sábado, 5 de maio de 2007

DIA MUNDIAL DO CORAÇÃO

VAMOS TODOS MELHORAR
OS NOSSOS CORAÇÕES?
A este dia, associamos logo a ideia de cuidar do nosso coração, com uma alimentação sadia e um estilo de vida adequado, isto é, sem stresse, sem ansiedades, sem emoções fortes. Raramente lhe associamos a ideia de um coração bondoso, sensível aos sofrimentos dos que nos rodeiam, aberto à solidariedade e à cooperação, disponível para a alegria da partilha. Pois é isso que eu hoje e aqui quero lembrar, se é que queremos construir um mundo de paz e de harmonia, onde cada ser humano seja amado e considerado, mas também livre para viver o belo, o bem e a bondade, rumo a uma sociedade justa e fraterna. Precisamos, no tempo que nos é dado viver e para além dele, de corações que cultivem a compaixão pelos que sofrem, de corações atentos aos marginalizados, de corações sensíveis aos outros, em especial aos desiguais, aos que não comungam dos nossos ideais, aos que experimentam outros valores, aos que se sentem sós. Vamos todos, neste dia e sempre, melhorar os nossos corações?

Ares da Primavera


FAROL COM O SEU SORTILÉGIO
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Desde a infância que o farol me seduz. Há nele um não sei quê que me atrai e me faz voar à cadência da sua luz que alarga horizontes a perder de vista. O sortilégio que dele se desprende, em dias de bruma ou de sol radioso, como o de hoje, vem da sua altura e do seu domínio, que se estende por toda a laguna aveirense. Mesmo de serras mais ou menos longínquas, ele pode ser visto, tornando-se para o viajante um desafio constante.
Por tudo isso, não resisto a fotografá-lo quando com ele me cruzo, quase todos os dias.

A nossa gente

Filho de peixe sabe nadar





MESTRE ADELINO PALÃO


Lá diz o povo que “filho de peixe sabe nadar”… Este provérbio aplica-se bem à vida do Mestre Adelino Palão, a quem dedicamos neste mês de Maio a rubrica “A Nossa Gente”, motivadas pelas comemorações do Dia do Pescador (31 de Maio). Neto do grande Arrais Palão e filho de Adelino Vieira (também conhecido por Adelino Palão), homem que passou a sua vida no mar, vinte e sete anos na pesca do Bacalhau à linha e dezassete como Mestre de traineira, o nosso Mestre Adelino Palão herdou naturalmente o gosto pela vida marinheira.
O mais novo de quatro irmãos e o único barão, acompanhava por isso sempre o pai nas viagens ao Mar. Aos seis anos já tinha corrido toda a costa portuguesa. Tal era o gosto, que algumas vezes, fugindo às aulas, se escondia a bordo da traineira, aparecendo só quando o barco estava ao largo, conta, com um largo sorriso de alegria que a sua primeira paixão foi o Mar.
Aos 23 anos comprou o seu primeiro barco, “Jessica”, e foi assim que, com mais dois sócios, pescou amêijoa, robalos, pregados, linguados e todo o peixe que a nossa costa oferecia. Conta Mestre Adelino que levou alguns sustos nessa época, fruto do fulgor da idade e das afrontas que muitas vezes fazia ao Mar, que teimava em não respeitar. Mas lá se foram entendendo e aprendeu não só a respeitá-lo mas a amá-lo e a admirá-lo… e a “Jessica” deu origem a outro barco, “Jesus nas Oliveiras”. Passados dois anos, com a morte inesperada de seu pai, viu-se pela primeira vez a trabalhar sozinho, mas, à custa de muito sacrifício, o velho deu origem ao novo “Jesus nas Oliveiras”. Este foi, para Mestre Adelino, a realização de um sonho – ter um barco novo neste percurso de pesca.
Desde os 21 anos que Mestre Adelino gere o seu negócio, começando por empregar 14 pessoas. Actualmente são já 23, apesar de todas as intempéries que têm caído sobre a pesca e sobre todos que dela vivem. “Os maus momentos só são superados pela grande estabilidade e amor de uma família e de uma esposa dedicada que nos acolhe, acarinha e renova forças para todos os dias voltarmos a enfrentar o dia-a-dia com determinação e coragem”, partilha Mestre Adelino em jeito de desabafo.
O barco do Mestre Adelino Palão percorre toda a costa portuguesa, desde Viana a Portimão, passando pela Povoa do Varzim, Matosinhos, Aveiro, Figueira da Foz, Nazaré, Peniche, Sesimbra e Sines, pescando sardinha, a prata do mar, e arrecadando imensas histórias para contar.
O mar tem sido para Mestre Adelino o tempero que lhe dá força e tenacidade. Só assim se justifica ter conseguido resistir às mudanças a que este país tem assistido no sector da pesca, e ser ele o único pescador de traineira no Porto de Aveiro (nesta Terra que o viu nascer), acostado em regra no Porto de Pesca Costeira localizado na Gafanha da Nazaré.

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Fonte: "Viver em", da CMI

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Ares da Primavera


GAIVOTAS À ESPERA DO VERÃO
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Na tranquilidade de uma praia deserta, ali ao perto, as gaivotes resolveram parar por uns momentos. Tenho a certeza de que estavam a pensar no Verão que aí vem e que tarda, já que a Primavera não quer dar-nos um ar da sua graça. Ora chove e faz frio, ora cai um nevoeiro impiedoso, ora somos fustigados por ventos agrestes. Por isso é que eu acho que o Verão é que vai ser bom. Já cá devia estar, há muito, que saudades do bem tempo todos temos.

Questões culturais

SOMOS O QUE SOMOS…
Somos o que somos… A cultura é só para alguns. Eduardo Prado Coelho diz hoje, na sua coluna, O Fio do Horizonte, que “o espaço dedicado aos problemas culturais tem-se vindo a restringir não só na comunicação social como nas várias instâncias em que a cultura costumava ser tratada”. É um facto, pese embora a publicação de algumas páginas e suplementos nos vários órgãos de comunicação social. O mesmo se diga em relação a contributos de vários departamentos estatais e instituições privadas, nomeadamente as religiosas. Importa, no entanto, fazer muito mais, porque a cultura está na base de uma sociedade mais livre. Mais uma notícia sintomática desta triste realidade veio hoje no PÚBLICO. Plácido Domingo cantou na quarta-feira, 2 de Maio, em Lisboa, no Pavilhão Atlântico, com a casa a dois quintos da sua lotação. Uma tristeza. Se ali viesse cantar um qualquer artista pimba, estou em crer que o pavilhão rebentaria pelas costuras. Assim, apenas lá estiveram alguns dos seus admiradores. Como é que poderemos reagir a isto? Confesso que não sei. Só sei que há a este nível um défice cultural do nosso povo, que ainda não é capaz de apreciar a arte sublime de um artista de renome internacional, como é Plácido Domingo. Somos, de facto, o que somos…

Festas de Santa Joana e do Município

Para ver e ler melhor, clique no cartaz


NOTA: "FÉ E RAZÃO: AS ASAS DA LIBERDADE" vai ser o tema da conferência que D. António Francisco, Bispo de Aveiro, vai proferir no próximo dia 10 de Maio, pelas 21 horas, na Biblioteca Municipal, com entrada livre. Esta iniciativa da Comissão Diocesana da Cultura conta com o apoio da Irmandade de Santa Joana e da Câmara Municipal de Aveiro e insere-se nas Festas de Santa Joana e do Município, que têm o seu ponto alto no dia 12 de Maio. A pertinência do tema é indiscutível, numa altura em que tantos se questionam sobre o que é, verdadeiramente, a liberdade e quais os seus limites. No dia 6, pelas 15.30 horas, no mesmo local será inaugurada uma exposição que tem por assunto "LIBERDADE: UM DESAFIO AOS JOVENS".

POBREZA

Comissão quer lançar amplo debate
sobre este problema na sociedade portuguesa


CNJP apela à erradicação da pobreza


“Por um desenvolvimento global e solidário - um compromisso de cidadania” é o tema que dá o mote para a reflexão com que a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) quer envolver toda a sociedade numa ampla discussão sobre a erradicação da pobreza em Portugal e no mundo.
A Conferência Nacional 2007 está marcada para os dias 25 e 26 de Maio, no Colégio São João de Brito, em Lisboa.
Manuela Silva, presidente da CNJP, destaca a escolha do tema “não só pela sua acutilância, mas pelo desejo de fazer desta conferência o passo em frente para a conscientização da erradicação da pobreza”.
Este é um passo que “apenas com uma parceria alargada, com a presença e compromisso das várias entidades, será concretizável”. O espectro de convidados é amplo. Organismos eclesiais da Igreja católica e de outras confissões religiosas, entidades civis, políticas, de Estado, organizações sindicatos e patronais e instituições de solidariedade sem fins lucrativos, “porque manifestamos o desejo de chegar a todos”.
Confirmada está já a presença do Subdirector da Unesco, Pierre Sané, que assume a conferência inicial, na sessão de abertura na Sexta-feira, dia 25. Participam também, nesse dia, Rui Vilar, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian, “que focará os aspectos culturais desta problemática” e José Silva Lopes, Presidente do Conselho de Administração do Montepio Geral, “que se vai centrar nos aspectos económicos”.
A CNJP organiza também dois eventos no âmbito da Conferência. A preceder o início dos trabalhos vai decorrer, na tarde de sexta-feira, um fórum de jovens com o manifesto objectivo de “os sensibilizar para esta problemática através de metodologias activas e apropriadas a idades mais jovens”.
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Fonte: Ecclesia

Exposição na Galeria Morgados da Pedricosa

Júlio Pires expõe
"Mensagem... Fernando Pessoa"
“Mensagem… Fernando Pessoa” é o título da exposição de pintura que está patente ao público na Galeria Morgados da Pedricosa, junto ao Museu de Aveiro, da autoria do artista ilhavense Júlio Pires. Esta é uma iniciativa promovida pela AveiroArte – Círculo Experimental dos Artistas Plásticos de Aveiro, em parceria com a Câmara Municipal de Aveiro e com o apoio da “OpArt – Emolduramento e Espaço de Arte”, da Gafanha da Nazaré. Júlio Pires nasceu em Ílhavo, no ano de 1964, tendo desempenhado funções de pintor na fábrica de porcelanas da Vista Alegre. Em 2007, o artista assinala vinte anos de actividade artística. Até ao momento, realizou 29 exposições individuais e participou em 32 exposições colectivas, realizadas em Portugal, Espanha, Estados Unidos da América e Venezuela.

Um artigo de D. António Marcelino


SOCIEDADE SEM VALORES,
UM POVO QUE ADORMECE


A mãe mata o filho que traz no seu seio e o Estado ajuda? É uma mulher livre.
A mãe entrega o filho que não pode criar a alguém que o acolhe com amor e desvelo? É uma mulher desnaturada. Pode-se matar, mas não dar…
Põem-se todos os dias, em grande plano, frente aos olhos das crianças, todas as porcarias e até a venda de bebés, como aconteceu, recentemente, numa telenovela portuguesa? Estamos numa sociedade livre.
Descobre-se na Internet uma rede propagandeada de venda de crianças, a nível europeu e que também actua em Portugal? Logo os grandes do direito vêm a terreiro e ameaçam com os castigos da justiça, e as vestes dos bem pensantes rasgam-se a proclamar que “Isto não é possível!”
Há autarcas a criar programas locais para favorecer a natalidade e fixar os casais jovens nas suas terras? Aplaudem-se as iniciativas. Cada dia nos centros de planeamento familiar, até nas sedes de concelho onde se luta por mais gente, se ensina a não procriar e se calam os métodos que estimulam e ajudam a crescer? E a isto chama-se favorecer a boa informação que as boas mães precisam e as jovens adolescentes não dispensam, porque o sexo deve ser seguro.
Encontram-se crianças desnutridas, que vão cada manhã para a escola sem terem comido nada e só fazem alguma coisa por elas os que lá dentro, atentos às situações e a sofrer por isso, procuram modos de ajudar? São as famílias que não se sabem governar nem educar,
Continuam por aí crianças, como todos sabemos, sem alguém que as acolha quando a escola fecha? Oficialmente diz-se que isto não é verdade. Entretanto, ignoram-se e destroem-se instituições que foram criadas e equipadas para ir ao encontro das famílias, que não podem estar para as acolher os filhos às horas oficiais…
Vê-se, a cada passo, a corrosão interior progressiva de filhos pequenos por via do divórcio irreflectido de muitos pais? Estamos num país evoluído evoluído. Assim, os senhores legisladores e governantes, muitos deles também divorciados, continuam, impunemente, a fazer e a regulamentar as leis, não favorecendo, antes pelo contrário, nem a justiça, nem a dignidade da família, nem a consistência do casal e do agregado familiar, hipotecando, deste modo, o presente e o futuro do país.
Aparece agora para os países da UE, a partir de uma Directiva do Parlamento, uma proposta traduzida equacionada pelo binómio “Europa e Mercado”. Toda a concepção da vida em sociedade está vazada em resultados materiais. As instituições intermédias, que já contam cada vez menos, deixarão de contar, dando-se, assim, passos largos para a desumanização das pessoas e das relações sociais. A antropologia, com bases filosóficas e exigências de ética, é coisa de somenos importância, e as pessoas concretas são empecilhos para quem tem nas mãos os cordelinhos do comando, que não são, nem nunca foram, as pessoas que conhecemos e dão o rosto e o nome para serem meros executores…
Por cá, tudo isto vai entrando, com a normalidade silenciosa que não acorda nem espevita, porque não faltam ideólogos que sabem adormecer o povo e não têm outro sentido de vida que o materialismo do “mercado” e do “prestígio”.
Até quando? Até que o povo, famílias, instituições, grupos organizados e com princípios, o queiram. Não é o povo quem mais ordena? Sim, se estiver acordado e afirmar a sua dignidade.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Santuário de Fátima

Pormenor da entrada principal
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Igreja da Santíssima Trindade
em fase de acabamento



A publicação "Fátima Missionária" apresenta um destaque on-line sobre a nova igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, no qual se revelam alguns pormenores do novo edifício, com nove mil lugares sentados. Fica a saber-se, por exemplo, que o altar da nova igreja fica em linha recta em relação ao altar do Recinto do Santuário de Fátima, local onde é celebrada a Eucaristia.
Os responsáveis do Santuário adiantam que a obra está a "seguir o ritmo certo" e que ficará concluída mesmo a tempo de poder ser inaugurada a 13 de Outubro de 2007, por ocasião do 90.º aniversário das Aparições de Nossa Senhora aos videntes.
O Santuário de Fátima já seleccionou a proposta do artista Robert Schad, de França, para executar a obra "Cruz Alta", a instalar no exterior da igreja da Santíssima Trindade. Esta substituirá a que se encontrava lá e que foi retirada ainda antes do início das obras, encontrando-se deteriorada. Trata-se de uma peça de 34 metros de altura ao nível do solo e cerca de 17 metros de largura transversal.
Ainda quanto a iconografia, no interior da nova igreja, o Santuário de Fátima assinou contratos com três artistas internacionais, na sequência do concurso. Pedro Calapez, português, fará o painel superior da entrada principal da Igreja da Santíssima Trindade. Esta entrada é dedicada aos mistérios do Rosário.
Maria Loizidou, de Nicosia (Chipre) fará a escultura do pórtico de entrada. Catherine Green, da Irlanda, encarrega-se do crucifixo interior da Igreja da Santíssima Trindade, uma cruz de bronze com a figura de Cristo.

Fonte: Ecclesia

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

OS JORNALISTAS HONESTOS
APENAS QUEREM
UMA SOCIEDADE MAIS FRATERNA
Ao pensar no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que hoje se comemo-ra, sinto que ainda temos muito que caminhar nessa linha. Há imensa gente que gosta de aproveitar, com regularidade, a imprensa em geral, nas suas mais variadas facetas, mas quando é chamada a colaborar, não está para aí virada. Depois, contudo, sabe criticar a falta de objectividade que alguma imprensa patenteia. Como jornalista, senti na pele essa dificuldade, mesmo em sectores que deviam pautar a sua conduta por uma colaboração atenta e oportuna. Refiro-me, por exemplo, a responsáveis de Igrejas, onde encontrei alguns avessos à comunicação social, e frequentemente desconfiados face aos jornalistas. Estavam normalmente de pé atrás, remetendo as suas respostas às questões levantadas para depois, e fugindo, inúmeras vezes, a entrevistas, alegando que os profissionais deturpavam tudo. È verdade que há jornalistas um tanto ou quanto desfasados da linguagem e temas religiosos, mas também é correcto pensar que da parte das Igrejas, cristãs ou outras, não tem havido um espírito de abertura aos media, compatível com as exigências do nosso tempo, muito embora a grande maioria dos jornais regionais do País seja de expressão católica. Vivemos na era da comunicação social, com meios cada vez mais sofisticados, mas nem sempre os utilizamos como forma extraordinária de estar no mundo. Exige-se, pois, de cada um, a cooperação atenta e responsável, a colaboração aberta e solidária, no sentido de levar às pessoas a informação e a formação o mais completas possível, porque uma sociedade mais informada e mais formada é, sem sombra de dúvida, uma sociedade mais livre, mais democrática, mais justa. Os jornalistas, quando sentem que há alguém disponível para ajudar, que há fontes responsáveis e credíveis, até se dispõem mais a dar voz a quem não a tem, mais vez a quem nunca é ouvido. Urge, portanto, erradicar a desconfiança em relação aos jornalistas honestos, acreditando que eles, no fundo, apenas querem contribuir para uma sociedade mais fraterna.

Aveiro em festa

12 de Maio, Dia de Santa Joana e Dia do Município


FESTA PARA TODOS OS AVEIRENSES


De 5 a 20 de Maio, será comemorado o Dia do Município – 12 de Maio, através da realização de inúmeras actividades culturais, lúdicas e desportivas dirigidas a todos os tipos de público. De destacar os vários concertos musicais, as provas desportivas na Ria de Aveiro, as várias exposições patentes nas galerias, os ateliers e oficinas para as crianças, a caminhada para os idosos e, em especial, a sessão solene de entrega das Distinções Honoríficas.
Os objectivos desta iniciativa são dinamizar as freguesias através das suas associações; dar resposta às necessidades culturais sentidas pela população; rentabilizar os recursos naturais; fomentar a participação da população e a interacção entre as diversas instituições; descentralizar a cultura; dar a conhecer e desenvolver o gosto pelas diversas formas de expressão artística; ajudar a desenvolver o sentido crítico, artístico e criativo das populações; sensibilizar a apetência da população para as diversas actividades culturais; e, envolver e sensibilizar grande parte da população e das associações para as actividades de animação apresentadas
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Fonte: "Site" da CMA
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Banco Alimentar recolhe alimentos

São os pequenos gestos que fazem os grandes heróis




BANCO ALIMENTAR EM CAMPANHA
DE RECOLHA DE ALIMENTOS
NO PRÓXIMO FIM-DE-SEMANA



Os Bancos Alimentares Contra a Fome voltam a recolher alimentos no fim-de-semana de 5 e 6 de Maio em 813 estabelecimentos comerciais localizados nas zonas de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, Aveiro, Abrantes, S. Miguel, Setúbal, Cova da Beira, Leiria-Fátima, Oeste, Algarve e Portalegre.
A campanha deste fim-de-semana constituirá uma nova oportunidade para os portugueses evidenciarem a sua habitual postura solidária com as pessoas mais desfavorecidas da sua região. Esse é, aliás, precisamente o sentido do anúncio relativo desta campanha de recolha de produtos alimentares: "Com a coragem e a bravura de muitos heróis, o Banco Alimentar consegue fazer chegar alimentos a milhares de pessoas durante o ano inteiro. Por mais simples que seja a sua contribuição, sempre fez, faz e fará a maior diferença. Continue a ser o herói de muitos milhares de pessoas carenciadas".
A campanha deste fim-de-semana decorre nos moldes tradicionais: voluntários dos Bancos Alimentares Contra a Fome, devidamente identificados, solicitam a participação à entrada de cada um dos estabelecimentos comerciais. Para participar nesta campanha basta aceitar um saco de plástico do Banco Alimentar e nele colocar bens alimentares para partilhar com quem mais precisa. São privilegiados os produtos não perecíveis, tais como leite, conservas, azeite, açúcar, farinha, bolachas, massas, óleo, etc.
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Leia mais em Banco Alimentar

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Um artigo de Joaquim Franco, na Sic online


OS BONS E OS MAUS



Multiplicam-se neste tempo experiên-cias e propostas de religiosidade, como procuras insaciáveis de um transcendente inexplorado e inatin-gível. A transversalidade tecnológica acentua ilusões de proximidade e alimenta vazios.
Ao “info-excluído”, junta-se o que se agarra às novas tecnologias na esperança de preencher espaços exclusivos para a “presença”. Como se fosse possível subverter os códigos inerentes à própria existência humana, vocacionada para o “encontro”.
Neste cenário de profundos equívocos, de duvidosas “certezas” e “verdades” relativas, constroem-se medos e fobias sociais. Estamos na espiral da incompreensão, também na dimensão religiosa da vida.
As novas linguagens de relação entroncam na lógica da linguagem mediática e criam novas percepções. O “eu” relacional resvala por valores efémeros e desagua no abismo fundamentalista, um terreno pantanoso que, apesar de tudo, tem contornos palpáveis e balizas “seguras”.
A resposta do radicalismo islâmico ao tempo ocidental, reduziu o mundo á dicotomia infantil. Os “bons” contra os “maus”. E a reacção dos líderes ocidentais á resposta destes radicalismos escreve-se com os mesmos valores. Num raciocínio “a preto e branco” que reforça o patamar dos estereótipos mais básicos para reconstruir campos de leitura.
A diversidade, ampliada pela mediatização, transformou-se, em alguns círculos de influência, numa perigosa ameaça ao “status” religioso.
Não surpreende, portanto, que alguns novos pregadores – como novos profetas de desgraça - insistam na ideia de uma sociedade “inimiga”. Uma “coisa” indefinida - que todos representa e ninguém responsabiliza –“culpada” pelos males intoleráveis e pelos fantasmas que atormentam… da sangria de juventude nas igrejas ao relativismo na vivência religiosa.
Com discursos simplista e balofos, agarram-se à “norma” com pulso inflexível, “diabolizam” e vitimizam-se facilmente. Usam a vertigem do desconhecido - a incompreensão - para oferecer falsas alternativas, congregando sob a capa de um certo revivalismo - seja ritualista ou estrutural -, num regresso ao “gueto” religioso que garante a segurança imediata, mas atenta contra a dignidade.
Mesmo a navegação “contracorrente” - seja por instinto ou por teimosia - implica um conhecimento dos mares navegados ou por navegar, sob o risco de um naufrágio absoluto.

Ares da Primavera


PRIMAVERA NA VAGUEIRA
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O mar da Vagueira, no concelho de Vagos, estava um pouco agitado, nada de acordo com a Primavera. Nem por isso deixou de ser belo, com as ondas a espumar o desejo de ver mais gente por ali. Lá para o Verão, os já nos fins-de-semana de Sol a brilhar, estou em crer que não hão-de faltar veraneantes, daqueles que não passam sem o cheiro a maresia e sem uma saborosa caldeirada de enguias. A Vagueira, que é terra das nossas gentes, bem merece uma visita. Na Primavera ou em qualquer outras época do ano.

Concurso de fotografia

Entrega de trabalhos até 2 de Novembro


"A BARRA DE AVEIRO E O PORTO DE AVEIRO"


A Comissão das Comemorações do Bicentenário da abertura da Barra de Aveiro promove um Concurso de Fotografia aberto a todos os fotógrafos profissionais e amadores.
O Tema do Concurso é "A Barra de Aveiro e o Porto de Aveiro", em todas as suas vertentes, e tem carácter nacional, podendo ser apresentadas fotografias a cores ou a preto e branco.
2 de Novembro de 2007 é a data limite para a entrega dos trabalhos.
A Comissão Organizadora conta expor, em sala e na web, as fotos premiadas, podendo alargar ainda o leque das fotos expostas a trabalhos que, não tendo sido premiados, justifiquem a sua integração nas exposições previstas.
O conjunto dos prémios totaliza 2500 euros.

Um artigo de António Rego


O ABORTO
COMO PRETEXTO



Que tipo de deserto atravessamos? Uma faixa intermédia entre a crise e a esperança? Uma tempestade avassaladora com dunas intransponíveis, nuvens opacas, planícies abrasadoras? Que terra vem a seguir, que refúgios se avizinham, que oásis se vislumbram? Que sombra ou que sol nos virá visitar?
Há quem pense que não estamos em nenhuma crise. O discurso da crise - dizem - é duma potestade espiritual e religiosa ressentida com a perda de influência na vida social, cultural e política, ou resultante dos discursos gastos sobre a fé e a moral. Pelo contrário – acrescentam - o mundo está melhor que nunca, autónomo, livre, liberto enfim, dos moralistas que nada entendem do que está a nascer de novo. O laicismo é o triunfo sobre todos os obscurantismos que durante milénios assolaram a história, deixando rastos de traumas e depressões oriundas de leis estreitas e cruéis. A crise é uma invenção dos perdedores desta batalha.
Por estas e por outras palavras vamos ouvindo um pouco de tudo isto. E sentindo que estes pressupostos, ainda que não ditos deste modo, vão gerando um novo discurso social e cultural. No nosso caso concreto, tendo como pólos a Igreja Católica e a moderna sociedade laica. Possivelmente o Referendo sobre o aborto foi uma fronteira de referência deste novo credo. Que é, antes de tudo, ambíguo e interesseiro. Pertence a um grupo estreito que grita em diferentes megafones mas não representa, como se faz crer, a comunidade, a história e a alma do povo a que pertencemos. O Referendo sobre o aborto, com todos os equívocos com que foi lançado (e continuado nos despachos sinuosos da Presidência da República e nos malabarismos retorcidos do Governo) não é, possivelmente, sintoma da viragem que se alardeia na comunidade portuguesa. Mas é um acontecimento que merece reflexão serena, sem traumas nem conclusões aceleradas.
O debate dos jornalistas com D. Manuel Clemente e D. Carlos Azevedo, no lançamento do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais, sobre este e outros temas, pode ajudar a melhor estabelecer a relação Igreja-Mundo, no terreno concreto que pisamos. Onde todos temos a aprender com o ontem e com o hoje.

terça-feira, 1 de maio de 2007

Citação

"Teoricamente, todos gostaríamos que o mundo fosse justo. Na prática, ninguém protesta se ele for injusto a nosso favor"
Rui Tavares,
no PÚBLICO de hoje

Dia do Trabalhador


Igreja de Nossa Senhora dos Campos

PRIMEIRO DE MAIO, JORNADA DE FESTA

Celebra-se hoje o Dia do Trabalhador, que é, também, o Dia de S. José Operário. Se o Dia do Trabalhador continua a ser festa e encontro de muitos trabalhadores, já o Dia de S. José Operário começa a ficar de lado. Estou convencido de que muitos, no meio da alegria dos festejos próprio do 1º de Maio, se esquecerão do patrono dos trabalhadores, que é S. José, lembrado, no entanto, pela Igreja Católica. E seria bom que os trabalhadores não se esquecessem do mais famoso carpinteiro da história, ou não tivesse sido ele o pai adoptivo de Jesus Cristo.
Não importará, neste dia, voltar a falar das lutas travadas há muitas décadas pelos trabalhadores, quando reivindicavam melhores condições de trabalho e horários justos. Importa, isso sim, apoiar quantos, ainda hoje, não têm ambientes de trabalho justos, dignos e, por isso, humanizados.
Não sou dos que dizem que os sindicatos não fazem falta. Eles são, como os partidos políticos, alavancas fundamentais da democracia. Daí que todos os trabalhadores deviam esforçar-se para se filiarem nos sindicatos e para aí terem voz activa, na defesa dos seus direitos.
Eu sei, como toda a gente sabe, que algumas vezes os sindicatos são cegos face à realidade económica do País, reivindicando o impossível. Mas também é verdade que noutras tantas vezes, se não fossem as campanhas sindicais, a injustiça seria muito maior e muito mais flagrante. Aí, os trabalhadores deviam ter uma palavra a dizer, participando, concretamente, nos plenários sindicais, e não deixando, como muitos fazem, que as chefias se deixem levar por pressões partidárias.
O princípio da separação entre sindicatos e partidos políticos seria o ideal, mas como isso é muito difícil, então só há uma resposta a essa realidade, que tem de passar, inevitavelmente, pela militância sindical dos trabalhadores, na defesa de organizações sindicais independentes, numa sociedade democrática.
Hoje, a festa estende-se a todo o mundo livre. Também em Portugal não faltam manifestações de alegria, com convívios por todo o lado. Aqui na região, o encontro mais importante será na Colónia Agrícola da Gafanha. Trabalhadores de todo o lado começaram a concentrar-se ontem ao fim da tarde, no largo central, marcado pela presença da igreja de Nossa Senhora dos Campos. A festa, logo mais, depois do almoço, por ali improvisado, será rija. Se quiser ver como é, passe por lá.
Bom 1º de Maio para todos os trabalhadores, que somos nós todos, de uma forma ou doutra.

Fernando Martins

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Área social descurada pela Igreja?

Trabalho levado a cabo nos vários âmbitos da pastoral serve como ponto de partida para a análise da sociedade



DIOCESE QUER CONHECER
REALIDADE SOCIAL
DE AVEIRO



A pastoral social é uma das mais vastas áreas que a Igreja se dedica. Uma das mais vastas, mas talvez uma das mais descuradas, segundo o Padre João Gonçalves Vigário Geral da Pastoral, em Aveiro.
Esta diocese vai dedicar-se a um levantamento da sua realidade social, a que promete dedicar-se no próximo ano pastoral. Por entendimento do Bispo diocesano, D. António Francisco dos Santos, que dedica uma atenção especial a esta área, foi criada uma vigararia, que tem como finalidade a promoção, desenvolvimento, ajuda e formação de todas as pessoas que estão ligadas à pastoral social.
É uma área, que nesta diocese, engloba cinco campos de acção: a solidariedade presente nas Instituições da Solidariedade Social, a mobilidade humana e as migrações, a saúde, o voluntariado e as prisões. Cada uma apresenta grandes diferenças e problemas específicos. A pastoral social de uma forma geral nas dioceses “não é prioritária”, afirma o Padre João Gonçalves. A evangelização, a liturgia, são as grandes áreas, “a parte social necessita de um maior arranque”, um impulso que a Encíclica Deus Caritas Est pode trazer, uma vez que sublinha o “fundamento do amor e a caridade organizada” como essencial para os cristãos.
A área “mais descurada”, é apontada como a pastoral prisional, que não conta com uma organização paroquial como acontece nas outras áreas. A prevenção da criminalidade, a atenção à família dos reclusos, a reinserção social são pontos que, o também coordenador nacional da pastoral prisional, aponta como alvo de um maior trabalho “não apenas na diocese de Aveiro, mas em todas no geral”.
Sobre estas questões debruçou-se o XIX Encontro Diocesano de Grupos Cáritas Paroquiais, que contou com o contributo do Padre João Gonçalves e a sua reflexão sobre a “Missão/Papel dos Grupos Cáritas Paroquiais na Pastoral Social”.
A Caritas é uma instituição que na diocese de Aveiro ganha terreno a nível paroquial, não sendo a única, claramente. “Manifesta uma atenção próxima às famílias”, mas há muito a fazer “com respostas organizadas e adequadas”, especialmente com as novas formas de pobreza que surgem.
Problemas de alimentação, de roupas “inclusivamente roupas de camas”, o alcoolismo, a toxicodependência, as famílias desestruturadas, o desemprego, “são áreas que nos preocupam pois são situações algumas emergentes e a sua maioria urgentes”, sublinha o vigário geral da Pastoral, que precisam de uma atenção permanente, individualizada, inclusivamente para os próprios agentes “que precisam de formação”. Algumas destas respostas podem ser dadas a nível paroquial, “e estão já a ser dadas”.
Aveiro investe num retrato social a ser realizado durante o próximo ano pastoral. “Há um trabalho que vamos fazer”, com maior profundidade, com objectivo de “conhecendo melhor a diocese, dar melhor formação aos grupos e às paróquias”.
Criar nas pessoas uma mentalidade de rede e de parcerias é a chave para um trabalho eficaz, assim como a formação a dar quer a “quem faz caridade como aos que trabalham em solidariedade”, ligados a paróquias, hospitais, dirigentes das IPSS, e de voluntariado.
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Fonte: Ecclesia
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Foto do meu arquivo - Padre João Gonçalves

Dia Nacional do Associativismo

NÃO PODEMOS SER UMA ILHA
Hoje, 30 de Abril, é o Dia Nacional do Associativismo. Porquê celebrar este dia? Pela simples razão de que temos de lutar contra a ideia de vivermos como se fôssemos uma ilha. E é isso que muitos de nós somos: ilhas sem qualquer ligação ao mundo, próximo ou mais alargado. O homem é, por natureza, um ser solidário e social. Não pode nem deve viver apenas para si. Tem de experimentar, no dia-a-dia, o prazer de estar com os outros, partilhando emoções e sensações, ideias e projectos, alegrias e tristezas. Tem de se associar com todos os que quiserem trabalhar na comunidade e para a comunidade, na certeza de que a união faz a força. Tem de apoiar associações e outras instituições, na esperança de que o contributo de todos e de cada um, em ligação com mundo agora mais global, possa tornar a humanidade mais fraterna e mais solidária. Em qualquer canto do País há associações, as mais diversas, capazes de nos ajudarem na integração e na partilha, mas também na valorização das nossas capacidades. Ninguém é tão pobre que não tenha nada para dar, nem tão rico que não tenha nada para receber. É na partilha que nos transformamos em gente mais capaz de dar e de receber. E nas associações, por norma, há sempre alguém que nos abre portas para sermos mais felizes com os outros. Sozinhos, fechados, é que não iremos a lado nenhum.

CALDEIRA DO FORTE DA BARRA
:
Desde menino que convivi com a Caldeira do Forte da Barra, a mesma que o Ângelo Ribau me ofereceu um dia destes. Hoje, tudo isto está transformado ou em vias de transformação. O progresso é fundamental à vida das regiões e das pessoas. Não sou dos que protestam contra tudo e contra todos, pelo facto de nem sempre se preservarem as nossas memórias. A vida é assim. Porém, as novas tecnologias permitem-nos tornar presente o que outrora nos encantou. E se olharmos bem à nossa volta, verificaremos que coisas bonitas, que já desapareceram, acabaram por dar lugar a outras. Será este o caso?

Escola de Música Gafanhense



JOVENS NÃO FALTAM
NA ESCOLA DE MÚSICA GAFANHENSE



A região de Ílhavo, como outras por aqui à volta, está cheia de instituições para todos os gostos e necessidades. Desde culturais e desportivas até de solidariedade social e religiosas. Umas mais conhecidas do que outras, mas todas apostando na valorização das pessoas, sejam elas jovens ou mais idosas.
No sábado passado participei, como sócio, que o sou há 25 anos, na festa das Bodas de Prata da Escola de Música Gafanhense, uma instituição que promove o ensino e a divulgação da arte musical.
Para além de tudo o que me foi dado ver, desde o empenhamento dos dirigentes à cooperação com outras instituições que comungam dos mesmos propósitos, nomeadamente a Filarmónica Gafanhense, onde nasceu a Escola de Música, quero realçar, hoje aqui, a participação da juventude. Vi, de facto, muitos jovens como executantes dos mais diversos instrumentos, alguns dos quais, pelo seu tamanho, só próprios de adultos. Mas os jovens, alguns ainda crianças, lá estavam todos compenetrados a dar o seu melhor nos concertos que ofereceram a convidados e à população em geral.
Presentemente, a Escola de Música Gafanhense tem 45 alunos, distribuídos pelas diversas classes actualmente existentes. E pretende, com eles e com os que quiserem aderir, continuar a ensinar música e a dinamizar uma orquestra ligeira, fundamentalmente para unir os jovens. E também para que os mesmos possam, mais tarde, representar a Escola e a Gafanha da Nazaré.
Os meus parabéns pelo trabalho desenvolvido durante estes 25 anos de vida, com votos de que prossigam com o ensino da música, que é, como todos sabem, a rainha das artes.

domingo, 29 de abril de 2007

FÓRUM::UNIVERSAL, NO CUFC

A NÃO PERDER - 2 de Maio

Para ver melhor, clique na foto


NOTA: Ouço, por aí, muitas pessoas a protestar contra tudo e contra todos, por pouco ou nada se fazer, segundo dizem, nas nossas comunidades, de âmbito cultural e formativo. Os que protestam, tenho-o constatado, não têm razão. Há muitas ofertas, a vários níveis, para a formação de todos. O que acontece é que muitos não olham para o lado, para depois seleccionarem e optarem pelo que há de melhor.
O tema proposto pelo CUFC - A fome que nos (pré) ocupa - é por demais interessante e merecedor de uma reflexão profunda. Mas as pessoas, novas ou velhas, as que se envolvem nestes assuntos, têm de participar, quando temas como este nos são oferecidos. Como é o caso. A entrada é livre.

Ares da Primavera

Recanto do Porto. Foto de Manuel Olívio

PRIMAVERA COM FLORES E ÁGUA
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A Primavera, tão conhecida pelo seu habitual clima ameno, casa bem, ao que julgo, com flores e água. A oferta de hoje, que veio do Porto, cidade a que estou bastante ligado, diz isso mesmo. O convite que aqui deixo vai na linha de aconselhar os meus amigos a descobrirem, por aí, onde quer que vivam ou por onde passem, esses sinais curiosos e bonitos da Primavera, que tem andado, este ano, um pouco menos amena. Depois, é só partilhar com os outros aquilo de que gostaram.

Um artigo de Anselmo Borges, no DN


OS OSSÁRIOS
DA FAMÍLIA DE JESUS


N o passado domingo, 15, em horário nobre, a televisão passou um longo documentário sobre uma descoberta de 1980, em Jerusalém. A partir de um túmulo com nomes fundamentais do Novo Testamento - Jesus, filho de José; Maria; José; Mariamne (Maria Madalena?); Judas, filho de Jesus; Mateus - pretendia-se que se poderia estar em presença dos ossários da família de Jesus.
O documentário era sedutor. Foi-se inclusivamente à análise do ADN. Mas quem estivesse atento não deixaria de constatar alçapões. A partir da análise do ADN, por exemplo, não podia concluir-se que Jesus e Maria Madalena tivessem sido marido e mulher. E não se percebe como é que uma família pobre, da Galileia, no norte, tinha um túmulo em Jerusalém, no sul.
É possível que alguns cristãos ficassem na perplexidade. Sobretudo por causa de pensarem que, se encontrassem os restos mortais de Jesus, ele não tinha ressuscitado nem subido aos céus. Então, o cristianismo afundava-se, sem salvação.Foi Kant que preveniu contra a menoridade religiosa culpada como a mais nefasta. A religião é do domínio do transracional, mas não pode ser irracional nem infantil.
Uma das questões do documentário tem a ver com as relações entre Jesus e Maria Madalena. É natural que as pessoas queiram saber, e a Igreja não pode ignorar o problema nem torná-lo tabu. Nada prova que tenha havido relações de marido e mulher. Mas não há dúvida de que Maria Madalena amava Jesus e de que Jesus a amava. Sobre o tema, o abbé Pierre, insuspeito, escreveu, pouco antes de morrer, que quer Jesus tenha satisfeito quer não o desejo sexual num amor partilhado, "isso nada muda ao essencial da fé cristã". O que se não pode é afirmar que Jesus é verdadeiramente homem e retirar-lhe a sexualidade.Quanto à outra questão, decisiva: é evidente que a ressurreição não consiste na reanimação do cadáver. Caso contrário, Jesus voltaria a morrer. Com a fé na ressurreição, o crente está a confessar que, na morte, Jesus não se afundou no nada, mas entrou na plenitude do mistério insondável de Deus. Como foi e é? Ninguém sabe.
À distância de 2000 anos, não imaginamos o que foi de abalo e desilusão para os discípulos a condenação de Jesus à morte, concretamente à morte de cruz, uma morte própria de escravos, não sendo de excluir que o cadáver tenha ido para uma vala comum. Foi lentamente que eles, reflectindo sobre tudo o que tinham vivido com Jesus, meditando sobre a sua mensagem - o seu núcleo é a experiência de que Deus é Amor -, sobre as Escrituras, sobre o modo como viveu e morreu, fizeram a experiência de fé de que o Deus que ele experienciara como Amor e Pai não podia tê-lo abandonado na morte. E foi tal a sua convicção que estiveram dispostos a dar a vida por essa fé.Anunciaram que o tinham "visto". Mas, quando se lê os Evangelhos, vê-se claramente que não se trata da reanimação do cadáver.
Nunca se diz, por exemplo, como foi a ressurreição nem se descreve, pois ela não é um facto da história empírica, que os historiadores examinam.
Maria Madalena, que nunca aceitou que Deus o deixasse cair no nada, porque o amor é mais forte do que a morte, quando o "viu", pensou que era o jardineiro; só quando foi chamada pelo nome é que o reconheceu - uma história de amor. Tomé diz que não acredita, se não vir a marca das feridas nas mãos e no lado; Jesus diz-lhe para meter a mão, mas não se diz que ele o tenha feito. Se se tratasse da reanimação do cadáver, quando Jesus caminhou com os discípulos de Emaús durante 12 quilómetros, todos deveriam tê-lo visto no caminho; mas só eles o reconheceram ao partir do pão.
O Principezinho diz que o mais importante é invisível aos olhos. É preciso ver com o coração. Na religião, não se pode utilizar a linguagem coisista. No domínio religioso, apela-se para o símbolo, para a poesia, para o amor. Aí, percebe-se que, mesmo que encontrassem os restos mortais de Jesus, a fé cristã não ficaria abalada. Pelo menos, a fé do crente reflexivo. Ninguém conhece as possibilidades presentes na matéria e em Deus.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 21



A VINHATEIRA
E O CERTOMA

Caríssima/o:

Hoje queria trazer aqui para a minha beira dois Amigos daqueles tempos das viagens das bicicletas. E que bicicletas!? À minha, perdida e achada, lhe caía ora um ora o outro pedal, quando não os dois. Mas um desses especiais, que seria um dos maiores calmeirões, quando aprendeu a andar de bicicleta, e depois continuou a ir para Aveiro, com um saco se sarapilheira no lugar do selim! Este era o Manuel Rito [Estanqueiro] que com o primo Diamantino nos entusiasmava para turismo a pedalar. Lá íamos os três a caminho da Bairrada, durante as férias grandes. Bem, o resto, para não enveredar pelas lendas, o melhor é seguir o conselho do Camões: “ É melhor experimentá-lo que julgá-lo; mas julgue-o quem não puder experimentá-lo!”

«Que mais poderia querer a capital da Região dos Vinhos da Bairrada do que ter o nome da sua capital intimamente relacionado com uma famosa vinhateira do passado? Porém, um passado tão remoto que não conseguimos descortinar o tempo em que viveu a famosa Ana Dias. Mas temos lenda, e lenda tão interessante como a que dá o nome a boa parte do Rio Cértima. O pior, nestas coisas, é que aparece alguém a querer dar cabo da lenda com etimologias e outros dados. Mas vamos lá às lendas.
Ana Dias, naqueles recuados tempos, era nome tão respeitado como o de Baco. Possivelmente, até mais. Porque Ana Dias se apresentava à estrada de Coimbra com os seus maravilhosos vinhos obrigando a parar ali quem fosse ou viesse à cidade dos doutores. Quantos ali não sentiram o estímulo dos bairradinos para abrir um livro de leis ou um corpo na mesa da autópsia? Também, valha a verdade, também acreditamos que a Ana Dias ou qualquer dos seus vizinhos também faria ou fariam rodar leitões no espeto porque não se deve beber sem lastro nem se deve comer sem o apoio de um pichel dos de Ana Dias.. Ah, o que nunca conseguimos descobrir é como se chamava o povoado antes dele se identificar com sua personalidade, inapelavelmente, mais importante! E que importa?
Aqui há uns tempos, numa revista bairradina, o escritor Idalécio Cação levantava a questão de nunca se falar no marido nem nos possíveis filhos de Ana Dias. Era só ela e a sua produção de vinhos. Nem nos sobrou retrato seu que, a avaliar pela fama, até devia ter circulado em moeda! Mas não, só a sua fama de fazer parar os viajantes, consolar-lhes os sentidos com as suas produções e ficá-los a ver dobrar a curva da estrada, mal equilibrados nas suas cavalgaduras.
E Manuel Rodrigues Lapa, o ilustre filólogo, que nos teria podido dizer de Ana Dias? Não que a tivesse conhecido, mas por via do topónimo da sua terra...
Quanto ao rio, o leitor deve ter estranhado o nome – Certoma. Toda a gente conhece o Rio Cértima, agora Certoma. Já lá vamos. Pois o Cértima é um subafluente do Rio Vouga, nasce na serra do Buçaco, um pouco abaixo da Cruz Alta, a 380 metros de altura. Galga 43 quilómetros, na direcção Sul-Norte, atravessando quatro concelhos, atravessando a Pateira de Fermentelos. Ora o nome do rio é Cértima, mas até Avelãs de Caminho é designado como Certoma. E porquê?
Um belo dia nas imediações de Anadia, a Rainha Santa, que ia peregrinar a Santiago de Compostela, sentiu sede. Logo alguns dos seus acompanhantes dirigiram-se ao rio e encheram uma vasilha. Houve até um que provou a água e achou-a imprópria. Mesmo assim levou à soberana, tendo o cuidado de a prevenir. Ao primeiro golo Isabel de Aragão sentiu-se incomodada e comentou:
- Que sabor esquisito, esta água é de certo má...
E de “certo má” a certomá e certoma foi um salto de passarinho. Ficou o Rio Certoma, mas, a partir de determinada altura toda a gente passou a dizer Cértima como alternativa a Certoma. Mas há quem arranje as tais etimologias...»
[Viale Moutinho, pg. 28]

Não sei se nessa altura chegámos a Anadia (Amoreira da Gândara, isso sim!), mas como é a capital da Bairrada fica aqui muito bem, como uma meta que só mais tarde atingiremos.
E certamente que o Diamantino não me levará a mal se dedicar esta pequena e tão mal-amanhada estória ao Manuel Rito; ele bem a merecia, quanto mais não fosse pela sua sonora gargalhada!
Manuel

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