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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

A propósito da falta de chuva


PRÓLOGO

Fui avestruz. Sou ruminante
Da seiva lírica. A pastagem,
Outrora verde e abundante,
Está queimada da estiagem.

Olhar o céu límpido e mouco
Não vale mais do que o que foi.
A água tarda. O pasto é pouco.
A fome rói.

Ah, se uma lágrima bastasse
Pra encher de viço esta secura!
Sinto-a a escorrer-me pela face
Futura.

António Manuel Couto Viana