sábado, 23 de novembro de 2019

Há mais sem-abrigo em Aveiro


Cresceu o número de pessoas sem-abrigo em Aveiro. No primeiro semestre deste ano, foram contabilizadas 37 pessoas “Sem tecto”, ou seja, que vivem na rua ou num edifício abandonado, e 22 “Sem casa”, que pernoitam em pensões e casas de acolhimento.O segundo semestre ainda não terminou, mas há a percepção de que quando os últimos seis meses do ano forem contabilizados serão mais as pessoas a viver nas ruas ou em edifícios abandonados do que há seis meses. A instituição Florinhas do Vouga, com o projecto “Ceia com Calor”, que distribui diariamente um suplemento alimentar aos sem-abri­go de Aveiro, integra o Gru­po de Intervenção e Monotorização e Avaliação da Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem Abrigo, e tem mantido o contacto com as acções desenvolvidas nesta área pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. 

Leia a notícia completa na edição em papel. 

Fonte: João Peixinho no Diário de Aveiro  de hoje.

NOTA: Se cada cidade resolvesse o  problema dos seus sem-abrigo, tudo seria muito mais fácil.

Gaivota desconfiada


Que quer o fotógrafo? É já a terceira vez que ouço um clique. Deixa-me em paz, que preciso de descansar e de sonhar novos desafios...

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Os livros são quase pessoas

Crónica de António Rego no "Correio da Manhã" - Folhas secas 



Os livros são quase pessoas. Não ouvem, nem veem, nem falam. Mas têm alma quase mais forte que a vida que em nós palpita. Melhor que nós compõem a eternidade. Fio onde subtilmente corre o nosso pensamento, tornam-se mais velozes que nós próprios. Empilhados em estantes parecem fúnebres, sequência de campas em fila de cemitério. Atravessamos as suas ruas sem dizer nem escutar palavras, levantam uma poeira que nos faz arder os olhos e perturba as aparências do nada que compõem os enigmas que se escondem nas suas páginas. Mas são uma cátedra, um púlpito, uma vida, um recheio interminável de saber, um amontoado de gerações, um ventre sereno da arte e do saber. Uma estrada aberta, plantada de mil plantas. 

É nos serenos silêncios 
que se escrevem 
os nossos melhores discursos 

Se entro pela estrada do digital, não vejo cruzes, tropeço na ramagem quase mais ruidosa que as folhas de Novembro, que se enrolam nos pés à passagem nos corredores da floresta ressequida. E todavia sinto que também nesse percurso há um diálogo, parecido com o discurso, que tanto mais se sente quanto maior é o silêncio. Até por vezes me parece ouvir a folhagem a dizer nomes vivos e até expressar ideias que nunca me haviam ocorrido.

Festa de Cristo Rei

Georgino Rocha - Hoje estarás comigo no paraíso




Jesus responde, com esta certeza/promessa, à súplica do condenado à morte que está crucificado à sua direita. A súplica brota do reconhecimento da inocência de Jesus, injustamente sentenciado. Não assim, ele e o seu parceiro de aventuras malfeitoras. “Lembra-te de mim quando vieres com a tua realeza”, pede confiante, após ter censurado o colega pelos insultos e imprecações que vociferava. Apesar de ambos quererem salvar-se, que contraste de atitudes e sentimentos, de perspectivas e desejos! Um queria voltar à fase anterior à condenação, outro abre-se confiadamente à nova situação que intui de Jesus e humildemente faz-lhe um pedido comovedor. Lc 23, 35-43.
“Lembra-te de mim” é prece que tem sentido profético e ecoará por todo o tempo, fruto dos corações silenciados pela violência torturante, pela fome e pelas doenças esgotantes. Escutar e dar resposta a estes dramas é respeitar a humanidade, viver a solidariedade, potenciar a fraternidade. E está ao alcance de todos, sobretudo de quem, autorizado pelo povo, detém o poder. Sejamos humanos, escutemos os gemidos dos nossos irmãos!

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Dia Mundial da Televisão

Celebra-se hoje, 21 de novembro, o Dia Mundial da Televisão. Esta data foi proclamada pelas Nações Unidas em dezembro de 1996. 
Em Portugal, a TV iniciou a sua atividade em 1957, a preto e branco, e a cores somente em 1980, com o Festival da Canção. Depois, aconteceu o que toda a gente sabe. 
A TV é um polo  de atração generalizado, por muito que a contestemos. Realmente, serão poucos os que a recusam... E até acontece a bastantes pessoas, onde estou incluído, que têm  a TV ligada, enquanto conversam, leem ou dormem. Eu, nesta altura, até estou a escrever esta nota, enquanto a TV trabalha para ninguém.
Terá muita coisa má e até péssima, mas também dela beneficiamos imenso. Só o saber que a TV é a companhia única de muitos, merece os nossos aplausos.

Fui ao quintal para apalpar o tempo


Fui ao quintal para apalpar o tempo. Aragem fresca e húmida bateu-me no rosto descoberto. Tudo o mais estava resguardado. Pisei a relva molhada e vi as galinhas que passam o dia todo a comer e a bebericar. Sem vento, sol tímido ou envergonhado, pouca vontade de sair. Dou uma volta a pensar num dia primaveril de manhã e outonal à noitinha. Pensamento frustrado. E regresso para umas páginas de leitura de um livro da Cris Lopes (Millennials – cidadãos do mundo) sobre as suas venturas e desventuras. Suas e de mais quatro amigos. Forte em aventuras, que só a capacidade de sonhar e o gosto de conhecer mundo, com gentes e hábitos diversos, dão certo substrato à vida. Uma pausa para rever papelada e pensar num amanhã diferente. Sempre para melhor… é o ideal. E abro o computador no sótão para ver como param as modas nos jornais online. Dramas nas primeiras filas. A alegria e o bem também lá moram, em gavetas,  mas só as abro de vez em quando. Vou  ficar mais atento por acreditar que o mundo vale mesmo a pena ser vivido e sonhado. Ou não? 

F. M.

Os jovens e a ausência dos debates nacionais

E o que podemos fazer?



«“Os jovens portugueses não lêem jornais”; “os estudantes estão desligados dos grandes debates que mobilizam a sociedade portuguesa”; “os mais novos têm pouca participação política, habituaram-se a centrar as suas atenções em causas particulares e afastaram-se dos problemas que tradicionalmente são veiculados pelos jornais ou pelas televisões – sejam a pobreza, a educação ou a relação de Portugal com a Europa"»

Ler mais no PÚBLICO

Foto da rede global 

NOTA: É notório o desinteresse dos jovens, e não só, pela informação que nos chega pelos mais variados meios. Mesmo os adultos começam a sentir essa dificuldade e não há capacidade económica para suportar as assinaturas digitais. Ler jornais em papel já não é para todos.
Seremos um povo desinformado? Começo a convencer-me de que já estamos nessa linha. E como estar informado para podermos tomar decisões? Questão muito séria.

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Nova Agrovouga em Aveiro


A Nova Agrovouga já abriu portas para quem gosta de estar a par do que se passa a nível da nossa agricultura propriamente dita, mas também do comércio e indústria que lhe estão associados. Depois, haverá outras áreas que aproveitam a feira para exibirem os seus produtos. E divertimentos a condizer para animar os visitantes também nos esperam.  Passem por lá.

"Bem-Nascidos... Mal-Nascidos..." - Um livro de Luís Silva

Professor de EMRC apresenta livro 
sobre a condição humana e a ética 
a partir da deficiência



Breve biografia do autor 

Licenciado em Teologia (UCP), Mestre em Bioética (UCP), Professor de EMRC. Preside à comissão diocesana da cultura de Aveiro. Participa em conferências, debates e outras iniciativas, dedicadas a matérias de educação, teologia e bioética. Publica, regularmente, artigos de opinião em revistas e jornais, debruçando-se sobre as matérias em que se especializou. Publicou, em 2004, «Teologia, ciência e verdade – condições para a definição do estatuto epistemológico da Teologia, segundo o pensamento de Wolfhart Pannenberg». É um dos autores convidados para a obra coletiva, Portugal Católico, com artigo sobre A Educação Moral e Religiosa Católica nas escolas. Livro coordenado por José Eduardo Franco e José Carlos Seabra Pereira, com edição do Círculo de Leitores/Temas e Debates.

Coordenou, entre 2007 e 2011, a equipa que elaborou os manuais (de que é coautor) do ensino secundário de EMRC, editados pela Fundação SNEC.

Ler mais aqui

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Criança feliz à distância de um gesto



O Natal é uma época especial de partilha e afeto, onde todos podemos dar um pouco de nós. Por isso , a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Ílhavo (CPCJ), no âmbito do seu Plano Local de Promoção dos Direitos da Criança, lançou a Campanha de Natal Solidária “Fazer uma criança feliz está à distância de um gesto”, convidando toda a comunidade a participar em espírito solidário.
Esta campanha decorre de 15 de novembro a 18 de dezembro e visa a recolha de alimentos, roupa e brinquedos para crianças, que podem ser entregues nas instalações da CPCJ de Ílhavo, no Edifício da Câmara Municipal de Ílhavo.

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Para recordar - A encomenda era o temporal

 


Uma versão da história da estrada Aveiro-Barra 

«O visconde da Luz veio certificar-se por seus próprios olhos das razões que militariam a favor da construção ou da sua desnecessidade, apregoada em alta grita pelos foliculários locais que se opunham a José Estêvão. 
Joaquim de Melo Freitas relata o episódio que convincentemente determinaria as conclusões do ilustre visitante, com o bom humor e a elegância que lhe eram habituais: 
«Embarcaram no cais, e fizeram-se ao largo. Neste instante o vento desencadeia-se, as marés agitam-se em balanços desesperados; o barco dançava sobre a espuma da ria, e o mastro, curvado pelo vendaval, gemia e estalava com o impulso cego das lufadas. A chuva desatou-se por fim em torrentes, e não tardou uma trovoada medonha. 
O visconde da Luz ordenou imediatamente aos barqueiros que voltassem para traz porque não gostava da chuva nem do temporal. José Estêvão, a cada relâmpago que alumiava o céu, brusco e temeroso, esfregava as mãos de contente e dizia com esplêndida alegria: 
– Encomendei-o de propósito; eu desejava que você se convencesse de que a estrada era precisa e até urgente... Desminta-me agora se é capaz! 
A encomenda era o temporal» 
«Dentro em pouco – prosseguia – procedia-se à construção da estrada», da estrada que chegou a registar, há meses, em vinte e quatro horas, num domingo de verão de 1965, um movimento de cerca de seis mil veículos automóveis. 

Eduardo Cerqueira, 
in Aveiro e o seu Distrito, n.º 2 - 1966

domingo, 17 de novembro de 2019

Um mundo novo tem de nascer

Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO

(Foto da rede global)

«No século II, a Carta a Diogneto mostra que os cristãos não se distinguindo dos outros – nem pela pátria, nem pela língua ou costumes – são, de facto, a alma do mundo!
Perante a violência e as catástrofes da queda do Império Romano, perguntavam a Sto Agostinho se não estaria a chegar o fim do mundo. Eis a resposta: não é o mundo que está a acabar, mas um mundo novo que quer nascer.
Saltemos para a actualidade. A primeira condição dos católicos, para realizarem a sua missão na linha do Papa Francisco, é a reforma da Igreja, do topo até à base. A segunda, é a união com todas as pessoas e organizações de boa vontade para salvar o Planeta, a Casa Comum [6]. Os católicos devem estar na primeira linha desta militância.»

Dia Mundial dos Pobres



«Por vezes, basta pouco para restabelecer a esperança: basta parar, sorrir, escutar. Durante um dia, deixemos de parte as estatísticas; os pobres não são números, que invocamos para nos vangloriar de obras e projetos. Os pobres são pessoas a quem devemos encontrar: são jovens e idosos sozinhos que se hão de convidar a entrar em casa para partilhar a refeição; homens, mulheres e crianças que esperam uma palavra amiga. Os pobres salvam-nos, porque nos permitem encontrar o rosto de Jesus Cristo.» — Papa Francisco, na sua mensagem para o Dia Mundial dos Pobres. Será preciso dizer mais? Penso que esta simples proposta do Papa será suficiente para todos refletirmos sobre a pobreza que nos rodeia. Pobreza a todos os níveis, desde a falta de pão até à falta de atenção, de amor, de solidariedade. Hoje comece com um sorriso e amanhã aprenda a escutar quem sofre.
Bom domingo.

Fernando Martins

A todos deve ser restituída a esperança

Crónica de Anselmo Borges - A pena de morte e o inferno. 2


«Deus não condena ninguém, porque Deus é só Amor. Pode a pessoa autocondenar-se ao inferno? Significativamente, a Igreja nunca declarou que alguém em concreto esteja no inferno, nem mesmo Judas ou Hitler. No caso-limite de haver realmente alguém que se feche radical e obstinadamente ao amor, excluindo definitivamente Deus, então, não podendo, na morte, ser encontrado por Deus, porque o não aceita, anula-se definitivamente.»

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