Com tempo incerto parecido com Inverno, como me garantem as janelas, por aqui vou, quase solitariamente, evocando passeios que fizemos. Hoje, levados pelas asas do vento, fomos à Torreira, onde saboreámos uma típica caldeirada de enguias. Repetir? Agora é difícil.
Mostrar mensagens com a etiqueta Torreira. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Torreira. Mostrar todas as mensagens
sexta-feira, 11 de outubro de 2024
sexta-feira, 19 de junho de 2020
Ria de Aveiro na literatura
Torreira |
“E voltando-se então, verá as águas mansas da extensíssima ria fulgurando de todos os lados: e, entre elas, as salinas, recticuladas pelos tabuleiros em evaporação, com os seus montes cónicos de sal novo dando a impressão de um largo acampamento de tendas imaculadamente brancas espalhadas a perder de vista pela vastidão dos polders. Para o sul, terá o braço da ria que segue para Ílhavo e Vagos e que margina os pinhais e campos arenosos da Gafanha; a seguir, em sentido inverso, o outro braço que se alonga para as Duas Águas e vai dar à Barra, e donde emergem as mastreações das chalupas e iates ancorados; ao poente, a linha fulva das dunas da costa, vaporizadas pela tremulina; e para o norte a imensa ria da Torreira, onde o arquipélago das ilhas baixas, formadas pelas aluviões, a Testada, o Amoroso, a dos Ovos, a das Gaivotas, Monte Farinha, verdejam nas suas extensas praias de junco. E nessa vastidão de águas tranquilas, nesse gigantesco pólipo fluvial que por todos os lados estende os seus fluídos tentáculos, entre a rede confusa dos esteiros e canais, bordados de tamargueiras e de caniços, velas sem conta, velas às dezenas, às centenas, vão, vêm, bolinando em todos os sentidos, e pondo no verde das terras ou no azul das águas a doçura do seu deslizar silencioso e a graça da silhueta branca.”
Luís de Magalhães
In “A arte e a natureza em Portugal”,
citado por Orlando de Oliveira,
no seu livro "Origens da Ria de Aveiro"
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
Torreira: Xávega em hora de descanso
Garantiram-me, na Torreira, no domingo, que estávamos em época de muito e excelente peixe. Tempo de fartura e de muito trabalho. O pior estaria na procura, que leva os preços a cair. Bom para quem compra e mau para quem vende. Não sei se estes desequilíbrios ou balanços de sobe (pesca) e desce (preço) serão bons ou maus sinais. No meio, como diz o povo, estará a virtude.
Contudo… Boas pescarias para os pescadores da Torreira e não só.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
Tranquilidade
1. Depois de uma semana algo agitada e com emoções fortes, resolvi descontrair. Numa volta pelas nuvens, correndo imagens como em filme mudo, contemplei esta foto de tranquilidade absoluta. Águas serenas da nossa laguna, ausência de vento e nada que mexesse. O homem que ao leme está dá-se por satisfeito naquele dia de verão, ali para as bandas da Torreira. Era fim de semana e a vida dá-nos tempo para tudo.
2. Hoje participei no funeral de um amigo de longa data, o Josué Ribau. Chuva miudinha e atrevida com amigos que nestas horas nunca faltam. Recordações em catadupa, esforços contínuos para trazer à memória os nomes de todos, Nem sempre com êxito. As conversas, contudo, não paravam. E chegou o momento da despedida do amigo que nos deixou, Silêncio completo durante as derradeiras orações. Mas o amigo que fisicamente partiu vai ficar connosco, num lugar reservado das gavetas das nossas boas recordações.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
A Ria de Aveiro na Literatura
"O São Paio da Torreira,
a Romaria dos Pescadores"
Torreira em 2014 |
«Mas a ria enche-se de asas brancas, garças reais que coalham o azul, além sobre a barra, onde a névoa fumega indecisa e lenta, e do outro lado, sobre Pardelhas, Estarreja, até Ovar bolinando ao vento.
É uma verdadeira esquadra, embandeirada em festa, porque hoje é dia de São Paio, na Torreira. Cada barco traz a sua povoação, a sua aldeia, a sua canção, as suas guitarras e adufes. A ria torna-se melodiosa, e sussurra, vibrante nas suas ondas de água, finas como cabelos de mulher, que os ventos represados percutem como uma arcada de violino. Durante muito tempo embala-nos aquela música aquática, dolente e enlanguescedora. As tonalidades mudam. Já não há azul. Os longes tornaram-se brumosos, e a água oleosa, baça, não tem uma vaga, uma crispação. Dir-se-ia um lago imobilizado por um silêncio astral. Um cinzento de agonia envolve esta paisagem de além mundo, prostrada na morte, se o sol não acordar antes da tarde.
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
VISITA À TORREIRA PARA MATAR SAUDADES
Bateiras à espera do Porto de Abrigo |
Uma peregrinação
religiosamente cumprida
A Lita vai provar o vinho |
Todos os anos, em dia incerto, impõe-se uma visita à Torreia. A praia da minha mulher, que na infância e juventude frequentava, ou não fosse ela natural de Pardilhó, faz parte do seu imaginário. Quando lá chegamos, é certo e sabido que da sua memória saltam, em catadupa, recordações que por ali vivenciou. As casas onde ficou hospedada, as pessoas com quem conviveu, as colegas e amigas que entretanto se dispersaram, as brincadeiras no areal, o São Paio, as passagens de barco da Bestida para a Torreira depois da viagem de bicicleta e tantas outras.
Por tudo isso, lá vamos, em jeito de peregrinação, religiosamente cumprida, apreciar o casario, olhar o mar, contemplar a laguna, admirar a paisagem e os pescadores na safra dos seus quotidianos. Rostos e gestos sempre iguais, de quem, com canseira e esforço, granjeia no mar e na ria o pão de cada dia.
Casas (contrastes) |
Com as nossas digitais registámos algo do que vimos. E muito foi. Rotundas, arruamentos, ciclovias, zonas ajardinadas, casario novo em contraste, nem sempre feliz, com o antigo. Passámos pelo Bar do Guedes (é assim que o conheço), proprietário que foi de uma casa de fotografia no Monte, Murtosa. E fomos almoçar ao restaurante A Varina. Desta feita não amesendámos na esplanada, mas no interior, mais sossegado e acolhedor, onde fomos bem servidos. Bem servidos pelo acolhimento e solicitude, com comida saborosa e à medida dos nossos gostos caseiros. Bacalhau no ponto, com broa tostada, para a minha esposa; e carne de porco à alentejana, onde a ameijoa marcava presença generosa. Vinho bom que, nestes pratos, não se pode brincar com a bebida.
O restaurante A Varina já era nosso conhecido, é certo, há bons anos, mas foi-nos sugerido por uma jovem mãe que passeava perto com o seu bebé. Tenho este hábito de perguntar onde se come bem. E a resposta que a jovem nos deu foi clara: Vá ao Varina que não se arrependerá. E bateu certo.
Fernando Martins
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Torreira de passagem
Todos os anos, durante o período de férias, que para nós podemos dizer que são todos os dias, por enquanto, impomos a nós próprios uma visita à Torreira, praia de tantas boas memórias. Com os nossos filhos, por lá vivemos momentos inesquecíveis, com ponto de partida e de chegada em Pardilhó. Este ano, porém, ficámos um pouco desiludidos por não podermos apreciar o burburinho próprio dos bons dias de praia. O tempo até estava razoável, mas no areal escasseavam as barracas com veraneantes. Turistas também não vimos muitos.
Como positivo, apreciámos o Monte Branco, limpo, airoso, sereno. Num bar com esplanada voltada para a nossa ria saboreámos um bolo regional, bebemos uma água fresca e tomámos um café, tudo servido com esmerada atenção. E contemplámos o barco que deslizava ao sabor da brisa na mansa laguna. Pouca gente, é certo, mas deu para recordar momentos doutrora em que os nossos filhos chapinhavam na beira-ria na tentativa de aprender a dar as primeiras braçadas.
O almoço, num restaurante perto do mar e já nosso conhecido (Restaurante Avenida Praia), foi outro momento digno de registo, ou não fosse o robalo assado na brasa, com os competentes acompanhantes, uma delícia para o nosso palato. Dizem as regras que perto do mar não devemos pedir carne, porque peixe fresquíssimo a pular das redes para a cozinha só na borda d'água se encontra.
Depois ainda demos um salto à praia do Areínho, já no concelho de Ovar. Passagem rápida por Torrão do Lameiro, com as suas quintas, e aí está a praia, desta feita sem vivalma. Bar e restaurante quase às moscas, ambiente circundante abandonado... uma tristeza. Mas a vida é assim... Enquanto umas zonas de lazer se desenvolvem, atraindo multidões, outras morrem sem glória. Mas pode ser que a praia do Areinho volte ao que era. Assim os responsáveis saibam e queiram fazê-la reviver
sábado, 20 de julho de 2013
Torreira: Tenda de Deus
Somos uma Diocese situada à beira mar, com zonas balneares de referência. Aveiro atrai todos os anos muitos veraneantes amigos vindos de longe. Queremos acolhê-los bem. Como é bom, muito bom mesmo, termos tanta gente que gosta da nossa terra, aqui encontra paz e procura descanso e se sente bem recebida e integrada nas nossas comunidades, sempre que aqui chega!
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Dia para amigos e familiares
Camarinhas
Hoje foi dia dedicado a familiares e amigos, com passagem obrigatória pela Torreira, praia da infância e juventude da Lita, minha mulher. Foi um dia cheio, de conversas prolongadas, não tanto como eu desejava. Se calhar falei mais do que ouvi. Para a próxima tentarei conter-me, que os outros ficaram com muito que dizer, julgo eu.
A Torreira está com lugar cativo no coração da Lita. Natural de Pardilhó, onde viveu alguns anos, antes de se instalar com armas e bagagens em Aveiro e depois na Gafanha da Nazaré, os tempos das suas férias na Torreira saltam frequentemente à baila. Por isso, a viagem anual.
O prometido dia de um certo calor não surgiu. Um vento agreste, fresco mesmo, levou-nos a procurar o sol para o aquecimento desejado. Olhar o areal e o mar, embarcações ao longe e o vento num rodopio para nos incomodar.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
TORREIRA: à espera da maré
Um dia destes, de outono cinzento com chuva incomodativa, passei pela Torreira ao jeito de matar saudades. Em tempos de férias vividas em Pardilhó, Torreia era sempre visita obrigatória, com mar frescote, mas apetecível em época de canícula. De modo que aqueles ares, de mar e ria, de pescadores e varinas, de turistas e americanos de regresso às origens, permanecem fixos no meu espírito e nos meus olhos guardadores de memórias.
Nesta visita, de pouca gente e menos turistas ainda, deu para saborear, nos silêncios cortados pelas ondas e pela maresia, velhas recordações com minha esposa Lita, que traz também, porventura mais vivas do que eu, as lembranças da Torreira da sua infância e juventude. Na ria, quieto em puro descanso, dei de caras com este barco de pescadores à espera da maré. Para mais uma faina da pesca na laguna, que sustenta, desejaria eu com abundância, gentes da Torreira.
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Arquivo do blogue
- abril 2025 (23)
- março 2025 (52)
- fevereiro 2025 (48)
- janeiro 2025 (50)
- dezembro 2024 (49)
- novembro 2024 (45)
- outubro 2024 (43)
- setembro 2024 (38)
- agosto 2024 (21)
- julho 2024 (29)
- junho 2024 (40)
- maio 2024 (25)
- abril 2024 (39)
- março 2024 (51)
- fevereiro 2024 (36)
- janeiro 2024 (61)
- dezembro 2023 (46)
- novembro 2023 (61)
- outubro 2023 (66)
- setembro 2023 (37)
- agosto 2023 (37)
- julho 2023 (48)
- junho 2023 (48)
- maio 2023 (58)
- abril 2023 (67)
- março 2023 (54)
- fevereiro 2023 (53)
- janeiro 2023 (56)
- dezembro 2022 (59)
- novembro 2022 (60)
- outubro 2022 (71)
- setembro 2022 (54)
- agosto 2022 (59)
- julho 2022 (48)
- junho 2022 (56)
- maio 2022 (53)
- abril 2022 (65)
- março 2022 (60)
- fevereiro 2022 (51)
- janeiro 2022 (66)
- dezembro 2021 (73)
- novembro 2021 (57)
- outubro 2021 (66)
- setembro 2021 (67)
- agosto 2021 (52)
- julho 2021 (56)
- junho 2021 (68)
- maio 2021 (60)
- abril 2021 (48)
- março 2021 (67)
- fevereiro 2021 (55)
- janeiro 2021 (60)
- dezembro 2020 (61)
- novembro 2020 (57)
- outubro 2020 (68)
- setembro 2020 (69)
- agosto 2020 (64)
- julho 2020 (76)
- junho 2020 (60)
- maio 2020 (63)
- abril 2020 (49)
- março 2020 (63)
- fevereiro 2020 (57)
- janeiro 2020 (73)
- dezembro 2019 (66)
- novembro 2019 (67)
- outubro 2019 (55)
- setembro 2019 (43)
- agosto 2019 (45)
- julho 2019 (40)
- junho 2019 (41)
- maio 2019 (54)
- abril 2019 (63)
- março 2019 (54)
- fevereiro 2019 (41)
- janeiro 2019 (45)
- dezembro 2018 (49)
- novembro 2018 (52)
- outubro 2018 (43)
- setembro 2018 (44)
- agosto 2018 (33)
- julho 2018 (68)
- junho 2018 (50)
- maio 2018 (68)
- abril 2018 (63)
- março 2018 (68)
- fevereiro 2018 (43)
- janeiro 2018 (65)
- dezembro 2017 (63)
- novembro 2017 (59)
- outubro 2017 (59)
- setembro 2017 (50)
- agosto 2017 (24)
- julho 2017 (60)
- junho 2017 (85)
- maio 2017 (61)
- abril 2017 (54)
- março 2017 (52)
- fevereiro 2017 (43)
- janeiro 2017 (42)
- dezembro 2016 (46)
- novembro 2016 (46)
- outubro 2016 (36)
- setembro 2016 (48)
- agosto 2016 (35)
- julho 2016 (53)
- junho 2016 (63)
- maio 2016 (66)
- abril 2016 (49)
- março 2016 (46)
- fevereiro 2016 (50)
- janeiro 2016 (50)
- dezembro 2015 (69)
- novembro 2015 (62)
- outubro 2015 (79)
- setembro 2015 (54)
- agosto 2015 (39)
- julho 2015 (48)
- junho 2015 (47)
- maio 2015 (79)
- abril 2015 (48)
- março 2015 (54)
- fevereiro 2015 (57)
- janeiro 2015 (78)
- dezembro 2014 (76)
- novembro 2014 (88)
- outubro 2014 (82)
- setembro 2014 (57)
- agosto 2014 (63)
- julho 2014 (54)
- junho 2014 (45)
- maio 2014 (27)
- abril 2014 (57)
- março 2014 (68)
- fevereiro 2014 (74)
- janeiro 2014 (88)
- dezembro 2013 (76)
- novembro 2013 (81)
- outubro 2013 (92)
- setembro 2013 (70)
- agosto 2013 (72)
- julho 2013 (75)
- junho 2013 (73)
- maio 2013 (37)
- abril 2013 (60)
- março 2013 (80)
- fevereiro 2013 (64)
- janeiro 2013 (81)
- dezembro 2012 (84)
- novembro 2012 (67)
- outubro 2012 (80)
- setembro 2012 (65)
- agosto 2012 (57)
- julho 2012 (61)
- junho 2012 (49)
- maio 2012 (115)
- abril 2012 (94)
- março 2012 (117)
- fevereiro 2012 (117)
- janeiro 2012 (118)
- dezembro 2011 (108)
- novembro 2011 (106)
- outubro 2011 (99)
- setembro 2011 (94)
- agosto 2011 (66)
- julho 2011 (80)
- junho 2011 (108)
- maio 2011 (121)
- abril 2011 (109)
- março 2011 (127)
- fevereiro 2011 (119)
- janeiro 2011 (105)
- dezembro 2010 (94)
- novembro 2010 (83)
- outubro 2010 (87)
- setembro 2010 (109)
- agosto 2010 (88)
- julho 2010 (93)
- junho 2010 (66)
- fevereiro 2010 (48)
- janeiro 2010 (144)
- dezembro 2009 (126)
- novembro 2009 (137)
- outubro 2009 (130)
- setembro 2009 (111)
- agosto 2009 (118)
- julho 2009 (124)
- junho 2009 (103)
- maio 2009 (131)
- abril 2009 (124)
- março 2009 (114)
- fevereiro 2009 (101)
- janeiro 2009 (109)
- dezembro 2008 (116)
- novembro 2008 (118)
- outubro 2008 (139)
- setembro 2008 (111)
- agosto 2008 (69)
- julho 2008 (139)
- junho 2008 (153)
- maio 2008 (169)
- abril 2008 (160)
- março 2008 (142)
- fevereiro 2008 (124)
- janeiro 2008 (135)
- dezembro 2007 (119)
- novembro 2007 (106)
- outubro 2007 (119)
- setembro 2007 (87)
- agosto 2007 (68)
- julho 2007 (45)
- junho 2007 (79)
- maio 2007 (83)
- abril 2007 (76)
- março 2007 (108)
- fevereiro 2007 (132)
- janeiro 2007 (106)
- dezembro 2006 (66)
- novembro 2006 (87)
- outubro 2006 (101)
- setembro 2006 (74)
- agosto 2006 (109)
- julho 2006 (89)
- junho 2006 (111)
- maio 2006 (122)
- abril 2006 (107)
- março 2006 (149)
- fevereiro 2006 (89)
- janeiro 2006 (145)
- dezembro 2005 (109)
- novembro 2005 (120)
- outubro 2005 (142)
- setembro 2005 (101)
- agosto 2005 (129)
- julho 2005 (113)
- junho 2005 (145)
- maio 2005 (152)
- abril 2005 (148)
- março 2005 (113)
- fevereiro 2005 (115)
- janeiro 2005 (101)
- dezembro 2004 (44)