sábado, 19 de junho de 2021

Abusos de menores no Código de Direito Canónico

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

1 O Evangelho é duríssimo. Nele, diz-se: "Deixai vir a mim as criancinhas", mas também se diz: "Ai de quem escandalizar uma criança! Era melhor atar-lhe uma mó de moinho ao pescoço e lançá-la ao mar." O que tem acontecido na Igreja quanto aos abusos de menores é pura e simplesmente execrável.
Em 2019, Francisco tomou uma iniciativa histórica, convocando uma Cimeira para o Vaticano, com 190 participantes, entre os quais 114 presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo, bispos representando as Igrejas católicas orientais, alguns membros da Cúria, representantes dos superiores e das superioras gerais de ordens e congregações religiosas, alguns peritos e leigos. Os três dias estiveram sob o lema: "responsabilidade", "prestação de contas", "transparência". O Papa quer - não se trata de mero desejo - implantar "tolerância zero".

2 Para implantar essa "tolerância zero" e pôr fim a esta catástrofe na Igreja, publicou o Motu Proprio "Vos estis lux mundi" (Vós sois a luz do mundo), decretando medidas concretas contra a pedofilia na Igreja.
Estas normas contra os abusadores e os encobridores impõem-se, porque, escreveu Francisco, "o delito de abuso sexual ofende Nosso Senhor, causa danos físicos, psicológicos e espirituais às vítimas e prejudica a comunidade dos fiéis."

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Dia Internacional do Piquenique - Recordações que não quero perder

Mata entre São Jacinto e Torreira
Sem muito sol e com aragem a propor abrigo, não faltaram hoje no parque que habitualmente atravesso famílias em piqueniques. O aconchego do arvoredo e as mantas estendidas convidaram quem estava, e muitos eram, a saborear os farnéis que de longe vislumbrei. E pela forma como eram degustados, sem pressas e sem complexos, posso garantir que estavam apetitosos. Depois, seguiu-se a soneca dos mais pesados e a bola dos mais miúdos. Tanto bastou para eu recuar uns bons 40 anos, quando, com a família, bem unida e concordante, fazia o mesmo, quer na mata da Torreira e S. Jacinto, quer entre a Costa Nova e a Vagueira. Não era pela poupança, embora não fosse despiciendo pôr de lado essa vertente. Bons tempos.

Escapar entre os pingos da chuva

 

O Covid-19, com as suas novas estirpes, continua a atacar os humanos, sem discriminação, incluindo os vacinados. Quando todos embandeirámos em arco, convictos de que estaríamos protegidos, a verdade é que não temos assim tantas certezas. E os cuidados, face ao que está a acontecer, têm de ser retomados. No fundo, temos de aprender a escapar entre os pingos da chuva.

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Pela Positiva há 10 anos - Elogio da Fraternidade

7.ª Jornada da Pastoral da Cultura



DOIS REFLEXOS

1. José Mattoso

Falando de Sabedoria e Fraternidade, o historiador medievalista José Mattoso afirmou que, «se algum progresso houve, foi à custa da fraternidade», já que a técnica se torna «impotente para resolver os problemas da humanidade». Afirmou, a dado passo da sua intervenção, que a fraternidade valoriza as relações humanas, enquanto a sabedoria gera a partilha. Também referiu que «podemos sofrer, mas não podemos fazer sofrer».

2. Lídia Jorge

«Quando pensávamos que o progresso era ilimitado, que os estados seriam parceiros e amigos da vida, os bancos um cofre inesgotável, a juventude o futuro que não conhecia decadência, o cartão de identidade um documento dispensável substituído por um cartão de crédito, que as fronteiras seriam abolidas, de súbito tudo se alterou”, referiu a escritora. E acrescentou: «o homem esperançoso confunde a causa dos outros com a sua; é a certeza que este futuro existe, que nos dá confiança.»

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Papa Francisco - A fome aumentou durante a pandemia

O Papa alertou para o aumento da fome no mundo, durante a pandemia, apelando a um sistema alimentar global “capaz de resistir a crises futuras”. Numa carta dirigida à 42ª sessão da Conferência da FAO, a decorrer em Roma, Francisco pede à comunidade internacional que desenvolva os esforços necessários para “alcançar a autonomia alimentar, tanto através de novos modelos de desenvolvimento e consumo, quanto através de formas de organização comunitária que preservem os ecossistemas locais e a biodiversidade”.
A crise provocada pela Covid-19, indica a mensagem, deve ter como resposta, entre outras, a promoção de “uma agricultura sustentável e diversificada” que leve em conta “o papel precioso da agricultura familiar e das comunidades rurais”.
Francisco observa que são “exatamente aqueles que produzem alimentos que sofrem com a falta ou escassez” dos mesmos, sublinhando que “três quartos dos pobres do mundo” dependem principalmente da agricultura, mas estão afastados “dos mercados, da propriedade da terra, dos recursos financeiros, das infraestruturas e das tecnologias”. O Papa alerta que o número de pessoas “em risco de insegurança alimentar aguda” atingiu o seu máximo em 2020, um quadro que “pode piorar no futuro para milhões de pessoas”

Fonte: "Correio do Vouga"

Jesus atravessa connosco o mar da vida

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XII do Tempo Comum

Lago de Tiberíades

Georgino Rocha
Após um dia de trabalho cansativo, Jesus deixa a multidão que o acompanhava e ordena aos discípulos para fazerem a travessia do lago de Tiberíades. Era ao entardecer. A viagem ia fazer-se durante a noite favorável. Acomodado à popa, rapidamente adormece. Pouco tempo depois, as águas começam a agitar-se fortemente, os ventos a soprar, a tormenta a crescer a ponto de meter medo àqueles homens habituados às lides da pesca. Jesus não dava por nada; dormia profundamente. É acordado pelos discípulos que lhe gritam: “Mestre não te importas que pereçamos”? Mc 4, 35-41.
Luciano Manicardi, prior da comunidade monástica de Bose, afirma que: “A inação de Jesus é como que o eco do silêncio de Deus muitas vezes denunciados nos salmos, e os gritos alarmados dos discípulos fazem eco do desespero do homem que clama a Deus para que intervenha no momento de necessidade e angústia”. E menciona “situações de angústia e de morte evocadas simbolicamente pelo entardecer, pelo mar, pela tempestade, pelo risco de naufrágio, pelo sono”. E lembra a “angústia que nasce também da sensação de precariedade, de instabilidade, de fluidez em que acontece a travessia da vida. E ali a fé configura-se como passagem do medo à confiança, do estar centrado em si à abertura a Cristo Senhor, do temor paralisante da morte e da perda à confiança que suscita esperança mesmo na maior angústia e do abismo da morte…

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Costa Nova - Os peixes saltaram para a praça

 

Eu sei que há quem não goste dos peixes que saltaram do mar ou da ria para a praça porque quiseram ver pessoas ou mostrar que dão vida a muita gente, o que é legítimo. Temos de convir que gostos não se discutem. Eu gosto.

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Paisagem açoriana - São Miguel

Moinho de Água

As fotos Google são, para mim, um manancial de memórias. Uma simples imagem, no meio de centenas, transporta-me logo para locais que visitei há anos. Neste caso, em 2016. Um moinho de água em plena laboração.

Regata dos Moliceiros - Um espetáculo a não perder


No próximo dia 3 de Julho, vai realizar-se a já tradicional Grande Regata dos Moliceiros, integrada no programa Ria de Aveiro Weekend, com organização da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA). A partida está agendada para o início da tarde, no Monte Branco (Torreira), e a chegada será em Aveiro, junto à Lota, dependendo dos ventos e das artes de navegar à vela. Depois, as embarcações rumarão para o Canal Central, havendo a considerar ainda o concurso de painéis.

terça-feira, 15 de junho de 2021

Dia Mundial do Vento








O Dia Mundial do Vento festeja-se hoje, 15 de junho. E esta será uma boa razão para refletirmos sobre a sua importância e poder, mas também sobre a sua tipologia. Realmente, há variadíssimos tipos de vento, desde os agradáveis e benéficos até aos catastróficos. Excluídos estes, pensemos nos que são úteis e necessários.
Vivemos numa região ventosa e por vezes desagradável. Mas a força do vento sempre foi aproveitada através dos séculos. Moinhos, velas desfraldadas, de recreio e transportes. Presentemente, os ventos não são aproveitados para gerar a tal energia eólica? E não se brincava tanto na nossa meninice com os papagaios de papel? E os lavradores não aproveitavam o vento para erguer os cereais?

Desafio do tempo?


Pelos vistos, o bom tempo vai começar a desafiar-nos para umas saídas. Já era tempo de termos bom tempo. Com a Primavera de triste figura que este ano nos calhou, tenho para mim que o Verão está a chegar para nos aquecer o corpo e a alma. Registámos na agenda que logo mais sairemos para dar uma espreitadela às nossas paisagens. E o azul da ria não nos cansará. Nunca nos cansará!

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Dia Mundial do Dador de Sangue


A celebração do Dia Mundial do Dador de Sangue, que hoje se recorda, tem como objetivo aumentar a consciência da necessidade de componentes sanguíneos seguros e agradecer a todos os dadores as suas dádivas voluntárias e benévolas, assim como reconhecer a sua importância e o seu contributo em salvar vidas e em melhorar a saúde e qualidade de vida de muitos doentes. Assim se lê no texto que assinala aquele dia mundial.
Revela o mesmo texto que 92 milhões de pessoas dão sangue anualmente, o que mostra que há gente generosa. Contudo, em épocas de catástrofes, as reservas podem correr o risco de se esgotarem. Importa estar atentos aos apelos para que pessoas saudáveis se ofereçam como voluntárias

Porto de Aveiro continua a crescer

 

Passei hoje pelo Porto de Aveiro que vi nascer e crescer. Contentores dão uma curta ideia da sua importância. Nas minhas costas mora o Porto de Pesca Costeira. Dois expressivos polos de desenvolvimento da nossa região a que não podemos ficar indiferentes.

domingo, 13 de junho de 2021

Santo António celebra-se neste dia


Todo o mundo cristão celebra neste dia, 13 de junho, Santo António, um dos três santos populares muito queridos do nosso povo, festejados neste mês. Para não ficar por referência simples,  opto  por sugerir a leitura de um texto que escrevi a propósito de um livro de Gonçalo Cadilhe, "Nos passos de Santo António  - Uma viagem medieval", de que gostei bastante.

Gonçalo Cadilhe, jornalista-viajante que já conheço de outros trabalhos, exibiu no livro “Nos passos de Santo António — Uma viagem medieval” o cuidado que pôs na documentação consultou, nos contactos que estabeleceu, nas visitas que fez a templos e lugares por onde o Santo terá passado, onde terá pregado, onde meditou, mas ainda na Assembleia magna dos franciscanos, nos encontros com São Francisco.
O escritor-viajante iniciou a sua viagem em Lisboa e concluiu-a em Pádua, onde o Santo é venerado por peregrinos de todo o mundo cristão. Os santos não são tanto referenciados pelo dia e local de nascimento, mas sim pelo dia e local de onde partiram para o Céu. O jornalista e escritor-viajante tentou reconstituir os passos de Santo António sob o ponto de vista histórico, científico e humano. De fora ficaram “as situações relacionadas com atividades paranormais, taumatúrgicas ou sobre-humanas», do seu e nosso conterrâneo.
O livro apresenta-se, com edição de 189 páginas, fotos do arquivo pessoal do autor e de outros, quando assinalados, a cores, mapas com a indicação dos sítios por onde Santo António passou ou esteve, Bibliografia consultada. Edição do Clube do Autor.

Ler todo o texto aqui 

Falar em parábolas

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

Fala-se muito contra o clericalismo, mas, depois, reserva-se ao clero o que podia ser realizado pelo conjunto dos cristãos

1. Desde há muitos anos que escuto a repetição da mesma pergunta: porque é que os católicos vão à Missa? Antes desta pergunta, não havia pergunta: vão à Missa porque é um mandamento da Santa Madre Igreja. Como as Missas eram em latim, e como acontecimento divino, tinham todas o mesmo valor. Os que não rezassem o terço só esperavam que ela fosse rápida. Entretanto, veio o Concílio Vaticano II e foram rapidamente aprovadas as grandes linhas da reforma litúrgica, pois era a realização dos estudos e anseios do movimento litúrgico [1]. Mais demorada, atribulada e polémica foi a sua execução.
As novas gerações não podem, sequer, imaginar esse passado. Existem, porém, grupos saudosos da Missa em latim para continuarem uma época quase extinta. As razões da diminuição da prática dominical, em vários países, não se confundem com essa reforma e a pergunta regressa e apresenta-se de uma outra maneira: o que é que os católicos vão fazer à Missa?
A resposta mais simples e directa: vão celebrar a sua fé. Num tempo e lugar determinados, fazem a festa da universal família de Cristo. Os celebrantes estão sempre marcados pela cultura e pelos problemas locais abertos ao mundo todo. Seria normal que os rituais da festa espelhassem essa dupla condição.

Uma flor bonita para começar o domingo


Uma natural quebra no ânimo rouba-me o apetite de partilhar emoções. Contudo, acredito que a ausência de palavras pode muito bem ser substituída por uma flor bonita. Bom domingo.

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