sábado, 18 de abril de 2015

Reconhecer Jesus Ressuscitado

Reflexão de Georgino Rocha

Georgino Rocha

Os discípulos de Emaús, após terem reconhecido Jesus, partem apressados e cheios de alegria para a cidade, encontram o grupo dos apóstolos reunido e narram a experiência gratificante vivida durante a caminhada. É a primeira vez que estão todos em comunidade. É a primeira vez que o “partir do pão” surge como momento especial de reconhecimento do Ressuscitado. É a primeira vez que se evoca a releitura da Sagrada Escritura como critério para a compreensão da história e reposição da verdade,
O acesso à experiência da ressurreição de Jesus dá-se, segundo Inácio de Loyola, pelo reconhecimento dos seus “santíssimos efeitos”. São estes que constituem a “janela” do espírito humano iluminado pela fé. São estes que provocam o encontro feliz que abre o entendimento do crente e o leva a identificar o Senhor. São estes que alargam os horizontes e lançam em maior profundidade as razões da esperança pascal.

Gafanha da Nazaré celebra 14 anos de cidade

19-IV-2015




Criada freguesia em 23 de Junho de 1910 e paróquia em 31 de Agosto do mesmo ano, a Gafanha da Nazaré é elevada a vila em 1969. A cidade veio em 2001, por mérito próprio. O seu desenvolvimento demográfico, económico, cultural e social bem justifica as promoções que recebeu do poder constituído no século XX, a seu tempo reclamadas pelo povo.
A Gafanha da Nazaré é obra assinalável de todos os gafanhões, sejam eles filhos da terra ou adotados. De todos os pontos do País, das grandes cidades e dos mais pequenos recantos, muitos chegaram e se fixaram, porque não lhes faltaram boas condições de vida.
A Gafanha da Nazaré é, hoje, uma mescla de muitas e variadas gentes, que, com os seus usos e costumes e muito trabalho, enriqueceram, sobremaneira, este rincão que a ria e o mar abraçam e beijam com ternura.
O Decreto-lei n.º 32/2001, publicado no Diário da República de 12 de Julho do mesmo ano, foi aprovado pela Assembleia da República em 19 de Abril de 2001, registando em 7 de Junho desse ano a assinatura do Presidente da República, Jorge Sampaio.
O povo comemorou a elevação a cidade com muita alegria, precisamente no dia da aprovação, pelo Parlamento, do desejo das autoridades e de quantos sentem esta terra como sua. A legitimidade popular consagrou essa data, 19 de Abril, como data de festa, sobrepondo-se à assinatura do Presidente da República. 
Este título de cidade colocou a nossa terra com mais propriedade nos mapas e roteiros. Mas se é verdade que o hábito não faz o monge, temos de reconhecer que pode dar uma ajuda. Como cidade, passou a reivindicar infraestruturas mais consentâneas com esse título, podendo os gafanhões assumir este acontecimento como marco histórico da sua identidade, como cidadãos de pleno direito.

Fernando Martins

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Celebrações Oficiais 

A Câmara Municipal de Ílhavo e a Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré realizam, nos próximos dias 19 e 20 de abril, um conjunto de ações que assinalam o 14.º Aniversário da Elevação da Gafanha da Nazaré a Cidade, dando especial atenção às obras em curso na Gafanha da Nazaré.
Neste âmbito, vimos por este meio convidar V. Exa. a participar nas Comemorações, com o seguinte programa:

19.ABR | Domingo
09h30
Hastear das Bandeiras na Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, com a presença da Filarmónica Gafanhense

20.ABR | Segunda-feira
14h00
Concentração para início da visita (junto à sede da Junta de Freguesia)
14h15
Visita à futura pista ciclável para as praias
14h30
Visita à obra de requalificação da Rua D. Manuel Trindade Salgueiro
15h00
Visita à obra do Ecomare (Laboratório de Ciências Oceanográficas)
16h00
Visita à obra de requalificação e ampliação do Mercado da Barra
17h00
Passagem pelo Eco-Drive
17h15
Visita à obra de Saneamento Básico da Gafanha da Nazaré
18h00
Balanço do dia, com ponto de situação da obra de saneamento básico pela AdRA (Salão Nobre da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré)

Fonte: Foto e programa da CMI

A barbárie e a indiferença

Crónica de Anselmo Borges 

Anselmo Borges



O direito à liberdade religiosa é um direito fundamental garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Mas acaba por ser um dos menos respeitados. De facto, o cristianismo já esteve do lado dos perseguidores, hoje é a religião mais perseguida. Os dados são verdadeiramente trágicos, a ponto de o Papa Francisco ter feito um apelo à comunidade internacional para que não permaneça "silenciosa e inerte". Na via-sacra de Sexta-Feira Santa foram lembrados todos os que presentemente são perseguidos, nomeadamente na Síria, no Iraque, no Egipto, na Nigéria, no Quénia, na Coreia do Norte: "Os nossos irmãos são perseguidos, decapitados, crucificados por causa da sua fé, sob o nosso silêncio cúmplice." O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros espanhol, Ignacio Ybáñez, também reconheceu nesta semana que "presentemente a situação é dramática", atingindo o seu auge com o Estado Islâmico: "Em cada hora que passa um cristão é morto."

Dia Internacional de Monumentos e Sítios — 18 de abril

Conhecer, Explorar, Partilhar



Sob o lema “Conhecer, Explorar Partilhar”, celebra-se hoje o Dia Internacional de Monumentos e Sítios, iniciativa que completa 50 anos. Os municípios mais vocacionados para o património cultural e natural não deixarão de programar projetos interessantes, visando despertar o interesse para o que há de importante a nível de Monumentos e Sítios. 
Em qualquer região, mais antiga ou mesmo moderna, tem sempre que visitar e que ensinar. Contudo, entendo que muitas vezes ficamos indiferentes às belezas e riquezas que possuímos, procurando outras terras para as nossas deambulações turísticas, recreativas e culturais, ignorando por sistema o que nos envolve.
Propositadamente, não indico nada para os nossos conterrâneos comemorarem condignamente este Dia Internacional, tanto mais que acredito na curiosidade e inteligência das nossas gentes. Todavia, sempre digo que há muitos museus, monumentos, edifícios de interesse histórico, paisagens, rios e ilhotas, ria e mar, jardins, floresta e parques de lazer, ruas com história e apenas com nomes que são outras tantas homenagens a figuras de relevo das nossas freguesias e do nosso concelho. Só os nomes dariam para imensas conversas  Mexam-se à cata de curiosidades. 

Fernando Martins

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Efeméride — Estrada de Aveiro à Gafanha

17 de abril de 1855 

Ponte da Cale da Vila

«Principiou o lanço de estrada de Aveiro à Gafanha, depois continuado até ao Forte da Barra; a obra ficou toda completa em 30 de Abril de 1861 (padre João Vieira Resende, Monografia da Gafanha, pg. 181) – J.»

Fonte: "Calendário Histórico de Aveiro" 
de António Christo e João Gonçalves Gaspar


Na cidade…

Crónica de Maria Donzília Almeida




Foi na procura de uma mesa para colocar o tabuleiro, que entabulámos conversa com aquele jovem. Estávamos na zona da restauração de um centro comercial da nossa cidade de Aveiro e todas as mesas estavam ocupadas por casais, grupos, etc. Só aquela, mesmo defronte ao balcão de atendimento tinha apenas aquele jovem, que estava agarrado ao seu telemóvel.
Mais um a engrossar a multidão daqueles para quem o dispositivo de comunicação é um bem de primeiríssima necessidade e sem o qual a sua vida perde o significado. Foram estes os pensamentos preconcebidos, numa primeira abordagem visual da situação.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Feira de Março em Aveiro



A Feira de Março não estaria este ano à minha espera por razões pessoais. Acabei por aparecer, de fugida, com direito a duas farturas regadas com água de Luso, porventura a melhor água do mercado, segundo o meu gosto. Este abuso estragou-me o jantar, mas lá me aguentei com garantias de mais juízo por estes dias. 
A Feira de Março, por repetitiva, não me despertou grande interesse, mas acredito nas promessas do presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, de que no futuro haverá inovações, em resposta aos desafios do tempo que vivemos. Fico a aguardar.
Desta visita registo alguns pormenores. Encontrei uma colega que não via há uns 40 anos e que me reconheceu, apesar das barbas. Ela está com a mesma fisionomia e sorriso, mas apoiava-se numa canadiana, por ter sofrido um percalço A idade é assim. Saía das farturas quando nós (eu e a Lita) entrávamos. Também registei que à tarde os interesses de quem vai à Feira se concentram no convívio. Vários grupos, na casa de sempre (Farturas da Família Armando), brindavam ao encontro e à vida, decerto, que ainda permite comer o doce frito, carregado de açúcar e canela, dito de Lisboa. Depois foi o regresso com a ajuda do guarda-chuva a substituir a bengala que ficou no carro. Até para o ano, se Deus quiser.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Bispos próximos — D. António Moiteiro e D. António Francisco



Esta foto, que saquei da Agência Ecclesia, mostra bem a proximidade que existe entre o Bispo de Aveiro que foi e o Bispo de Aveiro que é. D. António Francisco dos Santos, à direita, e D. António Moiteiro, à esquerda. Sobre a proximidade que demonstram, não há dúvidas e nem outra coisa seria de esperar. D. António Francisco foi para o Porto, mas mantém Aveiro no coração. D. António Moiteiro já tem Aveiro no coração, admito eu sem rebuço. Ambos vieram de Braga. O povo de Aveiro, desde o mar e ria até à serra, é um povo que sabe receber e se dá sem limites a quem o ama. É o caso. E esta imagem, que apreciei sobremaneira, veio mesmo a calhar e vai ficar nos meus arquivos para eventuais publicações nos meus recantos  do ciberespaço.

Auto de abertura da Barra de Aveiro

15-IV-1808

Barra de Aveiro (1934)


«Lavrou-se neste dia o auto de abertura da barra nova de Aveiro, que se realizou em 3 de Abril, subscrito por Miguel Joaquim Pereira da Silva. Depois de referir os trabalhos preparatórios de abertura e a maneira como se deu o rompimento, acrescenta: – «As águas que cobriam as ruas da praça, desta cidade, e os bairros do Albói e da Praia, abaixaram três palmos de altura dentro de vinte e quatro horas e outro tanto em o seguinte espaço, e em menos de três dias já não havia água pelas ruas e toda a cidade ficou respirando melhor ar por estas providências com que o Céu se dignou socorrê-la e a seus habitantes com esta grande Obra da Barra» (Aveiro e o seu Distrito, n.º 6, pg. 45) – A»

Fonte: "Calendário Histórico de Aveiro" 
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

segunda-feira, 13 de abril de 2015

À conversa com Manuel Amândio Soares dos Santos




A arte não escolhe idade 
nem condição social


A arte não escolhe idade nem condição social. Brota espontaneamente quando sente que é chegada a hora de se manifestar ou quando encontra ambiente para desabrochar. Foi precisamente isso que constatámos na visita que fizemos um dia destes ao nosso conterrâneo Manuel Amândio Soares dos Santos, 80 anos, reformado há 15, três filhas e três netas, com a esposa, Maria Aldina Nunes Estanqueiro, de 77 anos, acamada e cega, a exigir cuidados permanentes. 
Nas horas vagas, «quando a ideia ajuda», esculpe peças decorativas, usando cimento branco, rede de arame e ferro, que vai encontrando e às vezes, «com a pressa de acabar a obra», comprando.
Estranhou a nossa visita e curiosidade, pela pessoa humilde que é, sem nunca ter feito qualquer exame da instrução primária, por preferir trabalhar, apesar de ter por mestre o professor Carlos, que na altura lecionava numa escola no lugar onde hoje está o Lar Nossa Senhora da Nazaré.

domingo, 12 de abril de 2015

A ressurreição não pode ser adiada (1)

Crónica de Frei Bento Domingues 

Frei Bento Domingues


1. Encontrei-me, nesta Páscoa, com um grupo de antigos alunos que me veio convidar para um colóquio sobre os novos caminhos da cristologia.
Alguns deles situam-se nas trajectórias de nomes famosos como os de G. Vermes, Sanders, Theisen, Meier, Piñero, Torrents, S. Vidal e outros, mais ou menos alinhados na “terceira busca” ou investigação, do Jesus histórico. É inegável o valor extraordinário dessas reconstruções, embora para alguns comecem a ser entediantes.
A maioria segue os resultados dos importantes Colóquios organizados por Anselmo Borges, no Seminário da Boa Nova, em Valadares, entre os quais Quem foi/quem é Jesus Cristo?. Conhecem as múltiplas iniciativas editoriais de Tolentino de Mendonça, coroadas pela bela colecção Biblioteca Indispensável. J. Carreira das Neves é, desde há muito e para todos, a abelha incansável da Bíblia. Nenhum tinha ainda lido, por óbvias dificuldades de comunicação, O rosto humano de Deus, de A. Cunha de Oliveira, sobre o qual espero vir a escrever, com o vagar que o conjunto da obra deste autor merece.

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