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sexta-feira, 11 de junho de 2021

Bispo de Aveiro: a Igreja não é mais do que caminhar juntos

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

«Cada vez mais se torna necessário fazer um caminho em conjunto, em colegialidade, tal como referem as respostas ao inquérito feito aos sacerdotes. A nossa diocese não pode ficar alheia à exigência que o Santo Padre faz a toda a Igreja no sentido de prepararmos o próximo Sínodo dos Bispos, que tem como título “Por uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão”», sublinhou o Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, na homilia da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, que se celebrou hoje na Sé aveirense.
Ao dirigir-se aos presbíteros, o nosso Bispo apontou a sinodalidade «como dimensão constitutiva da Igreja, frisando que «a Igreja não é mais do que este caminhar juntos, padres e leigos, ao encontro de Cristo Senhor».
Por outro lado, D. António Moiteiro disse que importa reconhecer «que depende de nós toda e qualquer renovação», ponto de partida «para um presbitério renovado».
D. António salientou que o ministério sacerdotal «exige que não nos conformemos a este mundo, mas que vivamos neste mundo», tendo em conta que somos «chamados a assumir uma atitude permanente de conversão pastoral». «Não é indiferente o que somos e o modo como vivemos. Entre o ser e o agir do ministério que assumimos deve existir sintonia, harmonia e coerência», referiu.
O Bispo de Aveiro disse que, para vivermos em comunhão, «é necessário conviver, concelebrar, aprender a trabalhar juntos, partilhar sucessos e fragilidades, nomeadamente com os colegas do arciprestado, para sermos o rosto fraterno Cristo». Para isso, é fundamental que o bispo, sacerdotes e diáconos suscitem a fraternidade «na construção da comunidade cristã». «É neste espírito de comunhão que, no dia 1 de dezembro, vamos realizar uma Assembleia de presbíteros, onde a presença de todos é imprescindível», adiantou.

Ler toda a homilia 

A cultura do coração trespassado pela lança

Reflexão de Georgino Rocha
para a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus


Como tudo seria diferente se houvesse na Igreja e no mundo uma autêntica cultura do coração, a sugerir no húmus do nosso coração atitudes de vida consoantes à Vida no Coração de Deus!

A melhor representação do Coração de Jesus é o Senhor crucificado, deixando sair do seu lado, aberto pela lança, o sangue e a água, figura dos sacramentos da Igreja e metáfora das feridas da nossa humanidade. Como figura exposta mostra o amor fonte de vida e de salvação; mostra, de forma sublime, a doação plena e perpétua de continuar na Igreja e de estar acessível a cada homem/mulher que, pela fé, O descobrem como salvador de quem se sente perdido e guia de quem procura um sentido digno para a vida, sua e de todos os humanos. Os sacramentos básicos da Igreja nascem de um facto histórico presenciado pelo autor do evangelho de São João: “Vendo-O já morto o soldado trespassou-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água”. Estes sacramentos são a eucaristia e o baptismo, alicerces de toda a vida cristã.
José Manzano lembra que a mensagem deste dia espera resposta da nossa parte. “Hão-de olhar para Aquele que trespassaram”. Necessitamos ver com os olhos do coração e passar de cálculos e números a rostos humanos, com nome, voz e vez. Quando se olha com o coração, as pessoas deixam de ser estranhas e convertem-se em irmãos que reclamam, com a sua palavra ou com os seus silêncios, o nosso amor. Necessitamos viver de maneira nova, neste mundo e nesta hora, fazendo presente à nossa volta um amor parecido ao que Jesus mostra. Um amor desmedido, que não leve em conta os desprezos recebidos, mas que se viva com a força da generosidade; um amor paciente, um amor serviçal, um amor que tudo suporta e espera tudo…