sábado, 11 de abril de 2020

QUEM FOI O PINTOR QUE TAIS TINTAS USOU?


Quem foi o pintor que tais tintas usou? E quem o inspirou? A natureza fez tudo.

COM JESUS RESSUSCITADO, VENCER AS SITUAÇÕES DE MORTE

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo da Páscoa

"A Páscoa de Jesus, afirma o bispo de Aveiro, é uma ocasião propícia para pensarmos a sociedade e a nossa vida cristã de uma forma diferente"

A manhã de Páscoa desperta serena com Madalena agitada a correr para o túmulo de Jesus. Era ainda escuro. Mas já raiava o clarão da aurora que se avizinha. Corre para sintonizar com o ritmo do seu coração, com o desejo de prestar os últimos cuidados ao cadáver de Jesus, com a vontade de certificar mais uma vez o sucedido, com o “pressentimento” de que algo de novo pode acontecer, pois o amor é mais forte do que a morte. A saudade revela-se um bom caminho para o encontro da verdade. Jo 20, 1-9.
Chegada ao local, depara-se com o sepulcro vazio e tudo arrumado “a preceito”. Pelo seu espírito perpassa a certeza afirmada: Levaram o Senhor e não sabemos onde O puseram, certeza que transmite a Simão Pedro e ao discípulo amado. Estes partem imediatamente para confirmar a notícia, seguindo cada um a cadência do seu passo. Chegam, aproximam-se, observam, entram no sepulcro e vêem que a realidade condizia com o que lhes havia dito Maria Madalena.

A UM CRUCIFIXO

Cristo que muda de expressão (Museu de Aveiro)
1

Abençoada a morte que sofreste...

Mil vezes santo, Jesus.
o peso da Tua cruz
e santa a esponja de fel
que Te chegaram aos lábios...
E os pregos que Te pregaram as carnes...
Ah!, que eu bendiga todos os insultos,
todas as troças e todas
as pedradas...

Como saber de Deus e amá-Lo, sem ter visto
esse olhar de piedade e de perdão
por tudo que Te fizeram?

2

Em que sítio, em que tempo,
tive eu assim um Irmão
Que olhava assim como Tu?

Mas em que longe,
em que tão longe dia.
que, se não fosse agora o Teu olhar
a despertar
minha memória adormecida,
nunca mais me lembraria
de que tivera um Irmão?

         -  Abençoada vida,
          abençoada a morte que sofreste...


Sebastião da Gama
in “Serra-Mãe”
Poemas

sexta-feira, 10 de abril de 2020

NÃO É NADA FÁCIL O MOMENTO QUE ESTAMOS A VIVER

Não é nada fácil o momento que estamos a viver. Não tanto pelo isolamento que nos foi imposto, mas pelas incertezas que pairam sobre nós. Sabemos como tudo começou, mas nada sabemos sobre o fim do pesadelo. 
Já disse por aqui que até gosto de silêncios, de refúgios e de alguma solidão, desde que me não sejam impostos. A liberdade de ser e estar, de poder escolher e decidir, de ficar isolado e de sair faz parte da minha real independência. Nunca gostei de ser agrilhoado, dependente, menorizado. Contudo, nesta altura da pandemia sinto-me triste por não vislumbrar no horizonte saída para este estado de alma. 
Leio e ouço pregar que depois deste pico nas curvas incertas dos atingidos pelo COVID-19, provavelmente ou garantidamente, como já ouvimos, outras se seguirão sem datas marcadas. E o medo que nos assalta a toda a hora, com notícias de terror, qual filme macabro para apreciadores, não deixam dúvidas de que a pandemia está para durar. 
Para já, prometo que tenciono reduzir ao mínimo a informação sobre a guerra provocada por um vírus mais poderoso que todas as bombas atómicas e outras que a humanidade já sofreu. 

Fernando Martins

quinta-feira, 9 de abril de 2020

PAPA ELOGIA PROXIMIDADE SACERDOTAL

Papa Francisco na Missa da Ceia do Senhor
Participei hoje, em espírito, via televisão, à Missa da Ceia do Senhor, presidida pelo Papa Francisco, na Basílica de São Pedro, sem a participação do povo. As imposições do COVID-19 determinaram que assim fosse, mas não quebraram o simbolismo da cerimónia. Talvez por isso, até me senti mais concentrado, fixando a postura do Papa Francisco com muito respeito e grande admiração. 
Na homilia, proferida de improviso, o Santo Padre homenageou todos os sacerdotes que «ofereceram a vida pelo Senhor». «Nestes dias, morreram mais de 60 padres, na Itália, ao serviço dos doentes, nos hospitais», disse o Papa Francisco. 
O Santo Padre salientou a necessidade de estarmos mais atentos aos «santos da porta do lado», aos padres que «deram a vida» e aos médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, cuja entrega aos outros tem estado bem patente no contexto da pandemia devastadora, sem fim à vista. 
Depois de sublinhar que «todos somos pecadores», recordou os capelães prisionais, os missionários que morreram longe da sua pátria, os sacerdotes anónimos, os padres das aldeias, que «conhecem as pessoas» pelo nome, num elogio à «proximidade sacerdotal», que todos reconhecemos como fundamental nos tempos atuais.
Francisco recordou ainda os sacerdotes que são «caluniados», insultados na rua, por causa da crise dos abusos sexuais de menores; os padres que sofrem com alguma crise interior; os sacerdotes «pecadores», para que não se esqueçam de «pedir perdão».

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A BELEZA E O SEU CONTRÁRIO



Para a história do Moliceiro: A beleza do ex-líbris da ria e o seu contrário.

quarta-feira, 8 de abril de 2020

A FÉ NÃO É COISA ADQUIRIDA

“Muitas vezes pensamos que a fé é uma coisa adquirida, uma espécie de assentimento da alma que permanece intocado, sem variações, ou então que é um bem que nos foi transmitido e que transmitiremos a outros ou então é um elemento de cultura que nós herdamos, como se a fé nunca atravessasse o drama, como se a fé não fosse o que ela é: um palco onde, no estremecimento, o sim ou o não se decidem, o seguimento ou a recusa de Jesus podem e estão sempre a acontecer” 

Cardeal  José Tolentino

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terça-feira, 7 de abril de 2020

ESTOU EM DIA NÃO...


Estou em dia não. Deduzo isso pela falta de vontade de fazer seja o que for. Também ainda não consegui ler nada de jeito. Muito menos escrever e falar. Há dias assim... e o coronavírus nada tem a ver com isto. Se fosse supersticioso, diria que adivinho coisa ruim. Como não sou, admito um certo cansaço. 
Teimando comigo, insisto em escrevinhar estas linhas para demonstrar a mim mesmo, se é que tal é preciso, que a nossa força de vontade tem de superar sempre alguma tendência para o nada fazer. Se pudesse, faria como o cidadão da foto. Fica para outro dia.
Boa preparação para a Semana Santa. 

F. M. 

JUNTOS PODEMOS FAZER GRANDES COISAS


«Eu posso fazer coisas que tu não podes, tu podes fazer coisas que eu não posso; juntos podemos fazer grandes coisas.» 

Madre Teresa de Calcutá 
(1910-1997), religiosa 

In Escrito na Pedra do PÚBLICO de hoje

segunda-feira, 6 de abril de 2020

FAROL DEBAIXO DO GUARDA-CHUVA...


Sem contar, fotografei o nosso Farol e por pouco não o abriguei da chuva que caía. Fica para a próxima...

O TEMPO QUE AÍ ESTÁ!



O tempo que aí está! Chuva e frio em plena Primavera. Triste como o Inverno rigoroso que não queremos aceitar. É como a tristeza da Semana Santa que nos abre as portas à alegria da ressurreição. Ressurreição que é vida renovada na fé dos crentes e na natureza que floresce para frutificar nas épocas próprias.
Boa Semana Santa para todos.

domingo, 5 de abril de 2020

TECER REDES DE ESPERANÇA

Crónica de Bento Domingues 


«A morte não podia ser a última palavra porque, na sua morte, Jesus deu futuro àqueles que o matavam.»

1. Li comovido e meditei a homilia do Papa Francisco, do dia 27 de Março, na praça vazia de S. Pedro, cheia do mundo inteiro. Dou graças a Deus pela presença activa desta voz que congrega as energias de todas as pessoas que tecem redes de esperança, neste tempo ferido de guerras, fomes, exclusões e agora pelo devastador covid-19.
Essa voz de um corpo fragilizado reúne, no mesmo cuidado, os povos do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, crentes e não crentes, a começar pelos mais pobres, doentes e desprotegidos, acompanhados pelas pessoas que arriscam a própria vida para não deixarem esse vasto mundo sem protecção e consolo.
São estas pessoas que estão a incarnar, de forma heróica, nestes meses de Março e Abril – e não sabemos por quanto tempo ainda serão indispensáveis – a ética samaritana a que me referi nesta coluna [1].
Esta pandemia está a precisar de muitas redes de cirineus que ajudem a levar a cruz das suas inumeráveis vítimas, agora e no futuro. Também elas precisam da manifestação da solidariedade agradecida de todos os cidadãos de alma magnânima.
Hoje, é Domingo sem Ramos das muitas comunidades cristãs de todos os continentes. Pode-se falar de Semana Santa por causa do infinito perdão pedido por Jesus Cristo, do alto da cruz, para todos os que colaboraram no seu assassinato legalizado com apoio popular. É uma celebração que nasce das narrativas do Novo Testamento, acerca das quais dispomos de excelente produção de crítica histórica, exegética, teológica e litúrgica, bastante ignorada [2].
Como escreveu Frederico Lourenço, na sua introdução aos Evangelhos, é provável que estes quatro textos nem merecessem, ao leitor culto da época, o alto estatuto de literatura. No entanto, estes textos conquistaram o mundo antigo, tanto grego como romano.

A SABEDORIA DE VIVER. 2

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


Como prometido, dou continuidade à crónica da semana passada, com pensamentos, estórias, contos..., a partir das “sabedorias do mundo”. 
Atendendo à situação de confinamento em casa, resumo, numa segunda parte, dez conselhos do dominicano Frei Betto, que, durante a ditadura brasileira, esteve detido em celas de isolamento. 

I. A sabedoria de viver (continuação) 

4. Paciência inteligente 

4.1. “A paciência é um remédio universal para todos os males”. (Provérbio nigeriano). 
4.2. “Um adolescente japonês foi ter com um mestre de artes marciais e perguntou-lhe quanto tempo seria necessário para aprender esta arte. 
— ‘Dez anos’, disse-lhe o mestre. 
— ‘Dez anos? É demais. Nunca terei força para esperar!’. 
— ‘Então, vinte anos’, disse-lhe o mestre.” (Conto japonês). 
4.3. “Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que agora consagrava a sua vida a ensinar o budismo zen aos jovens. Apesar da sua idade, murmurava-se que era ainda capaz de enfrentar qualquer adversário. Um dia chegou um guerreiro conhecido pela sua total falta de escrúpulos. Era célebre pela sua técnica de provocação: esperava que o seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência rara para aproveitar-se dos erros cometidos, contra-atacava com a rapidez do raio. Este jovem e impaciente guerreiro nunca tinha perdido um combate. Como conhecia a reputação do samurai, tinha vindo para vencê-lo e aumentar a sua glória. 
Todos os estudantes se opunham a esta ideia, mas o velho mestre aceitou o desafio. Reuniram-se todos numa praça da cidade e o jovem guerreiro começou a insultar o velho mestre. Atirou-lhe pedras, cuspiu-lhe na cara, gritou dizendo todas as ofensas conhecidas, incluindo ofensas contra os seus antepassados. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. Ao cair da noite, esgotado e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.

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