sábado, 14 de agosto de 2021

Deus morreu? Testemunhos

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Há quase 150 anos (1882), Nietzsche proclamou a morte de Deus. Desde então, o mundo não é o mesmo. É certo que para Nietzsche o cristianismo é que é propriamente uma religião niilista, de tal modo que, com a proclamação da morte de Deus, é o mar infindo das novas possibilidades do sim à vida que se abre. "Quem o matou fomos todos nós, vós mesmos e eu!" "Nunca existiu acto mais grandioso." No entanto, à morte de Deus não se seguiria a morte do Homem e do sentido último de toda a realidade? Nietzsche tem consciência aguda do que se segue: "Para onde vamos nós, agora? Não estaremos a precipitar-nos para todo o sempre? E a precipitar-nos para trás, para a frente, para todos os lados? Será que ainda existe um em cima de um em baixo? Não estará a ser noite para todo o sempre, e cada vez mais noite?"
Segundo Gilles Lipovetsky, "Deus morreu, as grandes finalidades extinguem-se, mas toda a gente se está a lixar para isso. O vazio do sentido, a derrocada dos ideais, não levaram, como se poderia esperar, a mais angústia, a mais absurdo, a mais pessimismo": isto escreveu ele em A Era do Vazio. Os espíritos mais atentos acham, porém, que é necessário dar antes razão a L. Kolakowski, o filósofo polaco agnóstico, quando afirmou que, desde a proclamação da morte de Deus por Nietzsche, nunca mais houve ateus serenos: "Com a segurança da fé desfez-se também a segurança da incredulidade.

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Eu te saúdo, ó Maria, mãe do meu Senhor

Reflexão de Georgino Rocha 
para a Festa da Assunção de Nossa Senhora

A liturgia da Igreja celebra neste domingo, 20º do Tempo Comum, a Festa da Assunção de Maria, Mãe de Jesus, festa que a fé cristã foi amadurecendo e Pio XII em 1950 proclamou como dogma, festa que nos faz contemplar Jesus e sua Mãe na glória do Céu, após uma vida de doação sempre crescente ao longo da peregrinação na terra e no tempo. A começar pela visita do anjo Gabriel que a saúda como agraciada de Deus e a convida para ser a mãe de Seu Filho Jesus. Maria fica perturbada, faz perguntas de esclarecimento e dá o seu sim generoso que culmina na festa que hoje celebramos. Entretanto percorre um itinerário histórico, cheio de simbolismo, que fica como via livre e apelativa para todos os discípulos do seu Filho.
A liturgia, quase em linguagem de reportagem, apresenta Maria apressada por montes e vales a caminho da casa de Zacarias para se congratular com Isabel, idosa estéril que vai ser mãe, facto aduzido por Gabriel como sinal de que a Deus tudo é possível. Vamos deter-nos aqui, no encontro destas mulheres, sem qualquer homem presente: Zacarias por estar mudo; José por razões desconhecidas e inexplicáveis. Vamos meditar o diálogo havido entre ambas, e procurar sintonizar com a mensagem do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que ocorre também neste domingo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Uns dias de férias

Cumprindo a tradição, entro de férias para descanso e reflexão a partir de hoje,  sem esquecer os compromissos assumidos. Voltarei em breve com renovado espírito de disponibilidade e partilha para  os meus amigos e leitores. Até um dia destes, se Deus quiser.

Fernando Martins

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