Padre e Professor de Filosofia
A festa do Natal deveria ser infinitamente mais do que o festival do comércio natalício exasperado. Há pessoas que chegam à noite de Natal cansadas e desfeitas, por causa dos presentes. No último instante, ainda tiveram de ir à última loja aberta, por causa de mais uma compra. Há inclusivamente pessoas para as quais o tormento das compras natalícias começa logo no início do novo ano, pouco tempo depois do Natal: o que é que vão dar como presente àquele, àquela, no próximo Natal?!...
Realmente, a festa do Natal é infinitamente mais, e deve sê-lo. Porque o Natal é a visita de Deus aos seres humanos, homens, mulheres, jovens, crianças, bebés. É Deus presente entre os homens. E, ao contrário do que frequentemente fazemos com os nossos presentes, que pretendem ser uma manifestação de ostentação de poder junto dos outros, Deus veio, sem majestade, sem poder. Veio, humilde, na simplicidade. De tal maneira que os mais pobres entre os pobres — os pastores — se não sentiram humilhados ao visitá-lo. Foram os pastores os primeiros que viram Deus visível num rosto de criança. Quem é que imaginaria que Deus, se algum dia viesse, viria assim: simples, pobre, precisamente para que ninguém se sentisse excluído?...













