sábado, 16 de abril de 2016

Notas do meu Diário: Papa com refugiados

Papa com refugiados 
Não há coração, por mais empedernido que seja, que não se comova com as cenas verificadas durante a visita que o Papa Francisco fez aos refugiados “encurralados” numa ilha grega. Eu confesso que me doeu imenso o sofrimento de tanta gente desesperada por não vislumbrar saída para um futuro feliz. Mundo de paz, de trabalho, de alegria e de felicidade. 
As crianças são as que mais sofrem. Olhares parados num infinito sombrio, olhares arregalados perante a indiferença da comunidade internacional, olhares de fome, olhares de fugitivos sem eira nem beira. 
O Papa Francisco foi lá. Falou, indicou caminhos, suplicou atenção para a maior catástrofe humanitária depois da II Grande Guerra Mundial. Levantou quem se prostrou a seus pés, recebeu um desenho de criança que quis guardar no seu gabinete de trabalho, agradeceu ao povo grego a solidariedade manifestada no acolhimento a milhares de refugiados. E o mundo viu tudo quase em direto, e compreendeu os alertas do Papa, e condoeu-se com a dor de quem deixou a sua terra massacrada pela guerra em busca do acolhimento que tarda.
Depois disto, das denúncias e dos apelos, já sabemos como é: os países e os seus líderes têm mais em que pensar…

Fernando Martins

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A Alegria do Amor. 1

Crónica de Anselmo Borges 


1- Era um texto muito aguardado do Papa Francisco. Depois de dois Sínodos, em 2014 e 2015, sobre a família, antecedidos de algo inédito - Francisco quis saber, com consultas em todo o mundo, o que pensam os católicos sobre as problemáticas relacionadas com a família, desde a crise profunda que atravessa às uniões entre pessoas do mesmo sexo e à possibilidade da comunhão para os divorciados recasados -, o Papa teria a última palavra, num documento seu, tendo em conta os resultados dos Sínodos. Acaba de ser publicado, com o belo título A Alegria do Amor. Uma Exortação Apostólica, com mais de 200 páginas e 325 pontos. O seu fio condutor é a misericórdia, ao encontro das pessoas em dificuldade. Não muda a doutrina, mas exige uma nova pastoral, de tal modo que o cardeal W. Kasper não se sentirá completamente defraudado ao ter previsto que "o documento assinalará o início da maior revolução na Igreja dos últimos 1500 anos".

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Moliceiros na Ria de Aveiro


Vão no longe moliceiros
De asas brancas, a voar,
Ao vento, leves, ligeiros,
Por sobre a ria a singrar.
Vão no longe moliceiros
De grandes velas a arfar.

Andam na faina do dia,
Desde a manhã ao sol-pôr.
Buscam nas águas da ria,
O moliço — verde cor.
Andam na faina do dia,
Colorido, encantador.

Vogam num lago de prata,
Circundado de cristal,
Qual sonho de serenata
Numa noite sensual!
Vogam num lago de prata
Sob o céu celestial.

Cortam as ondas de espuma
Pelas águas a boiar,
E essas vagas, uma a uma,
Vão mais longe desmaiar.
Cortam as ondas de espuma
Erguidas na preia-mar.

Parecem os bandos de aves,
Que no céu vão a subir,
E depois voltam, suaves,
Muito leves, a cair.
Parecem os bandos de aves,
A luz do sol a fugir.

Descrevem curvas serenas,
Como talhada magia,
Umas maiores, mais pequenas,
Duma estranha bizarria.
Descrevem curvas serenas
Nas transparências da ria.

As proas são rendilhadas
Por coloridas pinturas,
Com frases adequadas
A populares formosuras.
As proas são rendilhadas,
São ornadas de figuras.

Vão no longe moliceiros,
De asas brancas a voar...
Singram na ria, altaneiros,
À luz do sol, ao luar,
Vão no longe moliceiros,
— Majestoso deslizar!

Amadeu de Sousa

Fonte: Boletim Municipal de Aveiro
Ano III, 1985,n.º 6

terça-feira, 12 de abril de 2016

Gafanha da Encarnação — A Bruxa

Um local pitoresco
Recanto da Bruxa (foto do meu arquivo)

Café dos petiscos
Já me questionei sobre o assunto e não há documentos, mas do que tenho percebido da tradição oral dos meus conterrâneos, apresento a explicação seguinte: se mudarmos o nome para Lugar da Bruxa ou simplesmente A Bruxa, haverá outro entendimento do nome. Aquele local tão pitoresco, defronte ao antigo ancoradouro das barcas que, noutros tempos, fazia a passagem para a Costa Nova era o ponto de encontro dos antigos pescadores. Estes aí afluíam para uma pausa na dura labuta da pesca ou um simples bate-papo entre colegas de trabalho. Ora para acompanhar um jogo de sueca, nada melhor que uma boa cachacinha....que segundo reza a história se chamava "bruxa". Com a evolução dos tempos passou a tomar-se a parte pelo todo.
A expressão "Ir à bruxa" significava ir saborear a tal bebida, na tasca que passou a assumir esse nome.
É esta a versão que tenho dos factos.
Apesar das modestas condições do espaço, ainda continua a atrair clientela para os petiscos que aí serve, nomeadamente "a empalhada" que consiste numa cestinha com amendoins, tremoços e azeitonas. Com um fino ou um panaché a acompanhar....é um pitéu...
Estamos na idade de desfrutar destes mimos da vida...

Maria Donzília Almeida

NOTA: Venham outras versões, por favor 

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Gafanha da Nazaré celebra aniversário de elevação a cidade

Jardim Oudinot
A Câmara Municipal de Ílhavo e a Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré realizam, nos próximos dias 19, 23 e 24 de abril, um conjunto de ações que assinalam o 15.º Aniversário da Elevação da Gafanha da Nazaré a Cidade, com um programa condigno, que é, sem dúvida, um convite à participação de todos, já que foi concebido para todos os gostos e idades. 

Ver programa aqui 

Associações de Pais fundem-se na Gafanha da Nazaré


«No decorrer do presente ano lectivo, as associações de pais das escolas Básica e Secundária da Gafanha da Nazaré, após um processo de fusão, deram origem à Associação de Pais e Encarregados de Educação das Escolas Básica e Secundária da Gafanha da Nazaré. Assim, encontra-se, actualmente, a desenvolver o seu trabalho “na prossecução dos supremos objectivos de promover uma comunidade escolar cada vez melhor”, explica o seu presidente, Hugo Coelho. Nestes pressupostos, a associação tem vindo a realizar diversas acções que, em conjunto com os seus parceiros - Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré, Câmara de Ílha­vo e Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, têm procura­do “contribuir para um univer­so educati­vo focado no futuro, na inovação e no empreendedorismo, procurando envolver o sistema educativo, tecido empresarial, comunidade e agentes autárquicos, seguindo as políticas educativas e territoriais”.»

Nota: Texto e foto do  Diário de Aveiro

domingo, 10 de abril de 2016

Nós, os homens, somos assim...

Tempo muito triste
O tempo está assim, de mal a pior. Mas afinal que fazemos nós de mal para a primavera nos fugir como enguias acabadas de apanhar? Dizem que são abusos de produtos poluentes, gases dos motores, indústrias às carradas que não respeitam as leis ambientais, lixeiras a céu aberto, destruição de florestas, poluição das águas do mar e dos rios, desperdícios de produtos sem conta, peso e medida... Etc. Pois é. Nós, os homens, somos assim... E depois gritamos por uma primavera anunciadora de um verão quentinho. Bom domingo para todos, apesar de tudo!

O bem e a paz cansam

Crónica de Frei Bento Domingues 
no PÚBLICO

«Fazer aos outros aquilo que gostamos
que os outros nos façam»

1. Segundo o mito bíblico, a Criação [1] é uma vitória sobre o caos. Deus viu tudo o que tinha feito e era muito bom. Um paraíso. Os antigos próximo-orientais faziam um balanço da história da humanidade diametralmente oposto ao dos modernos ocidentais. Contrariamente à ideia do progresso irreversível, os antigos pensavam que o mundo começou perfeito, mas degradou-se progressivamente. Os mitos mesopotâmicos também expressam essa convicção. No mundo grego, esta ideia esquematizou-se no mito das cinco idades do universo [2]. Esses mitos veem no dilúvio a principal fronteira dos primórdios da humanidade. Na versão bíblica, é uma descriação [3].
No entanto, quando parece que se chegou à degradação sem remédio, surge sempre uma esperança. A título de exemplo, cito o Profeta Isaías [4]: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz (…) porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado que anuncia uma paz sem fim”. A IV Bucólica de Virgílio [5] parece copiada desse profeta. No seu poema há também um Menino que vai deixar o mundo livre do medo, governando a terra em paz.

Nossa Senhora de Fátima entre nós

Seis paróquias unidas 
na receção à Mãe de Deus


Ontem, sábado, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima foi venerada pelo povo do Arciprestado de Ílhavo, numa Eucaristia celebrada no Jardim Oudinot, pelas 16 horas, antes da sua partida para o arciprestado da Murtosa. À Eucaristia, presidiu o nosso Bispo, D. António Moiteiro, tendo com ele concelebrado os párocos e demais sacerdotes que trabalham nas seis paróquias: S. Salvador, Gafanhas da Nazaré, Encarnação e Carmo, Costa Nova do Prado e Praia da Barra.
A Imagem Peregrina, que anda a percorrer o nosso país, entrou em terras ilhavenses na sexta-feira, vinda de Vagos. Foi recebida na Vista Alegre, seguindo depois para S. Salvador, terminando a sua estada entre nós com a passagem pelo ferry-boat, com destino à Torreia, Murtosa. Depois, rumará à Diocese do Porto.
Com o tempo bom que se fez sentir, «tempo encomendado para cada um de nós, para podermos celebrar os louvores a Deus e honrar a Sua e nossa Mãe», no dizer de D. António Moiteiro, foi muito agradável sentir o palpitar das nossas gentes, muito devotas de Nossa Senhora de Fátima. Foi aí, no meio do povo, que tivemos a oportunidade de perceber quanto a Mãe de Deus é venerada como protetora de cada um dos seus filhos.

O nosso povo (Foto de Vítor Amorim)
O nosso Bispo, numa oportuna referência ao Evangelho deste domingo (Jo 21, 1-14), sublinhou que «todos somos convidados para a pesca; todos somos chamados a lançar a rede para anunciar o Reino de Deus». E adiantou que «o convite à pesca é feito para toda a humanidade; é feito para que o Evangelho chegue a todos; é feito para que o Ressuscitado nos ponha em comunhão com o Pai e nos dê o seu Espírito». 
Dirigindo-se a Nossa Senhora, suplicou-lhe que nos abençoe e proteja, bem como as nossas famílias e paróquias, em especial aqueles que mais precisam: os doentes, os que sofrem, os desempregados, mas ainda os que fugiram das suas terras por causa da guerra.
Por sua vez, o Arcipreste de Ílhavo, Padre António Cruz, dirigiu palavras de gratidão a todos os que colaboraram nesta receção à Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, aos convidados e autoridades, cuja presença «é para nós motivo de grande alegria». Referiu que «a visita da Mãe foi uma experiência maravilhosa, que nunca mais esqueceremos», frisando que o «Arciprestado de Ílhavo é também terra de Santa Maria».
O Padre Cruz concluiu afirmando que «é hora de gratidão e de compromisso, mas também de despedida», ficando connosco a certeza do amor de Nossa Senhora, «farol e caminho», que nos conduzirá «ao único Porto Seguro — Deus Misericordioso».

Fernando Martins

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