sábado, 7 de março de 2020

Voluntariado Hospitalar em Aveiro


Sensibiliza-me sempre a disponibilidade de quem se dá aos outros, deixando a comodidade das horas vagas, das férias periódicas, da aposentação merecida. Em vez de se fixarem no direito de nada fazer, olham para quem mais precisa. Estão estes nos grupos de voluntariado, ajudando instituições e pessoas. 
Quando vou aos hospitais, distingo os voluntários que colaboram em tarefas diversas, deixando livres alguns funcionários para outros trabalhos mais tecnicamente exigentes compatíveis com as  suas habilitações profissionais. 
Ontem, no hospital de Aveiro, tive a oportunidade de apreciar, brevemente mas com atenção, o desempenho de voluntários, mas ainda tive  o gosto de encontrar pessoa amiga muito compenetrada na tarefa de ajudar quem chega para exames complementares de diagnóstico. Sorridente, reconheceu-me, dando-me a oportunidade de a saudar pela sua disponibilidade para servir a comunidade. Os meus parabéns.
Uma saudação amiga para todos os voluntários hospitalares. 

F. M.

sexta-feira, 6 de março de 2020

LEVANTAI-VOS E VAMOS EM FRENTE

Reflexão de Georgino Rocha 
para o domingo da Transfiguração


A caminho da Páscoa

Jesus proporciona aos seus amigos mais íntimos uma experiência profunda, surpreendente e gratificante. “Que bom estarmos aqui” – diz Pedro em nome do grupo. A experiência inicia-se quando Jesus os toma consigo e, na sua companhia, sobe à montanha. Que terão pensado no percurso, eles que não se haviam refeito do susto do anúncio da paixão e permaneciam abatidos perante o desabar das suas alimentadas ilusões! Confiam mais uma vez no Mestre, acolhem o convite/apelo e lançam-se na aventura. Acontece algo de extraordinário que lhes provoca tal satisfação que Pedro se propõe “armar” tendas, para assim continuarem indefinidamente. Da desilusão ao encantamento!
Era o coração humano a falar, a expressar o desejo intenso de felicidade, a antecipar o sonho de estar sempre com o Senhor. Era a voz da consciência a libertar as aspirações mais profundas que, tantas vezes, permanecem caladas ou são mesmo silenciadas. Santo Agostinho salienta esta marca indelével do ser humano que vive inquieto e peregrino enquanto não encontra Deus e se senta no seu colo de Pai.

quinta-feira, 5 de março de 2020

Navio-museu Santo André reabre ao público em julho

O Navio-museu Santo André está a ser alvo de requalificação para garantir a sua manutenção, beneficiação e melhoria das condições de segurança para as visitas. Está prevista a sua reabertura ao público em julho do corrente ano.

O PÚBLICO tem 30 anos

O PÚBLICO completou hoje 30 anos de vida. Já adulto, é certo, mas começou como novidade a que aderi desde a primeira hora. Tinha ares de moderno e suporte de vida garantido. E foi mudando ao sabor dos tempos e dos desafios. Hoje, para mim, é leitura obrigatória online. Não preciso, por isso, de correr apressado para o comprar nos quiosques, alguns dos quais vão desaparecendo por falta de clientes que se viram para outros interesses... Mas hoje queria a edição de papel por desejar voltar, um dia que fosse, à leitura de há tantos anos. Como era gratuita, fiquei a ver navios... 
Os meus parabéns ao PÚBLICO e a quem o dirige e nele trabalha... 

F. M.

Os montes de sal de outros tempos

Palheiro mais moderno e montes de sal 
Marnoto... mais moderno
(…)
Em certas manhãs, doiradas pelo sol nascente, a Ria parece toda um espelho onde, apenas, um trémulo de evaporação – ténue e vibrátil – põe um vestígio de movimento ritmado.
E, então, os malhadais, os montes de sal, os palheiros exíguos e pintados a zarcão, duplicam-se, invertidos, nas águas quietas onde, de vez em quando, uma gaivota, maleabilíssima e ágil, raspa uma tangente quase imperceptível.
As pálpebras cerram-se sobre a pupila magoada por esta duplicação da luz que se remira no espelho da água e, no silêncio inundado de sol, o chap chap de uns remos, ou o golpe da ponta de uma vara que empurram o barco que desliza, põem uma nota fugidia de onomatopeia.
Um homem de músculos individualizados – como num quadro mural de anatomia – corre sobre a borda de uma bateira mercantel como se andasse sobre o asfalto de uma avenida. Visto de longe, recortado na luz diáfana da manhã que lhe aviva as linhas e delimita os contornos, não sabe a gente se tem na frente um ginasta, se um bailarino. Os pés parece que não pisam e os movimentos de vaivém, desembaraçados e leves, semelham passos coreográficos.»

Frederico de Moura
"Aveiro e o seu Distrito", n.º 5, junho de 1968

terça-feira, 3 de março de 2020

A Natureza precisa de nós – Nós precisamos da Natureza

Notas do meu diário

Aldeia caramulana 
Falo muito da natureza, mas não sinto o seu pulsar como gostaria com frequência. Houve tempo em que acampava em aldeias, com serras à vista, em margens de rios os nos arredores de vilas e cidades com história, conheci pessoas de diversas origens e estratos sociais, apreciei marcas de séculos e arejei as ideia... no encontro e reencontro de paisagens de milénios. 
A natureza envolvia-me sobremaneira com a sua pureza alheia à mão do homem e endurecida por calores tórridos e invernos rigorosos, oferecendo a quem ousa embrenhar-se nela água pura e ar lavado, deixando convites para novas visitas, nunca admitindo que um dia o progresso poderia estragar tudo. 
Conviver com a natureza é comungar paz e fraternidade no dizer do Santo de Assis, reconhecer a beleza da harmonia, beber o sentido do divino e perceber que está em nós o dom de receber o bem que urge partilhar. E se nós precisamos da natureza também a natureza precisa de nós. 

F. M. 

segunda-feira, 2 de março de 2020

Salinas - Espelho do céu?



Há anos, olhando as salinas de qualquer ângulo, elas eram, de facto, as janelas do céu, com cabanas cobertas de colmo e cones de sal cristalino a embelezarem as nossas paisagens. No sábado, do comboio a correr para o Porto de Aveiro, em dia de inauguração, a objectiva do João Marçal captou esta imagem que reflecte desolação. Não será de ter pena?

Março de 2010

domingo, 1 de março de 2020

O Douro fica sempre na alma de quem o visita

De um passeio ao Douro 
11 de Setembro de 2008



“Nenhum outro caudal nosso corre em leito mais duro, encontra obstáculos mais encarniçados, peleja mais arduamente em todo o caminho…
Beleza não falta em qualquer tempo, porque onde haja uma vela de barco e uma escadaria de Olimpo ela existe.”

Miguel Torga, 
in “Portugal”

Ler o que então escrevi aqui 

Ares de Inverno - O triste-belo


Os ares de inverno, com frio e chuva, ofereceram-me esta imagem com o seu quê de expressivo. Sinto a invernia, que tarda em desaparecer, mas é possível perceber o triste-belo, 
Bom domingo.

Não bastam palavras


"O documento do Papa é longo e magnífico em quase tudo. Para não ficar só em palavras, precisava de uma decisão urgente que não aconteceu."

1. As concepções de Igreja que deformaram o Evangelho de Cristo, durante séculos, foram muito alteradas no Vaticano II (1962-1965), mas não foram apagadas. Tiveram muitas reaparições depois, como aliás já comecei a referir no Domingo passado. Por exemplo: o cardeal Jan Pieter Schotte (1928-2005) foi, no pontificado de João Paulo II, o secretário-geral do Sínodo dos Bispos de 1985 até 2004. Ao falar do Direito Canónico já revisto, declarou: “Não vos enganeis, na Igreja católica, um pároco não tem de prestar contas a ninguém salvo ao seu bispo; um bispo não tem de prestar contas a ninguém salvo ao Papa; o Papa não tem de prestar contas senão a Deus.” Uma declaração destas justifica a observação de Bergoglio, segundo a qual “o clericalismo engendra uma divisão no corpo eclesial”.
O citado cardeal continuou, mesmo depois do Vaticano II, dependente da ideologia do Papa Pio X que, em 1906, descreveu a Igreja como uma “sociedade de essência desigual que compreende duas categorias de pessoas: os pastores e o rebanho. (…) Essas categorias são tão claramente distintas entre si que só no corpo pastoral residem o direito e a autoridade necessários para promover e dirigir todos os membros rumo às finalidades sociais; e que a multidão não tem outro dever senão o de se deixar guiar e de seguir, como um dócil rebanho, os seus Pastores”.

O Sagrado e suas configurações (2)

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Dou continuação à crónica da semana passada.
A pessoa religiosa refere-se sempre ao Sagrado, à Ultimidade, que, pela sua própria definição, não pode alcançar, menos ainda dominar ou possuir. Percebe-se, pois, que o Sagrado seja figurado e representado de múltiplas formas.

1. Uma das figuras ou representações é a de o Ser supremo. Aparece, portanto, como o Deus celeste, criador e senhor das criaturas.

2. Quanto ao politeísmo (vários deuses e deusas), houve quem o interpretasse como uma degenerescência ou queda do monoteísmo. De facto, é preciso saber que o monoteísmo em sentido estrito é recente, mas isso não significa que haja religiões propriamente politeístas. Penso que o politeísmo é sobretudo a atribuição da Força divina originária a várias divindades, que aparecem como suas "personificações". Atente-se, por exemplo, no politeísmo grego e romano, talvez os mais conhecidos.

3. No quadro de tentativas de compreensão do mal, surgiram representações dualistas - pense-se no mazdeísmo, gnosticismo e maniqueísmo. Mas dificilmente se poderá dizer que haja um verdadeiro dualismo no sentido de dois princípios simétricos e supremos. Pode é dar-se uma espécie de luta no interior do Uno, com expressão no mundo e na História, que seriam a continuação desse combate a caminho da reconciliação e da vitória do Bem. No fim, o Bem triunfará.

Gafanha da Nazaré - Pesca do Bacalhau



Fonte: Arquivo do Distrito de Aveiro - 1935

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