sábado, 6 de abril de 2013

A ARROGÂNCIA DE QUEM VIVE DE BARRIGA CHEIA

António Marujo,
no DN

"Há uma coisa que não dará para aguentar, claro: a arrogância de quem vive de barriga cheia, achando que só eles é que trabalham e lutam pela vida. Já tínhamos percebido que grande parte da classe política vive em circuito fechado, sem conhecer a vida real das pessoas. Agora, percebemos também que, para boa parte da classe empresarial, as pessoas são apenas factores de produção. Servem apenas para lhes dar dinheiro a ganhar, a eles que, eles sim, são cultos, dinâmicos e trabalhadores.
Se preferirem, podem trocar antes o vosso salário com um sem-abrigo que receba ou não os trocos do "Rendimento Social de Inserção" (que não é social e não insere ninguém, ao contrário do que acontecia quando foi criado como Rendimento Mínimo Garantido). Desse modo, podem juntar ao baixo salário (uma experiência de contorcionismo) a experiência radical de ir à "sopa dos pobres" ou dormir com cartões à entrada de um prédio."


- Posted using BlogPress from my iPad

Estranho aviso





Nas minhas deambulações por aí, um pouco longe da Gafanha da Nazaré, encontro por vezes avisos e dísticos no mínimo curiosos. Como o que ilustra esta mensagem. Por que razão foi necessário escrever, de forma que pudesse ser lido, este aviso? Será que a habitação modesta indiciaria sinais da impossibilidade de alguém viver nela? A porta, com a caixa do correio, não seria prova suficiente?

- Posted using BlogPress from my iPad

O ser humano é realidade sagrada

Desafios para o século XXI
Anselmo Borges

Anselmo Borges

São muitos os desafios que se nos apresentam neste século XXI, ao mesmo tempo com imensas vantagens e imensos riscos.
A sua ordem é um pouco arbitrária, mas começaria pela globalização. Pela primeira vez, somos verdadeiramente uma "pequena aldeia". Devido às redes de transportes e comunicações, fluxos de bens, serviços, capitais, conhecimentos e pessoas, os países e os povos do mundo estão cada vez mais integrados numa sociedade global. O que vai então significar a globalização: simples liberalização económica? Que nova configuração vai ter o mundo, com a emergência dos BRICS e, concretamente, das potências asiáticas, nomeadamente da China e da Índia? E o que será da Europa, se não caminhar para estruturas federativas?

O caminho para a autêntica alegria cristã


CHEIOS DE ALEGRIA AO VEREM O SENHOR
Georgino Rocha

Cerâmica de Jeremias Bandarra
(Igreja da Costa Nova)


A alegria surge espontânea no coração dos discípulos e mostra-se exuberante ao verem o Senhor. E São João - o narrador desta cena de aparição de Jesus – anota outros sentimentos e atitudes: o medo cede lugar à confiança, o limite das portas fechadas na memória do passado e sem perspectiva no presente é superado pela novidade de horizontes que se entreabrem, a dúvida tormentosa e asfixiante da situação vivida dissipa-se com a certeza alegre e contagiante provinda da visão do Ressuscitado, a agitação interior serena com a oferta da paz, a sensação de abandono e orfandade é vencida pela doação do Espírito Santo, presença amiga e revigorante, a consciência do pecado da negação e deserção é regenerada pelo perdão sanador e recuperante.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Poesia para todos os tempos

Um poema de António Gedeão



A MINHA ALDEIA

Minha aldeia é todo o mundo.
Todo o mundo me pertence.
Aqui me encontro e confundo
com gente de todo o mundo
que a todo o mundo pertence.

Bate o sol na minha aldeia
com várias inclinações.
Angulo novo, nova ideia;
outros graus, outras razões.
Que os homens da minha aldeia
são centenas de milhões.

Os homens da minha aldeia
divergem por natureza.
O mesmo sonho os separa,
a mesma fria certeza
os afasta e desampara,
rumorejante seara
onde se odeia em beleza.

Os homens da minha aldeia
formigam raivosamente
com os pés colados ao chão.
Nessa prisão permanente
cada qual é seu irmão.
Valência de fora e dentro
ligam tudo ao mesmo centro
numa inquebrável cadeia.
Longas raízes que imergem,
todos os homens convergem
no centro da minha aldeia.

Sugestão do caderno Economia do EXPRESSO

- Posted using BlogPress from my iPad

Um retrato bonito da Gafanha do Carmo:

A Cândida Pascoal, autora do texto que copiei do Facebook, presta desta forma uma bonita homenagem  à Gafanha do Carmo, terra que lhe está na alma. Gostei muito e daqui, por esta forma, saúdo todos os emigrantes que cultivam o amor à sua  terra-natal. 


Igreja matriz da Gafanha do Carmo

«A minha terra tem uma "Rua De Baixo". Tem um "Café Central" e uma " loja do Ti Larico" e o Talho do Ti Mário da Fátima . No Largo da Igreja há um jardim para as crianças brincarem nesse largo existe aos Domingos no fim da missa uns senhores a venderem fruta , ouro e lençóis . Tem varias pessoa que ainda fazem pão em casa . Flores amarelas de erva azeda em vez de ervas daninhas pelas bermas da estrada. Tem pessoas que dizem sempre "bom dia" a quem passa, mesmo que sejam desconhecidos , tem o Ti Tairoco sentado no seu banquinho , que nos chama de Cachopas 
Ao meio dia toca o Sino. Tem um campo da bola. Um Grupo União Desportivo. Tem um Centro Comunitário onde tomam conta dos nossos idosos , com jovens cheios de entusiamo , o mesmo entusiamo que teve o seu Fundador e a sua equipa . Tem um grupo de pessoas que, eles vestem umas capas vermelhas , elas uma blusa branca e uma saia preta e vão na procissão da festa e funerais .
Um carteiro que se entrega cartas deslocando-se numa Vespa . Tem uma mercearia que toda a gente achou que ia à falência com a abertura do shopping mais próximo mas que resiste porque vende o pão da padeira, frango churrasco ao Domingo e a Quinta, os legumes mais frescos vindos directamente dos fornecedores locais, sempre que lhe falta um cliente idoso mais que um dia na loja, vai tentar saber junto da família e vizinhos se está tudo bem. Teve vacas e ordenhas que fizeram muitas vezes parar o trânsito, às vezes. Tem Senhoras que moram ao pé do adro da Igreja e que vão a todos os funerais e velórios, mesmo que não conheçam os mortos. Tem um sino que se ouve, altaneiro, às onze da manhã de domingo. Tem vizinhos que se cumprimentam por "vizinhos" como se fosse um parentesco. Tem muita gente que não sabe o meu nome mas sabe de quem sou nora ou Cunhada. Tem a ida aos cricos e ao moliço. Tem gente que se conhece pelo nome próprio. 
Do mês de Junho ao mês de Agosto as casas enchem-se ,com gente, filha , prima , Cunhada, netos , de muitos TI Maria e de muitos Tí Maneis .
Tem um Presidente da Junta que pertence aos Escuteiros.

A minha terra tem vida lá dentro. E vocês conhecem esta terra ?;))

Cândida Pascoal»

quinta-feira, 4 de abril de 2013

A caminho de um século de vida


Diamantino Sarabando 
desfia recordações de trabalho duro 

Diamantino Sarabando


Diamantino da Rocha Sarabando é um ancião prestes a completar um século de vida. No dia 2 de Janeiro de 2014, se lá chegar, como nos garantiu, terá 100 anos. «Mas ainda falta muito!», disse-nos com um sorriso bem-humorado. E nessa altura seria justo que a família e a comunidade o ajudassem a comemorar tão feliz acontecimento, como decerto vai acontecer. 
Diamantino Sarabando fala com desenvoltura, intercalando a conversa com um ou outro trocadilho cheio de graça. Mas a sua grande dificuldade está bem patente na necessidade de usar «duas bengalas para se equilibrar melhor». Não sabe ler nem escrever, porque, enquanto menino, «não havia tempo nem escolas para isso». Porém, quando chegámos junto dele, com o ministro extraordinário da comunhão Alfredo Ferreira da Silva, tinha um folheto publicitário na mão, fixando nele os olhos, ao jeito de quem está a ler. Mas não estava: «Estava só a ver as figuras» — explicou-nos. 
Natural da Gafanha da Encarnação, desde pequeno embrenhou-se no trabalho da pesca, ao lado do pai, nas companhas da arte da xávega de S. Jacinto e da Costa Nova, que tinham seis juntas de bois a puxar em cada corda da rede. A princípio tinha de arrastar as cordas até aos bois e poucos anos depois já as atava e desatava. O salário diário era de cinco centavos. Não sabe ler nem escrever porque «não havia tempo nem comer; era preciso trabalhar, mas trabalhar bem» — esclareceu. 
Na sua juventude, as companhas eram batizadas pelos pescadores com nomes que só eles saberiam explicar. Recorda as companhas da Burra, Zana Trana, Landrona e Velhinhos, entre outras que a memória já não consegue trazer até ao presente.


Uns dias na Figueira da Foz


Centro de Artes e Espetáculos
Regressei hoje aos ares da minha Gafanha da Nazaré, depois de uns dias de descanso na Figueira da Foz, onde saboreei o prazer de poder olhar à minha volta sem pressas nem horários. Livres, sem compromissos de maior, para além dos naturais que nos ligam à família, podemos apreciar recantos tantas vezes cruzados mas nem sempre vistos na sua riqueza artística e na sua beleza natural. 
Sei que os olhares fixos no chão, indiferentes ao que nos rodeia, pessoas, paisagens, pedras, janelas, estátuas, riachos e nuvens são sinal de morte lenta, de desprezo pela vida e pelos encantos que ela encerra. Fez-me bem, também, esta mudança de ares envolvida pelo aconchego de familiares e pelas leituras que nunca dispenso, numa procura de paz interior, longe dos ruídos ensurdecedores dos telejornais e equiparados, carregados de nuvens negras prenunciando tempestades terríveis, que teremos de vencer para nos podermos manter de pé.


segunda-feira, 1 de abril de 2013

JOÃO DE BARROS: AQUELE MAR

Junto ao monumento dedicado ao poeta

Aquele mar da minha infância,
bom camarada e meu irmão
a sua voz, o seu olor, sua fragrância
tanto os ouvi e respirei
que trago em mim o seu largo ritmo,
seu ritmo forte,
como se as praias onde espuma
quase me fossem
praias sem fim dentro de mim
ocultas praias, largas praias
do tumultuoso coração…
Aquele mar
meu confidente de horas idas
tudo escutava e adivinhava
do meu pueril e ingénuo anseio.
Nada sonhei que o não dissesse
– frémito de alma, grito ou prece –,
às madrugadas e aos poentes,
ao sol, às nuvens, ao luar,
ora nascendo, ora morrendo
nos longos, longos horizontes
em que se perdia o meu olhar…

JOÃO DE BARROS E O MAR

NA MARGINAL DA FIGUEIRA DA FOZ





- Posted using BlogPress from my iPad

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

No PÚBLICO de ontem





- Posted using BlogPress from my iPad

Dia do Porto de Aveiro - 3 de abril

UMA DATA PARA RECORDAR




O Porto de Aveiro contribuiu imenso para o desenvolvimento da Gafanha da Nazaré e de toda a região. Sem ele, a nossa terra seria muito diferente. Contudo, desde a abertura da barra, nunca deixaram de ser necessárias obras para que as entradas e saídas de navios pudessem ser possíveis.
Muitos gafanhões trabalharam nas Obras da Barra e muito progresso veio por via disso. Houve alguns atropelos ao ambiente, mas o progresso tem sempre alguns custos. Porém, o cuidado e a atenção dos responsáveis e das demais pessoas da terra e região muito contribuíram para que o Porto de Aveiro seja olhado como um bem a estimar...

Ler Programa aqui

Etiquetas

A Alegria do Amor A. M. Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. José Estêvão Avanca Aveiro B.B. King Babe Babel Baltasar Casqueira Bárbara Cartagena Bárbara Reis Barra Barra de Aveiro Barra de Mira Bartolomeu dos Mártires Basílio de Oliveira Beatriz Martins Beatriz R. Antunes Beijamim Mónica Beira-Mar Belinha Belmiro de Azevedo Belmiro Fernandes Pereira Belmonte Benjamin Franklin Bento Domingues Bento XVI Bernardo Domingues Bernardo Santareno Bertrand Bertrand Russell Bestida Betânia Betty Friedan Bin Laden Bismarck Boassas Boavista Boca da Barra Bocaccio Bocage Braga da Cruz Bragança-Miranda Bratislava Bruce Springsteen Bruto da Costa Bunheiro Bussaco Butão Cabral do Nascimento Camilo Castelo Branco Cândido Teles Cardeal Cardijn Cardoso Ferreira Carla Hilário de Almeida Quevedo Carlos Alberto Pereira Carlos Anastácio Carlos Azevedo Carlos Borrego Carlos Candal Carlos Coelho Carlos Daniel Carlos Drummond de Andrade Carlos Duarte Carlos Fiolhais Carlos Isabel Carlos João Correia Carlos Matos Carlos Mester Carlos Nascimento Carlos Nunes Carlos Paião Carlos Pinto Coelho Carlos Rocha Carlos Roeder Carlos Sarabando Bola Carlos Teixeira Carmelitas Carmelo de Aveiro Carreira da Neves Casimiro Madaíl Castelo da Gafanha Castelo de Pombal Castro de Carvalhelhos Catalunha Catitinha Cavaco Silva Caves Aliança Cecília Sacramento Celso Santos César Fernandes Cesário Verde Chaimite Charles de Gaulle Charles Dickens Charlie Hebdo Charlot Chave Chaves Claudete Albino Cláudia Ribau Conceição Serrão Confraria do Bacalhau Confraria dos Ovos Moles Confraria Gastronómica do Bacalhau Confúcio Congar Conímbriga Coreia do Norte Coreia do Sul Corvo Costa Nova Couto Esteves Cristianísmo Cristiano Ronaldo Cristina Lopes Cristo Cristo Negro Cristo Rei Cristo Ressuscitado D. Afonso Henriques D. António Couto D. António Francisco D. António Francisco dos Santos D. António Marcelino D. António Moiteiro D. Carlos Azevedo D. Carlos I D. Dinis D. Duarte D. Eurico Dias Nogueira D. Hélder Câmara D. João Evangelista D. José Policarpo D. Júlio Tavares Rebimbas D. Manuel Clemente D. Manuel de Almeida Trindade D. Manuel II D. Nuno D. Trump D.Nuno Álvares Pereira Dalai Lama Dalila Balekjian Daniel Faria Daniel Gonçalves Daniel Jonas Daniel Ortega Daniel Rodrigues Daniel Ruivo Daniel Serrão Daniela Leitão Darwin David Lopes Ramos David Marçal David Mourão-Ferreira David Quammen Del Bosque Delacroix Delmar Conde Demóstenes

Arquivo do blogue