sábado, 21 de maio de 2016

Faleceu o António Gandarinho

O Gandarinho já repousa 
no coração maternal de Deus


A triste notícia do falecimento do António Gandarinho apanhou-me de surpresa esta tarde. Todas as mortes de familiares e amigos próximos, como é o caso, deixam-nos perplexos, não obstante sabermos que somos finitos e apesar da fé nos garantir que depois da vida terrena ingressamos no seio maternal de Deus. 
A amizade que me unia ao António Gandarinho vem desde a juventude, quando convivemos na JOC (Juventude Operária Católica), onde ele exerceu, pela ação e pelo exemplo, funções diretivas, testemunhando, no dia a dia, ele no mundo do trabalho e eu no mundo académico, a fé em Jesus Cristo, na esperança da ressurreição em Cristo. Não era dos que falavam muito, mas sabia ouvir, indicar caminhos de bem, propor soluções de justiça, de verdade e de vida alicerçada na sua qualidade de batizado e de militante cristão, pugnando pela justiça social em favor de todos os trabalhadores e de todos os homens de boa vontade.
Sempre vi o António Gandarinho como um servidor da Igreja, dando o exemplo de simplicidade e disponibilidade, atento aos mais sofredores, orante, generoso, solidário e amigo de toda a gente. E como dirigente da Ação Católica inquietava-se quando algum jocista faltava às reuniões. Era preciso que todos vivessem, no mundo do trabalho, e não só, o famoso e ainda atual método do fundador da JOC, Joseph Cardijn, assente no Ver, Julgar e Agir, que levava ao conhecimento dos problemas dos jovens trabalhadores, analisando-os à luz dos princípios cristãos, para depois se atuar em conformidade, tendo em conta a doutrina social da Igreja. A meta fundamental seria a dignificação da juventude operária, numa época em que não havia sindicatos livres e à altura de defenderem, com legitimidade, os seus interesses e valores. 
Depois de casado, o seu dinamismo de cristão não diminuiu, integrando-se ou colaborando com associações, irmandades e instituições da paróquia. Passou para a LOC (Liga Operária Católica), foi Ministro Extraordinário da Comunhão mais de 30 anos, membro da antiga Comissão Fabriqueira e do Grupo Bíblico, defendendo que, «sem conhecimento da Palavra de Deus, os católicos não podem dar grande fruto, através do testemunho» — confidenciou-me numa entrevista que um dia me concedeu.
Recordo já com saudade o António Gandarinho, e nesta hora, dolorosa em especial para a família, apresento os meus pêsames com as minhas orações pela sua alma à esposa, Evangelina Filipe Teixeira, e aos filhos, Maria da Nazaré, Paulo Manuel, Dorinda Maria, Marco António e Carla Patrícia, bem como aos restantes familiares e aos muitos amigos. 

Fernando Martins

NOTA: O funeral realiza-se na igreja matriz da Gafanha da Nazaré na próxima segunda-feira, 23 de maio, pelas 15h30. A missa de 7.º dia terá lugar na próxima sexta-feira pelas 19h00 e será presidida pelo nosso bispo, D. António Moiteiro.

Bruce Springsteen é um «profeta bíblico»

O concerto do "Boss" narrado por José Tolentino Mendonça


«A noite pertence a Bruce Springsteen. E o concerto desta quinta-feira pode bem ser contado como essa poderosa revelação»: é com estas palavras cheias de acordes que José Tolentino Mendonça descreve o concerto do cantor e compositor norte-americano que atuou em Lisboa, no primeiro dia do festival "Rock in Rio".
Em texto publicado hoje na página do jornal Expresso, o padre e poeta escreve que «por duas horas e três quartos, unindo canções quase sem pausas, ao jeito do fumador que acende compulsivamente os cigarros uns nos outros, e está ali ocupado unicamente com a sua obsessão, Bruce foi ele próprio» para as 67 mil pessoas que, segundo a organização, assistiram ao concerto.
«Ouvíamo-lo apenas a arrancar para os músicos o sinal "um, dois, três" e a deixar-se ir: a guitarra, a harmónica, a garganta recôndita e o resto, claro. Os braços levantados, os saltos, as palmas, a noite transformada em paisagem sonora, o microfone partilhado com o público, o avanço pela plataforma para ser tocado por um mar de mãos, para propagar-se também fisicamente, mostrando que não podia estar nem mais entregue, nem mais próximo», refere o vice-reitor da Universidade Católica.
Para Tolentino Mendonça, Bruce Springsteen «é um cowboy do asfalto. Um profeta bíblico. Um aborígene que vem até nós descendo o rio na sua jangada. Um sonhador insone. Um soldado cheio de ferimentos, a maior parte deles incuráveis, dos combates do amor. Um vigia da alegria e dos seus abismos. Um narrador para a solidão dos homens e para a invencível esperança. Ele é tudo isso. E também uma central alquímica de altíssima voltagem, uma rebentação de vida que não resigna, um incrível fenómeno estelar em expansão».

Ler mais aqui 

Também o jornal do Vaticano se refere Bruce Springsteen. Ver aqui 

Uma sociedade ameaçada

Crónica de Anselmo Borges no Diário de Notícias



1 A actual sociedade europeia de que fazemos parte tem, na expressão do filósofo E. Husserl, uma nova "forma de vida", isto é, um horizonte novo de vivência, sentido e autocompreensão, a partir de três princípios fundamentais.
Trata-se de uma sociedade à qual foi possibilitado imenso bem-estar, derivando daí novas possibilidades de auto-realização e também um feroz individualismo, que apenas reivindica direitos ignorando deveres.
Por outro lado, as novas tecnologias têm um impacto decisivo nas sociedades, e não só no plano socioeconómico: mudam as mentalidades. Por exemplo, estar ligado à rede, navegando, afecta a vivência de si e do mundo. A concepção de espaço é outra, muda sobretudo a vivência do tempo. Tudo é rápido, vertiginoso. Tem-se a sensação de estar ao mesmo tempo em toda a parte, mas num tempo fragmentado, que não faz tecido. No bombardeamento simultâneo de notícias e opiniões - toda a gente se pronuncia sobre tudo, sem hesitações nem perplexidades -, o que acontece é a dispersão labiríntica, que dificulta a construção de uma identidade narrativa consistente. Paradoxalmente, a ligação global produz solidões penosas. Há um sentimento de quase omnipotência, seguindo-se daí que tudo o que é tecnicamente possível se deve realizar, sem perguntas de outro foro, ético, humanista. A satisfação imediata e o facilitismo são outras características de uma sociedade líquida e mole, cujo deus é o dinheiro.
Desta forma de vida faz parte ainda a crítica religiosa, no sentido de um laicismo agressivo.

REJUBILA! A SANTÍSSIMA TRINDADE VIVE EM TI

Reflexão de Georgino Rocha


“Então, Deus vive em mim. Que maravilha! – exclama a bondosa senhora após a conversa com o seu pároco a propósito de uns problemas de consciência. “Vive em mim, faz-me companhia, anima-me quando estou esmorecida, abre-me aos outros e tantas outras coisas lindas e boas. Que felicidade!”
As suas exclamações são muitas mais. O encanto da descoberta manifesta a novidade surpreendente de quem se dá conta desta realidade da fé cristã. Deus faz-nos seus templos. Escolhe-nos para sua morada (Jo 14, 23). Vive ao nosso ritmo. Humaniza-se e assume a nossa fragilidade. Relaciona-se connosco a partir de dentro. Enobrece a consciência, ilumina a inteligência, mobiliza a vontade para causas nobres e quer ajudar a equilibrar os afectos. Dá sinais claros de ser um Deus comunhão, único e uno, na trindade de pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. A Santíssima Trindade que, hoje, celebramos festivamente.

Uma semana com mais cor


Não há nada melhor do que começar o fim de semana com a natureza florida. Cor é alegria, saúde, otimismo, paz de espírito, tranquilidade física e tudo o mais que pudermos imaginar. Estas flores, que não sei identificar, nasceram e cresceram nas margens da ria. Batidas pela maresia, nem assim esmoreceram, continuando a crescer rumo ao céu. Não foi preciso preparar o terreno, nem cavá-lo, nem estrumá-lo, muito menos sachá-lo, tão-pouco adubá-lo. E as flores, saudáveis, luminosas, desafiantes, dão-nos lições de que, quando há vontade e coragem, tudo é possível.
Bom fim de semana para todos.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

GDG — Atletismo

Inauguração da Pista de Atletismo
Para não cair no esquecimento


“Queremos chegar à I Liga dentro de cinco anos”

Grupo Desportivo da Gafanha 
quer chegar mais longe e mais alto

João Paulo Ramos, presidente do GDG
«Empenho, compromisso e sentido de responsabilidade são palavras que o empresário João Paulo Ramos tem na ponta na língua. “Quem estiver comigo para trabalhar, muito bem. Quem não estiver ou não quiser arregaçar as mangas, siga caminho. E quem não me conhece, passa a conhecer”. Eis o cartão-de-visita do novo presidente do Grupo Desportivo da Gafanha (GDG), confirmando-se a sua eleição esta noite (21.30 horas), encabeçando a única lista conhecida a sufrágio.
As ideias do futuro presidente fervilham. “Queremos colocar o Gafanha na I Liga dentro de cinco anos”, afirmou de forma sublinhada. “Parece impossível? Temos de dar um impulso ao clube mais representativo da região, para que a região reconheça o seu mérito e o seu trabalho. Sabe uma coisa? Não vou andar atrás das entidades que devem ajudar o clube, mas sim trabalhar para que elas vejam o que é o GDG. A mentalidade é muito importante e só depois a capacidade financeira. Dou-lhe um exemplo: na época 2017/18, o Gafanha terá o segundo sintético. Escreva isso”.
Um exemplo de como um símbolo pode ser aproveitado para alavancar o plano: está garantido o apoio da ex-atleta olímpica Teresa Machado. A ex-atleta “cedeu direitos de imagem” ao Gafanha para que os possa utilizar nas campanhas das modalidades e mostrar como a região “faz” campeões. Nuno Pedro vai continuar a treinar a equipa principal que garantiu a manutenção no Campeonato de Portugal Prio, mas com funções alargadas: será coordenador de todo o futebol.»

Li no Diário de Aveiro online. Pode ler tudo na edição de papel.

Divórcio entre Igreja e arte contemporânea tem de acabar

«Está na altura de a Igreja
e da arte contemporânea
se reencontrarem»,
afirma Rui Chafes

Rui Chafes
«O escultor Rui Chafes considera que «está na altura de a Igreja e a arte contemporânea se reencontrarem, o que tem de ser feito com o máximo rigor e exigência».
Em entrevista publicada na mais recente edição do Jornal de Letras, o artista, distinguido com a edição de 2015 do Prémio Pessoa, declara o seu interesse pela relação «com o espaço sagrado, com a arquitetura religiosa, com o gótico, o barroco».
«São lugares de acolhimento para a arte contemporânea, que entrou em profundo divórcio com a Igreja do séc. XX. Mas é sempre tempo de retomar uma relação que sempre existiu. E é preciso fazê-lo de uma forma inteligente e pertinente», salienta.
A entrevista de duas páginas centra-se na exposição "Ascensão", que Rui Chafes concebeu para a igreja de S. Cristóvão, em Lisboa, integrada no projeto em quatro etapas "Não te faltará a distância", com curadoria de Paulo Pires do Vale.»
 
Ler mais aqui

Visita ao Porto Canal

Crónica de Maria Donzília Almeida

Estação Porto Canal

Prof. João Silva
Contemplando Valquiria

Relvado

Bancadas
Pessoas que têm medo de pensar (fronemofobia),
ligam a televisão, para desligar o cérebro!
Steve Jobs

Fazendo jus ao slogan “Por um envelhecimento ativo”, que tem o seu expoente máximo no Prof João Silva, pela dinâmica que imprime às suas aulas e pela energia que dele emana, partimos para mais uma Visita de Estudo, organizada por ele.
Mais uma vez, o destino foi a Cidade Invicta.
É sempre bom revisitar lugares e gentes, onde deixamos um pouco de nós, e trouxemos um pouco, das pessoas que conhecemos e das experiências que vivemos. Devo confessar, sem desprimor para ninguém, que tive alunos brilhantes na Invicta. E os pais? Alguns mereciam um cantinho no Quadro de Honra e Excelência. O Aslam Sadrudrine Jamal, o menino persa, ocupa esse lugar, na minha memória…
Começamos por visitar o Porto Canal, um canal de televisão português dedicado a todo o território nacional, com uma programação diversificada em diversas áreas: informação, desporto e entretenimento. De facto, embora detenha conteúdos relativos ao FC Porto, é um canal generalista, que trata temas de todas as áreas, abrangendo todas as matérias. Estas são transmitidas, ao público, através de uma programação de qualidade, sendo a única estação televisiva com praticamente 100% de produção portuguesa própria.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Santa Joana em exposição

Exposição "Joana de Aveiro, Devoção e Festa"
| 12 de maio a 28 de agosto - Museu de Aveiro
| Museu Santa Joana
  

Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Nazaré


HÁ 25 ANOS ERA O ANO DE 1991

Faleceu o famoso vocalista dos Quenn, Fredie Mercury.
Ayrton Senna conquistou o tricampeonato de Formula 1, seria o último.
O futebolista Diego Maradona começava o seu calvário da “maldita cocaína”.
No Brasil, presidente Collor de Melo vivia as “passas do Algarve” da corrupção.
É o ano da 1.ª Guerra do Golfo e da CNN na frente da guerra em direto.
Depois da queda do Muro de Berlim em 89, dá-se há 25 anos a desintegração da União Soviética, na sequência da renúncia de Mikhail Gorbachev e verificam-se todas as independências para aqueles lados.
A CEE – Comunidade Económica Europeia adere à ONU.
A NINTENDO e a SEGA comandavam os lados tecnológicos.
Um prenúncio do futuro: foi o ano da criação do W.W.W.
No Portugal político, foi ano de reeleições do Presidente Mário Soares e do Primeiro-Ministro Cavaco Silva.
Sinal dos tempos, foi o ano da chegada da Mc Donalds a Portugal.
As novelas do ano foram a Tieta do Agreste e a Rainha da Sucata.
A famosa série DALLAS termina a sua edição.
Em termos de Futebol, bons prenúncios: Portugal renovou o título mundial de Juniores… e o Benfica foi campeão.
O Beira-Mar ficou em 6.º lugar no Campeonato Nacional da 1.ª Divisão.
Em termos musicais é o nascimento do CD, que vem substituir o LP.
Ocorre há 25 anos a honrosa 2.ª visita do Papa João Paulo II a Portugal.
E em Maio de há 25 anos, no Distrito de Aveiro, Concelho de Ílhavo e Freguesia da Gafanha da Nazaré o Centro Social abria as portas! E por isto estamos aqui!

Por amável deferência de Alexandre Cruz 

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Ponte da Cambeia e família em grande plano

Seria inverno ou dia de frio

Esta fotografia não engana ninguém. Foi tirada por mim de posição diferente. A Lita e os nossos filhos de tenra idade. Marca indelével da nossa terra de há décadas. Não é em nome de qualquer tipo de nostalgia porque o progresso faz parte da vida, salvaguardadas as condições de vida das pessoas e o ambiente que nos envolve. Naqueles tempos também havia poluição na Ria, com a agravante de a censura impedir a publicação de denúncias desse teor. Um dia poderemos falar disso.

D. António Moiteiro celebrou o 60.º aniversário

Bispo de Aveiro 
desde 4 de julho de 2014


Ontem, D. António Moiteiro, celebrou o seu 60.º aniversário, pois nasceu em 1956. Foi ordenado presbítero em 8 de abril de 1982, sendo nomeado bispo-auxiliar da Arquidiocese de Braga em 8 de junho de 2012 pelo papa Bento XVI, com o título de bispo-titular de Cabarsussi.
A ordenação episcopal ocorreu em 12 de agosto de 2012, na sé da Guarda, presidida pelo cardeal D. José Saraiva Martins, tendo como bispos ordenantes D. Manuel da Rocha Felício e o arcebispo D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga. Em 4 de julho de 2014 foi nomeado Bispo de Aveiro, tendo iniciado o seu múnus pastoral em 14 de setembro do mesmo ano.
Na data celebrativa do seu nascimento sinto ser minha obrigação, pela estima que me merece, felicitá-lo com votos de saúde, paz, serenidade e otimismo, na certeza de que assim mais força terá para enfrentar os desafios da sua missão entre nós, sempre com a graça de Deus e a inspiração de Santa Joana. 
A Diocese de Aveiro, que é das mais pequenas da Igreja Portuguesa, nem por isso deixa de ser uma diocese importante pela tipicidade do seu território e das suas gentes, ora de caraterísticas serranas ora de ares marinhos e lagunares. Daí, porventura, a premência das pastorais adequadas que D. António Moiteiro não deixará de ter em conta.

Fernando Martins

NOTA: Não pude escrever ontem,  dia certo, por absoluta impossibilidade pessoal.

Fernando Manuel faz hoje 50 anos

Ainda sem óculos
Quando sonhava ser jogador do FCP. A relva é que não ajudou. O Pedro sorri
A descansar, mas não a dormir
Faz hoje 50 anos. Era uma hora da manhã. De um quarto do Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro sai um choro que se tornou estridente e aflitivo, caindo no meu coração. Senti a alegria, a emoção e a certeza de que era pai. Nasceu o meu primogénito. O que veio a ser e é na vida o meu Fernando. 
Corri eufórico para o quarto. Já estava na sua primeira cama, ao lado da Lita, que me olhou com a ternura estampada no rosto. E eu fiquei sem fala. As dores passaram à história, mas a história continua e continuará. E a eternidade, minha  e  da Lita,  ficou quase garantida neste mundo terreno. Outros filhos vieram: O António Pedro, a quem nunca chamei António; O João Paulo, que desde há pouco não prescinde do João; e a Aida Isabel, a nossa Aidinha. Um dia chamei pela Aida e ela ripostou: — Aida? Eu emendei logo: — Aidinha… desculpa. E a família ficou completa. Até que surgiram os netos: Filipa, Ricardo e Dinis. E a família ficou muito mais rica e muito mais divertida. Às vezes os filhos e netos dão-nos mais trabalho, é certo, mas quando não aparecem é uma tristeza. 
O Fernando nasceu com dificuldade. Tão aconchegado estava no seio materno que nem vontade tinha de vir para este mundo, não sei se por preguiça se por medo, se pelo barulho que terá ouvido vindo de fora se por receio do que estaria para vir, se por ter sido interrompido na hora da sesta ou do jantar. O futuro é incógnito. E quando chegou gritou que se fartou. Foi tirado à força, a ferros, como se dizia. Estranhou o frio, as fraldas e roupinhas deviam provocar-lhe cócegas, sentia-se desconfortável e ainda hoje valoriza o conforto. Não é pecado gostar de estar bem sentado a ver o seu FCP, que o tem irritado os últimos anos, para ele não ser vaidoso. O vaidoso nunca vai longe.
A sensação de paternidade e maternidade não tem explicação. Não há palavras nem teorias nem conceitos nem ciências nem artes que nos descrevam o amor, a alegria, a ternura, o prazer, a beleza e a felicidade que sentimos em todos os momentos de nos darmos aos filhos e aos netos. Há tristezas, desgostos, doenças, mas os pais acreditam sempre que depois da tempestade vem a bonança.
O meu Fernando Manuel, o Fernando ou Fernandinho como o tratamos ou como alguns o tratam (Há até quem se dirija ao Senhor Fernandinho) está pois de parabéns. Já passou das boas: Tentou a emigração, andou pelos hospitais, não evitou o enfarte, deixou de fumar (mas fala todos os dias do cigarro! Há dias andava irritadíssimo e saiu-se com esta: — Isto com dois cigarros passava.). É sina sua, mas creio que não mais voltará a perder o juízo. E neste dia, 18 de maio, tenho a certeza de  que vamos brindar à sua saúde. Parabéns, Fernando.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Jubileu Diocesano da Pastoral Sócio Caritativa


«Na bula de Proclamação do Ano Santo da Misericórdia o Papa Francisco refere no número 14 que “A peregrinação é um sinal peculiar no Ano Santo, enquanto ícone do caminho que cada pessoa realiza na sua existência. A vida é uma peregrinação e o ser humano é viator, um peregrino que percorre uma estrada até à meta anelada. Também para chegar à Porta Santa, tanto em Roma como em cada um dos outros lugares, cada pessoa deverá fazer, segundo as próprias forças, uma peregrinação. Esta será sinal de que a própria misericórdia é uma meta a alcançar que exige empenho e sacrifício. Por isso, a peregrinação há-de servir de estímulo à conversão: ao atravessar a Porta Santa, deixar-nos-emos abraçar pela misericórdia de Deus e comprometer-nos-emos a ser misericordiosos com os outros como o Pai o é connosco”.»

Os abusos


Hoje de manhã fiquei incomodado. Os níveis de glicémia dispararam para valores nada aconselháveis. Isto não pode ser. Sou habitualmente moderado no comer e no beber, tomo a medicação sem deslizes, portanto não haveria razões para ficar neste estado. Mas fiquei. Porquê?
Ora, tudo isto é muito simples… Que podia comer 52 doces por ano, disse-me um dia um médico, com graça, isto é, um por domingo, que tomasse a medicação prescrita, que não abusasse do pão e da fruta, e que levasse uma vida tranquila. 
O problema está num ou noutro abuso. O tal bolo de domingo, um prato mais pesado do que o normal, uns bocadinhos de pão que me desafiaram, um copo de vinho de uns graus acima da média e lá está. Agora dieta redobrada. Mas tudo há de entrar nos eixos. 
Mas por que razão havemos de estragar tudo? Já sei: há anos li um livro com o título “A vida depois dos quarenta”, salvo erro, onde se dizia claramente que a vida a partir daí sem uns abusozitos nem é vida nem é nada. Pois é. O pior é o resto.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

PAZ SEM PREÇO


A paz que a Natureza nos oferece não tem preço. Ou, melhor, vale todo o oiro do mundo. Que importa a agitação que nos move? Que importa ambições desmedidas e prazeres fúteis? Que importa a luta pela luta? Que importa a vaidade que nos envolve? Que importa a febre da fama? Que importa a riqueza egoísta?
O arbusto sereno num azul celeste, apesar de nuvens que emergem num dia claro, aponta-nos a beleza que se reflecte no nosso íntimo. É bom aproveitar esta paz que nos inunda quando a procuramos e a encontramos.
Boa semana.

FM

domingo, 15 de maio de 2016

O espírito da teologia

Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO

«Que dizer da devoção à imagem 
de N. Senhora de Fátima 
obrigada a ser ainda mais peregrina 
do que os peregrinos?»

1. O que verdadeiramente custa é o presente. Quando o presente é difícil de enfrentar, refugiamo-nos no passado, no culto da memória, ou sonhamos com um futuro consolador. Na celebração do Pentecostes, passamos de uma Igreja apavorada, com sonhos de um império que nunca mais chegava, para um presente que varria todos os medos e impulsionava os mais assustados a percorrer os caminhos do mundo. Um impetuoso vendaval desatou todas as cadeias. Apareceram umas línguas de fogo que encheram os discípulos de uma corajosa sabedoria: tornara-se possível entender que Deus estava mesmo do lado das opções de Jesus Cristo. Doravante, a causa do Evangelho podia ser de plena actualidade, em qualquer língua, povo ou cultura. O futuro começava no presente. O próprio desentendimento entre hebreus e helenistas anunciava que a alegria do Evangelho não podia ser propriedade privada de nenhum povo ou cultura. Não é a globalização que arrasa as diferenças: cada um os ouvia na sua própria língua [1].

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