sábado, 29 de janeiro de 2022

A oração de Fernando Pessoa

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Rezar é fazer a paz dentro de nós e lembrar o essencial e olhar para o Infinito e ver o Divino em todas as coisas e contemplar a Presença viva de Deus no mais íntimo de nós e no rosto de cada homem e mulher...

1 "Não acredito em Deus porque nunca o vi." "Pensar em Deus é desobedecer a Deus, / Porque Deus quis que o não conhecêssemos / Por isso se nos não mostrou..." Estas são afirmações célebres de Fernando Pessoa.
É verdade: se não houvesse nenhuma experiência de Deus, se ele se não mostrasse, se não se desse nenhuma possibilidade de encontrá-lo, como é que alguém poderia acreditar nele?
À pessoa religiosa Deus manifesta-se tanto na natureza - na sua contingência e ao mesmo tempo na sua beleza, no seu fascínio e nos seus enigmas, remete para uma Fonte criadora -, como na história, concretamente na história da liberdade e nos seus dinamismos: no apelo ao bem e ao respeito incondicional pela dignidade humana em si mesmo/a e nos outros e nesse impulso imparável de transcendência em ordem à realização pessoal e colectiva e da realidade toda, que só no próprio Infinito pode encontrar a sua satisfação adequada.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Ser coerente como Jesus e seguir o seu caminho

Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo IV do Tempo Comum


O diálogo de Jesus com os presentes na sinagoga de Nazaré põe em evidência uma coerência ousada que provoca reacções extremas. Não deixa ninguém indiferente. Dois campos se distinguem claramente. Os nazarenos passam da admiração à desconfiança, à contestação, à rejeição, ao propósito de eliminação física. Jesus, sereno, proclama a mensagem do profeta que aplica a si, e, de forma cáustica, interpela fortemente os seus contestatários. “Nenhum profeta é bem recebido na sua terra” – diz-lhes, ilustrando o alcance desta afirmação com o que aconteceu a Elias e a Eliseu. Um e outro “atendem” e são ajudados por pessoas estranhas a Israel, coisa legalmente impensável pelo contacto de “impureza” que provocava. Jesus anuncia que Deus é de todos e para todos. Lc 4, 21-30.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Dia Internacional do Vinho do Porto

Celebra-se hoje, 27 de janeiro, o Dia Internacional do Vinho do Porto. Esta data foi criada em 2012 pelo Center for Wine Origins, uma instituição dos Estados Unidos da América, da qual o IVDP (Instituto dos Vinhos do Douro e Porto) faz parte.
Segundo li no Google, “Neste dia, em qualquer parte do mundo, as pessoas são convidadas a provar um copo de vinho do Porto, a partilhar a experiência e a saber mais sobre a bebida”.
Contudo, a 10 de setembro também se comemora o Dia do Vinho do Porto, desde 2014, uma vez que foi a 10 de setembro de 1756 que foi criada pelo Marquês de Pombal aquela que é considerada a primeira região demarcada  e regulamentada do mundo, o Douro Vinhateiro.
Por estas razões, temos a obrigação de festejar o nosso Vinho do Porto, que bem o merece. E à saúde de quem o produz com garantias de excelente qualidade vou já preparar o cálice para saborear o precioso néctar.

MOÇAMBIQUE - A pobreza em pleno século XXI


“Mais de 24 mil pessoas foram afetadas, mais de 1200 casas foram totalmente destruídas, 4211 parcialmente destruídas, temos três óbitos a registar e muitas infraestruturas destruídas, pontes que obrigaram as vias de acesso a ser interrompidas”, disse o diretor da Cáritas de Moçambique, Santos Gotine, à Agência ECCLESIA.

Nota: A imagem da pobreza está patente nesta foto. Mesmo com a natureza bondosa e bonita, a pobreza persiste naquele país a que os portugueses estão ligados por laços de séculos. Os que puderem ajudar não desistam de o fazer.

Ovos Moles de Aveiro

 

Nas buscas pelos meus arquivos, veio à rede este registo referente aos Ovos Moles, doce típico de Aveiro, de que toda a gente gosta. Nos nossos convívios familiares, lá vêm eles de vez em quando para os mais gulosos, que são a maioria. Não interessa tanto a sua história, mas é justo sublinhar quanto este doce se impôs com grande êxito entre os naturais da região e também entre os turistas e demais visitantes. Se passar por Aveiro, não se esqueça de saborear os famosos Ovos Moles.

Cinema em Aveiro


Já perdi a conta aos anos que não entro numa sala clássica de cinema. Vejo filmes em casa na televisão, nos canais normais ou nos específicos, mas não é a mesma coisa. E tenho saudades.
Há tempos, vi numa grande superfície a informação de que as salas de cinema vão voltar e fiquei satisfeito com a novidade. Julguei que tais salas teriam ficado no limbo do esquecimento, assumindo a derrota imposta pelos diversos canais televisivos, mas ainda bem que vão renascer em Aveiro para os amantes dos filmes de qualidade, logicamente selecionados, para gáudio dos apreciadores.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Políticas Públicas no envelhecimento

COSTA NOVA
Cais Criativo 
11 de fevereiro

O 2.º Encontro de Políticas Públicas na área do Envelhecimento, promovido pela Câmara Municipal de Ílhavo, irá decorrer no dia 11 de fevereiro, no Cais Criativo da Costa Nova, com o objetivo de “partilhar e aumentar o conhecimento sobre o envelhecimento”.
O evento promoverá debate sobre temas como boas práticas no envelhecimento, a mobilidade dos idosos na cidade, a violência sobre idosos ou as tecnologias em casa dos idosos.

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Era preciso sanear a região para salvar o homem

Gosto de recordar o passado
para pensar o futuro

Foto deste século

Nos finais do século XVII, sublinha o Comandante Silvério Ribeiro da Rocha e Cunha, no seu trabalho “AVEIRO – Soluções para o seu problema marítimo, a partir do século XVII”, que «A desordem económica gera a desordem dos espíritos. Cada um cobiça o pedaço de pão negro do vizinho, ou a magra caldeirada que, de quando em quando, pôde tirar da água lodosa da laguna; os povos limítrofes disputam, espancam-se brutalmente, e continuam a morrer de fome.
Das dezasseis casas nobres, que tinha havido na vila [Aveiro], restavam duas, e no caos de misérias só ficaram de pé as ordens religiosas por disciplina e obediência à sua finalidade».
Foi nesta altura e neste ambiente que os avós dos primeiros gafanhões se estabeleceram nos areais inóspitos que constituem as Gafanhas dos nossos dias.
Mais adiante, refere que no último quartel do século XVIII o problema se apresentava como necessidade «de salvação pública», condicionada «por dificuldades severíssimas. E acrescenta: «Era preciso sanear a região para defender a vida do homem, e pôr à disposição da sua actividade as riquezas latentes para lhe garantir a subsistência.»

F. M.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Gafanha da Nazaré - Retalhos para a história dos mercados

Uma verdadeira flotilha
de barcos moliceiros no cais da cidade

Venda de produtos junto da igreja, na rua, e depois no largo lateral 

Recorrendo à memória de algumas pessoas mais idosas e a poucos registos, sabe-se que os antigos gafanhões, agricultores, viviam, fundamentalmente, do que a terra produzia. O remanescente era vendido nos mercados de Aveiro. Leite de Vasconcelos refere, a este propósito, que «a venda de batatas e géneros conexos» se processava na praça de Aveiro. Citando o Padre Resende, acrescenta: «Aos domingos vê-se uma verdadeira flotilha de barcos moliceiros no cais da cidade, que no sábado à tarde ali chegam das margens de todas as Gafanhas». Diz ainda que, «com o produto da venda acode-se a despesas miúdas de primeira necessidade (comestíveis, etc.). Em casos de maior vulto (compra de adubos, lenhas, transacções de gado, etc.), recorre-se à venda por atacado dos mesmos géneros a negociantes revendedores».

Pela década de 50 do século passado, os nossos pais e avós começaram a vender os seus produtos aos domingos de manhã, na actual Avenida José Estêvão, frente à igreja matriz. De um lado e doutro da rua, alinhavam-se os vendedores. Depois das missas, os compradores enchiam o espaço. No Verão, sobretudo, tudo se complicava, com a intensificação do trânsito rumo às praias da Barra e da Costa Nova. Havia que deslocar o mercado para outro sítio. O escolhido e mais à mão foi o espaço em frente ao cemitério.
Mais amplo e sem movimento automóvel, os vendedores foram-se multiplicando, vindos da região. E dos géneros oferecidos pela terra, depressa surgiram outras mercadorias, desde roupas, calçado, utensílios domésticos até alfaias agrícolas. Os vendedores da “banha da cobra” e de produtos similares e milagrosos aproveitavam novos mercados. Cedo se reconheceu a necessidade de criar um mercado de raiz, com mais condições para compradores e vendedores, mas ainda com mais higiene.

F, M, 

Nota: Reedição 

domingo, 23 de janeiro de 2022

Dia Mundial da Liberdade


O Dia Mundial da Liberdade celebra-se a 23 de janeiro, por determinação da ONU, sendo posteriormente  proclamado pela UNESCO. A liberdade é um direito de todos os seres humanos, no sentido de cada um poder fazer as suas escolhas e determinar as suas opções de vida, sem ferir as liberdades dos demais. Contudo, em Portugal, o Dia da Liberdade é festejado no dia 25 de abril, no respeito pela revolução que nos ofereceu a liberdade política, mas não só.
Importa sublinhar que a liberdade precisa de ser celebrada não apenas neste dia, mas todos os dias da nossa vida.

Dia da Escrita à Mão


Hoje, 23 de janeiro, celebra-se o Dia da Escrita à Mão. Não fazia a mínima ideia, mas o Google não pode errar nestas e noutras informações que diariamente nos faculta.
Tanto quanto sei, o hábito ou a regra de escrever à mão está a cair em desuso. Talvez nas escolas ainda se use, mas no dia a dia o computador e os simples telemóveis ocupam o espaço de cadernos de apontamentos, cartas e postais. No entanto, acredito que haja quem ainda cultive o prazer de escrever à mão.
Quem já leu “Leva-me contigo”, um livro de Afonso Reis Cabral, sabe que o jovem escritor escreveu o diário da sua viagem a pé, de Chaves a Faro, pela Estrada Nacional 2, no seu telemóvel.
As novas tecnologias, contudo, não deixarão de ditar as suas leis e mais dia, menos dia, a escrita à mão cairá nos braços dos museus.

F. M.

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