sábado, 20 de agosto de 2016

Forte da Barra em obras de conservação e pintura








Por ter estado uns dias ausente e, decerto, por andar também um pouco distraído, fiquei surpreendido quando deparei com obras de conservação e pintura das fachadas dos edifícios adjacentes ao Forte da Barra de Aveiro, também conhecido por Forte Novo ou Castelo da Gafanha. Depois de tanto se ter reclamado alguma dignidade para aquela estrutura de defesa militar, considerada Imóvel de Interesse Público pelo Decreto - Lei n.º 735/74 de 21 de Dezembro, fiquei deveras satisfeito por vislumbrar ao fundo do túnel solução para aquele espaço. As obras são da responsabilidade da APA (Administração do Porto de Aveiro) e incluem ainda a pintura da capela dedicada a Nossa Senhora dos Navegantes, venerada pelos homens do mar e seus familiares.
O Forte da Barra é um imóvel do século XVII, embora haja quem o considere anterior. Trata-se de «uma obra do tipo abaluartado, restando, atualmente, uma pequena cortina de dois meios baluartes. Quando se tornou desnecessária a defesa do Rio Vouga foram edificadas diversas construções», diz Nogueira Gonçalves no seu Inventário Artístico de Portugal.
O Guia de Portugal da Fundação Calouste Gulbenkian acrescenta que a «torre de sinalização que aqui se ergue foi construída em 1840, sob a direção do Eng. Oliveira Antunes». Por sua vez, o Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses do General João de Almeida diz que «este forte teria sido construído durante a Guerra da Restauração e reconstruído nos anos de 1801 a 1802, em obediência ao plano de defesa do reino, elaborado nos fins do século XVIII». Acrescenta que, «em fins do século passado, perdida a sua eficiência militar, foi construída, contígua à fortaleza, da banda do sul, uma bateria rasa, de tiro de sinal para avisar a defesa da entrada da barra».
A descrição do Forte da Barra de Aveiro sugere‑nos uma referência a um outro forte, o Forte Velho, que existiu na Vagueira estando bem assinalado em diversas cartas, possivelmente construído com finalidades semelhantes pela mesma altura e há muito destruído. Estará em estudo a hipótese de abrir o Castelo da Gafanha à investigação histórica para, tanto quanto possível, se definir a razão da sua construção e sequentes alterações, no quadro da defesa militar, mas não só.
O Presidente da APA, Braga da Cruz, disse ao Diário de Aveiro que está «atento ao que possa surgir» para aproveitamento do Forte da Barra, desde que «tenha viabilidade económica». E a Câmara Municipal de Ílhavo sugere a sua utilização num investimento ligado à hotelaria, restauração ou de lazer.

Fernando Martins

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Os nossos sonhos…

Praia do Barril
Não falta, no seio da família, e não só, quem pressinta os nossos gostos, as nossas alegrias e até os nossos sonhos. E a partir desses pressentimentos, quando se age em conformidade, somos levados a reviver alegrias e vivências que, de alguma forma, nos dão imenso prazer.
O Algarve está muito no meu espírito, razão por que, quando calha a talho de foice, sou levado a sonhar voltar lá para umas férias reconfortantes, que me libertem de compromissos e rotinas. Enquanto estive na Figueira da Foz, a minha filha Aidinha e família rumaram às soalheiras praias e paisagens algarvias, de onde regressaram hoje. Acordado da sesta, a nossa Aidinha atirou-me: 
 
— Papá, queres ir à praia do Barril? 
— A das âncoras, onde passei algumas férias tão agradáveis? — Atirei eu. 
— Então prepara-te. 
— Agora mesmo? 
— Exato! — Garantiu-me ela.

Pegou num lenço comprido, vendou-me os olhos e começou a tirar-me as meias. De repente, senti os meus pés mergulhados em areia quentinha… depois água tépida deu-me uma sensação de alívio, qual exercício terapêutico. Tudo tão reconfortante…
Pôs-me uma concha nas mãos e afiançou-me que estava na Praia do Barril. (A concha foi uma prenda, que muito me agradou.)
A alegria à volta desta brincadeira a que aderi com gosto brotou espontaneamente. E a minha memória conduziu-me, como tantas vezes, até àquela praia do Algarve, de temperaturas e ambientes tão acolhedores.

Fernando Martins

ATREVE-TE A ENTRAR PELA PORTA ESTREITA

Reflexão de Georgino Rocha

A vida humana tem futuro? O que fazemos agora esgota-se no momento em que acontece ou prolonga-se para além do tempo? O que sobrevive de mim, após a morte, tem algo a ver comigo que procuro realizar-me em cada momento? O que me aguarda definitivamente tem algo a ver com as opções que faço em cada dia e a vida que levo?
Estas e outras preocupações – talvez não tão elaboradas – atormentam os acompanhantes de Jesus no seu “percurso” para Jerusalém. Um anónimo ergue a voz do meio da multidão e condensa-as na pergunta: “Senhor, são poucos os que se salvam?” - pergunta que fica sem resposta directa.
Jesus aproveita a oportunidade e faz um dos mais belos ensinamentos do seu magistério. Ignora o número pretendido e centra a sua atenção nas pessoas, exortando-as a praticarem uma qualidade de vida expressa em acções coerentes; condiciona o desfecho da existência terrena à luta, ao combate, ao “esforço” feito por cada uma como prova de acolhimento ao dono da casa e sintonia com a sua vontade; garante que haverá surpresas que encantarão uns e desiludirão outros; exorta com insistência a entrar pela “porta estreita” a fim de poder sentar-se à mesa da felicidade; responde no plural, sinal de que a salvação se realiza em solidariedade fraterna, embora seja pessoal; designa esta realidade englobante por reino de Deus, indicando claramente o futuro emergente na história que se desvendará plenamente na eternidade.

Por casa, de novo

Almoço no quintal

Apesar de tudo, só nos sentimos verdadeiramente bem na nossa casa, onde habitualmente partilhamos o sabor da alegria, do amor, da convivência e da tranquilidade. Conhecemos os cantos à casa, os recantos do quintal, o cheiro das flores e dos frutos, os sorrisos da amizade dos vizinhos, a saudação de gente amiga que passa pela rua, o brilho do sol que envolve o nosso amanhecer, o luar que aumenta o dia, a brisa do mar que nos enche a alma e os contornos da serra que ao longe nos desafiam.
Uma saudação amiga para todos os que estão de férias ou descansam em casa das azáfamas do ano de trabalhos e canseiras.

Fernando Martins

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