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quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Estudo dos abusos de menores na Igreja vai avançar

Pedro Strecht coordena Comissão Independente
para o Estudo dos Abusos de Menores na Igreja

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) informou que Pedro Strecht vai ser o coordenador da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos de Menores na Igreja. No dia 2 de dezembro, o médico de psiquiatria da infância e adolescência vai apresentar a Comissão por si constituída, bem como os princípios orientadores do trabalho a desenvolver a partir do início de janeiro de 2022. O Presidente da CEP, D. José Ornelas (Bispo de Setúbal), estará na sessão para fazer a apresentação do Coordenador. A decisão de criar uma comissão independente foi tomada pela Conferência Episcopal Portuguesa na última Assembleia Plenária, que decorreu entre os dias 8 e 11 de novembro, em Fátima.

domingo, 5 de julho de 2020

Será possível a reforma na Igreja?

Crónica de Bento Domingues 


"É revelador o desconforto que as abertas entrevistas e declarações de D. José Ornelas, bispo de Setúbal, estão a provocar em certos meios católicos, quando, de facto, se inserem no mais genuíno espírito do Vaticano II"

1. O grande acontecimento na Igreja Católica, no século XX – e sem o qual seria impensável o Papa Francisco no século XXI – foi o Concílio Vaticano II (1962-1965). O próprio general De Gaulle considerou-o o maior acontecimento do século. O secretário-geral da ONU, Charles Malike, acrescentou: “Talvez o maior acontecimento de vários séculos.”
O Concílio Vaticano I (1869-1870), convocado por Pio IX, num clima de enfrentamento com o mundo moderno e de conflitualidade com os Estados soberanos europeus, teve de ser encerrado devido à ocupação de Roma pelas tropas de Garibaldi.
Como nessa Assembleia tinha sido proclamada a infalibilidade do magistério papal, segundo condições muito precisas, não faltava quem julgasse que, doravante, um concílio era dispensável: o Papa podia falar e decidir por todos.
Essa posição denunciava uma eclesiologia simplista e falta de inteligência acerca do que significa e representa um concílio. Revelava uma concepção mecânica da vida da Igreja e da própria fé.

sábado, 27 de junho de 2020

Desconfinar a Igreja. 1

Crónica de Anselmo Borges 

Chegam-me vozes a cantar esperança no novo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), José Ornelas, bispo de Setúbal. Eu próprio disse a Natália Faria, do Público, quando imediatamente a seguir à eleição me perguntou se a sua escolha constituía garantia de rejuvenescimento: “Neste momento em que, no meu entender, a Conferência Episcopal precisa de um novo impulso, ele será capaz de assegurar o rejuvenescimento necessário. Trata-se de uma figura destacada do ponto de vista intelectual, e, por outro lado, dedicado aos outros e à sociedade. E tem uma gigantesca experiência internacional.” Tendo vivido em Roma como superior-geral dos padres dehonianos, presentes em 38 países, conhece o que se passa também no Vaticano e, sobretudo, vive o espírito do Papa Francisco. Anima-o o desprendimento pessoal e uma “Igreja em saída”, em desconfinamento, no sentido do abandono de estruturas de poder medieval, como insiste Francisco. 
Quando se lê a sua primeira longa entrevista, ao jornal Público, as esperanças não são defraudadas. Pelo contrário. As suas declarações têm duas vertentes: uma ad intra, para dentro da própria Igreja; a outra ad extra, para fora, para a sociedade em geral, como voz político-moral. 
Declarações ad intra.