quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

CAMÕES nasceu há 500 anos

Luís Vaz de Camões nasceu há 500 anos. Em dia incerto, mas certamente, segundo apontam diversos especialistas, em janeiro de 1524. O mês do meio milénio termina hoje. Restam 11 meses para celebrar os 500 anos do nosso maior poeta. Não merecia tanto esquecimento.

Li no Correio do Vouga


A lei tenho daquele, a cujo império
Obedece o visíbil e ínvisíbil
Aquele que criou todo o Hemisfério,
Tudo o que sente, o todo o insensíbil;
Que padeceu desonra e vitupério,
Sofrendo morte injusta e insofríbil,
E que do Céu à Terra, enfim desceu,
Por subir os mortais da Terra ao Céu.

Luís de Camões,
“Os Lusíadas”, Canto I,
Estrofe 65

Moliceiros


 



No meu sótão encontro sempre novidades. No meio do  papelada e de livros, há sempre que ver e apreciar. Desta feita encontrei MOLICEIROS DA RIA DE AVEIRO, uma edição da CMA, com data de 2001. Bem ilustrada e elucidativa, com dados interessantes.

Barcos existentes

1935              1008
1949                794
1959                542
1969                164

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Mahatma Gandhi faleceu neste dia

Faz hoje anos que faleceu, em 1948, com 79 anos, Mahatma Gandhi. Ficou na história do seu país, a Índia, e do mundo como pacifista.
A sua vida é conhecida por todos os que assumem a defesa da verdade e a luta contra a injustiça de forma não-violenta. Exemplo raramente seguido pelo mundo civilizado.
Importa refletir sobre a lição que nos legou Gandhi para uma sociedade mais pacífica.

OPORTUNISTAS

Gente de bem não pode ficar indiferente à onda de denúncias de autarcas e governantes que se servem dos cargos para os quais foram eleitos para usufruírem benefícios económicos indevidos. É uma tristeza o que se passa, mas sei que não é fácil resolvê-lo. Na hora das eleições, todos se apresentam como responsáveis, competentes e honestos. O pior surge depois e os escândalos vêm a seguir.
Para além das regalias próprias dos cargos, há autarcas e outros governantes que são tentados pelas “luvas”, pelas cedências em troca de favores indevidos, e assim vai o mundo da política, admito que a vários níveis. Admito porque não me pertence averiguar. Mas a imprensa livre vai-nos ajudando a compreender o nível imoral de alguns autarcas e governantes. E por aqui me fico, deixando aos poderes judiciais a obrigação de investigar para os juízes castigarem sem apelo nem agravo os prevaricadores. 

sábado, 27 de janeiro de 2024

As condições do urgente diálogo inter-religioso

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Tanta gente que foi morta ao longo dos séculos, vítima do ódio e de interesses económicos, políticos, geoestratégicos, imperativos de monopólio religioso, e em nome de Deus!... Haverá coisa mais abjecta e absurda? É evidente que o deus em nome do qual arbitrariamente se torturou, se assassinou, se vandalizou, não existe. Não passa de um ídolo execrável, que serviu de legitimação a interesses brutais, sujos, selváticos. Escusado será dizer que esse deus idolátrico produz, e tem de produzir inevitavelmente, ateísmo. Matar, mandar matar está nos antípodas do santo nome do Deus vivo.
E hoje essa tragédia continua. E porque entre nós não se fala disso, quero (entre parêntesis) apresentar alguns números sobre a perseguição dos cristãos, sabendo-se que o cristianismo é hoje a religião mais perseguida no mundo. Não é a única, evidentemente - pense-se, por exemplo, nos rohinga, adeptos da religião muçulmana, e na sua perseguição brutal em Myanmar, país maioritariamente budista. Segundo a ONG Puertas Abiertas, no seu relatório de 2024 referente à perseguição dos cristãos, acabado de ser publicado, entre 1 de Outubro de 2022 e 30 de Setembro de 2023, 14 766 lugares de culto foram destruídos ou encerrados e 4998 cristãos foram assassinados.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

AVEIRO - O ano como palco

 Aveiro 2024 – Capital Portuguesa da Cultura 

José Estêvão Coelho de Magalhães


Realizou-se hoje, 26 de janeiro, pelas 17 horas, a sessão protocolar de Aveiro 2024 – Capital Portuguesa da Cultura. O primeiro ato aconteceu no Museu da Cidade de Aveiro, com a inauguração da exposição “Sal de Aveiro, sal do mundo”, seguindo-se, já no Teatro Aveirense, a sessão de discursos oficiais e o concerto de Marta Pereira da Costa.

::: 

Aveiro vai ter, com o título que lhe foi concedido, uma extraordinária oportunidade para promover os mais variados eventos culturais, sociais e artísticos, com a envolvência de todas as suas instituições, no sentido de dignificar a posição em que foi colocada por direito próprio.
Nesse sentido, as autarquias e demais instituições, as chamadas forças vivas, têm as maiores oportunidades para levarem por diante projetos que marquem, com honra, o ano que agora começa para a nossa cidade.

Junta de Freguesia oferece serviços



A Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré oferece aos cidadãos um conjunto de serviços que nem toda a gente conhece. Na hora de resolver alguns, quantos ficamos baralhados sem saber onde nos havemos de dirigir.
Este mês achámos por bem informar por onde podemos passar para resolver os seguintes: Renovação da Carta de Condução, Renovação do Cartão de Cidadão, Entrega de despesas ADSE, Cartão Europeu de Seguro de Doença, Chave Móvel Digital, Alteração de morada no Cartão de Cidadão e Registo Criminal, entre outros.

Nota: Alguns serviços têm taxas associadas.

JANEIRO - Sonho de vida nova

FOTO Pixabai

Em janeiro, ninguém escapa ao sonho de vida nova. Quer queiramos quer não, há sempre projetos que ficaram à espera de concretização, pairando no ar o sonho natural de vida melhor, com saúde, bem estar e harmonia na família e na sociedade, em geral. E basta esse sonho para nos sentirmos otimistas quanto ao que há de vir. 
De pessimismos está o mundo cheio. Bom ano de 2024 para todos os gafanhões espalhados pelo mundo, na certeza de que, muito do nosso futuro, depende do contributo de cada um de nós.

Em maré de evocações





Hoje, no meu sótão, encontrei uma brochura, Crescem pães pelos Outeiros, de 1994, relacionada com Chaves, cidade por onde estacionei, com a família, diversas vezes, em férias, em casa de amigos inesquecíveis. Foi uma amizade de sempre, desde que nos conhecemos e até hoje,  que evocamos com frequência.
A brochura foi-me oferecida, com outras, por uns estudantes daquela cidade que necessitaram da minha ajuda para a elaboração de um trabalho académico relacionado com Aveiro e sua região.
Tanto quanto soube, na altura, o trabalho foi bastante apreciado. E foi a brochura, entre outras que devem andar por aqui perdidas, que me levou, novamente, até àquela região que me ficou no coração.
Estou numa fase de evocações, como é fácil imaginar, mas já não me sinto com forças para andar por aí, de tenda às costas, como antigamente, mas não deixo de sonhar e de recordar, como está a acontecer  hoje, levado a reboque da revista citada acima.
Confesso que não sei dizer se o melhor será evocar tempos idos, a reboque da memória, ou voltar aos locais, reais, das férias de outrora. Para já, vou pelo reboque da memória. Já não tenho a resistência de há meio século, mas a memória ainda consegue transportar-me aos sítios onde fui, com a família, muito feliz.

Notas: 

1. Voltarei ao tema: FÉRIAS;
2  Imagens da revista 

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

AS FLORES, SEMPRE!

 

Uma sugestão para florir a vida! 

São Paulo converteu-se neste dia

São Paulo

O dia de conversão de São Paulo comemora-se neste dia, 25 de Janeiro. São Paulo era, tanto quanto se diz, um feroz perseguidor dos primeiros cristãos. Converteu-se depois da morte na cruz de Jesus, por razões que se desconhecem. Sabe-se, isso sim, que algo de extraordinário terá acontecido, para se tornar num acérrimo defensor de Jesus Cristo e da Sua Mensagem. Terá sido um milagre que o transformou no maior arauto da Mensagem de Cristo. A nossa fé, ainda hoje, tem a sua palavra e o seu exemplo.

Novos horizontes



Vou começar com esta flor que captei no meu quintal. Um quintal é uma beleza. Mesmo que não esteja cuidado, há sempre o belo para saborearmos a alegria de viver. Experimentem.
Um quintal é um refúgio também que nos envolve e reanima. Ontem, andei a fotografar flores, como esta que hoje partilho. E não é que uma simples flor, por sinal bonita, nos abre a novos horizontes interiores?

Belezas que nos envolvem



Tenho cá para mim que nem sempre sabemos apreciar as belezas que nos envolvem. As nossas minimarinas, permitam-me que assim as batize, são atrações a qualquer hora. Barcos e barquinhos, com predominância do branco, tão frequentemente espelhados na laguna, emprestam às nossas paisagens momentos únicos de contemplação. Não vale passar pela Ria de Aveiro a correr, quando há tanto que ver. E o belo que se vê enche-nos a alma. Experimentem!

Nota: Publicado neste dia há anos.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Uma história de amor

Acompanhei, há dias [anos], uma jovem que foi tratar de um idoso meio abandonado e esquecido pela família e pela comunidade que durante décadas o reconheceu como um dos seus membros.
Prostrado no leito, semiparalítico, mas lúcido, falava com desenvoltura sem lamentar a triste situação. Porém, desde a nossa chegada lhe notei uma vontade férrea de viver e uma ânsia incontida de falar, de trocar impressões.
Enquanto lhe preparavam o lanche e cuidavam da higiene pessoal, a sua boca não se calava, ora recordando acontecimentos passados há muito, ora dando explicações nem sempre pedidas.
Depois, sem pressas, lá ia engolindo as sopas que a jovem, carinhosamente, e sem forçar, lhe ia metendo na boca enquanto entre palavras e sorrisos lhe mostrava um pouco de amor. E chegou a hora da despedida até ao dia seguinte para a repetição nada monótona, afinal, do mesmo ritual. E se nesse dia da Festa de Nossa Senhora da Nazaré era preciso fazer o trabalho um pouco mais depressa porque as colegas estavam à espera, a verdade é que, perante o idoso, tudo foi esquecido e dali saiu mais tarde do que nunca.
— Afinal esqueceste-te da festa, ó Isabel — adiantei.
— Deixe lá, senhor professor, ainda vou a tempo! Pois é, Isabéis. Há sempre tempo para tudo. Até para amar, se quisermos!

Fernando Martins 


Nota: Esta história, que nasceu de um facto real, encontrei-a num dos meus blogues em hora  de ócio. Na altura do acontecimento, real, comoveu-me e hoje aqui a partilho. Espero que a Isabel não se esqueça dela.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Dia da Escrita à Mão


O Dia da Escrita à Mão celebra-se hoje, 23 de janeiro. Mas quem, no dia a dia, ainda escreve à mão? Decerto muita gente, sobretudo na pressa da vida em notas e pouco mais. Em especial os mais velhos, pouco dados a computadores, telemóveis e tabletes. Sei, no entanto, que há escritores que gostam de escrever à mão e que o fazem com canetas de tinta permanente.
Como tenho algumas canetas que guardo com prazer, também as uso para a tinta não secar, o que danifica os sistemas.
O dia teve origem nos Estados Unidos da América e celebra uma invenção com 3500 anos, que é a escrita à mão. Com a massificação das novas tecnologias, a escrita à mão tornou-se obsoleta e o Dia da Escrita à Mão pretende reavivar uma arte "que durante muitas gerações foi utilizada para passar ideias revolucionárias, escrever obras imortais, assinar acordos internacionais, declarar amores intensos e fazer ameaças, entre muitos outros". 

Beleza aberta a todos

 


Gosto de visitar o pixabay pela beleza das imagens/fotos que permanentemente nos oferece. É um regalo para os olhos e uma inspiração para o dia e para todos os dias. Passem por lá...

O NOSSO FAROL

 


O nosso Farol para começar o dia. Não está mal. Ele bem merece o destaque enquanto andamos por aqui à espera da Primavera, que tarda.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

A difícil unidade dos cristãos

Hans Küng
“não haverá paz entre as nações, se não existir paz entre as religiões; não haverá paz entre as religiões, se não existir diálogo entre as religiões; não haverá diálogo entre as religiões, se não existirem padrões éticos globais; o nosso planeta não irá sobreviver se não houver um ethos global, uma ética para o mundo inteiro”.

Hans Küng (1928-2021)

Frei Bento Domingues 
no PÚBLICO de domingo

Ainda a festa do 25.º capítulo da CGB

Foto de Lua Pequeno
 

Ainda a festa do 25.º capítulo da Confraria Gastronómica do Bacalhau, em que eu também participei na qualidade de Confrade de Honra, título que me foi atribuído no capítulo XVII, sem nunca o ter sonhado.
A partir daquela data, senti a obrigação  e a devoção de aceitar os convites da CGB, onde tenho inúmeros amigos, que respeito e louvo pela sua dedicação a esta como a outras causas.
Eu sei como sou e vivo estas festas com prazer, mas não passo de uma pessoa comedida e recatada. Vivo mais para dentro do que para fora. Maneiras de ser.
Vem isto a propósito de uma fotografia de Lua Pequeno,  que o Carlos Duarte, fotógrafo com saber e arte, me enviou, retratando o que sou. Fico-lhe grato pela sua amizade.
Enquanto muitos confrades se preparavam para saborear o espumante da alegria, eu, sentado do lado esquerdo, evitei a confusão, mas também fui atingido.
Um abraço… Em 2025 voltarei, se Deus quiser.

Semana de Oração Pela Unidade dos Cristãos

“Amarás ao Senhor teu Deus… e ao teu próximo como a ti mesmo” (Lucas 10,27) é o tema deste ano para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que acontece de 18 a 25 de janeiro.
Este ano a celebração ecuménica na nossa diocese, junto dos irmãos da Igreja Metodista, acontece na próxima quarta-feira, dia 24 pelas 21h00, na Igreja Evangélica Metodista, sita na Rua Oudinot, em Aveiro.
O tema e subsídios para reflexão deste ano foram preparados pela equipa ecuménica de Burkina Faso (África Ocidental),coordenada pela Comunidade Chemin Neuf (CCN).

NOTA: Os cristãos são milhões no mundo. Todas aceitam Jesus Cristo, Filho de Deus Pai, como nosso redentor.  Contudo, houve sempre, através dos séculos, várias  formas de O sentir e seguir. Daí as diversas Igrejas Cristãs que animam, no dia a dia, o culto a Jesus Cristo que nos leva ao PAI. É muito salutar a aproximação e a união entre as diversas igrejas que têm Jesus Cristo como o Salvador. 

HOMEM DO MAR: Sílvio Ramalheira

Sílvio Ramalheira, num dia de Junho de 1932, capitão do Gazela Primeiro, num momento de correntes traiçoeiras, de um vento repentino e de ondas perigosas, tinha os seus homens fora (…). Era difícil para um navio, como o Gazela chegar perto dos seus pescadores, sendo costume, nesse tempo, lançar-lhes um longo cabo de manobra preso à popa do navio ancorado (…). Como o Cap. Sílvio não era homem para estar parado, nesse dia, fez-se ele próprio ao mar, levando esse cabo. Levou ainda um segundo dóri, em que remou, velejou, indo ao encontro dos homens que estavam mais em perigo (…). Havia trinta e um dóris do Gazela no mar, e o capitão encontrou e salvou vinte e nove: os dois restantes nunca mais regressaram – recorda Alan Villiers, na campanha de 1950.

Ler mais em Marintimidades



NOTA: Cheguei hoje a esta notícia de Portos de Portugal, mas logo percebi que era trabalho da boa amiga Ana Maria Lopes, publicado no seu blogue Marintimidades, onde há muitíssimos textos referentes ao mar e às pescas, sem esquecer as pessoas. 



domingo, 21 de janeiro de 2024

ÍLHAVO - Confraria Gastronómica em Festa











Com 230 participantes, a Confraria Gastronómica do Bacalhau (CGB) celebrou ontem o 25.º Capítulo da sua existência, na Casa da Cultura de Ílhavo, apresentando-se os confrades vestidos a rigor, com os seus trajes e símbolos.
A festa contou com a evocação de confrades já falecidos e com saudações às Confrarias convidadas e aos confrades presentes, sendo notória a variedade das confrarias, cada uma a defender, legitimamente, as especialidades gastronómicas das suas terras ou regiões, que se têm imposto ao longo dos séculos.
Admito que as diversas Confrarias têm como missão fundamental preservar as marcas histórias da alimentação das suas regiões, sem ficarem proibidas de criar novos pratos para os mesmos produtos. Foi o que aconteceu, aliás, no Capítulo do 25.º aniversário da CGB.




O ambiente deixava transparecer o bom humor reinante durante todos os momentos das cerimónias, com a dignidade própria das gentes de Ílhavo e sua região, marcada indelevelmente pela pesca e tratamento do fiel amigo, há séculos, para chegar às mesas de todos os portugueses, pobres ou ricos. 
A abrir não faltou o lanche de receção, logo seguido da sessão das Boas-vindas, de um momento cultural e da Cerimónia de entronização de novos confrades, com entrega de insígnias e proclamação das regras e juramentos,  assumindo todos as obrigações e compromissos da CGB.
Depois, foi o almoço, com MENU elaborado e preparado por Chefs à vista de todos, não faltando as inovações gastronómicas, como o comprova a EMENTA.

MEMÓRIAS - Armando Ferraz

O fantocheiro Armando Ferraz (1923 – 1997), patrono do projeto cultural “Palheta - Robertos e Marionetas”, do 23 Milhas, foi homenageado na sessão comemorativa do 123º aniversário da restauração do concelho de Ílhavo, promovida pela Câmara Municipal de Ílhavo, no passado dia 13 de janeiro, dia em que o seu nome foi dado a uma rua da cidade da Gafanha da Nazaré, terra de onde era natural e onde viveu.
Nessa mesma sessão foi também apresentada mais uma edição da revista “Nossa Gente”, exclusivamente dedicada à biografia de Armando Ferraz.
Desde a última edição do “Palheta”, ocorrida em março de 2020, a Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré acolhe uma exposição permanente centrada no espólio do bonecreiro Armando Ferraz, gentilmente cedido por Elisa Vilaça. Esse núcleo expositivo tem como foco principal a “relação dos robertos, das marionetas e da Gafanha da Nazaré, desde que o bonecreiro Armando Ferraz se tornou uma referência nesse tipo de teatro na Gafanha da Nazaré, passando pelo festival de Robertos e Marionetas, até ao Palheta”.


Domingo luminoso

Acordei tarde e logo fui envolvido por um Sol luminoso. Nem vento, nem chuva, nem inquietações de maior. Também já não era sem tempo, mas, para que me não arrependa do que estou a dizer, venho tão-só desejar a todos os meus habituais leitores que sorriam e se abram ao bem, ao bom e ao belo, sem esquecermos os que sofrem as agruras das guerras, incompreensíveis para a nossa era.
Bom domingo para todos.

FM  


sábado, 20 de janeiro de 2024

Essencial também é parar para viver

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Olhamos e perguntamos: “Que anda esta gente toda a fazer?” A resposta é simples, sempre a mesma: “A viver.” É isso: a viver.

O problema é este: são tantas as vezes em que se não dá por isso: o milagre que é viver! Assim, numa sociedade na qual o perigo maior é a alienação - viver no fora de si -, quando a política se tornou um espectáculo tantas vezes indecoroso, quando a mentira e a corrupção imperam, quando Deus foi substituído pelo Dinheiro e o mundo se tornou globalmente perigoso, com a Terceira Guerra Mundial em curso, embora ainda só “aos pedaços”, como diz Francisco, é essencial parar, fazer uma pausa. Porquê e para quê? Como disse Juan Ramón Jiménez: “Devagar, não tenhas pressa, porque aonde tens de ir é a ti mesmo.”

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Maré de Recordar


Recordamos sempre, mas há momentos muito especiais que não podem nem devem ficar esquecidos. Com a memória a ficar cansada, há horas  menos agradáveis. Isto acontece muito quando não estamos ocupados com assuntos de grande interesse, na perspetiva de cada um.
Conheço amigos que ficam encostados em qualquer canto com os olhos fixos no infinito. Evito situações dessas e procuro horizontes que me encham a alma. Hoje, por exemplo, fui de abalada até Montemor-o-Velho. E que bem me soube esta viagem!

EXPO´98







É no meu sótão que eu encontro, inúmeras vezes, motivos para evocar. Deste vez, recuei no tempo até 1998, ano da célebre EXPO’98 que,  na época, se impôs como exemplo a seguir por outros países, pela expressão da forma perfeita como foi organizada. Já faleceu o grande responsável pela dinâmica da Feira, António Mega Ferreira, que primou pela eficiência, bom gosto e espaço  cultural multifacetado.
Por lá andámos quatro dias, dos seis que tínhamos planeado, com o nosso filho António Pedro. No final da quarta feira, recebemos a triste notícia do falecimento do meu sogro, Ismael Válega Oliveira e Silva, e tivemos de regressar.
A EXPO’98 foi uma demonstração cabal das capacidades organizativas dos portugueses. E ficou para a história... 

FM

Raul Brandão merecia uma avenida

Quando há anos topei com a Rua Raul Brandão, confesso que fiquei triste. É verdade. Porque o escritor merecia muito mais. Eu sei que a relação das ruas a batizar tinha sido feita, na sua grande maioria, numa noite. De modo que, quer queiramos quer não, não havia hipótese de escolher a rua, conforme a personalidade a homenagear.
E Raul Brandão, provavelmente, na minha ótica, terá sido o escritor que melhor cantou a nossa ria, com referência assinalável à Gafanha, merecia mais do que uma ruazinha sem expressão, sem circulação de veículos que levasse as pessoas a falar dele.
A Rua Raul Brandão parte da Rua Sacadura Cabral (e não Secadura Cabral, como se lê numa placa) e dirige-se para a ria, sem lá chegar.
Raul Brandão canta no seu livro Os Pescadores, de forma única, a Ria de Aveiro. Andou por aqui para a conhecer, no dia 21 de Julho, e dias seguintes, de 1922. Alguns dias, certamente, porque de outra forma não seria possível pintar um quadro tão rico.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Tragédia - Medo da Luz


«Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro, mas a verdadeira tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz»
Platão

Farol da Barra enfeitado

Farol da Barra enfeitado. Será que precisa? Não! Mas de vez em quando temos a obrigação de chamar a atenção de quem passa para a sua existência na nossa terra, com foco luminoso que atinge uns 25 quilómetros de comprimento.

“Plantas d’avó Virgínia”



“Plantas d’avó Virgínia” é mais um livro da Coleção “Cadernos de Família”, o n.º 35, de Manuel Olívio da Rocha, com capa de Domingas Vasconcelos.
Como o nome indica, o livro descreve, com pormenores e histórias interessantes, 59 plantas que sua esposa, a Virgínia, cuida e trata com saber e arte. Saiu no Natal, com todas as bênçãos natalinas que a festividade proporciona.
Cada planta ocupa uma página, com verso branco, e todas registam pormenores com estórias de permeio da família e das próprias espécies arbóreas dos seus quintais, com destaque para os frutos e flores, mas não só.
Cada planta tem uma nota história ou lenda, mas ainda a sua origem, e não faltam as ilustrações a condizer.
A título de exemplo, sublinho um pormenor, referente ao Azevinho, que diz assim: “O azevinho é uma planta com um poder simbólico muito grande dada a sua aplicação nos ornamentos natalícios. A primeira planta foi trazida da Escócia. Depois disso muitas outras têm sido plantadas, sendo de recordar as que nos ofereceu o doutor Quirino.”
Este trabalho do Manuel Olívio, um gafanhão radicado no Porto, mostra à evidência a importância de olharmos para o que nos rodeia, deixando marcas da nossa sensibilidade frente ao ambiente que nos cerca. Mas quantas vezes andamos fora do mundo riquíssimo que nos envolve?
Uma saudação especial para o casal amigo e sua descendência. E qual será o livro do próximo Natal?

Fernando Martins


NOTA: O livro não está à venda.


Dia Internacional do Riso


O Dia Internacional do Riso celebra-se hoje, 18 de Janeiro, pelo que importa enfrentar o dia com um sorriso nos lábios, sem deixarmos de rir às gargalhadas, quando for caso disso. Rir sem haver razões para isso, podem julgar que somos tolinhos.
Importa lembrar que rir é um comportamento humano e natural que temos o dever de cultivar, porque de macambúzios está o mundo cheio.
Dizem que o riso reduz o stresse, queima calorias, melhora a qualidade do sono, estimula a criatividade e estabelece proximidade entre as pessoas.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Para matar saudades

 

Hoje foi um dia de muitos que hão de vir, mais dado a recordações do que outra coisa qualquer. Por grandes voltas que desse, a Figueira da Foz não saía da minha cabeça. Em tempo de nostalgias é assim. E então percorri ruas e vielas, sempre a fugir das avenidas e das multidões que por aqui ou por ali nos exigem atenção.
A Figueira da Foz não fica longe. Por lá passei muitas férias e fins de semana e retenho na minha memórias histórias que me seduziram. Não tendo por lá amigos, fico livre para apreciar o mar de qualquer canto, praças e jardins. Mas há uma memória inesquecível: Depois do nosso casamento, quando rumávamos à nossa Lua de Mel, eu e a Lita ali parámos para comer umas sandes e beber uns refrescos. Foi em 7 de Agosto de 1965. 

Ilha da Madeira




Gosto muito de passar e estar no nosso sótão. Um sótão é, para mim, um espaço de silêncio, de meditação e de recordações.
Durante as arrumações a que procedi durante uns dias, viajei muito pelo país e até pelo estrangeiro. As fotografias que revi transportaram-me com a Lita a paisagens inesquecíveis. As fotografias ajudaram imenso e disso procurarei dar conta aos meus leitores e amigos.
Hoje andei pela Madeira, a encantadora ilha de paisagens ímpares, com oceano tantas vezes à vista. Visitar vilas e cidades e mesmo aldeias recônditas, aparentemente sem histórias de vida, foi um gosto inexplicável. Tudo isto é possível porque estamos a reordenar este espaço de silêncio inspirador. Sem televisões, claro!
A música, de vez em quando, tem o seu espaço. Para já, ouço os galos a cantar e alguns passaritos a chilrear. Mas a chuva, necessária mas por vezes incómoda, tilinta na cobertura metálica com intensidade redobrada. Chuva forte por aqui e seca dramática neste retângulo de uns 90 mil quilómetros quadrados de superfície.

Arquivo do blogue