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segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

O nosso Cortejo dos Reis

Em memória de uma nossa vizinha que participava
regularmente no Cortejo. Já "vive" com o Menino Jesus  da sua devoção

Desde que me conheço, sempre arranjei tempo para viver por dentro o nosso Cortejo dos Reis. Em menino, levei pela mão o meu irmão Armando, que todos na família tratávamos por Menino… Os nossos presentes, amarrados na ponta de uma cana, eram o nosso orgulho, penso que por causa de um bacalhau com bom aspeto.
O nosso pai, Armando Grilo, foi levar-nos a Romelha (ou Remelha?) para fazermos todo o percurso a pé. O meu irmãozito não falava muito, mas lá me seguia.
Durante o percurso, até à Igreja matriz, vivenciámos a alegria que envolvia toda a gente. Só parávamos na apresentação dos Autos de Natal, nos sítios previamente estabelecidos. E chegámos à Igreja Matriz.
Cansados, mas satisfeitos pelo que pudemos apreciar. Olhámos um para o outro, sem saber que fazer. Os nossos pais não andavam por ali. Que fazer? Rumámos a casa com os presentes.
Quando chegámos, os nossos pais, admirados, atiraram-nos, no meio de gargalhadas:— Então não entregaram os presentes ao Menino Jesus?
Entre ingénuas gargalhadas a minha mãe atirou: — Vai à igreja, Armando, e paga os presentes.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Cortejo dos Reis - 7 de janeiro de 2024


Na Gafanha da Nazaré, o Cortejo dos Reis é uma festa. Há pessoas disponíveis, há música com cantares dos nossos antepassados e os autos apresentados durante e no fim do Cortejo têm décadas de existência. Há gafanhões, homens e mulheres, que sabem de cor os diálogos das diversas cenas.
Os participantes usam trajes um tanto ou quanto da área do folclore e o povo participa com alegria. Os contributos pessoais e o leilão das ofertas destinam-se às despesas correntes e a obras da paróquia.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Não se realiza o Cortejo dos Reis

A pandemia dita as suas leis




Este ano, devido à pandemia, não haverá o tradicional Cortejo dos Reis. Contudo, querendo lembrar o bonito ato dos nossos antepassados, quando levavam à Igreja as suas ofertas, vamos assinalar da forma possível no próximo domingo, dia 9 de janeiro, esta tradição tão arreigada nas gentes da nossa paróquia. Assim, voluntariamente, podemos entregar as nossas ofertas até ao dia 8 de Janeiro no Cartório Paroquia.
Não podendo haver leilão das ofertas, o Conselho Económico e Pastoral encarrega-se de, no domingo, dia 9 de Janeiro, no fim das Eucaristias, atender no hall da entrada do Auditório Mãe do Redentor todos os que pretenderem comprar alguma oferta para ajudar nas despesas da paróquia. Agradecemos a colaboração de todos e pedimos que os bens perecíveis que queiram oferecer, como merendas e doces, sejam entregues no dia anterior ou no próprio dia.

Nota da Paróquia  

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A paróquia de Nossa Senhora da Nazaré tornou público, no final das Eucaristias do passado fim de semana, que este ano não se realizará o tradicional Cortejo dos Reis, tão apreciado e participado pelo nosso povo. Todos compreenderão as razões, mas também percebem que um dos objetivos da festa dos reis é a angariação de fundos para as múltiplas despesas da nossa comunidade paroquial. Daí acreditarmos que todos se mobilizem para entregar os seus contributos como se recomenda. 

Nota: Fotos de Cortejos anteriores 

domingo, 10 de janeiro de 2021

Cortejo dos Reis - Evocação da minha meninice

Quando eu e o meu irmão participámos no Cortejo






No domingo, 11 de Janeiro [2009], vivi o Cortejo dos Reis experimentando a proximidade com as pessoas, muitas delas envolvidas na vivência desta antiga e sempre renovada tradição. Para quem gosta da sua terra, o encontro com alguns conterrâneos proporcionou-me a oportunidade de voltar aos tempos em que eu, menino, com meu irmão, mais novo três anos, participámos no Cortejo dos Reis, de uma ponta à outra, cada um com a sua cana às costas. Na ponta da cana lá ia a prenda para o Menino Jesus. Não consigo recordar toda a pequena carga, mas dela fazia parte um chouriço, um pequeno bacalhau e umas laranjas. Tudo o mais se varreu. Mas também é verdade que os nossos frágeis ombros não suportariam muito mais. 
O meu pai levou-nos até Remelha, de bicicleta, como era hábito na altura, entregando-nos ao cuidado de pessoa sua conhecida. Ainda me lembro de ouvir a minha mãe dizer que estaríamos assim a pagar uma sua promessa, coisa que na altura não compreendi. Mas se ela dizia que tínhamos de ir no Cortejo, não haveria razões para discordar.
Recordo-me, com que saudade, de que, mal o cortejo chegou à igreja, eu e o meu irmão corremos para casa com os presentes ao ombro. Estava terminada a promessa. Quando entrámos na cozinha, os meus pais ficaram admirados e logo nos questionaram:
- Então não deixaram os presentes para o Menino Jesus, como vos recomendei?
Respondemos com o silêncio.
A minha mãe, mulher prática, resolveu a situação.
- Vai lá, Armando, e paga os presentes.
E assim foi.
Afinal, as tradições são sempre excelentes motivos para reconstruirmos as nossas histórias de vida.

Fernando Martins

NOTA: Cortejo de 2009 

domingo, 12 de janeiro de 2020

Os Reis adoraram o Menino e regressaram aos seus países

A Sagrada Família

Reis adoram o Menino

Cumprindo a tradição, os Reis Magos com seus séquitos puseram-se a caminho, guiados por uma estrela, para adorarem o Deus-Menino que havia nascido em Belém de Judá. A viagem teria sido longa e morosa, com obstáculos conhecidos, uns, e desconhecidos, outros. Um deles foi a visita ao rei Herodes que lhes manifestou o desejo de se encontrar com o Menino, para lhe prestar as suas homenagens. Os Reis Magos, percebendo a sua astúcia, trocaram-lhe as voltas e regressaram às suas terras, por outros caminhos, depois de oferecerem presentes ao Menino.


Cantaras e Reis

Trajes

Cantoras
Hoje, domingo, 12 de janeiro, os Reis Magos percorreram a última etapa, já na Gafanha da Nazaré, culminando na igreja Matriz. E durante o percurso, o povo cantou, dançou e apresentou autos natalícios, todos trajando à moda antiga, com o intuito de mostrar, às novas gerações, herdeiros de um povo que domou dunas estéreis tornando-as férteis, como era a fé e o viver das gentes gafanhoas. 
Ao som de cânticos melodiosos, cujos autores não são conhecidos, Reis e povo entraram na matriz. Esperava-os Nossa Senhora, com o seu Menino, e São José. 
Um pastor saudou-os, com alegria: «Senhora, tu deves ser uma rainha porque o Anjo do Céu manda adorar o teu Filho; aceita estes pobres dons que vêm depositar a teus pés estes simples pastores. A pequenez dos nossos dons é suprida pela boa vontade com que os trazemos.»

Fernanda Vilarinho



E uma pastora acrescentou: «Oh Mãe de Deus! Branca como as eternas neves de Ararat é a cor deste cordeirinho que trago ao meu Senhor. Macio como os cabelos de Absalão é a lã que envolve as suas delicadas carnes. Puro como o sorriso dos teus lábios, doce como o olhar dos seus olhos é o seu coração.» O pastor e a pastora continuaram a manifestar as suas saudações, na presença dos Reis que ofertaram «Ouro como a um Príncipe, Mirra como a um Homem, Incenso como a um Deus».
Nossa Senhora aceitou, em nome do seu adorado Filho, «com lágrimas de gratidão», os presentes oferecidos pelos Reis Magos, que representavam os povos da terra e os sábios dos seus tempos. 
Fernanda Vilarinho manifestou a sua satisfação por mais uma vez participar no Cortejo dos Reis: «Vim cumprir uma tradição para não deixar esquecer o que os nossos pais e avós nos legaram, mas também para conviver com toda a gente.» E disse que sempre se viu envolvida nesta festa. Frisou, contudo, que o Cortejo dos Reis «é sempre bem acolhido pelos mais velhos», mas que os mais novos «ainda não aderiram; pode ser que isto não morra».



Lucílio e Pedro




Pedro Oliveira evocou o seu avô Caçoilo que foi o mentor da organização do Cortejo, levando toda a família a colaborar. E sublinhou: «A minha avó Júlia, a minha mãe, Maria, e tias, Vitória e Aurélia, confecionaram as indumentárias para os autos, nomeadamente, do Palácio do Rei Herodes; a tia Aurélia foi o primeiro Anjo do Cortejo.» 
Lucílio Marçalo anda nisto desde menino e pensa que as tradições são para cumprir. «Às vezes digo que não venho, mas quando chega a altura não posso fugir a esta festa», disse. Reconheceu, porém, que «a malta mais nova ainda não criou este hábito de participar, mas a altura disso acontecer pode surgir a qualquer momento». 
O leilão dos presentes aconteceu durante a tarde, no salão Mãe do Redentor. 


Fernando Martins
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sábado, 4 de janeiro de 2020

Os Reis Magos já vêm a caminho para adorar o Menino

Menino com Maria e José



Rei Herodes no seu trono

Pastores vão adorar o Menino 

Nas Eucaristias, foi anunciado que os Reis Magos vêm a caminho para adorar o Menino e até já está marcado o dia, 12 de janeiro, para o esperado encontro com o Filho de Deus, na Gafanha da Nazaré. Os poderosos, depois de os humildes pastores O terem adorado, também desejam conhecer o Salvador prometido, que está ao colo de sua Mãe, ambos bem protegidos por José, um homem bom e justo, sempre atento aos desígnios de Deus. 
Os Reis com seus séquitos não conhecem os caminhos, mas não faltarão gafanhões com uma estrela à frente para iluminar os caminhantes até Belém. 
Durante o cortejo, outros se incorporarão, cantando e revivendo alguns autos natalícios, como reza a tradição. É preciso, no entanto, sensibilizar os menos avisados de que estamos em dia de festa na paróquia e que a Sagrada Família já sabe que haverá muita gente com ânsias de beijar o Menino, que a todos acolhe com santa ternura. 
A fila vai engrossando durante o trajeto, e todos, ricos e pobres, com ofertas, produtos das suas colheitas e frutos dos seus labores, desejam presentear o Menino-Deus que se fez homem para nossa salvação.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Belém de Judá transferiu-se para a Gafanha da Nazaré


Cortejo dos Reis
Foi no Domingo
6 de janeiro

Menino Jesus ao colo de sua mãe. S. José completa o quadro
Pastores vão adorar o Menino
Os presentes oferecidos com alegria
Um Rei Mago beija o Menino

Cantoras
“Belém de Judá transferiu-se para a Gafanha da Nazaré”, afirmou o nosso prior, Pe. Cesár Fernandes, no culminar do mais que centenário Cortejo dos Reis, na hora da adoração do Menino, na igreja matriz, no domingo, 6 de janeiro, liturgicamente dedicado à Epifania do Senhor. Adiantou que o Menino Jesus recebeu os presentes dos Reis Magos, que representam todos os povos da terra, entre “cânticos da tradição de todos nós”, mas ainda dos pastores, figurantes e demais participantes.
O nosso prior agradeceu o envolvimento de todos, manifestando a sua gratidão pelos que tiveram o cuidado de se apresentar com os trajes dos seus avós e bisavós. “Não deixeis perder esta tradição que é um misto de religiosidade popular e de fé”, sendo imperativo dos gafanhões “transmiti-la aos vindouros”, disse.

O Cortejo dos Reis seguiu o trajeto habitual, desde Remelha até à igreja matriz, passando por todos os lugares da nossa paróquia, rumo à adoração do Menino que, ao colo de sua Mãe, sob o olhar terno de São José, ouviu as preces de pastores,  magos e povo, entre cânticos natalícios que vêm dos nossos antepassados. 
Durante o percurso, foram apresentados autos alusivos à quadra, fechando com o mais famoso, no palácio de Herodes, o qual ouviu dos sábios do seu reino que o novo Rei estaria a chegar. E dos magos ficou a saber que, segundo os profetas, a nova estrela da humanidade, o Salvador, já estaria entre nós.
Manifestando o desejo de também o adorar, Herodes não deixou de proclamar, falando para si e para os seus próximos: “Ai dele, se me cai nas mãos; esta coroa é minha e só minha e o simples desejo em possuí-la custar-lhe-á a cabeça”.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Cortejo dos Reis — Festa de generosidade e alegria

Próximo domingo
8 de janeiro 

No cortejo não podia faltar a sagrada família com o Menino sorridente

Músicos e cantores, apesar da chuva

Nem as  crianças faltaram com tempo agreste


E a juventude também não faltou

No próximo dia 8 de janeiro, os gafanhões vão ter o privilégio de participar, novamente, no mais que centenário Cortejo dos Reis, manifestando a sua alegria pela caminhada que a todos conduz ao Menino Deus. E para essa alegria ser mais expressiva, ninguém recusará um presente, por mais simples que seja, na hora da adoração, que terá lugar na chegada à nossa igreja matriz, por entre cânticos de louvar e de ternura. É assim desde que a comunidade cristã da Gafanha da Nazaré se uniu para, em conjunto, todos os seus membros testemunharem, daquela maneira, a fé herdada dos seus e nossos antepassados.
O cortejo inicia-se no lugar de Remelha, mas a aparição do Anjo, que convida os presentes a porem-se a caminho para adorar o Menino, só acontecerá algum tempo depois, junto à Pastelaria Primavera. E a caminhada, ao som dos cânticos natalícios, recomeça, rumo à nossa igreja matriz.
Os participantes apresentam-se vestidos com trajes representativos de outras épocas e profissões, ora cantando ora pedindo a quem assiste um contributo para o Menino, e a todos anima a vontade de encher as sacas de moedas que a boa vontade dos gafanhões nunca recusará. Alguns, em grupos de quatro jovens ou adolescentes, seguram nas extremidades de uma colcha convidando quem está a olhar a tirar do bolso umas moedas que, multiplicadas por um bom número, dá uma boas notas.
Pelo caminho, há sítios estratégicos onde são representados outros autos de Natal, que culminam no palco principal, junto à igreja, para que todos ouçam o Rei Herodes que esconde as suas artimanhas, no diálogo com os Reis Magos, para mandar matar o Menino Deus, com medo que Ele lhe roube o trono. Os Reis Magos, astutos, trocaram-lhe as voltas e nunca mais apareceram para indicar a Herodes onde estava o anunciado Salvador do povo de Israel.
O momento culminante, desejado por todos os participantes, é a entrada na igreja. Portas fechadas, Reis Magos, pastores, cantoras à frente, tudo a postos, e a um sinal a porta é aberta e todos entram no templo, ao som das mais lindas melodias desta época. Mais um auto com os pastores e Magos a adorarem o Deus Menino e logo depois o nosso prior, Padre César, com o Menino acalentado nas suas mãos, oferece-O a quem quiser beijá-Lo.
Segue-se o leilão no salão Mãe do Redentor.
O rendimento do Cortejo dos Reis reverte para a requalificação que foi operada nos templos da paróquia.

Fernando Martins 

NOTA: As fotos são do meu arquivo

domingo, 17 de janeiro de 2016

Cortejo dos Reis: Desafio à nossa persistência e à nossa fé



«A nossa igreja transformou-se na tenda que Deus quis habitar entre nós». Isto mesmo afirmou o nosso prior, Padre César Fernandes, antes de dar o Menino a beijar, no encerramento do Cortejo dos Reis deste ano. Afinal, o cortejo traz até ao presente a peregrinação que os Reis Magos e seus séquitos fizeram, há mais de dois mil anos, em busca do Menino, guiados pela estrela de Belém, para O adorarem como filho de Deus.  
O Padre César deu os parabéns a todo o povo da Gafanha da Nazaré por «manter viva esta tradição tão bonita», salientando que a recebemos dos nossos antepassados. «Esta tradição — sublinhou — está muito arreigada nas nossas gentes, e temos, por isso, de a transmitir aos vindouros», tão pura e genuína como a herdámos.
O nosso prior frisou que o Cortejo dos Reis é «a manifestação natalícia que mais se impôs», garantindo que «tem raízes profundas na nossa terra», envolvendo toda a comunidade.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Cortejo dos Reis — Domingo, 17 de janeiro

Pastor vai adorar o Menino na igreja matriz
Vai realizar-se no domingo, 17 de janeiro, o Cortejo dos Reis. Com atraso, porque o tempo não o permitiu na passada semana. Desta feita, estou com fé de que vamos ter a festa dos Reis, porque pedi ao Deus-Menino que desse uma ajudinha. 
Ao contrário do que os mais pessimistas possam pensar, o nosso povo não perdeu o entusiasmo e tudo decorrerá como previsto, porque a nossa comunidade merece tudo. Então, boa participação para todos.

No meu blogue Memórias Soltas evoquei uma participação no Cortejo com o meu irmão. Eu teria uns oito anos e ele cinco. Com as prendas ao ombro, que naquele tempo não havia carrinhas para facilitar a vida aos participantes, caminhámos de Remelha até à igreja. Esfalfados, corremos para casa. Podem ler a minha recordação aqui 

sábado, 9 de janeiro de 2016

Cortejo dos Reis adiado

Reis ou magos no palácio de Herodes
O Cortejo dos Reis, agendado para amanhã, foi adiado para o dia 17 deste mês. O mau tempo, notoriamente agreste, com chuva, frio e vento, a isso obrigou. A festa, que é sempre o Cortejo dos Reis, precisa de ambiente minimamente aceitável. Vamos acreditar que no dia 17 de janeiro vai estar bom tempo. O Menino Jesus providenciará nesse sentido.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Cortejo dos Reis, a festa de sempre

A nossa igreja passou a ser a Gruta de Belém

Abram-se as portas da igreja
Querem os pastores entrar
Para beijar o Menino
Qu’é Ele quem nos vem salvar

Virgem  Maria, Menino Jesus e S. José

Ao som do cântico “Abram-se as portas da igreja”, pastores, os primeiros a adorar o Menino na gruta de Belém, Reis Magos e seus séquitos, cantores, músicos e povo enchem a centenária igreja da Gafanha da Nazaré para beijar e adorar o filho da Virgem Maria, o nosso Salvador.
Há presentes para Nossa Senhora, que um pastor proclama como rainha. «A pequenez dos nossos dons é suprida pela boa vontade com que os trazemos», diz ele. E a pastora, dirigindo-se a Maria, oferece-lhe um cordeirinho de olhos doces, puro como o sorriso dos lábios da Virgem. E os Reis ofertam Oiro, Mirra e Incenso, próprio de um Príncipe, de um Homem e de Deus.
Nossa Senhora aceita em nome de seu filho adorado, com lágrimas de gratidão, os presentes que depuseram no seu regaço. E afirma: «Deus, que vos olha e lê nos vossos corações a fé que vos guiou, vos premiará como mereceis.»
O nosso prior, Padre Francisco Melo, frisou que Jesus é «a verdadeira estrela que nos ilumina e guia, que veio ao nosso encontro para ser a nossa paz». «A nossa igreja passou a ser para todos a gruta de Belém, onde podemos adorar o Deus-Menino; um Deus que se deixa tocar pelos nossos lábios e pelo nosso coração». E acrescentou: «É este Deus em que nós acreditamos que queremos dar ao mundo; um Deus que não é de guerras, nem de violências, nem de divisões.»

sábado, 3 de janeiro de 2015

Cortejo dos Reis

Amanhã, domingo

Cena do Cortejo (foto do meu arquivo)


A Gafanha da Nazaré vai viver amanhã o Cortejo dos Reis, uma tradição secular que tem merecido a adesão do povo, crente e até não crente ou indiferente às questões da fé. É curioso este fenómeno que bem conheço e que está enraizado no coração de todos os gafanhões e ainda dos que adotaram esta terra como sua. Talvez os sociólogos e outros analistas sociais possam explicar tudo isto.
No fundo, o Cortejo, organizado desde sempre pela comunidade católica, representa a caminhada dos Reis Magos com seus séquitos, bem como dos pastores e do povo em geral, ao encontro do Deus-Menino acabado de nascer.
Durante o percurso, apresentam-se autos alusivos à natividade, nunca faltando a alegria de quantos acreditam no Menino que será, afinal, o Salvador anunciado pelos profetas, que quis dar um sinal de humanidade, humildade e  proximidade  a todos os homens e mulheres de boa vontade. Um Deus que se fez homem, que cresceu e viveu como qualquer um de nós e que morreu, crucificado, para nossa salvação.
No final do Cortejo, acontece o ansiado  encontro de todos os que, guiados pela estrela, desejaram beijar e adorar o Menino. Momento profundamente expressivo, direi mesmo marcante, para os que têm fé ou para os que, não a tendo, descobrem que o nascimento do Menino-Deus pode ser o primeiro passo para uma nova caminhada, para uma nova humanidade.

Fernando Martins


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Cortejo dos Reis: Festa centenária a manter


Carro enfeitado com presentes
Apesar da chuva, a festa saiu à rua 
para adorar o Menino

A chuva estragou a festa do Cortejo dos Reis, mas a caminhada dos Reis Magos e seus séquitos, com pastores e povo para adorarem o Menino-Deus, aconteceu no domingo, 12 de dezembro, como havia sido programada. Este ano, com a Aparição do Anjo para anunciar o nascimento do nosso Salvador na igreja de S. Pedro, na Cale da Vila.
Seguindo trajeto habitual, a partir dali, com muita gente munida do seu guarda-chuva e outros resguardos, que o frio também marcou presença, os autos do costume foram apresentados, com o último, no palácio de Herodes, junto à igreja matriz. Depois, foi o momento alto da festa, com a cerimónia da adoração do Menino. Reis Magos à frente com os seus séquitos e pastores com a sua expressividade natural junto ao presépio, todos beijaram o nosso Salvador, ao som de lindíssimos cânticos natalinos, alguns dos quais vêm do tempo dos nossos avós. O leilão dos presentes oferecidos ao Menino realizou-se no salão Mãe do Redentor, com o despique da praxe, para entusiasmar os eventuais compradores. 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A festa do Menino Jesus anima a nossa comunidade


Cortejo dos Reis — 12 de janeiro 


O nosso Menino Jesus


A festa do Menino Jesus vai realizar-se na nossa paróquia no dia 12 de janeiro, um pouco depois do que era habitual, por razões compreensíveis, que se prendem com a programação da unidade pastoral constituída pelas paróquias das Gafanhas da Nazaré, Encarnação e Carmo. Este ano, por isso, os cortejos foram agendados para os dias 5 de Janeiro (Encarnação), 12 (Nazaré) e 19 (Carmo).
Seja em que dia for, porém, a festa do Cortejo dos Reis, que tem por tema de fundo o nascimento do nosso Salvador, é sempre uma bela expressão da religiosidade do nosso povo, alicerçada no espírito comunitário que desde o início da ocupação dunar tem perdurado.
O Menino Jesus, pela candura que irradia, merece bem este cortejo e tudo quanto o envolve, nomeadamente, os autos que lhe estão associados, os cânticos natalinos, a alegria vivenciada por todos os participantes e as prendas que são, indubitavelmente, uma expressão de amor e de carinho. 
O Cortejo dos Reis apresenta-se, este ano, com uma inovação, já que a partida, com o anúncio do Anjo de que nasceu o Salvador, não será em Remelha mas na Igreja da Cale da Vila, que tem por patrono São Pedro, pelas 8.30 horas. Tudo o mais continuará como dantes. Os preparativos já começaram, com a organização dos mais diversos grupos que hão de apresentar-se com os seus carros enfeitados, carregados de presentes, e com o ensaio de músicas e cantares para animar o povo. E para além dos grupos, não faltarão os jovens de todas as idades que, vestidos à moda antiga, marcarão uma presença significativa, ou não merecesse o Menino tudo isto e muito mais.


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Cortejo dos Reis - 2013

Textos (Fernando Martins) 
e fotos (Custódia Bola e Vítor Sardo) dedicados, 
em especial, aos gafanhões espalhados pelo mundo





Enquanto houver meninas e meninos e quem os estimule a viver as festas paroquiais, o Cortejo dos Reis não morrerá, antes sairá reforçado, ano após ano. Exemplo disso é este grupo que, já cansado da caminhada, recorre a um carro cheio de presentes para o Menino-Deus.



Os escuteiros são presença assídua no cortejo como noutras iniciativas paroquiais, diocesanas e cívicas. Eles têm, ainda, a noção pedagógica das suas participações. Neste caso, optaram pela tração humana, puxando com garra, de bicicleta, o carro das ofertas.




Os pastores são peça importantíssima de um qualquer cortejo da época natalícia. Não foram eles os primeiros, na noite fria do nascimento de Jesus, a chegar à gruta para adorar o Menino, acalentado no colo de Sua Santíssima Mãe?





O nosso Corte dos Reis nunca poderia sobreviver se lhe faltasse o testemunho de gente de todas as idades. Aqui se apresenta a Dona Alice, que é uma pessoa de idade e um exemplo a seguir. Todos os anos, desde nova, faz o percurso a pé e consegue encher a latinha de dinheiro, para oferecer ao Deus-Menino!


O Rei Herodes sempre foi o “mau da fita” no Cortejo dos Reis. Não era ele um déspota, sem coração, capaz dos maiores horrores? E não queria que os magos lhe dessem notícia do lugar onde estaria o anunciado rei dos judeus para o ir adorar? Queria matá-l’O, mas enganou-se. Os magos perceberam a perfídia do tirano.



Aqui vão os Reis Magos a fechar o cortejo. Partiram de longe com os seus séquitos para adorar o nosso Salvador. E peregrinaram com alegria, guiados pela estrela de Belém, com músicos e cantores, mas também com o povo que alimentava a mesma certeza, para oferecerem ao Menino-Deus o que tinham: Ouro, incenso, mirra, cordeiros e tudo o mais que puderam juntar. O nosso Salvador não merecia tudo isto?




O ponto mais alto do nosso Cortejo dos Reis é, sem dúvida, a enternecedora cerimónia da adoração do Menino-Deus. Os Reis e seus séquitos, com o povo, ao som de lindas melodias, que vêm do tempo dos nossos avós, beijam o Salvador acabado de nascer, a Luz do Mundo para uma sociedade nova. E depois vem o leilão dos presentes oferecidos com muito amor.

Notas

No Cortejo distinguiram-se, pela sua empenhada envolvência, o Agrupamento de Escuteiros, a Catequese, a Obra da Providência, o Movimento de Schoenstatt, diversos lugares da paróquia, grupos espontâneos e muitas pessoas a título individual.
Durante o percurso foram apresentados sete autos: O anúncio do Anjo, o Encontro dos Reis, o Encontro dos Pastores, a Fonte de Elias, O Rei Herodes e, a fechar, na igreja matriz, o Beijar do Menino. Os autos envolveram diretamente 24 atores e o grupo dos cantores e músicos foi constituído por 40 pessoas.


segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Cortejo dos Reis na Gafanha da Nazaré — 6 de janeiro


Nova Luz da Humanidade 

Reis de 2012

O Cortejo dos Reis, mais que centenária festa popular da paróquia de Nossa Senhora da Nazaré, vai animar a nossa terra no próximo dia 6 de janeiro. Dissemos mais que centenária, pois a sua origem remonta a tempos anteriores à criação da freguesia, que ocorreu em 1910. Sabe-se que nos primórdios não se realizava o cortejo tal como hoje, já que as pessoas, pessoalmente ou em grupo, se encaminhavam no dia aprazado para junto da antiga capela, existente na Chave, que serviu de matriz até à abertura ao culto da nossa atual igreja, o que aconteceu a 14 de janeiro de 1912. Aí havia cerimónias próprias da época litúrgica, enquadrando-se nelas, segundo relatos orais dos nossos avós, algumas cenas de teatro religioso, posteriormente ampliadas e melhoradas. 
Os tempos e hábitos evoluíram e com eles foi-se alicerçando o Cortejo dos Reis, integrando-se no trajeto os autos natalícios bem conhecidos e muito apreciados pelo povo, ano após ano, sem cansaço nem desinteresse. Em cada cena de cada auto, não falta quem assista, e os mais velhos, de tanto verem e ouvirem o que dizem os atores, conseguem saber de cor algo do que se faz e se proclama.

José Maria Serafim (ver nota ao fundo)    
 
É certo e sabido que os habituais participantes continuarão a marcar presença, expressiva e significativa, não vá dar-se o caso de esmorecer o entusiasmo que os nossos antepassados nos deixaram! E com o seu exemplo, familiares, conhecidos, amigos e vizinhos hão de incorporar-se no cortejo, não apenas para participar pelo participar, mas sobretudo para ficarem a saber como é, o que se sente e vive, porque importa receber e interiorizar o espírito da festa, para o poder legar aos vindouros. 
Como manda a tradição, a estrela de Belém indicará o caminho a partir de Remelha até à nossa igreja. É certo que ela desaparece quase no fim do cortejo, mas todos acabarão por descobri-la pouco depois, ou não seja ela a Nova Luz da Humanidade, o próprio Deus-Menino.

Uma rainha no meio dos presentes

O povo, com os seus presentes, vai entrando na festa durante o percurso. Vive os autos natalícios, pede contributos para o Menino Jesus, canta e dança, e, no final, depois de registar e recusar as manhas do Rei Herodes, que queria, traiçoeiramente, liquidar o filho da Virgem Maria, tido por muitos como Rei dos Judeus, entra na igreja matriz para beijar a Nova Luz do Mundo, o Deus-Menino, entoando os cânticos mais belos, sempre enternecedores.

Fernando Martins

Nota: O José Maria Serafim Lourenço, amigo de sempre, tem sido um assíduo animador do nosso Cortejo dos Reis. No ano passado ainda participou, mas as pernas já não lhe permitiam grandes caminhadas, tal como me confessou. Participava sempre com seu irmão Manuel Serafim, também um amigo que muito estimo. O José Maria confessou-me há dias que este ano não poderá marcar presença com o seu banjo. As pernas não lhe poderão dar esse prazer. Por isso, pelo seu esforço e exemplo de tantos anos, aqui fica a minha homenagem. E se ele me desmentisse?

F. M.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Cortejo dos Reis na Gafanha da Nazaré


Os reis

Muita animação, trajes mais cuidados, 
autos e melodias habituais 

Com uma participação de 60 anos no Cortejo dos Reis, Milu Sardo mostra a alegria de mais uma vez marcar presença, ativa e empenhada, nesta festa do povo da Gafanha da Nazaré, que hoje se realizou. Começou, menina, por influência do pai, Manuel Soares Sardo, já falecido, um grande animador do Cortejo e outras festas da nossa paróquia, nas quais punha em prática a sua arte de carpinteiro e de outros saberes. 
Milu garante que continuará a participar «enquanto tiver vida e saúde», porque ficou com esse «bichinho» para sempre. Como catequista não deixará de motivar as crianças para esta vivência de raízes seculares na comunidade da Gafanha da Nazaré. E sublinha que as crianças da catequese apresentaram, desta vez, um carrinho que representava o presépio.

Milu Sardo

Voltando ao seu pai, recorda que ele foi toda a vida uma «pessoa dedicada à Igreja, procurando fazer coisas que pudessem ser úteis». Para o Cortejo dos Reis, Manuel Sardo fez cinco barcos (moliceiro, saleiro, dóri e outros), maquetes da igreja matriz antiga e do farol, uma marinha com o seu monte de sal e uma padaria, «onde íamos todos a vender pão e que ainda hoje se pôde ver no Cortejo». 
Neste domingo sereno, luminoso e sem vento nem frio, o Cortejo dos Reis seguiu o tradicional percurso, desde Remelha até à igreja matriz, passando pela Cale da Vila, Chave, Bebedouro, Marinha Velha e Cambeia.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

ADORAÇÃO DOS PASTORES



De Gerard Van Honthorst
Para nos recordarmos do nosso Cortejo dos Reis, domingo, 8 de Janeiro, todo o dia. A participação de toda a comunidade é fundamental. Pelo convívio, pela alegria e pela partilha. Mais ainda: pela aproximação e ligação ao Verbo Divino que se fez carne e habitou entre nós

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Cortejo dos Reis: 8 de janeiro

Carro com presentes (Foto do meu arquivo)


A festa conta com a participação 
de todos os paroquianos 

No próximo dia 8 de janeiro, primeiro domingo depois do dia 6, Dia de Reis, vai realizar-se o nosso tradicional Cortejo dos Reis, que se espera venha a registar a participação de todos os paroquianos de todas as idades. Os que emigraram e estão longe podem, se assim o desejarem, estudar formas de marcar presença, em espírito ou pela ajuda pecuniária. 
O cortejo começa no lugar de Remelha, no extremo sul da Cale da Vila, com o aparecimento do anjo, que anuncia aos pastores o nascimento do divino Salvador, convidando-os a visitá-L'O nas humildes palhinhas do presépio de Belém, como havia sido prometido pelos profetas.  Em resposta a esse convite, os pastores iniciam a marcha, passando pelos diversos lugares da freguesia, até à igreja matriz, onde terá lugar a cerimónia do encontro e Beijar do Menino, ao som de cânticos que estão no ouvido de muitos conterrâneos. Pelo caminho, serão apresentados outros autos de Natal, a que o povo assiste com natural curiosidade e ternura. 

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