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domingo, 21 de julho de 2019

Anselmo Borges - Decálogo para os núncios

Papa com Núncios (Foto do Vaticano)

1. A Igreja tem dentro dela, inevitavelmente, uma tensão, que a conduz a um paradoxo. Esta tensão e este paradoxo foram descritos de modo penetrante, preciso e límpido pelo sociólogo Olivier Robineau, nestes termos: “A Igreja Católica é uma junção paradoxal de dois elementos opostos por natureza: uma convicção — o descentramento segundo o amor — e um chefe supremo dirigindo uma instituição hierárquica e centralizada segundo um direito unificador, o direito canónico. De um lado, a crença no invisível Deus-Amor; do outro, um aparelho político e jurídico à procura de visibilidade. O Deus do descentramento dos corações que caminha ao lado de uma máquina dogmática centralizadora. O discurso que enaltece uma alteridade gratuita coexiste com o controlo social das almas da civilização paroquial — de que a confissão é o arquétipo — colocado sob a autoridade do Papa. Numa palavra, a antropologia católica tenta associar os extremos: a graça abundante e o cálculo estratégico. Isso dá lugar tanto a São Francisco de Assis como a Torquemada.” 

2. É com este paradoxo que o Papa Francisco tem de conviver, ao mesmo tempo que tem feito o seu melhor para dar o primado ao Evangelho, ao Deus-Amor, para que a Igreja enquanto instituição — e é inevitável um mínimo de organização institucional — não atraiçoe a Boa Nova de Jesus. Ele é cristão, no sentido mais profundo da palavra: discípulo de Jesus, e quer que todos na Igreja se tornem cristãos, a começar pela hierarquia. 
Assim, tem denunciado as doenças da Cúria, avisa os bispos e cardeais para que não sejam príncipes, anuncia para breve uma nova Constituição para a Cúria, o governo central da Igreja. Também neste contexto, convocou recentemente para o Vaticano os Núncios do mundo inteiro. As nunciaturas, embaixadas da Santa Sé junto dos governos e das Igrejas locais, são uma herança histórica discutível, mas podem ter um papel decisivamente positivo no mundo para estabelecer pontes a favor da justiça, do desenvolvimento, da paz.

terça-feira, 25 de junho de 2019

Papa contra o luxo dos Núncios

Nunca a voz lhe doa!



“É feio ver um núncio que busca o luxo no meio de pessoas sem terem o mínimo. É um contra-testemunho. A maior honra para um homem da Igreja é ser servo de todos”, afirmou o Papa Francisco num discurso aos núncios (embaixadores do Vaticano junto dos Estados), no qual acrescentou que“não se pode ser um representante pontifício e criticar o Papa pelas costas, ter blogues ou mesmo unir-se a grupos hostis a ele, à Cúria e à Igreja de Roma”.

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