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sexta-feira, 30 de julho de 2021

As bibliotecas e as leituras

Em tempo de férias, o PÚBLICO edita as respostas ao Questionário de Proust de personalidades portuguesas. Confesso que as leio todos por simples curiosidade, mas também para ficar a saber um pouco mais sobre a vida e o pensamento de políticos e artistas de várias áreas.
Ontem, à pergunta sobre “Qual o seu maior tesouro?”, o deputado Sérgio Sousa Pinto respondeu assim: “A biblioteca. Que acabará num alfarrabista, como as outras.”
Realmente, tanto quanto vou percebendo, a minha pequena biblioteca terá o mesmo fim. Hoje, não há tempo para ler e os interesses dos eventuais leitores são tão diversificados e envolventes que nem tempo há para leituras. As novas tecnologias, tão variadas e abrangentes, desde o acordar até altas horas da noite, não deixam tempo livre para os livros. Haverá alguns, que não sei quantificar, que continuam a ler, mas, pelo que vou sabendo, a maioria volta-se para outros gostos, que não deixarão de dar prazer nos tempos livres: futebol, telenovelas, algum cinema, programas televisivos,  algumas artes, poucas conversas, música e boas sonecas.
Aproveitem as férias para ler umas coisinhas... para variar.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Um livreiro que merece uma visita

Livraria Miguel Carvalho na Figueira da Foz 





Gosto muito da cidade velha da Figueira da Foz, com as suas ruas estreitas e casario com marcas antigas ainda visíveis, que são outras tantas lições de história de uma povoação inclinada para a foz do Mondego. Por muito que me custe, não passo sem dar uma voltas por lá. 
Desta feita, o meu destino levou-me a procurar um alfarrabista que dias antes fora motivo de reportagem no PÚBLICO, com título expressivo e desafiante: O livreiro que desceu o Mondego para lutar contra a corrente. de seu nome Miguel de Carvalho recebeu-me com lhaneza, na esperança de que eu seria um potencial colecionador. Milhares de obras, umas ricamente encadernadas e outras normalíssimas, muitas a acusarem o peso de décadas de edição. Algumas que folheei foram enriquecidas com curiosas anotações dos seus anteriores proprietários ou leitores. 
Questionei-o sobre a existência de livros com referência às Gafanhas, mas nada especial encontrei. Miguel Carvalho consultou o seu ficheiro, mas nada de importante. O que possuía já eu tinha na minha modesta biblioteca. Deixei número de telefone para informação posterior. 
No PÚBLICO li que é um apaixonado por livros e quer continuar a remar contra a corrente no seu novo espaço, um prédio que fica numa esquina da rua de O Figueirense com a rua das Parreiras. É fácil de descobrir. Quem chegar à Igreja Matriz de São Julião, olhando-a de frente, à direita lá está uma das muitas ruelas estreitas. Descendo, coisa que não custa, ao fundo encontrará a livraria com frente renovada e moderna. 
Nas suas estantes, em várias salas, há 40 mil livros, muitos oriundos de coleções de personalidades da cultura e amantes dos livros, dos vários ramos da ciências, das artes e da literatura, de múltiplos e variados escritores: poetas, cronistas, romancistas, contistas, historiadores, investigadores. De tempos antigos e modernos. Há de tudo e para todos os gostos. É claro que há obras para todas as bolsas. 
Miguel Carvalho tem formação académica na área de Geologia, mas a paixão pelos livros é superior a qualquer outra atividade. Reconhece que a procura de livros antigos, sem novas e modernas edições, é mesmo para gente apaixonada pelo colecionismo e pelo gosto de possuir obras de autores que, outrora, foram mesmo consagrados, estando hoje no gueto do esquecimento. Pelo que percebi, Miguel Carvalho não é homem para virar costas à sua paixão. 

Pode ser consultado e vende online.