sábado, 1 de agosto de 2015

Liberdade e dignidade

Crónica de Anselmo Borges 


«Mas quantos são verdadeiramente donos, senhores, 
de si e não escravos das paixões e das coisas, 
sobretudo do dinheiro e da opinião pública 
e do politicamente correcto?»



Apesar de todos os debates à volta de se saber se somos livres ou não, vivemos na convicção de que o somos, o mesmo acontecendo com as sociedades. Caso contrário, como se explicariam as leis, as normas, os louvores, os julgamentos, as penas, as prisões?
Há uma experiência de fundo: o ser humano não é objecto, coisa. Olhamos para as coisas como um "isso", mas olhamos para os seres humanos como um "alguém". Alguém que é um "tu" como "eu" e, ao mesmo tempo, um tu que não sou eu: outro eu e um eu outro, formando um "nós". O outro, no seu rosto e olhar, impõe-se-me como um "alguém corporal", a visibilidade de uma interioridade inacessível que se mostra, afirma e impõe.

Deixar Deus ser Deus

Reflexão de Georgino Rocha

 A partir do que digo, 
ajustem o vosso modo de pensar, 
alterem a vossa compreensão, 
conformai a vossa vida

Georgino Rocha


Os judeus caem em si. A condição social de origem de Jesus não condizia com o reconhecido estatuto de Mestre e, menos ainda, com o seu discurso após a multiplicação dos pães. Jo 6, 41-51. E, coerentemente, interrogam-se sobre o que está a acontecer: Um artesão de Nazaré da Galileia ser o enviado de Deus? O filho de José e de Maria, bem conhecidos na terra, declarar-se pão da vida? O deslocado de Cafarnaum ensinar, com linguagem dura, “coisas estranhas” na sinagoga? Donde lhe vem tal autoridade? Jesus não entra “no jogo” de pergunta-resposta. Os factos estão à vista, são públicos. A explicação é clara, persuasiva e respeitadora. A mensagem é apelativa, mas não surte efeito. Em vez de se deixarem atrair por Deus e entrar na novidade que o ensinamento de Jesus comporta, começam a murmurar e “estancam” no seu rígido pensar e nos seus velhos hábitos, distanciam-se interiormente e muitos acabam por O abandonar. 
João, o autor da narrativa, destaca a relação de Jesus com Deus Pai e faz uma excelente catequese que choca abertamente com a mentalidade dos ouvintes judeus. Eles, como talvez muitos de nós, têm as suas ideias a respeito de Deus e querem encerrá-Lo nesse quadro de referências. Jesus propõe uma perspectiva diferente: A partir do que digo, ajustem o vosso modo de pensar, alterem a vossa compreensão, conformai a vossa vida. “Não murmureis entre vós, Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que me enviou, não o trouxer”.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Na despedida do Padre Francisco Melo

Ser Igreja que acolhe, porto de abrigo, âncora firme 
e farol que ilumina nos momentos difíceis da vida

Padre Francisco Melo

«Gostava de pedir desculpa por todas as vezes em que não fui capaz de ser o rosto de Deus para aqueles que me foram confiados.» Foi com estas palavras humildes que o Padre Francisco Melo se despediu dos paroquianos das Gafanhas da Nazaré, Encarnação e Carmo na eucaristia a que presidiu no “Centro Comunitário Mãe do Redentor”, no domingo, 26 de julho, pelas 16.30 horas. O Padre Francisco Melo, por decisão do nosso Bispo, D. António Manuel Moiteiro, vai estudar Teologia Pastoral em Roma. 
O Padre Francisco afiança que nem sempre «foi expressão da misericórdia de Deus» nem teve «coragem e fé para enfrentar e viver a vida». Disse que «houve momentos muito bons e muita alegria» com aquelas pessoas que trabalharam consigo, nomeadamente com «a equipa sacerdotal», mas não deixou de afirmar que «houve momentos difíceis que ficam no coração de Deus e no coração de muitos de nós».
Depois da Eucaristia, houve um momento expressivo de agradecimentos ao Padre Francisco, com palavras amigas e lembranças das três paróquias que serviu ao longo de sete, seis e dois anos, respetivamente. Manuel Sardo, do Conselho Económico e Pastoral da Gafanha da Nazaré, falou da gratidão do povo daquela freguesia pelo «enorme trabalho e dedicação manifestados», pela «coragem sem nunca manifestar desânimo», pelas «palavras de estímulo para com todos» e pelos «ensinamentos nos encontros e nas reuniões mais alargadas».

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Destinos de férias

O Semanário Ecclesia publicou destinos de férias sobre todas as dioceses portuguesas. Jorge Pires Ferreira, director-adjunto do Correio do Vouga, destacou as nossas praias e o Jardim Oudinot, com o navio-museu Santo André.









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Mentalidades e Fome

"É hora de mudar mentalidades e deixar de pensar que não depende das nossas ações se alguém padece fome"

Papa Francisco no Twitter


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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Alunos e professoras da escola da Chave em convívio

Para memória futura, 
alunos e suas professoras de há 50 anos 
conviveram no sábado

Alunos e professoras da Escola da Chave
No sábado, 25 de julho, antigas professoras e seus alunos viveram um dia para evocar memórias, celebrar e partilhar a amizade, durante um almoço no restaurante "O Porão".Para memória futura aqui ficam os seus nomes:

Professora Paula Ramalheira 
e as alunas:

Maria José Teixeira
Justina Abrantes
Margarida Cebolo
Maria Eneida Cravo
Eulália Rito
Emília Gonçalves
Alcina Ferreira


Professora Maria da Glória Capão Filipe 
e os alunos:

Carlos Teixeira
Vitor Teixeira
Hélder Mateiro
Lucílio Marçalo
Fernando Batista
Fernando Almeida das Neves
João Cravo Lourenço
Carlos Estanqueiro
Manuel Cândido Rocha
José Alice Ferreira
Carlos Martins Cardoso

A todos felicito por este encontro organizado pelo Carlos Teixeira, na certeza que possuo de que ficará nas boas recordações de cada um dos participantes. Sei, por experiência própria, o sabor que estes convívios proporcionam.
Saudações amigas  para todos.

Fernando Martins

Alvorada

"Não se pode chegar à alvorada a não ser pelo caminho da noite"

Khalil Gibran (1883-1931


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terça-feira, 28 de julho de 2015

Férias perto de casa



Sabemos que há muitos portugueses que nem querem ouvir falar de férias. São, para eles, simples miragens. Mas haverá quem alimente e leve à prática o gosto de viver uns dias longe das rotinas do quotidiano. Contudo, para ambos os casos, ousamos avançar com algumas propostas que, minimamente, proporcionem descanso, descontração, reflexão e busca de novos desafios. 
Na certeza de que o otimismo precisa de ser cultivado e até acicatado, propomos algumas visitas, leituras, passeios e convívios, bem como, na altura própria, a participação em festas e festivais oferecidos gratuitamente ao povo. Nessa linha se insere, naturalmente, a vivência do Festival do Bacalhau, tema que  abordaremos mais algumas vezes.
Sugerimos a visita a familiares e amigos doentes, conversas com filhos e netos ou com pais e avós, sem pressas, que durante o ano não há tempo para nada, como frequentemente ouvimos dizer.
E já agora, não perca as suas preciosas horas de lazer com programas sem nexo das nossas televisões, mas habitue-se a selecionar, em família, filmes e espetáculos que, pelo seu nível, nos enriquecem sobremaneira. O mesmo diremos das nossas rádios que têm perdido ouvintes em favor da televisão, sendo garantido que algumas mantêm programas carregados de interesse.

domingo, 26 de julho de 2015

A beleza

“A beleza salvará o mundo”

Dostoiewski (1821-1881)




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Rapazes e Velhos


"Enquanto houver rapazes de quarenta anos, é justo que se desculpem as leviandades dos velhos de dezassete"

Camilo Castelo Branco (1825-1890), escritor português

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Livros para férias

Crónica de Frei Bento Domingues 

«A grande leitura de férias 
poderá ser a meditação 
que o Papa Francisco nos ofereceu»


Frei Bento Domingues



1. Durante vários anos, ao interromper estas crónicas durante o mês de Agosto, costumava destacar alguns livros para férias. Dizem-me que já não vale a pena. Hoje, quem não for velho e desajeitado como eu, dispõe dos livros que quiser nos seus iPhones ou iPads, ligados a uma nuvem, limpa, vadia e sempre disponível.
Acerca das férias, a Igreja distribuiu, na Missa do passado Domingo, um texto curioso, tirado do Evangelho de S. Marcos. Por razões óbvias, Jesus de Nazaré resolveu partir para férias com os discípulos: ”vinde para um lugar deserto e descansai um pouco sozinhos. Com efeito, os que chegavam e os que partiam eram tantos, que não tinham tempo nem para comer” [1]. 
Fugiram de barco, mas não adiantou nada. Tinham sido vistos. Quando desembarcaram, Jesus deparou com uma multidão que o procurava e, diz o texto, ficou cheio de compaixão, eram como ovelhas sem pastor. Como poderia ele ficar indiferente perante aqueles que andavam “cansados e oprimidos” [2]?

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