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quarta-feira, 12 de maio de 2021

Jesus coopera com os seus enviados

Reflexão de Georgino Rocha 
para a Festa da Ascensão do Senhor

As novas línguas, que os discípulos hão-de falar, brotam da escola do amor de doação e da multiplicidade dos seus gestos de serviço, da proximidade de ajuda a quem se pretende evangelizar, da aprendizagem das linguagens, da cultura em que a mensagem cristã se deve encarnar.

A ascensão do Senhor marca o início de uma nova fase, na realização da missão. Jesus passa a estar presente de outra forma, como refere o Evangelho de hoje. Mc 16, 15-20. Uma série de expressões pretendem “dar rosto” a esta realidade. A nuvem – sinal de Deus – indicia o mundo novo em que o crucificado/ressuscitado “entra” definitivamente, a intimidade do Pai de que sempre participa, a proximidade invisível, mas interventiva, junto dos discípulos. A nuvem – sinal do homem que ergue o olhar e quer ver o céu – manifesta uma aspiração fundamental que se vive e realiza no tempo, atesta a tendência humana de cultivar o gosto do que se aprecia, suscita interrogações profundas que exigem respostas adequadas.
Outras expressões são o mandato missionário, as maravilhas que podem realizar os que acreditam, o sentar-se de Jesus à direita do Pai, evidenciado o reconhecimento da excelência do seu novo estatuto, a prontidão dos discípulos em assumirem o encargo apostólico, a garantia dada por Jesus de cooperação incondicional.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

ACOLHE A MISSÃO QUE JESUS TE CONFIA

Reflexão de Georgino Rocha 
para a Festa da Ascensão do Senhor

“Ide e ensinai”, ordena Jesus, com toda a sua autoridade, na declaração final que precede a sua Ascensão. Os discípulos vivem um “feixe” de sentimentos que vão da dúvida ao reconhecimento e à adoração. Acolhem a ordem/envio com docilidade e “temor” pois os horizontes da missão são desproporcionados às suas forças e capacidades. Ir por todo o mundo, ensinar todas as nações, fazer discípulos de todos os povos, baptizar os que acreditam, constituem expressões que configuram a amplitude da sua nova responsabilidade. E eles, seres humanos frágeis e hesitantes, limitados nas capacidades e nos conhecimentos, marcados e formatados pelos hábitos de trabalho duro e da cultura judaica, eles a sentirem a desproporção do que lhes é incumbido e a realidade das suas forças, sem contar com a adversidade de certas e surpreendentes circunstâncias. Mt 28, 16-20.
Quem se atreveria a aceitar tal mandato ou, pelo menos, não pediria algum esclarecimento? Quem não sentiria a tentação da debandada, deixando o lugar vago à espera que outros viessem fazer o que era da sua responsabilidade? Quem não hesitaria em fazer “ouvidos moucos” a tal imperativo, ainda que se retardasse o ritmo do que estava planeado? Estas e outras interrogações trespassariam qualquer coração humano que contasse apenas com os seus recursos. A probabilidade do fracasso era grande.
Mas os discípulos não dão sinais de reagir desfavoravelmente, não manifestam qualquer temor e dispõem-se a tudo. Reconforta-os, sem dúvida, a promessa/garantia de Jesus: “Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos” e ainda: Enviar-vos-ei o Espírito para que esteja em vós e habite convosco.

sexta-feira, 31 de maio de 2019

Georgino Rocha - Festa da Ascensão do Senhor


SEREIS MINHAS TESTEMUNHAS


Georgino Rocha
Ao longo do tempo pascal, a Igreja apresenta-nos o Ressuscitado em várias aparições que credibilizam o que aconteceu a Jesus crucificado e fazem memória dos seus ensinamentos. Mostra-nos também a reacção dos discípulos que vão refazendo as suas convicções e atitudes. Faz a ponte, como em Lucas, com a Igreja nascente, salientando a função singular do Espírito Santo.
S. Leão Magno, papa do século V, procura o sentido destas semanas e afirma: “Irmãos caríssimos, durante todo este tempo, decorrido entre a ressurreição do Senhor e a sua ascensão, a providência de Deus esforçou-se por ensinar e insinuar, não só nos olhos mas também nos corações dos seus, que a ressurreição do Senhor Jesus era tão real como o seu nascimento, paixão e morte”.
Lucas, o autor dos relatos lidos na liturgia de hoje, localiza a Ascensão em Betânia, nos arredores de Jerusalém, após a aparição aos discípulos e a sua identificação, mostrando os sinais da sua paixão e comendo um pedaço de peixe grelhado. (Lc 24, 46-53). Narra a pedagogia de Jesus que acompanha, recorda, caminha, dialoga, exorta, dá a bênção e faz a promessa de, juntamente com Deus Pai, enviar o Espírito Santo. “Vós sois testemunhas disso”, atesta com toda a clareza. A bênção constitui o legado de toda a sua vida; a promessa garante o Espírito Santo, o Mestre que, de agora em diante, recorda o que aconteceu e descobre o seu sentido profundo, ilumina os caminhos da missão, “unge” e robustece as forças organizativas da instituição eclesial.