"Dizem que temos valor (os portugueses), mas que nos falta dinheiro e união; e todos nos prognosticam os fados que naturalmente se seguem destas infelizes premissas"
António Vieira (1608-1697), padre e escritor português
Li no PÚBLICO
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sábado, 17 de outubro de 2015
Religião, política e saúde
Crónica de Anselmo Borges
«Há expressões religiosas
aquelas que levam a sentimentos
de impotência, culpa, vergonha.»
O filósofo Immanuel Kant formulou as tarefas essenciais da filosofia nestas perguntas: "O que posso saber?", "O que devo fazer?", "O que é que me é permitido esperar?" Acrescentou, depois, que estas três perguntas remetem para e reduzem-se a esta quarta: "O que é o Homem?"
Significativamente, Kant escreve que à terceira pergunta responde a religião, melhor, ela é do domínio da religião, porque tem que ver com a esperança da salvação, da felicidade, do sentido último. Deus é um postulado da razão prática, isto é, exige-se moralmente que Deus exista, para dar-se a harmonia entre o dever cumprido e a felicidade. A natureza não faz isso, só Deus.
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
O Totti e a Tita
Animais fiéis
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Permitam-me que vos apresente, hoje e aqui, os nossos fiéis amigos, o Totti (a minha Lita faz questão de escrever com dois tês para não haver confusões, segundo creio) e a Tita, que vivem connosco há uns 14 anos bem medidos. Com esta ideia de falar de um cão e de uma cadela pretendo tão-só sublinhar a sua fidelidade que ultrapassa, em alguns casos, o que seria normal apenas entre seres humanos. Realmente, momento a momento, percebemos o nível de fidelidade destes animais, que se estende aos demais familiares.
Quando filhos e netos chegam a nossa casa, percebemos bem a alegria que manifestam de tantas formas, com "gritinhos" estridentes, corridas e saltinhos, procurando o afago de quem vem, ao jeito de desafios para umas brincadeiras.
As idades, já avançadas para as suas vidas, não deixam de nos avisar que, mais ano menos ano, nos vão deixar. E, talvez por isso, sinto a necessidade de partilhar com os meus leitores estas confidências. Afinal, tal como há pessoas que fazem parte das nossas vivências, também há animais que nos envolvem carinhosamente no dia a dia, ficando alegres com a nossa alegria e tristes com a nossa tristeza.
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quinta-feira, 15 de outubro de 2015
Um poema de Manuel Alegre
AS MÃOS
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema ─ e são de terra.
Com mãos se faz a guerra ─ e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedra estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre
"O Canto e as Armas"
Europa-América
1979
Aveiro quer viver a alegria da misericórdia
Para 2015-2018
«Num mundo em constante mudança, em que cada vez mais se acentuam o individualismo e indiferença, apesar dos apelos à intervenção e à renovação, é imperioso que a Igreja, e cada cristão em particular, seja rosto da misericórdia de Deus para os homens do nosso tempo. Misericórdia que é o modo de amar de Deus, o seu autêntico nome, que se humaniza em Jesus Cristo e no estilo de vida que o leva a identificar-se com as pessoas lesadas na sua dignidade. “Abrir o coração à misericórdia é viver «as obras de misericórdia», fazer a experiência do encontro, da ‘peregrinação’ pelas variadas periferias existenciais.”»
António Moiteiro,
Bispo e Aveiro
Declaração de interesses dos comentadores
Eu sei que poderei ser acusado de ingénuo ao reclamar a todos os comentadores políticos e de outras áreas uma declaração de interesses. Sei, também, que todos se consideram independentes nas suas considerações, críticas ou elogiosas, mas tal não é verdade. A tendência normal, pelo que leio e ouço, é que são críticos benévolos em relação aos seus apaniguados e agrestes quando não comungam dos ideais dos visados nos seus comentários. Apoiam as correntes ideológicas que comungam e criticam as que consideram adversárias.
Quem os ouve e lê, com regularidade, vai percebendo as suas tendências, quer em relação aos políticos e artistas, quer no que diz respeito a desportistas e religiosos, mas nem sempre se percebe onde querem chegar pelas ambiguidades que usam nas suas intervenções.
Uma coisa é certa: Todos se declaram independentes e imparciais, mas na realidade não o são de forma clara. E afinal, não custava nada. Bastava dizerem, por exemplo, se são, na política, da direita, centro ou esquerda, e o mesmo em relação a outros assuntos.
Um dia ouvi um conhecido comentador político afirmar que, como benfiquista, nunca consegue ver legalidade numa qualquer grande penalidade contra o seu Benfica. E se procede assim com o futebol, como acreditar que seja independente nos comentários políticos?
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Bonito exemplo de Ermelinda Garcez e Adelaide Calado
Ermelinda, Adelaide e Fernando Martins |
Ermelinda Garcez e Adelaide Calado participaram e animaram a Eucaristia na sexta-feira, 25 de setembro, dia em que visitámos o Lar. Vimos como cantavam, como liam os textos sagrados e como distribuíam água aos participantes idosos ou doentes depois da comunhão, «porque alguns têm dificuldade em engolir a hóstia consagrada», disseram-nos. Depois encaminharam os utentes para as salas de convívio e respondiam às suas questões ou desejos, com palavras ternas para todos.
A celebração foi presidida pelo Padre João Sarrico, atual capelão do Lar Nossa Senhora da Nazaré e vigário paroquial das Gafanhas da Nazaré, Encarnação e Carmo. Depois da missa, foi distribuir a comunhão aos acamados e no final confidenciou-nos que gosta do trabalho que aceitou fazer, tal como gosta de estar e falar com as pessoas. «Toda a vida fui pároco», disse. E acrescentou que, com esta missão, «acaba por dar o seu próprio testemunho», reconhecendo que há utentes mais novos do que ele, embora doentes ou incapacitados.
Ler entrevista aqui
Ares de Outono: ramos secos
Ali, no empedrado geométrico, com raios de sol e sombra, jazem esquecidos e abandonados dois simples ramos de palmeira que os ventos outonais rasgaram do tronco paterno. Se mais vento não vier ou mesmo que venha os depósitos do lixo se encarregarão de lhes dar sepultura que os atire, um dia, para o ciclo da vida que se perpetuará até à eternidade. Que descansem em paz. Amem.
Zonas Costeiras em Congresso na UA
UA recebe VIII Congresso sobre Planeamento
e Gestão das Zonas Costeiras dos Países
de Expressão Portuguesa
«Nos dias 14 a 16 de outubro a Universidade de Aveiro vai receber o VIII Congresso sobre Planeamento e Gestão das Zonas Costeiras dos Países de Expressão Portuguesa. Mantendo a tradicional rotatividade da organização deste evento, cujas edições anteriores decorreram em Ponta Delgada (Açores), Recife (Brasil), Maputo (Moçambique), Funchal (Madeira), Itajaí (Brasil), Ilha da Boa Vista (Cabo Verde) e Maputo (Moçambique), a próxima edição decorrerá em Aveiro, pela primeira vez em Portugal continental.»
Fonte Universidade de Aveiro
terça-feira, 13 de outubro de 2015
Somos uns empatas
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Palácio de São Bento |
Eu não sei se estou a ver bem o que se passa no nosso país. Anda tudo numa roda-viva, a nível de partidos políticos e do povo que vai atrás deles. Na democracia é assim, eu sei, mas...
Houve eleições para a Assembleia da República, donde dimana, segundo a nossa Constituição, o novo governo. O Presidente da República, tendo em conta o que reza a nossa lei fundamental, convida para formar o governo um líder partidário, tendo em conta os resultados eleitorais.
Para se conseguir uma governação estável e duradoira, como em tempos o Presidente Cavaco informou o país, será preciso uma maioria com apoio parlamentar. Posto isto, os partidos devem entender-se para não andarmos a brincar às eleições. Porque, se não houver maioria, é certo e sabido que daqui a uns tempos lá voltaremos nós a correr para as urnas. E como somos uns empatas, tão empatas que nem sequer somos capazes de imitar outros países que, de um dia para o outro, fazem eleições, referendos, entendem-se depressa nos parlamentos, formam governos e começam a governar, por cá continuaremos sem rei nem roque.
Agora, depois das escolhas que fizemos, aqui-d’el-rei que alguns partidos não servem para o governo da nação. Mas então o voto do povo não vale nada? Deixemos governar quem tem o direito democrático para o fazer. Se se portarem mal, nas próximas eleições serão castigados. Não é assim numa democracia madura?
É incrível como em mais de 40 anos de democracia tão pouco aprendemos. Somos o que somos… uns empatas.
domingo, 11 de outubro de 2015
“Somos o Poema de Deus”
Um livro de Manuel Armando
“Somos o Poema de Deus” é o mais recente livro de Manuel Armando Rodrigues Marques, com edição do autor. Saiu em 2015. Manuel Armando é presbítero da Diocese de Aveiro com responsabilidades pastorais sobre Aguada de Baixo e Avelãs de Caminho desde 1990. Paralelamente, desenvolve atividade de palco nas áreas de magia e hipnose teatral. Neste campo é conhecido por Prof. Marcos do Vale.
A abrir este seu trabalho de poesia, declara-se: «Também sou poema de Deus.» Neste texto afirma, enquanto relembra a sua história de vida: «Entre êxitos e desencantos, alegrias e lágrimas, aplausos e incompreensões, convívios e solidão, oração e pecado, esperanças e quase desesperos, olhando a simplicidade das crianças ou dos pobres e a arrogância de quem se alcandora à chefia das coisas e das gentes e outras inumeráveis situações, cinquenta anos são passados, num sacerdócio que é de Jesus Cristo.»
Televisão e Paz
«Se toda a gente exigisse paz
em vez de mais uma televisão lá em casa,
então existiria paz»
John Lennon (1940-1980), músico e ativista inglês
Uma profecia em acção
Crónica de Frei Bento Domingues
no PÚBLICO
«A Laudato Si desenvolve
ligado no mundo.»
1. Compreendo o desejo, manifestado por alguns leitores, de não terem encontrado na crónica do Domingo passado a transcrição integral dos referidos 10 princípios para um novo humanismo de J. Kristeva. Talvez não tenham reparado que deixei, em nota, a forma fácil de recorrer à sua tradução brasileira [i].
Estas crónicas nunca poderão superar o seu carácter fragmentário. A abordagem dos acontecimentos ou dos temas selecionados pretende apenas sugerir que é preciso pensar, questionar e debater se não quisermos ser vítimas dos arsenais mediáticos, mais ou menos sofisticados, vozes diversas do mesmo intuito de dominação.
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