
sábado, 12 de novembro de 2022
Pela perseverança, alcançareis a vida plena
Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo XXXIII do Tempo Comum

Dia lindo
Dizem as tradições, que guardo da minha meninice, que não há sábado sem sol, domingo sem missa e segunda feira sem preguiça. As duas primeiras afirmações estão garantidas e a terceira nunca sabemos. Hoje, com sol a brilhar, saí até ao quintal para espairecer e não faltou uma foto com o verde a garantir a esperança que cultivamos. Bom fim-de-semana.
Adriano Moreira: "o eixo da roda"
Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias
Estava no comboio e foi uma jornalista que me deu a notícia. Apesar de esperada, a morte de Adriano Moreira foi um choque para mim. É sempre um choque a morte de um amigo: ah!, aquele nunca mais para sempre neste mundo!...
Éramos amigos, e tive com ele conversas e debates inesquecíveis, sempre iluminantes para mim. Até lhe devo um prefácio poderoso a um dos meus livros, Corpo e Transcendência, no qual apela, se a Humanidade hoje com excesso de poder quiser sobreviver, para a urgência do diálogo entre a cultura tecnocientífica e as Humanidades: "os temas da subjectividade, da solidão, do desespero, do nada, da ambiguidade, já não são problemas de um ou de cada homem, são problemas do género humano estarrecido com o poder que alcançou, só ultrapassado pela ignorância." Neste contexto, apresentava a imagem da roda -- "Os valores são o eixo da roda. A roda anda, passa por mudanças, e o eixo acompanha a roda, mas não anda" --, acrescentando: "Incluamos, cimeiros, os valores da relação com a transcendência."
sexta-feira, 11 de novembro de 2022
Dia de São Martinho sem castanhas...
Embora não ande com disposição para festas, não quero deixar de evocar o São Martinho de Tours, que foi monge e é santo venerado pela Igreja Católica. Viveu entre 316 e 397 e diz a história que ficou famoso por ter partilhado a capa que o agasalhava do frio com um mendigo. E acrescenta a tradição que, de repente, o frio desapareceu.
Então — continua a história — ficou registado que neste dia teríamos sempre o Verão de São Martinho, em jeito de homenagem a quem olhou com amor para um pobre. Enquanto estou a escrever esta nota está por aqui uma temperatura amena, mas nem por isso podemos ignorar que há muita gente a passar frio e fome, numa época em que tanto se esbanja.
Não comemos as castanhas assadas da tradição regadas com jeropiga, por lamentável esquecimento. E como já é tarde, prometo que amanhã serei o primeiro a reclamar as castanhas assadas. A jeropiga foi comprada ontem.
Então — continua a história — ficou registado que neste dia teríamos sempre o Verão de São Martinho, em jeito de homenagem a quem olhou com amor para um pobre. Enquanto estou a escrever esta nota está por aqui uma temperatura amena, mas nem por isso podemos ignorar que há muita gente a passar frio e fome, numa época em que tanto se esbanja.
Não comemos as castanhas assadas da tradição regadas com jeropiga, por lamentável esquecimento. E como já é tarde, prometo que amanhã serei o primeiro a reclamar as castanhas assadas. A jeropiga foi comprada ontem.
“Memórias da Arte Xávega” de António Leitão Marques
MMI - Inauguração da exposição - Sexta, 18, 17 horas

Exposição fotográfica que remonta às memórias da Arte Xávega na praia da Vagueira, nos anos 90. Da autoria do médico António Leitão Marques, os retratos acompanham algumas jornadas de trabalho e mostram com se pratica esta arte atualmente em declínio e transmitem-nos e, à luz dos dias de hoje, as mudanças que a mesma foi sofrendo.
Fonte: CMI
A mediocridade cresce como a erva daninha
Recordo hoje D. António Marcelino
pela frontalidade com que falava e escrevia
INCÓMODO DOS MEDÍOCRES
«Quando Churchill, ainda jovem, fez a sua primeira intervenção política na Câmara dos Comuns, no fim perguntou a um velho amigo de seu pai, também ele homem da política e que o tinha ouvido, o que pensava desta sua intervenção. E ele respondeu: “Mal, meu rapaz, muito mal. Devias aparecer mais tímido, nervoso, a gaguejar um pouco e meio atrapalhado… Porque foste brilhante, arranjaste, no mínimo, trinta inimigos: os medíocres, os oportunistas, os ambiciosos… Porque só pensam em si mesmos, em defender o seu lugar e em conquistar posições de relevo, sentem-se incomodados com quem tem talento e pode passar-lhes à frente. Eles vão fazer tudo para te derrubar…”
O episódio repete-se todos os dias, na política e fora dela, porque a mediocridade cresce como a erva daninha. Quem tem valor não aguenta e procura outros ares. Fora, há sempre lugar e acolhimento para os que valem. As cliques políticas, e não só elas, viciaram o ambiente, disseminaram a mediocridade e mostram que o vilão é sempre perigoso, quando tem na mão a vara do poder. De qualquer poder.
Para a máquina andar tem de se limpar toda a ferrugem que a entorpece. Haja quem tenha coragem e seja capaz, com êxito, desta difícil operação.»
In Correio do Vouga
Notas:
1. D. António Marcelino faleceu na tarde do dia 9 de Outubro de 2013;
2. Texto publicado no meu blogue.
2. Texto publicado no meu blogue.
quinta-feira, 10 de novembro de 2022
Porto de Aveiro na Rota dos Contentores
No dia 4 de novembro, o Porto de Aveiro recebeu a primeira escala de um serviço regular de contentores que assegura a linha Iberia North Europe Express (INEX) da Ellerman City Liners. Com periodicidade quinzenal, este novo serviço de porta-contentores escala o porto espanhol de Cádiz, os portos portugueses de Setúbal e de Aveiro, os portos ingleses de Teesport e Tilbury e o porto holandês de Roterdão. O navio “Kristin Schepers”, que escalou o porto aveirense, é operado e agenciado pela PTM Ibérica e tem capacidade para cerca de 600 contentores.
Fonte: Correio do Vouga
quarta-feira, 9 de novembro de 2022
Quem precisa de luzes de Natal?
“Quem precisa de luzes de Natal nas ruas
quando temos de poupar energia para termos escolas abertas?"
Título de um artigo publicado hoje no PÚBLICO
O homem corrupto é um indivíduo fraco
"O homem corrupto é um indivíduo fraco
que perdeu as qualidades do homem equilibrado e justo"
Textos judaicos
In Escrito na Pedra do PÚBLICO de hoje
terça-feira, 8 de novembro de 2022
Gafanha da Encarnação faz anos hoje
Um pouco de história
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Estufa - Um símbolo da Gafanha da Encarnação |
Como é sobejamente conhecido, da comunidade humana saiu a comunidade religiosa, com anseios, normais, de independência, em relação à freguesia e paróquia a que estava ligada, S. Salvador de Ílhavo. Daí nasceu o movimento que levou à constituição da freguesia, criada por Decreto n.º12612, publicado no DG n.º 250, 1.ª série, de 8 de novembro de 1926, em resposta «à representação de vários cidadãos eleitores do mesmo lugar, pela qual se verifica tal urgência».
O Decreto, assinado em 1 de novembro daquele ano pelo Presidente da República, António Óscar de Fragoso Carmona, e demais autoridades governamentais, esclarece que na nova freguesia está «integrado o lugar da Costa Nova do Prado».
No dia 28 de novembro de 1926 tomou posse a Comissão Administrativa da Junta de Freguesia, presidida por Manuel da Silva Cardoso, tendo estado em exercício até 7 de dezembro de 1928. Nesta data foi substituído o presidente por João Ferreira Félix.
Em 15 de agosto de 1930 tomou posse a primeira Junta de Freguesia, que ficou assim constituída: João Ferreira Félix (Presidente), José Nunes Ribau (Secretário) e João Maria Ribau (Tesoureiro). No mandato desta junta, foi construído o cemitério, cuja bênção aconteceu em 24 de junho de 1932.
Fernando Martins
Prémio Árvore da Vida para Manuel Braga da Cruz
O Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, com que o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura destaca anualmente, desde 2005, a excelência de personalidades, percursos e obras que refletem o humanismo e a experiência cristã no mundo contemporâneo, foi atribuído, na edição de 2022, a Manuel Braga da Cruz.
«Com pensamento estruturado desde a inicial formação em Filosofia, Manuel Braga da Cruz conjugou de forma exemplar a liberdade de espírito com a coerência de princípios na carreira universitária como brilhante investigador e professor (desde o Instituto de Ciências Sociais até à Universidade Católica Portuguesa, de que foi Reitor entre 2000 e 2012)», refere a justificação sumária dos jurados.
Ler mais em Pastoral da Cultura
Ribeira Grande - Uma cidade asseada
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Esta fotografia aparece-me com frequência. Estaria a pedir-me que dela falasse? |
Em São Miguel, Açores, gostei muito da cidade de Ribeira Grande. Marcou-me pelo asseio que na altura ostentava e pelas belezas que refrescavam a nossa curiosidade. Conversei com uns ribeirenses que na ponte apreciavam a ribeira quase seca. O Verão com falta de chuva teria contribuído para isso, disseram-me eles. Ruas limpas e casas bem pintadas com predomínio do branco. Arvoredo plantado com critério e bem tratado. Foi há anos, mas acredito que os seus residentes e autarcas têm sabido manter o nível.
segunda-feira, 7 de novembro de 2022
Jorge Louraço vai dirigir o projeto 23 MILHAS
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Jorge Louraço é o novo Diretor Artístico do 23 Milhas, projeto cultural do Município de Ílhavo. É doutorado em Estudos Artísticos na Universidade de Coimbra, mestre em Antropologia no ISCTE-IUL e licenciado em Relações Internacionais Culturais e Políticas na Universidade do Minho.
É docente na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE) e, ao longo dos últimos anos, tem desenvolvido trabalho no âmbito da Direção Artística e na dramaturgia em Portugal.
É docente na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE) e, ao longo dos últimos anos, tem desenvolvido trabalho no âmbito da Direção Artística e na dramaturgia em Portugal.
***
Formulo votos dos maiores sucessos ao novo diretor do 23 MILHAS, tendo em conta a população dos mais variados estratos sociais e culturais das freguesias do nosso Município.
Dia Internacional da Preguiça
O Dia Internacional da Preguiça não é tão mau quanto parece. Afinal, este dia é muito importante se lembrar que o descanso contribui para o bem-estar da pessoa, sendo por vezes melhor descansar e não fazer mesmo nada do que fingir que trabalha.
Então, quando fartos de trabalhar, por vezes no duro, sigamos o conselho de experimentar a preguiça.
Não a um Deus de mortos, mas de ressuscitados
Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO
1. O ser humano não é apenas muito complexo. É misterioso. Como escreveu Anselmo Borges, para tentar reconhecê-lo, em todas as suas dimensões, seria preciso convocar todos os saberes. “Não é ele, de facto, como bem viram Aristóteles e Tomás de Aquino, de algum modo todas as coisas? Quando questionamos ‘O que é que eu sou? Quem sou?’, é necessário apelar para o concurso das ciências da natureza, da cosmologia, da física, da química, da paleontologia, da embriologia, da neurologia, da etologia, da medicina, da linguística, da sociologia, da sociobiologia, da história, das artes, da economia, das ciências políticas e jurídicas, da filosofia, da teologia...” [1].
domingo, 6 de novembro de 2022
SOPHIA nasceu neste dia
ESCUTO
Escuto mas não sei
Se o que oiço é silêncio
Ou Deus
Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planícies do vazio
Ou a consciência atenta
Que nos confins do universo
Me decifra e fita
Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco
In "Cem Poemas de Sophia"
Sophia de Mello Breyner Andresen
Escuto mas não sei
Se o que oiço é silêncio
Ou Deus
Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planícies do vazio
Ou a consciência atenta
Que nos confins do universo
Me decifra e fita
Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco
In "Cem Poemas de Sophia"
Sophia de Mello Breyner Andresen
(Nasceu em 6 de novembro de 1919 e faleceu em 2 de Julho de 2004)
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