sábado, 23 de junho de 2018

Quando os padres se confessam…


Uma crónica de
P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Faltava um livro que desse notícia dos padres que não são notícia, para contrapor às notícias dos padres que o são

(...)
«É conhecida a máxima daquele furioso anticlerical que se propunha enforcar o último sacerdote, com as tripas do último bispo! Não haverá muitos assim, mas abundam os que têm do padre uma imagem soturna: uma espécie de figura pré-histórica, relíquia da era das trevas e da ignorância, que as luzes da ciência e do progresso um dia irão desmascarar. Na melhor das hipóteses, o padre católico é um sujeito anacrónico, uma espécie de dinossauro em vias de extinção, um parasita social que, não só não produz qualquer riqueza, como explora a crendice dos mais incultos. Mas, será mesmo assim?
Para responder a esta pergunta, em boa hora a Aletheia decidiu “confessar” onze presbíteros portugueses, reunindo os seus testemunhos num livro agora editado e que, no próximo dia 27, vai ser apresentado por três mulheres: Aline Gallasch Hall de Beuvink, vice-presidente do Partido Popular Monárquico; Laurinda Alves, jornalista e cronista do Observador; e Margarida Neto, médica.»
(...)

Nota: Vale a pena ler toda a crónica no Observador

sexta-feira, 22 de junho de 2018

S.O.S. cristãos (2)

Anselmo Borges

1 Penso que ficou bem clara na outra crónica com este título a dramaticidade da perseguição dos cristãos no mundo. Quando se fala em cristãos não se pense apenas em católicos ou protestantes, pois é preciso incluir as várias famílias do cristianismo: coptas, assírios, siríacos, ortodoxos de várias liturgias, sofrendo todas actualmente o estigma da cruz. Só mais um exemplo terrível, apresentado na obra de Pilar Rahola: os fiéis da Igreja Ortodoxa Siríaca, que remonta ao século I e falando uma variante do aramaico, a língua de Jesus, eram uns 500 mil no início do século XX no Curdistão turco, mas hoje não vão além dos dois mil e tudo indica que a sua erradicação total está para breve.

2 Porque são perseguidos os cristãos? O sociólogo Javier Elzo, em Morir para Renacer, avança com algumas razões. Em primeiro lugar, porque o cristianismo é a religião com maior número de fiéis no planeta: 2300 milhões, sendo os muçulmanos 1700. Foi num século, entre 1910 e 2010, que este crescimento se deu, em detrimento, não apenas percentual, da Europa. Este aumento fora do Ocidente é visto em alguns países como uma ameaça: por exemplo, a China e a Arábia Saudita vêem--no como perturbador dos seus regimes. Os cristãos, minoria religiosa, étnica, social e cultural, são vistos como adversários da ascensão social da população autóctone, como acontece na Birmânia ou na Índia. Os cristãos são considerados como ligados ao Ocidente, sofrendo o antieuropeísmo e sobretudo o antiamericanismo, nem sempre sem razões para isso (pense-se na invasão do Iraque...). "A presença dos cristãos que adoptem como lei moral o amor gratuito e universal, não só para com os seus, e que prefiram o martírio a abjurar do seu deus, o Deus que professam, o Deus revelado em Jesus Cristo, pode tornar--se insuportável."

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Chegou tímido o verão

A cadeira já está à minha espera
Eram 11h07 quando o astro-rei atingiu o ponto exato do solstício de verão. Chegou tímido, com abertas, mas chegou. O Sol furou a barreira das nuvens carregadas, prenunciadoras de que a chuva continuaria connosco, até se instalar com alma entre nós, dando-nos oportunidades de gozar umas saborosas férias ou períodos de descanso nos areias à beira-mar ou nas sombras refrescantes das nossas florestas ou arvoredos particulares. Cá por casa, já temos a relva cortada e limpa para receber quem vier por bem. 
Bom verão para todos.

Fernando Marins

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Para os tempos de férias

Antiga Capela de Nossa Senhora da Saúde - Costa Nova
Tanto quanto possível, vou tentar publicar algumas sugestões que nos permitam descansar sem grandes despesas. A vida está difícil, mas sempre poderemos descontrair um pouco. 
As rotinas de trabalho e outras cansam-nos bastante e por vezes nem nos damos conta de que precisamos de desanuviar o espírito e poupar o corpo das lutas e inquietações do dia a dia. 
Porque não sou  muito viajado, não poderei avançar com propostas onerosas, mas admito que, mesmo por perto, será possível vislumbrar recantos que nos tranquilizem ou atividades que nos enriqueçam. 
Aceito, naturalmente, colaborações, desde que mantenham os propósitos do meu blogue Pela Positiva. Textos pequenos com foto a condizer. 
Vamos tentar. 

F. M.

O seu nome é João, por graça de Deus


Georgino Rocha

João, o primo de Jesus, tem um nome que significa “o Senhor faz graça”. É filho de Isabel, a idosa estéril, e de Zacarias, sacerdote em idade avançada. O seu nascimento é motivo de alegria para os familiares e vizinhos por o Senhor lhes ter feito tão grande benefício e usado de misericórdia para com eles. Lucas, no seu relato (Lc 1, 57- 66 e 80) narra com pormenores elucidativos a escolha do nome, aquando da apresentação no Templo e da circuncisão do menino e destaca a atitude expectante de quantos ouviam contar o sucedido. “Quem virá ser este menino? Na verdade, a mão do Senhor estava com ele”. Interrogação que, para nós, ressalta com redobrado sentido. Como vivemos as surpresas que a vida nos traz? E com quem as partilhamos? Sinto a alegria do que acontece à minha volta? Depois de responder, posso preparar uma lista e rezar pelas pessoas envolvidas, fazendo circular a solidariedade que nos une.
As circunstâncias da natividade de João denotam uma mensagem singular. Deus não abandona quem n’Ele confia e faz, do que parece impossível, uma oportunidade de sucesso. O nome de João significa isto mesmo: O Senhor manifesta a sua graça, usa de misericórdia, faz maravilhas pelo seu povo, resgata a dignidade humana ofuscada pelos dramas do pensar comum: A esterilidade como maldição, pois não havia filhos, sinal de bênção, como inferiorização na escala da consideração pública e religiosa, como risco de exclusão, de abandono, sem nome nem herança. A libertação deste ferrete social dependia de Deus que age pelas mediações sagradas. As ciências da vida eram ainda muito incipientes nesta área da vida e a morte por parto era algo frequente.

terça-feira, 19 de junho de 2018

DN sugere: 18 praias fluviais de norte a sul do país

Praia Fluvial Foz D'Égua, Piodão

Com o verão que está quase a chegar, se tivermos em conta o velho calendário, não hão de faltar sugestões de férias para quem as puder gozar. O Diário de Notícias sugere 18 praias fluviais, de Norte a Sul do país. A que aqui apresento, de Piódão, retirada de Evasões, indicada pelo DN, é prova do muito de bom e belo que podemos usufruir. O curioso é que um dia, há anos, andei por lá e ninguém me falou dela. O Turismo, cá para nós, ainda tem muito que aprender, em algumas regiões, naturalmente.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

O Desertas encalhou na Costa Nova em 1916




«No ano em que se comemora o Centenário do fim da I Grande Guerra, a Câmara Municipal de Ílhavo propõe uma tertúlia dedicada ao Canal do Desertas, um local que conta um episódio da epopeia dos Ílhavos.  O Desertas, um navio apreendido aos alemães, veio encalhar ao largo da Praia da Costa Nova, em 1916. 
Para salvar a embarcação, que se tornou o símbolo da resistência contra o Império Alemão, foi levada a cabo uma obra gigantesca que uniu o mar e a ria através de um canal: o Canal do Desertas. 
O “Ílhavo acontece à sexta” vai debruçar-se sobre o Canal do Desertas já esta sexta-feira, 22 de junho, às 19.00 horas, junto ao Posto de Turismo da Costa Nova, a que se seguirá uma visita ao local. 
Este encontro tem como convidados Senos da Fonseca, engenheiro mecânico e naval e estudioso da história e etnografia local, Amaro Neves, historiador que doou ao Arquivo Municipal parte do espólio fotográfico que documenta o resgate do navio, Carlos Coelho, especialista em área do transporte sedimentar, geomorfologia e proteção costeira, e Pedro Silva, investigador da Câmara Municipal de Ílhavo. 
Ainda sobre esta temática, está patente, no Centro de Documentação de Ílhavo, a Mostra Fotográfica "O centenário do salvamento do Desertas" que pode ser visitada até janeiro de 2019.»

NOTA: Texto da CMI e Foto da Rede Global

Para ficar a conhecer mais pormenores, leia no meu blogue Galafanha 

domingo, 17 de junho de 2018

Cristo não desempregou os santos (1)

Frei Bento Domingues

1. Não tenho muito apego às definições de religião. Uso essa palavra para significar, na tradição latina, a redobrada atenção às diversas dimensões do devir misterioso do ser humano que escapam à linguagem unívoca da ciência e da técnica. Exprime-se melhor na linguagem metafórica. Como escreveu Ésquilo, em Agamémnon, "Sufocando no galinheiro da razão, dediquei-me a defender a causa dos sonhos".
Na história das religiões existe de tudo, do melhor e do pior. A religião dos místicos, mesmo quando louca, é a suprema sabedoria. O místico não é capaz de parar, de fixar um limite, de se tornar idolátrico, pois, como diz o muçulmano, E. Hallaj, do século X: "Vi o meu Senhor com o olhar do coração,/ e disse-lhe: 'Quem és tu?' Ele disse-me: 'Tu!'/ Mas para Ti, o 'onde' já não tem lugar,/ o 'onde' não existe quando se trata de Ti!." A religião de Jesus não cabe em nenhuma classificação conhecida.
No domingo passado, S. Marcos apresentava Jesus como o doido da família e possesso de Belzebu. Neste, Jesus surge, na versão do mesmo evangelista [1], como um pregador surrealista. Jesus queria ser entendido ou não? A sua palavra era só para agitar o vento? Pela referência que faz ao profeta Isaías [2], até parece que só queria baralhar os seus ouvintes: vendo, vejam e não percebam; ouvindo, ouçam e não entendam para que não se convertam e não sejam perdoados.

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