Semedo e Carlos Merendeiro da Rocha.
Fernando Martins
Luís Pelicano
Posteriormente, foram ordenados outros que se dedicaram, cada um a sei jeito, à missão de servir a Igreja Católica no mundo complexo dos homens e mulheres do nosso tempo, sem regatearem esforços, sob a capa de Deus que nos recomendou, pelo exemplo e pela palavra de seu filho, Jesus Cristo, o mandamento novo: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.
Saúdo os colegas do meu grupo (Joaquim Simões, Afonso Henriques e Luís Pelicano) pela persistência da sua doação ao serviço diaconal, em prol das comunidades em que estão inseridos. Mas também me quero dirigir a todos os outros diáconos permanente da nossa Diocese e suas famílias, com um abraço fraterno e votos de muita saúde e paz. Que as bênçãos de Deus nos tornem mais fortes nas missões em que fomos investidos, são os meus votos.

Fernando Martins, 
Diácono Permanente

Nota: A ilustração foi lavra do saudoso Jeremias Bandarra

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