sábado, 10 de março de 2018

COM AVANÇOS E RECUOS, A VIDA CONTINUA

Na A25

A chuva não abrandava. Por momentos, o céu abriu-se e ao longe uma claridade desafiava-nos a prosseguir... E o  dia a dia  é assim: Com avanços e recuos, ora apressados, os primeiros, ora  curtos, os segundos, é sempre tempo de chegar ao destino, porque a vida continua. E nós chegámos. Bom domingo para todos. 

VOLTAR A CASA COM JESUS. O EXEMPLO DE JAIRO

Para o Dia do Pai

Reflexão de Georgino Rocha

Georgino Rocha

Jairo vive uma situação familiar aflitiva. A filha, uma adolescente de 12 anos, está gravemente doente. A esperança de cura esfumava-se cada vez mais, apesar de todos os cuidados medicinais. O pai sonha hipóteses que não resultam. Ouvindo falar que Jesus chegara à sua terra, após a travessia do mar de Tiberíades, e vendo uma numerosa multidão que o rodeava na praia, aproxima-se, cai a seus pés e diz-lhe com insistência: “A minha filhinha está a morrer. Vem e põe as mãos sobre ela para que sare e viva” (Mc 5, 23). A mulher, sua esposa e mãe da menina, ficara em casa a velar por ela, juntamente com familiares e amigos. O recurso a Jesus funciona como a última esperança e o amor não descansa enquanto não a vê, não a encontra.
Marcos, o evangelista narrador, situa este episódio no capítulo da cegueira do mundo, após o da cegueira das autoridades e antes da cegueira dos discípulos. Pretende ir desvendando a realidade de Jesus, o Filho de Deus humanizado, atento à vida e situações que a condicionam, profeta da verdade e força irradiante que brilha nos comportamentos pessoais e colectivos, amigo incondicional de todos/as, com especial desvelo pelos doentes e marginalizados pela ordem estabelecida, injusta e selectiva, discriminatória. Quem não se comove ao ver a morte chegar e não poder valer à pessoa amada, sobretudo se é familiar de sangue, se é filho/a? Jairo vive horas sofridas. A tudo se expõe e nada teme. E a sua confiança sai recompensada. E a figura do pai sai enobrecida, bem como a sua missão de cuidador solícito e a sua caminhada interior. Chega junto de Jesus por necessidade, fica por convicção, assume por amor a nova missão.

O REVERSO DA MEDALHA

MaDonA



Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, 
não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus? 

1 João 3:17


Foi no dia de S. Valentim, adotado pelo mundo ocidental como o Dia dos Namorados. Uma correria desenfreada às lojas, às floristas, aos grandes hipermercados, na ânsia de adquirir a prenda mais requintada ou um simples mimo, com o mesmo objetivo – demonstrar ao mais-que-tudo, a prova, a intensidade do amor. 
Faço parte do mundo atual, com tudo o que tem de bom e de mau e não me refugio “No meu tempo...” como muitos seniores fazem num saudosismo a saber a mofo. 
Fui também fazer as minhas compras do dia, já que celebrar a amizade, o amor, enfim a vida é a palavra de ordem, todos os dias. 
Foi neste contexto comercial, na entrada de um hipermercado da zona, que me deparei com a cena: um homem mal vestido, com ar subnutrido e aspeto acabrunhado, a pedir. Confrangeu-se-me o coração, ao constatar as desigualdades de uma sociedade consumista e hedonista, que gasta o dinheiro em coisas supérfluas, futilidades, enquanto há uma franja da população que não tem com que matar a fome. O olhar suplicante do pedinte cruzou-se com o meu, mas não obteve resposta. Há tanta gente desnaturada, insensível à miséria alheia, que responsabiliza o governo por este estado de coisas e delega nele a resolução do problema, enquanto grassa a fome!

sexta-feira, 9 de março de 2018

DIA CINZENTO



guia-nos, Deus,
na viagem através do deserto
até ao lugar da tua crucifixão
e da tua páscoa

guia-nos, Deus,
da via cinzenta dos nossos dias
à. via gloriosa da tua cidade.

seja este o tempo favorável
para a confissão do pecado e do louvor,
nós que vivemos na fragilidade do corpo nómada
o imaginário do oásis
e os lugares de repouso

guia-nos, Deus,
para a inquietação que permanentemente te nomeia,
Deus em Jesus Cristo e no Espírito consolador


José Augusto Mourão
In O Nome e a Forma, ed. Pedra Angular
Fotografia: Corbis
03.03.12

Li aqui 

FRANCISCO. E DEPOIS?

Anselmo Borges 

Anselmo Borges


1. Num belo livro, Cartas a Francisco, escreve também um destacado filósofo e teólogo, L. González-Carvajal, que, na sua carta, resume a parábola de J. Bouchaud para exprimir a impressão causada por João XXIII, aplicada agora ao Papa Francisco:
"Havia uma vez um barco, um velho e belo barco que há muito tempo estava ancorado no porto. A vida a bordo era de prerrogativa. Os oficiais estavam ataviados com uniformes de diferentes cores - o negro para os de mais baixa graduação, violáceo, vermelho e púrpura para os outros -, a que alguns tinham juntado adornos (capas, arminhos, condecorações...). As relações entre os comandos superiores e os subalternos regiam--se por um cerimonial carregado de requintados ritos e reverências. Na realidade, a vida a bordo era fácil, porque tudo o que havia para fazer ou deixar de fazer estava determinado por um regulamento muito preciso que todos observavam escrupulosamente.
Como é lógico, no barco havia também marinheiros, embora dificilmente fossem vistos. Trabalhavam no porão e na sala das máquinas, apesar de o trabalho com os motores não ser muito importante num navio que nunca deixa o porto.
As veneráveis senhoras que passeavam pelo cais diziam umas às outras: "Este barco é o meu preferido; é um barco fidelíssimo, nunca se move do seu sítio".

NICODEMOS VAI AO ENCONTRO DE JESUS. E NÓS?

Reflexão de Georgino Rocha

Georgino Rocha

"Nicodemos, figura histórica, é símbolo do homem de todos os tempos, sobretudo do nosso, de quem se aventura na noite do mercado de opiniões e dúvidas e quer encontrar resposta para o sentido da vida, seus valores e sua escala de prioridades, dos/as que não abdicam do direito de fazer perguntas sobre o rumo dos acontecimentos e o cuidado da criação."


Nicodemos surge como interlocutor de Jesus. Certamente fica incomodado com o episódio do Templo. Por ser testemunha ou por ditos que lhe chegam. Incómodo que acentua a perplexidade em que vivia e o leva a ir de noite à sua procura. Incómodo que transparece na conversa que João narra e, hoje, a liturgia nos apresenta como parte do diálogo sobre o “nascer de novo” proposto por Jesus. “Como é possível nascer de novo?”, pergunta, sem rodeios, tendo no horizonte da sua dúvida o parto natural e a idade da vida. (Jo 3, 14-21). Apesar de ser mestre em Israel, de usufruir de um estatuto social elevado e de viver como crente piedoso, Nicodemos não vislumbra a nova dimensão que Jesus insinua. Mas cultivará uma relação de proximidade e de intervenção, de simpatia e de risco, como os relatos evangélicos referem repetidas vezes.

quinta-feira, 8 de março de 2018

DIVORCIADOS RECASADOS E A ALEGRIA DO AMOR - 2

Georgino Rocha



ITINERÁRIO DE ACOMPANHAMENTO -2

Esta fase está marcada pela caminhada em grupo. Supõe a escolha livre de cada participante e o apreço pela relação de ajuda que a equipa composta pelo pároco/padre e casais acompanhantes fomente. E pretende alargar horizontes ao amor conjugal de modo a apreciar o que já se vive e a desejar prosseguir a reflexão em conjunto. Corresponde ao cap. V de “A Alegria do Amor” .
Convém pôr em destaque a missão a que está chamado o casal e a grandeza da sua doação generosa. Usar a pedagogia “do gota-a-gota”, indo e vindo sempre que necessário. Dedicar-lhe as sessões indispensáveis. Fazer surgir as áreas de apostolado em que se podem vir a envolver;
Esta fase supõe que há orientações sobre este assunto, apesar do discernimento ser pessoal/ local. É claro que as tarefas que decorrem do baptismo podem ser assumidas e valorizadas; outras que, de algum modo, sejam feitas em nome da comunidade devem ser ponderadas, tendo em conta o bem possível.

1. Apresentar um quadro síntese destas áreas e suscitar outras. Deixar que o diálogo se alongue e possa levantar questões;

NOTAS SOLTAS SOBRE A MULHER


Dia Internacional da Mulher



As mulheres ainda precisam do seu dia? 

A mulher ainda precisa do seu dia especial

com data marcada no calendário!
O homem não precisa desse dia especial para si,
porque se considera o rei da criação.
O homem tem todos os dias por sua conta.
É ele que manda em quase tudo.
A mulher ainda luta por estar em pé de igualdade
com o homem em muitas áreas.
Em muitas tarefas profissionais ganha menos
quando faz o mesmo que o homem.
Na liderança, em vários setores, é preterida em favor do homem.
O homem é o sexo forte, mesmo sendo frágil;
a mulher é o sexo fraco mesmo sendo forte.
Na política, barram-lhe a subida apesar do mérito,
da sensibilidade, da persistência e da intuição.
Mas quando tem campo aberto lidera.
Nas universidades e no ensino é maioritária;
na investigação dá cartas;
nos cuidados médicos e nas artes bate-se em pé de igualdade;
no desporto agiganta-se;
e na família cuida, amamenta, espalha ternura, acarinha,
estimula, abre horizontes, ama incondicionalmente.
E apesar da aparente fragilidade ainda consegue acumular duas profissões:
Uma remunerada, a do emprego;
e outra não remunerada, a de casa. Tudo por amor.

Fernando Martins

NOTA: Texto reeditado para este dia. 

UM EQUIPAMENTO ABERTO À INOVAÇÂO

Parque de Ciência e Inovação

«O Parque de Ciência e Inovação (PCI) foi inaugurado esta terça-feira. O equipamento, instalado maioritariamente no município de Ílhavo, conta com o envolvimento de diversos parceiros, com a Universidade de Aveiro (UA) à cabeça, mas também a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro e várias empresas, entre as quais a Administração do Porto de Aveiro (APA, S.A.). Ocupa uma área de 35 hectares e representa um investimento de cerca de 20 milhões de euros, financiado por fundos europeus.»

quarta-feira, 7 de março de 2018

DIVORCIADOS RECASADOS E A ALEGRIA DO AMOR

Georgino Rocha




ITINERÁRIO DE ACOMPANHAMENTO -1


Introdução – Este itinerário surge como uma proposta de acção pastoral na urgente missão de acolher, acompanhar, discernir e integrar quem está em segunda união matrimonial ou seja os católicos divorciados e recasados civilmente. Demarcam-se alguns passos que ficam como referência comum de um processo em que cada pessoa envolvida é chamada a fazer o seu percurso singular.
Supõe uma atitude prévia, a de assumir este serviço como missão e este percurso como itinerário de re-iniciação cristã ou de inspiração catecumenal, agora de revisitação do matrimónio realizado. Acertar a possibilidade de um trabalho em conjunto com casais que tenham experiência, sensibilidade e formação cristã. Pode ser útil “A Alegria do Amor (AL), cap. VI, sobretudo nº 217 e seguintes.

1. Identificar quem está na situação de católico divorciado recasado civilmente e manifesta alguma predisposição para conversar sobre o que levou a essa opção.
Os meios a usar podem ser conhecimento pessoal, pedidos de serviços à paróquia, informações de colaboradores paroquiais. (AL 230).

2. Fazer o convite pessoal, indicando a disponibilidade do pároco/padre para acolher e ter um primeiro encontro. Prestar as informações correspondentes às perguntas que surjam.

terça-feira, 6 de março de 2018

P.e FRANCISCO MELO: "A PARÓQUIA TEM FUTURO?"

Padre Francisco Melo 
analisa «crise de indentidade»

Francisco Melo


«O padre Francisco Melo, da Diocese de Aveiro, dá pistas para a pergunta «A Paróquia tem futuro?» no seu trabalho de investigação em Teologia Pastoral, falando numa “crise de identidade”.
“A paróquia vive uma crise de identidade, procura saber quem afinal é, qual é o lugar que ocupa nesta ação pastoral da Igreja, tem também uma crise de representação”, explica o sacerdote em entrevista à Agência ECCLESIA.
O padre Francisco Melo contextualiza que, antes, reconhecia-se a paróquia como uma instituição que “representava o povo, tinha uma certa autoridade”, mas há também uma crise de significado e “tem dificuldade para ser capaz de dar significado, coerência, harmonia aquilo que é o quotidiano e vida das pessoas”.
Neste âmbito, explica que a dimensão da territorialidade hoje é diferente, bem como o sentido de pertença, porque a pessoa nasce num sítio, “está a trabalhar noutro, mora noutro completamente diferente” e ainda pode ter a sua vida cristã em outro local diferente.»

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PAPA FRANCISCO SOBRE GABRIEL GARCIA MARQUEZ

Escritor «tão querido para todos»
 
Gabriel Garcia Marquez
«Aquele escritor tão querido para vós e tão querido para todos»: no dia em que se assinala o 91.º aniversário de nascimento de Gabriel García Márquez (6.3.1927-17.4.2014), recordamos algumas das citações do autor proferidas pelo papa Francisco durante a sua viagem à Colômbia, em setembro de 2017.
Para vincar a exigência requerida aos cristãos de «gerar a partir de baixo uma mudança cultural: à cultura da morte, da violência, responder com a cultura da vida e do encontro», Francisco citou a “Mensagem sobre a paz”, de 1998, do também jornalista, editor, ativista e político colombiano.
«Este desastre cultural não se remedeia com chumbo nem com dinheiro, mas com uma educação para a paz, construída com amor sobre as ruínas dum país em chamas onde nos levantamos cedo para continuar a matar-nos uns aos outros (…)»

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"EM ÍLHAVO ACONTECE À SEXTA"



O Município de Ílhavo tem novo desafio patrimonial às sextas-feiras, de muito interesse para todos os ilhavenses, neles incluindo os gafanhões. Trata-se de um  projeto cultural e patrimonial com capacidade para promover a identidade do nosso concelho, apoiando-se em pequenas ou grandes histórias, nem sempre conhecidas das nossas gentes. 
“Em Ílhavo acontece à sexta”, que inicia o seu ciclo de conferências na próxima sexta-feira, 9 de março, pretende lançar um novo desafio à comunidade para que venha desbravar o seu Município, as suas vivências históricas, os seus recantos patrimoniais, com a pretensão clara de incluir as comunidades neste processo de descoberta, partilhando as suas experiências e os seus conhecimentos.

segunda-feira, 5 de março de 2018

ERRADICAR A FOME É MUITO BARATO

José Graziano da Silva,
Director-Geral da FAO,
afirma que "Erradicar a fome é muito barato"
 
 
A entrevista saiu no PÚBLICO de ontem e merece uma leitura, porque aborda um tema transversal a toda a humanidade, onde grassa a fome, quantas vezes à nossa porta. E deixou um recado pertinente: «quem alimenta o mundo são as grandes agro-indústrias e "temos que mudar isto". A resposta está na agricultura familiar.»

O PÚBLICO COMPLETOU 28 ANOS DE VIDA



O diário PÚBLICO completou hoje 28 anos de vida, sinal de que já atingiu a maioridade há muito tempo. Prova disso está no facto de resistir às investidas das novas tecnologias, adaptando-se e superando as dificuldades. Leio este jornal desde o primeiro número e não consigo adaptar-me a outro. Conheço os cantos à casa e vou logo direto aos assuntos. 
O PÚBLICO veio ao mundo sob a batuta de Vicente Jorge Silva, um jornalista com ideias claras e arejadas, que hoje, por convite da direção, voltou, por um dia, a dirigir o jornal. E no artigo que escreveu — Marcas no tempo — lembra: «O PÚBLICO nasceu num momento crucial de transição entre dois mundos: o mundo pré-Internet e o mundo pós-Internet, no centro nevrálgico de uma revolução tecnológica, cultural e social que alterou decisivamente o rumo das nossas vidas e hábitos quotidianos.» 
Os meus parabéns a quantos o dirigem e nele trabalham, diariamente, para nos manterem mais lúcidos e esclarecidos no mundo de hoje. 

domingo, 4 de março de 2018

FIGUEIRA DA FOZ COM SERRA DA BOA VIAGEM

Quiaios ao fundo, com mar à vista

Conjunto escustórico  no CAE


Pintura de Sónia Travassos

Fotografias de João Ferreira

Apesar de o inverno continuar agreste, desafiando a capacidade de resistência de cada um, foi bom ter visitado ontem, sábado, a Figueira da Foz. A Serra da Boa Viagem, que se apresentava fria, sombria e molhada até ao âmago, estava quase deserta. Vimos um ou outro casal, um ou outro carro com gente como nós à procura de vistas largas que a serra normalmente oferece a quem a visita, ou ousa visitar num dia como este. Mas também registámos o casario, aqui e ali semeado, de quem se instalou num ou noutro recanto serrano de vistas para os povoados, ao longe, com oceano pelas costas. 
Se é certo que nada de especial divisámos, ainda conseguimos ver, de fugida, o velho Farol do Mondego, mais antigo que o nosso, a Casa Abrigo sem movimento de nota, e nem o panorama que em dia límpido nos permite sonhar com viagens, levados pelas ondas, ou em noites escuras capazes de nos mostrar o foco luminoso e intermitente do Farol de Aveiro. 
Antes, eu e o meu filho Fernando almoçámos na zona porventura mais visitada da Figueira, junto ao Casino de imensos desafios para muita gente. Não será nunca o nosso caso, que de jogos desses fugimos como o diabo da cruz. 
Descemos para o CAE (Centro de Artes e Espetáculos) Pedro Santana Lopes. Um café quente retemperou o nosso ânimo e as exposições (Fotografia e Pintura) justificaram a passagem por aquele espaço que me é bastante familiar. João Ferreira, de Leiria, cuja fotografia, apresentada com o título “arquipélago” [Cabo Verde] o acompanha «num percurso paralelo a todas as suas atividades, desde a década de 90» do século passado, impressionou-me sobremaneira, mas já a não posso sugerir aos meus amigos porque encerrou precisamente hoje. Fica o registo, na certeza de que o artista voltará um dia a expor, naquele ou noutro espaço. 
No piso 1, pudemos apreciar pintura de A. Ribeirinho, patente até 3 de junho, sob o título “De Cotovelos no Parapeito”, que muito me agradou: cores, expressões e impressões roubadas aos nossos quotidianos merecem uma visita. Um curto mas expressivo texto de V. A. é desafio à nossa curiosidade.

A EUROPA ESTÁ DOENTE

Vicente Jorge Silva diz hoje, 
no PÚBLICO, que a Europa está doente, 
"eventualmente moribunda". E como salvá-la?

Vicente Jorge Silva

Depois da esperança do voluntarismo macronista que apontava para uma refundação do projecto europeu, é quase inevitável sermos hoje confrontados com um diagnóstico sem apelo: a Europa está doente, minada pelo desencanto e, quem sabe?, eventualmente moribunda.

"As legislativas italianas deste domingo não oferecem nenhum cenário que permita encarar o futuro de forma optimista e construtiva. A confusão política generalizada, a ascensão das forças xenófobas e eurocépticas, sem precedentes nas últimas décadas, a desorientação e o cansaço instalados entre as correntes progressistas e pró-europeias, tudo isso aponta para um cenário caótico e, porventura, ingovernável. Aquele que foi um dos países fundadores do projecto europeu e, apesar da sua quase genética instabilidade governativa, um dos mais optimistas e voluntariosos porta-vozes da esperança europeia, não resistiu à pulverização política que se seguiu ao desabar dos antigos equilíbrios partidários entre o centro-esquerda e o centro-direita."


HORA DE VOLTAR



Está provado à saciedade que o descanso é necessário. Há uma quebra abrupta no ritmo de trabalho e reocupações, e o stresse deixa-nos em paz. A leitura foi mais intensa e serena, a harmonia com a vida restabeleceu-se, as ideias quanto ao futuro, que só Deus conhece, terão rejuvenescido, e a hora de voltar aconteceu. 
Durante as curtas férias, acertei o passo com o dia a dia normal. Fixei os horizontes na esperança de os alcançar e reconheci, como imensas vezes o fiz, que a vida vale mesmo a pena ser vivida. 
Aqui fica uma saudação especial para todos os meus amigos. 

Fernando Martins

A HIPOCRISIA E AS CONFUSÕES DA QUARESMA

Frei Bento Domingues 

Frei Bento Domingues


1. A Quaresma é uma questão muito séria de toda a Igreja e de cada cristão: é o reconhecimento de que não estamos irremediavelmente perdidos. Não existe nenhuma situação que não possa ser alterada. O aforismo ecclesia semper reformanda não é apenas realista, é também um caminho de esperança. Os rituais da penitência não deveriam servir para mostrar que uns têm remédio e outros estão em situações irregulares irremediáveis, reduzidos ao estado de limbo eclesialPUB
Este tempo único começou com a imposição das cinzas: lembra-te que és pó da terra e à terra hás-de voltar. Hoje, com a cremação, és pó e nem à terra voltarás. Era uma declaração muito empírica, mas um bocado niilista. Parece-me que a nova fórmula é mais estimulante: arrependei-vos e acreditai no Evangelho [1], como quem diz, é urgente mudar porque é urgente a alegria. O pecado estraga, a graça do perdão liberta e abre o futuro.
O texto do Evangelho escolhido para essa celebração não alinha com um costume, que eu ainda conheci, de pôr as igrejas de luto e os santos de roxo. Atreve-se a desencorajar a religião do espectáculo, a dificultar a estatística do bem-fazer e o reconhecimento público dos benfeitores da igreja e das obras de caridade. Ao turismo religioso, dentro e fora dos templos, chama exibicionismo hipócrita.

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Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. 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