sexta-feira, 1 de junho de 2018

Palabras co bento no leba


Pessoas e animais

Anselmo Borges 

"Com base na neotenia, o homem tem como tarefa na vida fazer-se a si mesmo: fazendo o que faz, está a realizar-se a si próprio. Por isso, está sempre inconcluído, numa abertura ilimitada, produzindo o novo. O homem nunca está satisfeito (de satis-factus: suficientemente feito), acabado."


Uma das ameaças para o humanismo é a tese animalista que pretende que entre o ser humano e os outros animais não há uma distinção qualitativa, mas apenas de grau. É claro que, no quadro da evolução e uma vez que aparecemos dentro dela, não admira que encontremos já nos chimpanzés, gorilas, bonobos e outros, antecedentes, indícios do que caracteriza os humanos. Pergunta-se: se, como eles, o ser humano também sente, recorda, procura, espera, joga, comunica, aprende e inventa, quais são as notas especificamente humanas que podemos observar no desempenho dessas actividades por parte do ser humano, mostrando que é qualitativa e essencialmente distinto dos outros? Aponto algumas dessas características observáveis.
Na história gigantesca da evolução - o big bang foi há uns 13 700 milhões de anos e muito recentemente foi-se dando o processo da hominização -, sabemos que há ser humano, quando encontramos rituais funerários, diferentes segundo as culturas, mas sempre presentes. Aí, temos o sinal indiscutível de que já estamos em presença de alguém. A consciência da mortalidade, gastar tempo com os mortos, a sepultura, são acções especificamente humanas, essencialmente distintas das do animal.

A celebração do domingo humaniza a sociedade

Georgino Rocha

"A lei ao serviço da vida e de tudo o que a qualifica na sua dignidade inviolável. Sem referência à pessoa e ao seu bem maior (o bem comum), a lei corre o risco de ser desajustada e, por vezes, iníqua."

Jesus enfrenta, desde o início da sua missão pública, a desconfiança fria e distante dos fariseus que o vigiam atentamente e fazem provocações acusatórias. Marcos escreve o seu texto após a perseguição de Nero que dizimou muitos cristãos e a comunidade precisava de alento e confiança. O que havia acontecido a Jesus constituía um apoio espiritual reconfortante.
O confronto apresentado na leitura de hoje, Mc 2, 23-28 e 3, 1-6, é o último de uma primeira série que havia ocorrido: ora com os escribas a respeito do perdão dos pecados ao paralítico, ora com os publicanos e pecadores por estar sentado com eles à mesa, ora com discípulos de João e os fariseus por questões ligadas à prática de jejum, ora com os espias a propósito da observância do Sábado. A partir deste último, os opositores de Jesus tomam a decisão de o matar e elaboram um plano com este objectivo.
O confronto com os fariseus-espias ocorre ao sábado e desenrola-se em dois episódios, sendo o primeiro o das espigas apanhadas na seara do campo e comidas pelos discípulos porque tinham fome; e o segundo, o da mão ressequida curada na sinagoga. E a novidade de Jesus afirma-se cada vez mais: O amor de Deus que não faz acepção de pessoas, prefere os esquecidos da sociedade e quer que tudo, sobretudo as instituições e as leis, esteja ao serviço da vida na sua integralidade. Que mensagem oportuna e interpelante! Que mensagem luminosa e encorajante para todos/as os/as que lutam por causas nobres e irrenunciáveis! Que mensagem centrada no essencial para não nos perdermos em pormenores que, sendo importantes como as folhas das árvores, comportam o risco de esconder o tronco e a seiva que lhes dão suporte e vida!

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Informação necessária


Os meus leitores e amigos hão de estranhar a minha ausência no ciberespaço, nos últimos tempos. Duas intervenções aos olhos (cataratas) impedem-me de ler e de escrever, o que é um drama para mim. Agora, só falta acertar os óculos para ler e ver ao perto. Mais uns dias e retomarei a vida com a disponibilidade de sempre. 
Até um dia destes, se Deus quiser. 

Fernando Martins

Diz Jesus - Fazei isto em memória de mim

Para a festa do Corpo de Deus 

Custódia da Igreja Matriz

Jesus vê chegar a hora do triunfo dos seus inimigos. E não quer deixar de estar presente junto dos amigos. Criativo como é, sonha uma forma especial de realizar o seu desejo. Não o quer fazer sozinho. Chama os discípulos que, preocupados, querem saber onde fazer os preparativos para a ceia pascal. E diz a dois deles: “Ide à cidade. Virá ao vosso encontro um homem com uma bilha de água. Seguí-o”. E eles foram, encontraram tudo o que Jesus havia dito e prepararam a Páscoa.
Que maravilha: A liberdade em acção; a iniciativa por antecipação; o envolvimento como processo de intervenção e crescimento; o seguimento como via de realização; a alegria como leveza de missão e élan de prontidão. Faz-nos bem contemplar a atitude de Jesus que se manifesta na convergência de factores, na sintonia de vontades, na concórdia de actores intervenientes. Talvez nos sirva como referência para a preparação da celebração da Eucaristia, especialmente a dominical.
Uma vez à mesa e enquanto comiam, “Jesus toma o pão, dá graças, parte-e e reparte-o pelos discípulos, dizendo: “Tomai: isto é o meu Corpo”. O mesmo faz com a taça de vinho, de que todos beberam enquanto Jesus afirmava: “Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens”. E acrescenta que só voltará a beber “do vinho novo no reino de Deus”, encarregando os comensais de prosseguirem a sua missão, dizendo: “Fazei isto em memória de Mim”.

terça-feira, 29 de maio de 2018

Congresso Eucarístico - Maria, Nossa Senhora da Esperança

ESPERANÇA, EUCARISTIA, MISSÃO 



«Uma Igreja de rosto materno nunca está feita. Mas contemplando Maria sob o paradigma da graça e da esperança, a Igreja sabe donde vem e para onde vai, renova a sua fé no Deus Criador e Salvador, sabe-se acompanhada no seu caminhar na história em direcção à plenitude esperada.»

Borges de Pinho

O povo cristão reza na Salvé Rainha: “Mãe de misericórdia, vida doçura, esperança nossa”. Faz uma leitura correcta da função de Maria no processo da salvação que Jesus, seu Filho, realizou. Indica o seu rosto materno como estrela a brilhar que ilumina os nossos caminhos.
E reza também: “Bendito e louvado seja o Santíssimo Sacramento da Eucaristia - Fruto do ventre sagrado da Virgem Puríssima Santa Maria”. A sua sabedoria crente contempla o vínculo indissociável entre a Eucaristia e a Mãe de Jesus. Vínculo feito louvor e adoração, repassado de memória agradecida e de profecia confiante. Vínculo que é aliança definitiva selada num amor incondicional pelo bem de todos.

domingo, 27 de maio de 2018

Terceira Rosa de Ouro para Fátima?

Frei Bento Domingues

«O Papa não precisa de aumentar o número de cardeais que resistem, de forma activa e passiva, às reformas que ele anunciou desde a primeira hora e que procuram que essas reformas não lhe sobrevivam. A Igreja precisa de cardeais que ajudem este Papa e que sejam uma garantia de que estas reformas se tornem, de forma criativa, irreversíveis.
Não se pode deixar de realçar as declarações do bispo António Marto: O Santo Padre conhece bem o que eu penso e sabe que tem em mim um apoiante.»

1. No Concílio de Trento (1545-1563), frei Bartolomeu dos Mártires, arcebispo de Braga, teria afirmado que os eminentíssimos cardeais precisavam de uma eminentíssima reforma. Esta custou muito a chegar e, no nosso tempo, foi o papa Francisco que se empenhou na reforma da Cúria com uma coragem e desenvoltura que não fica nada a dever à do nosso bracarense. Perante as resistências activas e passivas que encontrou, já terá desistido? Há quem assim julgue e há quem assim espere. Creio que estão enganados.
Em 2017, pelo quarto ano consecutivo, Bergoglio voltou a usar a mensagem de Natal à Cúria Romana para sublinhar, com muita dureza: para servir a missão da Igreja na sociedade continuam a ser indispensáveis mudanças profundas na assembleia dos cardeais e na mentalidade de muitos elementos da hierarquia eclesiástica.
Destacou que alguns dos que formam o aparelho burocrático do Vaticano usam-no para formar grupos de pressão e de intriga, para impedir as reformas que ele próprio desencadeou. São um cancro que gera egoísmo e está infiltrado nos organismos eclesiásticos e nas pessoas que lá trabalham. A permanente denúncia que o Papa faz do clericalismo e do carreirismo destina-se a libertar a criatividade das comunidades cristãs, frutos da graça do Pentecostes, em saída para todas as periferias existenciais e prontas para todos os socorros como um hospital de campanha.

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