Ter uma casa sobre águas deve ser interessante, mas tem os seus quês. Todavia, há países onde tal é possível, nomeadamente, em Inglaterra ou na Holanda. É claro que não será muito prático para o dia a dia de quem trabalha. Não direi o mesmo para quem está livre de horários. Aliás, os nossos moliceiros viviam nos barcos quando tinham de conjugar o trabalho (apanha do moliço) com as horas das marés. Contudo, vamos admitir que umas férias num espaço para meditação ou reflexão, uma casa dessas daria jeito.
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025
Minha Mãe
«A minha mãe morreu faz um ano: 7 de Junho de 2009, duas horas da tarde. Desde então, não paro de a recordar, de a reter, de a reaver, de a recuperar, de a restituir, de a reviver, de a reerguer. Estes 12 meses têm sido a serigrafia de um original. Nele, vejo o seu rosto em todas as estações interiores. Vivi este ano como se vivesse o anterior em reverso, em negativo, em ausência. Estou nos lugares que foram dela. Toco os objectos que eram seus. Recordo os acontecimentos que foram nossos. Esse caminho não tem regresso. É por isso que se faz. Repete-se, mas já não é o mesmo. Gasta-se. Gasta-nos.»
José Manuel dos Santos,
no suplemento Actual do EXPRESSO
Nota: Faço minhas as palavras do autor deste texto.
Prémio - Cultura do Mar
A 7.ª edição do Prémio de Estudos em Cultura do Mar - Octávio Lixa Filgueiras, promovido pelo Município de Ílhavo, através do Museu Marítimo de Ílhavo, tem candidaturas abertas até 31 de maio.
O prémio, com um valor pecuniário de 3.000 euros, distingue autores de dissertações académicas ou de trabalhos de investigação inéditos e realizados no âmbito da cultura marítima-fluvial, nomeadamente nas áreas da História, Antropologia e Etnografia Marítima, Arquitetura Naval, Arqueologia Naval e Subaquática, Patrimónios Marítimos e Museologia.
Pretende-se com este prémio, instituído em 2012 pelo Museu e pela Câmara Municipal de Ílhavo, evocar e divulgar a obra e memória do Professor Arquiteto Octávio Lixa Filgueiras, um dos mais reconhecidos investigadores portugueses em temas de Cultura do Mar.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025
Figueira da Foz - Recordações - 1
Estou ligado à Figueira da Foz por laços muito especiais. Desde o ano 2000, comecei a frequentar aquela linda cidade com praia extensa e muito acolhedora. Por lá passei com a família inúmeras temporadas, ao sabor dos apetites pessoais e familiares, sem tempo para dar azo a qualquer cansaço.
Nos princípios, sentimos a necessidade de conhecer cada recanto, praça, instituições e muita gente. Além da nossa região, Gafanhas e arredores, passámos a apreciar os ares figueirenses como nossos, também. Mas se o ambiente me agradou, cansou outros, o que é legítimo. E agora, só de passagem, que não é a mesma coisa.
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025
Pescadores da Ria
Os pescadores da nossa Ria lá andam na safra da pesca à linha com anzóis. Aqui está um ambiente sereno, sem ondulação e sem sinais de vento. Mas o que mais me impressiona é a paciência dos protagonistas.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2025
Sorri sempre
Sorri! Sorri sempre
Ainda que o teu sorriso
Seja triste…
Porque mais triste
Que o teu sorriso triste
É a tristeza
De não saber sorrir!...
Recordando Bento XVI - Maio de 2010
Eu estive lá!
Foi com grande emoção, contida com esforço, que ouvi hoje (12 de maio de 2010), ao vivo, o Santo Padre Bento XVI, no principal auditório do Centro Cultural de Belém (CCB).
Um silêncio profundo encheu a sala antes da entrada do Papa, e quando «o homem vestido de branco» assomou ao pano de fundo do palco, os aplausos explodiram de alegria.
Não era o filósofo apresentado nos mais recentes debates e escritos nem o teólogo proclamado ainda antes de se sentar na cadeira de Pedro. Não era o alemão frio e tímido que toca piano e se debruça sobre os clássicos. Não era o Papa fechado sobre si mesmo e que come à mesa sozinho. Não era o homem carismático continuamente comparado com o seu predecessor João Paulo II. Quem chegou afinal?
Chegou ao CCB o sucessor de Pedro, o que traiu o Mestre, mas a quem Jesus recomendou que nos confirmasse na fé; chegou o continuador da cadeia apostólica, que carrega aos ombros as certezas e dúvidas das comunidades católicas em caminhada de busca e de aprendizagem da vivência da compaixão e do perdão; chegou o pastor universal com a missão de guiar todos os homens e mulheres de boa vontade rumo a uma sociedade mais fraterna.
domingo, 2 de fevereiro de 2025
Marcas fundamentais de um moliceiro
Os painéis da proa e da ré são marcas fundamentais e típicas dos moliceiros da Ria de Aveiro, onde se destaca a malícia e o colorido. Apreciem, por favor.
As «alminhas»
As «alminhas», isto é, pequenos altares de oração e misericórdia dedicados às almas do purgatório, começaram por aparecer em Portugal – especialmente na região norte e centro do país – a partir do século XVIII.
Construídos à beira da estrada, nos cruzamentos dos caminhos, nas paredes das casas ou junto às pontes ou margens dos rios, traduziam tentativas de debelar inseguranças e medos próprios do quotidiano, especialmente sentidos nesses locais.
Relativamente à sua localização, passaram igualmente a sinalizar, mais tarde, espaços onde tragédias, desastres, mortes ou outros tipos de crime ocorreram. Enquanto exemplos de uma piedade devocional popular, construídas por rústicos artesãos-artistas, materializavamse em pequenos nichos ou capelinhas miniatura com grades de ferro.
Habitualmente compostas por um painel, nele produziam-se composições em azulejo, pintadas a óleo, de baixo-relevo em madeira ou modeladas em barro vermelho, representando o fogo purificador do Purgatório e as almas em súplica, aparecendo como intercessores Cristo, a Virgem, Santos ou Anjos. Possuíam ainda inscrições implorando por esmolas e orações aos que por elas passavam.
Nota:
1 - Publicado na Revista Agenda-Fevereiro da CMI;
2 - Foto do meu arquivo.
Merece um passeio
Esta ponte merece um passeio, mas escolham a hora da maré cheia. Tem outra graça, sobretudo para sonha com uma passagem pela Ria.
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