sábado, 8 de agosto de 2009

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 143

BACALHAU EM DATAS - 33
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Santa Joana

O SANTA JOANA

Caríssimo/a:
1935 - «...[P]erante a incapacidade dos estaleiros navais portugueses em satisfazer as necessidades da frota, apesar da necessária autorização prévia do Ministro da Marinha, os armadores portugueses recorreram à aquisição de unidades usadas no estrangeiro, onde os preços de navios usados oscilavam entre os 150.000$00 e os 200.000$00. Aquisição do lugre em ferro JOSÉ ALBERTO, para a praça da Figueira da Foz e dos lugres em madeira SANTA QUITÉRIA, para a praça do Porto, e LABRADOR, para a praça de Lisboa. Ainda no mesmo ano e para a praça de Aveiro, foi comprado em França o lugre NORMANDIE e na Irlanda o lugre SENHORA DA SAÚDE.» Oc45,109
«O JOSÉ ALBERTO, adquirido na Dinamarca pela Sociedade de Pesca Oceano, L.da, em 1935, se[rá] o primeiro lugre-motor de pesca à linha, totalmente feito em ferro, a ser integrado na frota de pesca do bacalhau.» Oc45, 111
«17 de Fevereiro - Entrou na barra da Figueira o lugre com motor de 4 mastros JOSÉ ALBERTO, construído em chapa de aço em 1923, na Dinamarca. Propriedade da Sociedade de Pesca Oceano, o lugre foi considerado "o maior e mais elegante navio da frota bacalhoeira portuguesa". A maioria das casas comerciais da zona ribeirinha fecharam, para que o seu pessoal pudesse observar este momento histórico.»
«Neste ano a frota bacalhoeira portuguesa era composta por 46 navios, sendo 11 da Figueira da Foz.»
1936 - «O segundo marco de inovação [das características técnicas introduzidas nos navios bacalhoeiros da frota portuguesa do bacalhau] foi o começo da pesca com arrastões clássicos ou laterais, em 1936, com o célebre SANTA JOANA.» [v. 1932 ] Oc45, 100
«Por encomenda da Empresa de Pesca de Aveiro, foi construído nos estaleiros de Nakskow, na Dinamarca, um arrastão em aço, o SANTA JOANA, que viria a ser o primeiro barco em Portugal a utilizar o sistema de pesca do bacalhau por arrasto. Era de aço, com 66 metros de comprimento e 17 pés de calado. A sua tonelagem bruta atingia as 1198 t e a sua capacidade de pesca ia até às 1080 t. Com uma tripulação de 58 homens, possuía frigorífico, TSF e um motor Guldner que debitava 900 CV. Este motor permitia-lhe fazer duas safras por ano, a primeira entre Março e Junho, a segunda de Setembro a Dezembro. O SANTA JOANA era um navio sofisticado e bem equipado, numa época em que o preço de um arrastão com estas características rondava os 8.500 contos.» Oc45,111
«O SANTA JOANA foi o primeiro arrastão português da pesca do bacalhau. Pertencia à Empresa de Pesca de Aveiro e era considerado, na sua época, uma das maiores unidades do arrasto na pesca do bacalhau.» Oc45,119 n. 5
«Esta modalidade [o arrasto] firma-se entre nós nesse ano de 1936, com a construção dinamarquesa do SANTA JOANA para a Empresa de Pesca de Aveiro, na gerência de Egas Salgueiro. Assume o comando do navio o Capitão João Ventura da Cruz, veterano dos lugres bacalhoeiros, um dos que, em 1931, demandaram pela primeira vez os bancos da Gronelândia.» HDGTM, 7
«Em 1936, foi adquirido o lugre MILENA, em Génova, também para engrossar a flotilha aveirense [para a Indústria Aveirense de Pesca].» Oc45, 109
Manuel

Raul Solnado: A Guerra

A minha homenagem a um humorista inesquecível da minha geração.

Museu Marítimo de Ílhavo em Festa

Com 72 anos de vida, 
cada vez mais tem mais para dar

Não há dúvida. O Museu Marítimo de Ílhavo, com os seus 72 anos de vida, cada vez mais tem mais para dar. O mar e a ria, mais as gentes que lhe estão ligadas, marcam presença indelével, há muitos anos. Numa procura de actualização permanente, graças também aos Amigos do Museu, que muito o continuam a enriquecer, este espaço museológico é, de forma indesmentível, um excelente pólo de desenvolvimento cultural. A Faina Maior, representativa da saga dos bacalhaus, em que os ílhavos foram muito grandes, é bem digna de ser revisitada, a par da Sala da Ria e de outras colecções que situam o nosso Museu num patamar alto dos melhores museus do mundo, no seu género. Do edifício, podemos salientar que tem sido premiado, com títulos de que nos podemos orgulhar. Hoje está em festa, mas se quisermos, e decerto queremos, a festa continuará com as nossas visitas e os nossos estímulos.

FM

Passeios de Férias: Vieira de Leiria

Diversos aspectos da mesma praia Férias bem diferentes do século XIX
Nas férias, gosto de sair um pouco para conhecer as terras que quase se avistam do lugar onde assentei arraiais. Por vezes chego mais longe, sem perder de vista os horizontes ou a rota segura. Hoje fui a Vieira, para ver o mesmo oceano que oiço e vejo desde menino. Verão, o deste ano, sem o calor que almejo, mas nem por isso falta gente de todas as idades, no areal e na povoação, carregada disto e daquilo que junto das ondas é preciso. Não me aventurei pela praia, mas apreciei o prazer que muitos sentem, como que indiferentes ao ventinho agreste que me obrigava a procurar abrigo. Gostei de ver Vieira de Leiria, com a azáfama do Verão. E enquanto olhava à volta, dei comigo a pensar, nem sei por que carga d’ água, que era nesta praia, mais metro menos metro, que as personagens principais do célebre romance de Eça de Queirós – O Crime do Padre Amaro – veraneavam, carregando para aqui, desde Leiria, o essencial de que precisavam, para umas boas férias, de banhos de mar e de sol. Não havia, certamente, hotéis, restaurantes, bares e outros estabelecimentos que, nos tempos que correm, contribuem para o bem-estar dos veraneantes que demandam estas paragens. Tão-pouco andariam, os banhistas do século XIX, como os de hoje. As modas das praias, a apetência pela tez morena e as possibilidades de férias estavam longe dos tempos actuais. Gostei do que vi na povoação e na praia, com acessos fáceis e asseio a condizer com o bom gosto de quem chega e de quem está. É difícil estacionar? Com calma tudo se consegue. FM
NOTA: A seguir, S. Pedro de Moel

O capitalismo é moral?

Há um passo célebre da Fundamentação da Metafísica dos Costumes, de Immanuel Kant, sobre o "comerciante avisado", para mostrar o que é realmente moral. O comerciante avisado e prudente não engana os seus clientes, pois a honestidade é necessária para o bom andamento do negócio. Ele age de modo conforme ao dever - não enganar os clientes -, mas isso não significa que aja moralmente. A acção só é moral, se agir por dever e não com uma intenção egoísta, isto é, porque o seu lucro o exige. Em A República, Platão apresenta o famoso anel de Giges, que, colocado numa certa posição, tornava o seu possuidor invisível. Com o anel e os seus poderes mágicos de invisibilidade, Giges, que era um homem honesto, entregou-se a uma série de crimes. Colocado nesta situação de poder tornar-se invisível, pode alguém fazer o teste da sua moralidade, verificando que só é verdadeiramente moral quem, mesmo invisível, continuasse a agir por dever e não por interesse ou por medo do juízo dos outros. À pergunta em epígrafe, que constitui também o título de uma obra de André Comte-Sponville, o conceituado filósofo responde: "Não. O capitalismo não é moral, mas também não é imoral; é - total, radical, definitivamente - amoral." Assim, por exemplo, aos protestos compreensíveis de quem se revolta porque o preço de determinado produto está acima do que a decência pode tolerar, observa: "A decência, que eu saiba, não é uma noção económica." Para perguntas e respostas correctas, é necessário distinguir as ordens, os níveis ou domínios. A primeira ordem é a ordem tecnocientífica - no caso da economia, a ordem económico-tecnocientífica -, estruturada, interior- mente, pela oposição do possível e do impossível. Esta fronteira interna entre o possível e o impossível é incapaz de limitar a ordem tecno-científica, porque se desloca constantemente: pense-se no que era antes impossível e hoje possível no domínio da biologia e do progresso tecnológico em geral. Mas precisamente estas novas possibilidades e suas consequências - manipulações genéticas, poluição...; no caso da economia, as variações do mercado... - podem pôr em causa o futuro da Humanidade ou afectar dramaticamente a vida de milhões de pessoas. Assim, uma vez que esta ordem é incapaz de limitar-se a si mesma - não há limite biológico para a biologia, limite económico para a economia, etc. -, é preciso limitá-la do exterior, com a ordem jurí- dico-política, a lei, o Estado, ordem estruturada interiormente pela oposição do legal e do ilegal. O legal pode, porém, não respeitar a dignidade humana: pense-se na legalização do esclavagismo ou do racismo. Não se vota o bem e o mal: "O indivíduo tem mais deveres do que o cidadão." Assim, a ordem jurídico-política é limitada do exterior pela natureza e pela razão, pela ordem moral (o dever, o interdito). Quer dizer, há o pré-jurídico e pré-político. Por último, a ordem moral é "completada", abrindo-se ao divino, que é a ordem do amor e da gratuidade. O capitalismo é, pois, amoral. Não funciona pela virtude nem pelo desinteresse ou pela generosidade, mas pelo interesse pessoal ou familiar, pelo egoísmo. Se funciona bem, é precisamente porque egoísmo é coisa que não falta, mas, também por isso, não basta. O mercado, que mostrou ser o sistema mais eficaz, não tem a capacidade de regulação socialmente aceitável e a moral também não consegue. Então? "Entre o poder cego da economia e a fraqueza da moral, só a política e o direito nos permitem fixar limites não-mercantis ao mercado, regulá-lo, a fim de que os valores morais dos indivíduos dominem, pelo menos em parte, a realidade amoral da economia. O problema, hoje, é que se cavou um desfasamento entre a escala mundial dos problemas económicos e a escala nacional dos nossos meios de acção sobre esses problemas." É aqui que se mostra a urgência de uma política mundial, o que implica compromissos entre Estados, para que o capitalismo seja limitado nos seus efeitos perversos e dramáticos. "Quanto mais lúcido se é quanto à força da economia e à fraqueza da moral mais exigente se deve ser quanto ao direito e à política."
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

“Feira da Saúde do Município” na Praia da Barra: amanhã, sábado

ESTILOS DE VIDA MAIS SAUDÁVEIS
A Câmara Municipal de Ílhavo vai promover amanhã, sábado, dia 8 de Agosto, a edição 2009 da “Feira da Saúde do Município” na Praia da Barra. Esta acção tem como objectivo incentivar a população do Município e os turistas a adoptarem estilos de vida mais saudáveis, permitindo-lhes um contacto directo com diferentes agentes e especialistas da saúde, de forma informal. Estarão presentes, nesta iniciativa, várias entidades profissionais do ramo da saúde de diversas especialidades. Depois de ter sido inaugurado a 23 de Abril de 2006, o edifício da Extensão de Saúde da Barra permanece sem utilização, dado o facto do Ministério da Saúde não ter honrando o compromisso assumido com a Câmara Municipal de Ílhavo e com a População da Barra, colocando-o em funcionamento. A Feira da Saúde, a realizar neste edifício, é também mais um alerta público para uma situação inadmissível que urge resolver em nome do interesse dos cidadãos.
Fonte: CMI

Cheque para a Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo

Hospital de Cuidados Continuados
No próximo dia 11 de Agosto, pelas 20 horas, vai a Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo promover um jantar com o presidente da Câmara Municipal, Ribau Esteves, e com Joaquim Coelho, emigrante nos Estados Unidos, o qual, recentemente, promoveu um espectáculo de angariação de fundos para as obras do novo Hospital de Cuidados Continuados Integrados, que aquela Instituição está a construir. Nesse encontro, Joaquim Coelho fará a entrega de um cheque com o valor angariado. O jantar terá lugar no restaurante "O Navegante", em Ílhavo.

Figueira da Foz: NÓS NA ARTE - No edifício do antigo Casino Oceano

Les Deux Musiciens, tapeçaria sob cartão de Le Corbusier Tapeçarias de Portalegre e Arte Contemporânea
No edifício do antigo Casino Oceano, ao lado do actual Casino, na Figueira da Foz, pode ser apreciada uma exposição de Tapeçarias de Portalegre e Arte Contemporânea, bem como dos “cartões” originais, executados pelos artistas representados, nomeadamente, Almada Negreiros, Nadir Afonso, Camarinha, João Tavares, Le Corbusier, Susanne Dolesch, John Olsen, Vieira da Silva, Carlos Botelho, Júlio Pomar, Graça Morais, Cruzeiro Seixas, Manuel Cargaleiro, Menez, entre outros. Há também espaços para artistas mais jovens. Trata-se de uma exposição do Museu da Presidência da República, que merece uma visita, até ao fim de Setembro. Entrada livre.

FOLCLORE NA PRAIA DA BARRA

Amanhã, sábado, 8 de Agosto, a partir das 21.30 horas, no Largo do Farol, com organização do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, vai realizar-se o Festival de Folclore da Praia da Barra. Participam, para além do grupo anfitrião, o Grupo Folclórico de Santiago de Custóias, o Grupo de Danças e Cantares da Serra da Gravia - Valadares, S. Pedro do Sul, o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Alpiarça e o Rancho Folclórico da Correlhã, Ponte de Lima. Trata-se de uma festa popular para toda a gente, em especial para os amantes do folclore.

Pedro Nunes: "O maior cientista que houve em Portugal"

Pedro Nunes
Há sete anos que a vida de Henrique Leitão corre entre as quatro paredes de um dos gabinetes da Academia das Ciências, no Bairro Alto, em Lisboa. Desde que em 2002 a Academia das Ciências de Lisboa e a Fundação Calouste Gulbenkian decidiram lançar-lhe um desafio e convidá-lo para editar a obra completa daquele que é o maior matemático português de sempre e uma das figuras mais proeminentes do pensamento quinhentista. "Foi o maior cientista que houve em Portugal." Para quem duvida do lugar de Pedro Nunes no panorama intelectual do século XVI, Henrique Leitão recorre sempre a um diagrama de época sobre mestres de álgebra - o frontispício do livro de Matemática do alemão Johannes Luneschlos, de 1649, onde aparece a imagem de Pedro Nunes a par de figuras como Euclides. Está lá, colado numa estante, por trás da cabeça de Henrique Leitão.
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Bispo de Aveiro de luto

Ao início da noite de ontem, Deus chamou à Sua presença a Sra. Donzelina dos Santos, mãe do Sr. D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro. Depois de longos anos de enfermidade, vivida em profunda união com Deus, foi chamada para a Casa do Pai. Os seus restos mortais encontram-se em câmara ardente na Casa de Retiros de S. José, em Lamego, onde residiu nos últimos anos. A Solene Missa Exequial realizar-se-á na Sé Catedral de Lamego, amanhã, sexta-feira, pelas 11.00h. O seu funeral seguirá para a sua terra natal, Tendais, no concelho de Cinfães, onde será celebrada Santa Missa de Corpo presente, pelas 17.00h. A Diocese de Lamego, o seu Bispo, o seu Clero e todos os fiéis associam-se à dor de D. António Francisco e à da sua família, e não deixará de elevar a Deus preces pela alma desta generosa mãe que ofereceu tudo o que tinha à Igreja. Neste momento, importa também destacar a generosidade das pessoas que, mais de perto, foram acompanhando a Sr. D. Donzelina na sua doença, e sempre a cuidaram com todo o carinho e atenção. Deus, que nunca se deixa vencer em generosidade, acolha a alma desta sua serva. Possa ela gozar da visão beatífica na presença do Eterno Pai. Gabinete de Imprensa da Diocese de Lamego 06-08-2009 NOTA: Associo-me à dor de D. António Francisco com a solidariedade cristã que me é possível, na certeza de que Deus já acolheu, com toda a ternura maternal, a mãe do meu bispo.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A maior cavaca de São Gonçalinho



“A maior cavaca de São Gonçalinho” foi apresentada no dia 12 de Janeiro deste ano. Mordomos da festa e crianças do Centro Social Paroquial da Vera Cruz (CSPVC), em Aveiro, transportaram a cavaca, em procissão, desde a confeitaria encarregada da sua confecção até à capela do mais popular santo dos aveirenses. Junto à capela de São Gonçalinho, a cavaca foi partida e do cimo da torre, como manda a tradição, foi atirada, para que o povo a saboreasse. 
O doce típico pesava 10,140 Kg, tinha 1,904 m de comprimento e 0,45 m de largura. Apresentou-se como candidata ao Guinness World of Records, tendo sido o acto testemunhado pelo Governador Civil de Aveiro, Filipe Brandão, pelo presidente da Câmara, Élio Maia, e pelo presidente da Associação Comercial, Jorge Silva 
O acontecimento, referenciado pela comunicação social, teve, contudo, uma finalidade mais ampla: pretendeu envolver a comunidade aveirense na construção da Creche da Vera e do Cruz, daquele centro social. A instituição foi até ao povo e o povo ficou mais interessado pela construção da nova creche. A ideia nasceu no âmbito do projecto AJUD’ARTE, concebido para promover iniciativas de angariação de fundos, aproveitando artistas de vários quadrantes, da região e não só. 

Ouvir Sara Tavares

Sara Tavares: do «Gospel» à «World Music»

Sara Tavares tem um percurso singular na vida cultural portuguesa, conjugando sabiamente a sua condição de compositora, cantora percussionista, com a sua extraordinária sensibilidade musical e com a inteligência e dignidade, que tem testemunhado. Vale a pena ouvir o seu disco “Xinti, a sua mais recente criação, em que interpreta “canções memoráveis”, como escreveu o crítico do Financial Times. Podem conhecer melhor a sua discografia aqui e começar por ouvir “Ponto de Luz” (ver final deste artigo), uma das canções do seu último disco. Para perceber melhor de que é feita a sua música podem ver aqui o excelente programa «Câmara Clara» da RTP 2, de 26 de Julho, em que Sara Tavares foi entrevistada por Paula Moura Pinheiro. É um prazer e alimenta “a sede de largura e altura” do nosso coração, para citar versos de “Xinti”. A música de Sara Tavares, que se alimenta de uma grande sensibilidade e bom gosto, tem as suas raízes no gospel, na música litúrgica que cantava nos coros da Igreja Cristã em que se formou, mas abriu-se a muitas outras influências da música cabo-verdiana, africana e não só. Leia mais aqui

MAIS BEBÉS E MAIS AVÓS

Passo os meus quinze dias de férias, desde há alguns anos, num ponto de encontro de portugueses e de estrangeiros, estes, sobretudo, casais novos. Durante muito tempo, era a desolação. Praticamente não se viam bebés, nem crianças até aos cinco anos. O panorama foi-se transformando, a pouco e pouco. Desde há meia dúzia de anos começou a notar-se uma mudança. Hoje é impressionante o número de casais europeus, sobretudo da Alemanha e Reino Unido, que vemos com os seus carrinhos de bebés. E já se encontram casais com dois e três filhos, espelhando-se no rosto dos pais, a alegria de os ter. Há dias ouvi e li nos meios de comunicação social alguém do partido no poder a anunciar e valorizar do ponto de vista social o donativo do Estado, destinado a abrir conta a cada criança que nasce.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Mar Agosto 2009 - Festas do Município de Ílhavo

Cenário do Festival de Marisco
Ria A Gosto – Festival de Marisco da Costa Nova
De 6 a 9 de Agosto, veraneantes e visitantes, bem como os residentes, podem saborear, no relvado da Costa Nova, o Festival “Ria a Gosto” – Festival de Marisco da Ria de Aveiro, numa organização conjunta do Illiabum Clube e da Câmara Municipal de Ílhavo. Tendo como palco o Relvado da Costa Nova, com os seus coloridos Palheiros como cenário, o Festival de Marisco da Costa Nova tem como objectivo principal divulgar o marisco e “frutos do mar”, numa aposta clara nos produtos “Ria de Aveiro”. Assim, o Festival abrirá ao público amanhã, dia 6 de Agosto, pelas 18.30 h, encerrando no Domingo, dia 9, após o serviço de almoço. Durante estes dias serão servidos mais de mil quilos de variado marisco, do berbigão às navalhas, ou do camarão às santolas. Se faltar, nem sabe o que perde!

Entrevistas a figuras públicas, todos os dias, no jornal i

Mia Couto
Laurinda Alves entrevistou Mia Couto para o jornal i. É um dos meus escritores preferidos. "Jesusalém", o seu mais recente livro, que ando a ler, mostra a razão da minha preferência. Diz a jornalista que "Mia Couto fala devagar e quase sempre em voz baixa. Ri com a mesma facilidade com que se distrai com tudo e todos. É um escritor apaixonante e um homem fascinante". Leia aqui.

Crónica de Férias: "POMBINHOS"

Quando, mais uma vez, cumpria o ritual de visitar as cabrinhas...
E assim acabou o idílio
daquele “casalinho de rolas”
Era um regalo para os olhos, ver aquele casalinho tão unido! Não podiam ver-se um sem o outro e até a dormir ficavam coladinhos, no leito! As mais das vezes, assim acontecia, excepto quando a “menina” saltarica como todas as meninas-rapaz, pulava para o beliche que ficava por cima da cama comum! Era uma cesta de verga, semelhante a uma alcofinha de bebé, a que só faltavam os lençóis de fina cambraia! Talvez nas noites muito quentes, ela tivesse necessidade de mais espaço, de poder esticar-se à vontade, sem importunar o companheiro que permanecia fiel ao seu leito nupcial! Se calhar....até ressonava e queria poupá-lo a esse incómodo (!?) Por várias vezes, a “pastora” a surpreendeu nesta pose e não resistiu a fixar a imagem para deleite futuro. Sim, constituía um espectáculo de rara ternura, ver uma cabrinha anã, deitada dentro dum cabaz comprido, e dormir o soninho dos justos nesse aconchego de verga. Quando os ia colocar de manhã, no pasto, tinha que levar um de cada vez e isso era um problema, pois a privação do outro era um sofrimento tal, que originava um balir dolente e contínuo, até se encontrarem os dois pombinhos, outra vez juntos. Para abreviar esta eternidade, (!!!) a cabrinha era transportada ao colo da dona, que a segurava como uma peninha! Tão leve, tão delicada, tão franzina no seu corpinho de bonequinha de pêlo! Era uma delícia contemplá-la nas suas quatro patinhas, tão fininhas que se surpreendia como seguravam aquele corpito irrequieto. O companheiro, ávido de rever a “menina”, corria à frente da dona, quase se escapulindo pelo meio da erva circundante. Um dia, sem terem reivindicado nada, foi-lhes alargado o espaço de circulação e passaram a andar sem freio, sem limites, sem cordas. Foi a alegria consumada, do “casalinho de rolas”, que pôde dar largas à sua sede de liberdade! De vez em quando, uma rola que nidificara por ali, vinha partilhar do bebedouro franco, colocado no bosque, para mitigar a sede a todos os visitantes. A água quando nasce é para todos e ali se fazia prova do mesmo. A dona deliciava-se nesta contemplação e até quase invejava a felicidade daquele parzinho amoroso! Tinham espaço amplo, sombra com abundância e comidinha fresca e variada. Até lhes era oferecida, à sobremesa, um petisco que devoravam num ápice. Um prato, de maçã laminada, descia até às cabrinhas, que lhes chamavam um figo! Têm boa boca as “meninas”! Boa e pequenina, por isso a dona tinha o cuidado de lhes preparar a iguaria, com o mesmo requinte que se deve a convidados especiais. Sempre que se aproximava da entrada do bosque, lá lhes cheirava a petisco e era vê-las a correr em direcção à paparoca! E tinham razão, pois vinha mesmo coisa boa! Um dia, de manhã, quando mais uma vez cumpria o ritual de visitar as cabrinhas e de lhes franquear a saída para o seu repasto, a pastora teve uma alucinação! Uma alma penada, vinda dos confins dos infernos, entrara, à socapa, no ovil e arrebatara consigo a companheira fiel. Não sabe por que purgatório, ou inferno terá passado a criaturinha de Deus, antes de entregar a alma ao Criador, mas uma certeza ficou. Uma mágoa enorme, pelo desaparecimento duma coisinha tão pura, tão fofinha e sobretudo tão fiel ao seu companheiro de jornada! Este, não se viu derramar lágrimas como os humanos, mas no seu semblante, outrora tão gaiato, tão feliz, pousou uma enorme tristeza! Nos primeiros dias, quase não arredava pé do mesmo sítio e pouco ou nada comia. Como acontece a muitos seres humanos, foi condenado, sem culpa, a uma pena de solidão.....que segundo peritos na matéria.....mata! E assim, acabou o idílio daquele “casalinho de rolas”, que para a dona era um parente próximo -os pombinhos!
Mª Donzília Almeida 04 .08.09

Voltar atrás?...

Voltar atrás?... Ao olhar para mim não me revejo No petiz que eu fui, jovem que sonhou, Parecendo que a fé já se esfumou Na tortuosa estrada em que mourejo. Em adulto perdi todo o ensejo De fazer o que sempre me animou E a vida tão sonhada se mudou De grande sinfonia em fraco harpejo. No tremor alquebrado dos joelhos Sinto que foram vãos esses conselhos Que tanto me previram este fim. Tentar voltar atrás de nada vale Por não haver regresso que me cale A saudade que sofro já por mim! Domingos Freire Cardoso

FÉRIAS EM TEMPO DE CRISE


Desejar, desejar desesperadamente 

Desejar, desejar desesperadamente 
desejar até à dor e à angústia 
até ao grande vazio amargo 
desejar que seja de outro jeito 
desejar o fim das crueldades das loucuras, da estupidez, do abjecto, 
desejar a satisfação, a luz, a ternura 
ter muita fome, ter muita sede do mundo diferente 
e de si-mesmo diferente. 

Maurice Bellet

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O GALO

D. Carlos gostava de histórias e do exemplo que são. Esta contava-a ele e, depois, contava-se dele. O rei fora visitar um manicómio. À hora marcada, chegou gordo, louro e solene. Estavam a recebê-lo ministros e médicos. Os loucos olhavam-no à distância, muitos deles não percebendo sequer quem era aquele que viam. Até que, quando cumprimentava e fazia perguntas, se chegou junto dele um doente que tinha conseguido furar o cordão que protegia o monarca. Era um homem de meia-idade. Dirigiu-se ao rei com modos reverentes (fez uma vénia) e palavras respeitosas (Majestade, Meu Senhor), pedindo compreensão e clemência. Contou que estava preso naquele hospício por uma escura maquinação da família, que assim lhe tinha ficado com os bens e lhe gastava a fortuna. Fixou D. Carlos com os olhos serenos e sinceros, exclamando: "Eu não estou louco! Sou um homem são e só Vossa Majestade me pode salvar, ordenando que se faça justiça."
José Manuel dos Santos
Leia tudo no EXPRESSO

Leituras nas Praias da Barra e da Costa Nova

Biblioteca na Praia da Barra
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BIBLIOTECA: BOA ALTERNATIVA
AO NÃO FAZER NADA
Há iniciativas que merecem aplausos. Destaco, desta vez, a Biblioteca de Praia 2009, um projecto da Biblioteca Municipal, da responsabilidade da Câmara de Ílhavo. Boa ideia, sim senhor. E já vem de anos atrás, certamente para continuar. Passei por lá para ver o ambiente. Havia sempre alguém que procurava um livro para ler, em qualquer posição, sentado, recostado ou deitado no areal, recebendo o ar carregado de iodo e o sol benfazejo. Pelas informações que colhi, junto de uma funcionária simpática, sempre de sorriso aberto, há livros para todas as idades e dos mais variados autores, nacionais e estrangeiros. E quando algum veraneante procura um livro que não está disponível, é certo e sabido que no dia seguinte já está na Praia da Barra, porque a Biblioteca Municipal está preparada para atender as solicitações dos que optaram pelos nossos areais junto ao oceano. Disse na Praia da Barra, mas o mesmo acontece na da Costa Nova, da área do município. Entretanto, crianças desenhavam e pintavam em mesas montadas junto à Biblioteca. Outras liam, concentradas. A funcionária adiantou-me que está para chegar um contentor para proporcionar actividades lúdicas, no sentido de espevitar a criatividade das crianças, adolescentes e jovens, que frequentam as praias ilhavenses, durante este verão. Boa alternativa ao não fazer nada... FM

MAR AGOSTO '09

28 de Agosto
LUIS REPRESAS
NA COSTA NOVA
Diz um velho ditado, com alguma lógica, que “tristezas não pagam dívidas”. E um outro refere que “Mais vale rir que chorar”. Partindo destes pressupostos, vamos tentar viver as férias com a alegria possível e desejável. Para este mês de Agosto, a autarquia ilhavense fez uma programação abrangente, chegando a todo o concelho, que não é assim tão grande, geometricamente falando. Há festas para todos os gostos, para todas as idades e para todas as sensibilidades. Também não deve faltar ânimo para participar, até porque é quase tudo oferecido. Os comes e bebes, como é óbvio, têm de ser pagos. Mas como cada um pode comer à medida do seu bolso, penso que o assunto, em princípio, está resolvido. Música a rodos mais espectáculos variados enquadram uma panóplia de diversões. Mas permitam-me que destaque a I Semana Náutica do Município de Ílhavo, o Festival e Marisco na Costa Nova, as comemorações do 72.º Aniversário da Fundação do Museu Marítimo de Ílhavo, o Festival do Bacalhau, a Rota das Padeiras e o grande concerto com Luís Represas.
Ver programa detalhado aqui

Fotografias de Carlos Duarte na Costa Nova

É hoje inaugurada, às 17h, a exposição de fotografia de Carlos Duarte sobre a Ria, na Residencial Azevedo na Costa Nova. São cerca de 50 trabalhos, representando vários temas da nossa Ria, vistos pelo olhar atento deste fotografo natural de Coimbra, mas que desde 1978 tão bem tem retratado toda a região de Ílhavo e em especial a zona lagunar. Esta exposição está patente durante Agosto e Setembro.

FÉRIAS EM TEMPO DE CRISE

Barcos de Monet
Trabalhar com as próprias mãos Trabalhar com as próprias mãos em tarefas caseiras, na costura, no seu ofício, na bricolagem e fechar o rádio e todo o zunzum interior escutar o que fala sem palavras enquanto as mãos se ocupam e ocupam a superfície da alma. Ou então, conduzir um automóvel muito distendido, atento, delicado uma vez que essa ocupação deixa livre um pensamento sem pensamento que amadurece algures Maurice Bellet

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Marina no Jardim Oudinot

Será que há alguém capaz de me explicar por que razão a Marina do Jardim Oudinot, no Forte da Barra, se apresenta, normalmente, sem sinais de embarcações, que lhe dêem motivos para existir? Foi inaugurada há um ano e ainda não foi utilizada. Será que não tem condições para isso?

Ideias para um país novo

Para um país novo, proponho três ideias muito simples:
1- Aprender a gastar menos.
2- Os ricos não são os que mais têm. São os que menos precisam.
3- Viver o dia de hoje, pensando no de amanhã, e não no de ontem.
Ângelo Ribau

Crónica de férias

Madrasta
Passou-se numa das lojinhas do comércio local. Aquele que ainda permite às pessoas um breve encontro com os vizinhos, os amigos ou alguma pessoa conhecida daqui ou dali. Dois dedos de conversa e as pessoas ainda não passaram ao anonimato e à despersonalização que acontece nos grandes centros comerciais Assim aconteceu, e deu de caras com esta cena enternecedora, pouco comum nos dias que correm, dumas férias que são também para muita gente, um reencontro! A menina duns tenros dez aninhos de idade, estava tão agarrada àquela jovem senhora, que suscitou a pergunta:_ É a mãezinha, não é? Estavas com saudades dela? A cena era realmente comovente dada a intensidade com que a criança abraçava a suposta mãe! _Não, sou a madrasta, replicou a jovem, bonita, fresca na idade e na postura! O discurso foi aquele que profere uma pessoa sensível, sensata, de boa formação humana, perante uma situação delicada, mas que está perfeitamente à altura da mesma. Estava consciente do seu papel de maternal, prestadora de carinho e afecto, mesmo não sendo sua filha de sangue. Uma clara prova de inteligência, num relacionamento que se pretende válido, gratificante e duradouro! Verdadeiramente exemplar! Conhecia bem aquela menina, sua aluna lá da Escola e estava dentro da problemática da custódia dos filhos, resultante duma quebra dos laços familiares. O rendimento escolar da aluna, marcada por conflitos familiares desestabilizadores para o equilíbrio de qualquer ser humano, variava ao ritmo da instabilidade emocional em que a mesma vivia. Percebia-se ali, traduzido por gestos e palavras, uma carência afectiva profunda que perturbava a atenção e a concentração da criança. Todos os professores estavam atentos a este historial e tentavam, da melhor forma, compensar essa lacuna. Nem sempre era fácil, já que os docentes são seres humanos com as suas próprias dificuldades e que têm de gerir “n” conflitos e situações, emergentes do seu quotidiano. Aqui e sempre, o papel polivalente do Professor! Dava aqui pano para mangas, reflectir sobre as consequências para os filhos da separação dos pais. Estes tentam resolver os seus problemas conjugais, ignorando, por vezes, o enorme sofrimento que causam aos filhos. Os novos companheiros que vão ocupar o lugar afectivo e efectivo, pensa-se, junto dos progenitores, nem sempre entendem que as crianças têm um lugar importante. Devem ser tratadas como gente importante, e não é raro deparar com casais em que o papel da madrasta e aqui refere-se mesmo o elemento feminino, faz jus ao termo carregado de conotação negativa. “Madrasta, o nome lhe basta”, diz o povo e é bem verdade. É das tais palavras que, tal como outras já referidas em contextos específicos, soa mal, inspira mal e as mais das vezes tem mesmo correspondência na vida real. No caso, ora citado, acontece a meritória excepção que vem com toda a força, confirmar a regra! Mª Donzília Almeida 02.08.09

FÉRIAS EM TEMPO DE CRISE

Férias são para descansar,
mas há quem as use para servir os outros
"A Marisa Sapina recorda-se de quando esteve na Guiné-Bissau há seis anos e uma criança lhe pediu uma colher - não tinha nenhuma. "Quem entre nós não tem dezenas de colheres? Mas dar uma colher naquela situação era estragar o trabalho que estava ali a fazer. Disse ao miúdo que iria tentar arranjar. Falei com as irmãs da missão e só uns dias depois de eu vir embora elas deram a colher." Foi a primeira experiência de Marisa, professora de línguas, como leiga missionária, apoiando no terreno o trabalho das missões católicas em países mais pobres - o número dos portugueses que o fazem disparou este ano e as férias são uma altura privilegiada para colaborarem em missões nos países em desenvolvimento."
António Marujo, no PÚBLICO de ontem

domingo, 2 de agosto de 2009

Caso Joana Amaral Dias já é telenovela

Joana Amaral Dias
~.
Quem há por aí que não tenha sido convidado
para fazer parte de listas eleitorais?
O caso Joana Amaral Dias, a política que foi ostracizada no Bloco de Esquerda, passou a telenovela, com pano para continuar na pré-campanha eleitoral e na própria campanha. Tudo porque um amigo ou conhecido, do PS, a convidou para apoiante do partido do Governo, considerando que ela teria sido posta à margem no BE, em que militou. Aliás, Joana Amaral Dias, que agora se quererá fazer passar por fiel militante daquele partido, já uma vez, pelo menos, mostrou que não é assim tão fiel, quando apoiou Mário Soares, fundador do PS, nas últimas eleições presidenciais. Posto isto, apetece-me perguntar por que razão há tanta celeuma à volta de um convite, quando todos sabemos que esse gesto é repetido, até à exaustão, por todos os partidos? Quem há por aí que não tenha sido convidado pelos mais diversos partidos políticos para se tornar apoiante ou para fazer parte de listas eleitorais, sobretudo quando se sente ou pressente que os convidados estão desligados, directa ou indirectamente, dos partidos em que militaram? FM

FÉRIAS EM TEMPO DE CRISE

Pintura de Carlos Reis
Permanecer em paz Permanecer em paz que é a harmonia dos poderes para lá (certamente) do turbilhão para lá da abstenção serena para lá do abandono voluntário dos heróis na harmonia dos poderes coincidindo com a mais humilde humildade isto, na mediocridade dos dias sem altivez, sem saber e algumas vezes sem graça. Maurice Bellet

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 142

BACALHAU EM DATAS - 32

Pescador de bacalhau

A COMISSÃO REGULADORA DO COMÉRCIO DO BACALHAU

Caríssimo/a:
1934 - «De 1929 a 1934, construíram-se apenas 4 navios, sem que a sua construção representasse qualquer progresso sério nos métodos da pesca.» HPB, 77
«Em 1934 foi criada a Comissão Reguladora do Comércio do Bacalhau (CRCB) com a finalidade de proteger e incrementar a indústria do bacalhau. E a sua acção, de certo modo positiva, fez-se sentir até à liberalização do comércio deste peixe, o que aconteceu em 1967. Durante essas três décadas surgiram grandes grupos económicos ligados ao sector e a CRCB começou a perder capacidade de liderança. As importações subiram e as capturas, obviamente, desceram. O 25 de Abril desmantelou como é sabido, esses grupos e a CRCB passou a ter o monopólio das importações de bacalhau, alargando a sua acção aos congelados.» BGEGN[1], 1991, 7
«A criação da Comissão Reguladora do Comércio do Bacalhau ocorreu a 5 de Junho de 1934 (Decreto-Lei n.º 23.968), marca o arranque de um amplo processo de reorganização estatal do sector bacalhoeiro que precede as políticas de fomento da frota. A acção institucional da CRCB tinha por fim garantir a reserva do mercado à produção nacional e o condicionamento das importações de peixe estrangeiro, a estabilidade do aprovisionamento e dos preços.» Oc45, 104 n. 3
«Considerado por Henrique Tenreiro, delegado do Governo junto de todos os grémios das pescas, como “ um dos principais factores da vida portuguesa”, a pesca do bacalhau foi objecto de uma reorganização a partir de 1934. O Estado Novo encetou a reestruturação das pescas, atendendo a uma reforma financeira com o objectivo de repor os bens considerados essenciais, aumentar a produção nacional e combater as importações.» Oc45, 109
E ainda na mesma revista “Oceanos, n.º 45” se pode ler
na página 91: «1934 a 1967: Período áureo da “Campanha do Bacalhau”.»;
na página 93: «De 1934 a 1969 o total de navios que vão ao bacalhau quase que duplica. A média é de 60 navios por ano.»;
na página 99: «De 1934 a 1967, 74 % dos “navios de linha” em actividade tinham casco de madeira.»;
e na 101: « ... [E]scassas 4.726 toneladas de arqueação líquida da frota bacalhoeira em 1934.»
Manuel
[1] Boletim do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, do ano de 1991

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