sábado, 18 de janeiro de 2020

Av. Lourenço Peixinho - Rostos conhecidos de gente anónima

Avenida (foto dos meus arquivos) 
Ontem fui a Aveiro sem pisar os trilhos habituais — grandes superfícies e equiparados. Andei pela Avenida Dr. Lourenço Peixinho, que já foi a sala de visitas da cidade, onde noutros tempos havia as novidades, que não foram nem são, aliás, o meu forte. Há imensos vestígios do passado, mas a modernidade persiste em se impor. E gostei, apesar de tudo. Porém, muito se fala da modernização da Avenida para a restituir ao esplendor de antigamente, mas tudo tarda. 
Contudo, o que mais me impressionou não foram as modas, nem os prédios antigos, nem as lojas modernas, nem a gente moça que por ali caminha apressada. O que me suscitou mais atenção foram os rostos  de gente anónima e de alguns conhecidos que, sem darem por mim, passavam encasacados com o frio e indiferentes a quem está ou vai de viagem à cata de um café quentinho em qualquer esquina. 
Rostos de outrora que mantêm os traços essenciais: os mesmos sorrisos, os mesmo olhares, os mesmos tiques, porventura menos expressivos, mas vivos. É pela avenida que os aveirenses da minha geração mais passeiam; é nos cafés, pastelarias e bares que conversam; outros, olhos perdidos, dão uma vista de olhos ao passado. Regresso a casa com a promessa de que tenho de voltar. 

Fernando Martins

O bacalhau tradicional já merece uma comenda

No PÚBLICO
Texto de José Augusto Moreira



«Não é saudosismo, mas antes uma questão de qualidade e sabor. Para ser bom e ter aquele gosto que identifica a tradição portuguesa, o bacalhau tem as suas regras. “Quer-se bem seco. De cor amarela palha. Deve ter a forma de uma asa e o tradicional corte em três bicos que mostra que a cabeça lhe foi retirada mal foi pescado”, como nestas páginas explicou David Lopes Ramos, naquela sua inconfundível pedagogia do bem comer.
Não é saudosismo, mas antes uma questão de qualidade e sabor. Para ser bom e ter aquele gosto que identifica a tradição portuguesa, o bacalhau tem as suas regras. “Quer-se bem seco. De cor amarela palha. Deve ter a forma de uma asa e o tradicional corte em três bicos que mostra que a cabeça lhe foi retirada mal foi pescado”, como nestas páginas explicou David Lopes Ramos, naquela sua inconfundível pedagogia do bem comer

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Monumentos - Obelisco

OBELISCO
Praceta Carlos Roeder
Praia da Barra

Gafanha da Nazaré


Silhuetas de Aveiro, há anos...


Estando no sítio certo, à hora certa, foi possível registar o pôr do sol momentos antes de mergulhar no mar, lá para a banda da Costa Nova e Barra. A preto e branco, com toda a naturalidade, e as silhuetas denunciam a fonte da minha atenção, há anos. 

A Vista Alegre continua a impor-se no mundo



Claudia Schiffer desenhou jarras e fruteiras para a Vista Alegre. As peças estão a ser exibidas num salão em Paris, como constatou a correspondente da RTP na capital francesa, Rosário Salgueiro.
(...)
A Vista Alegre, uma instituição com projeção internacional, continua a impor-se no mundo da arte das porcelanas. 

Rir ainda não paga impostos

Dia Internacional do Riso 









Hoje, 18 de janeiro, celebra-se o Dia Internacional do Riso. Rir faz bem à saúde, afugenta o stresse, alivia o cansaço, cria bom ambiente, diverte, atira para trás a timidez, consola os tristes,  Etc... Etc... Etc. Riam-se hoje e sempre e façam rir os outros, grandes e pequenos, novos e velhos, felizes e infelizes... Rir ainda não paga impostos! 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Jesus, é Ele o Filho de Deus

Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo II do Tempo Comum

Georgino Rocha

“Estamos no mesmo barco e vamos para o mesmo porto… Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno!"

Papa Francisco 

A Igreja, após o ciclo das festas natalícias, inicia uma nova fase na celebração da sua Liturgia. Designa-a por tempo comum e vai repassando de forma global a realização do projecto de salvação da humanidade que Deus tem em curso. Hoje, centra-nos no testemunho de João, após o baptismo de Jesus.
No dia seguinte ao baptismo, narra o Evangelho, viu João que Jesus ia ao seu encontro. E dá voz ao que antes tinha vivido no Jordão. Liberta as energias acumuladas e, sem rodeios, confessa: “Eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus”. Jo 1, 29-34.
Esta declaração manifesta a convicção profunda a que chega João Baptista, após um processo lento de busca e reconhecimento. Processo que fica como exemplo de quem se sente peregrino na fé e assume o desafio de procurar resposta para as interrogações do coração humano. Processo que revela, de modo especial, a inter-acção fecunda de Deus com o homem/mulher e a qualidade do encontro pleno desejado.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

GAFANHAS - Deserto enorme de areias soltas

Para os mais novos ficarem a saber 


«[A Gafanha] Era um lençol desolador de areia branca, de dúzias de quilómetros quadrados, que os braços da laguna debruavam a norte, a leste e a poente, isolando do contacto da vida a solidão árida do deserto. 
Lá dentro, longe das vistas, bailavam as dunas, ao capricho dos ventos, a dança infindável da mobilidade selvagem dos elementos em liberdade. 
Brisas do mar e brisas da terra, ventos duráveis do norte em dias de estabilidade barométrica, e rajadas violentas de sudoeste a remoinharem no céu enfarruscado de noites tempestuosas, eram quem governava o perfil das areias movediças cavadas em sulcos e erguidas em dunas de ladeiras socalcadas a miudinho. 
Era assim a Gafanha do tempo dos nossos bisavós: deserto enorme de areia solta, a bailar, ao capricho dos ventos, o cancan selvagem de uma liberdade sem limites. 
Um dia, não longe ainda, um homem atravessou a fita isoladora da Ria e pôs pé na areia indomável. Não sabe a gente se o arrastava a coragem do aventureiro, se o desespero do foragido. De qualquer modo, ele fez no areal a sua cabana, à beira da água, e principiou a luta de gigantes do Gafanhão contra a areia.» 

Joaquim Matias, 
Arquivo do Distrito de Aveiro, 
vol IX,1943, página 317

Políticos e lugares-comuns

O discurso de grande parte dos políticos é feito de lugares-comuns, incapazes de entenderem a complexidade da condição dos nossos países e dos nossos povos. A demagogia fácil continua a substituir a procura de soluções. 

Mia Couto (1955-), escritor 

Li no "Escrito na Pedra" PÚBLICO de hoje

NOTA: Mia Couto é um escritor conceituado que muito aprecio. Homem culto, esclarecido e capaz  de dizer, com toda a naturalidade, o que pensa. Partilho a sua opinião porque concordo com o que afirma. É óbvio que há políticos capazes e conhecedores da nossa realidade social, mas também creio que muitos não passam de uns oportunistas... Depois, naturalmente, vem por arrasto a corrupção e  o compadrio. 

Oitavário de oração pela unidade dos cristãos

A Sé de Aveiro 
acolhe o início do Oitavário de oração 
pela unidade dos cristãos




D. Manuel Felício, Bispo da Guarda e Vogal da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização, preside este sábado pelas 21h00 ao momento de oração ecuménico que conta com a presença de D. António Moiteiro – bispo de Aveiro, D. Jorge Pina Cabral – bispo da Igreja Lusitana, D. Sifredo Teixeira – bispo da Igreja Metodista, Representantes da Igreja Presbiteriana e Clérigos do COPIC. 
A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é anualmente celebrada entre os dias 18 e 25 de janeiro, no hemisfério norte, e este ano tem como lema ‘Trataram-nos com uma amabilidade fora do comum’, do livro dos Atos dos Apóstolos [Atos 28,2]. 

Subsídios para a Semana de Oração 
pela Unidade dos Cristãos em 2020 

Os materiais para a Semana de Oração pela Unidade Cristã de 2020 foram preparados pelas Igrejas cristãs em Malta e Gozo (Cristãos Unidos em Malta). Em 10 de fevereiro, muitos cristãos em Malta celebram a festa do naufrágio de São Paulo, destacando e agradecendo a chegada da fé cristã nessas ilhas. A leitura de Atos dos Apóstolos usada na festa é o texto escolhido para a Semana de Oração deste ano.A história começa com Paulo sendo levado a Roma como prisioneiro (At 27,1ss). Paulo está preso, mas mesmo numa viagem que se torna perigosa, a missão de Deus continua através dele.Essa narrativa é um clássico drama da humanidade confrontada com o aterrorizante poder dos elementos. Os passageiros do navio estão expostos às forças dos mares abaixo e das poderosas tempestades que se erguem ao seu redor. Essas forças os levam a um território desconhecido, onde estão perdidos e sem esperança.

Fonte: Diocese de Aveiro

HISTÓRIA - Jornal de Notícias


Gosto de História, mas devo dizer, antes de mais, que gostar de... não significa, à partida, saber de... E leio, regularmente, livros, revistas e textos relacionados com o assunto. Há gostos que não sabemos explicar... e talvez nem valha a pena ir por aí. Por isso, de dois em dois meses, compro a revista “HISTÓRIA - Jornal de Notícias”, que leio com avidez. Depois, volto ao normal, isto é, a outras leituras. 
Neste número, a título de exemplo, a revista oferece, como habitualmente, assuntos interessantes: A Madeira, o Infante e o início da Expansão, 600 anos depois; O sistemas político-eleitoral do vintismo; Caminhos de Santiago na planura alentejana; entrevista a M. de Fátima Bonifácio; e Guernica: terror e manipulação. 
Bem ilustrada, edição cuidada, elucidativa e merecedora de atenção, na minha ótica. 

F. M.

Priores na toponímia da nossa terra

Priores: Sardo, à esquerda, Rubens, em cima e Guerra, em baixo

Quem circula pela Gafanha da Nazaré, naturais, residentes ou visitantes, cruza-se com mais de 260 arruamentos (alamedas, ruas, largos, travessas, becos e parques) batizados com nomes de figuras importantes da história pátria, mas também de pessoas ilustres da nossa terra e região que mereceram a atenção dos nossos autarcas, os primeiros responsáveis pela toponímia. Concorde-se ou não, a verdade é que esses batismos, uma vez aprovados, dificilmente poderão ser substituídos por outros pelos transtornos que isso causaria aos moradores e não só. 
Na toponímia da Gafanha da Nazaré há três priores que dão nome a uma alameda e a duas ruas. Alameda Prior Sardo e Ruas Prior Guerra e Padre Rubens, já falecidos, que deixaram rastos indeléveis da sua dedicação à nossa terra e suas gentes.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Agrupamento 588 - Os primeiros passos

Para a história do Agrupamento n.º 588 do CNE, 
na Gafanha da Nazaré

(Foto dos meus arquivos)

Em 29 de Julho de 1979 dá-se a oficialização do Agrupamento do CNE (Corpo Nacional de Escutas - Escutismo Católico Português), ao qual foi atribuído o n.º 588. Na véspera, na noite de 28, fizeram a sua promessa os três primeiros dirigentes: Carlos Alberto Borges Ferreira (Chefe do Agrupamento), Orlando Leitão de Figueiredo (Secretário), e Fernando Alberto Borges Ferreira (Chefe de Grupo). Era assistente o Padre Miguel Lencastre. Logo de seguida, iniciaram a preparação com vista à chefia da Alcateia (Lobitos) as futuras chefes Madalena Matias, Maria Ana Cunha Pereira, Maria do Céu Gandarinho Lopes e Custódia Lopes Caçoilo. 
A primeira promessa de Lobitos ocorre a 2 de Maio de 1982, depois da necessária preparação. Em 1981, o chefe Carlos Alberto Ferreira deixa o Agrupamento e em 10 de Julho do mesmo ano assume a chefia Fernando Alberto Ferreira. Em 25 de Setembro de 1982, os responsáveis do Agrupamento n.º 588 são já os seguintes: Orlando Leitão de Figueiredo - Chefe do Agrupamento Padre Rubens António Severino – Assistente Fernando Martins - Adjunto do Assistente Carlos António da Silva Loureiro – Secretário Madalena Matias - Chefe da Alcateia Eunice Rodrigues da Silva - Chefe do Grupo Júnior.

Nota: Quem dá sugestões sobre a data deste foto?
:

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

A Ria a Preto e Branco


Para variar, uma foto a preto e branco, que a beleza não está só no colorido com todos os seus cambiantes. A Ria, independentemente da cor, é sempre bela.

Porto de Aveiro - Uma referência como centro logístico

Artigo de Isabel Moura Ramos 
na Revista da Marinha

Aspeto do Porto de Aveiro 


O Porto de Aveiro é uma referência como centro logístico para o tecido industrial da região Centro. Ao assegurar a prestação de serviços portuários e marítimos eficientes, orientados para as necessidades logísticas das empresas exportadoras da região, tem contribuído significativamente para o aumento da competitividade do tecido empresarial instalado no seu hinterland.

Ler artigo no Porto de Aveiro

Importa manter a fidelidade ao espírito inicial da Obra

Nova direção da Obra

Sofia Inês, a nova presidente da Obra

Eduardo Arvins no momento da despedida


Ascensão Ramos intervém em nome da direção


D. António Moiteiro pede fidelidade ao carisma da Obra


Presidente da CMI  recorda as fundadoras
Depois de evocar as fundadoras da Obra da Providência (OP), Maria da Luz Rocha e Rosa Bela Vieira, que considerou “pessoas de fé”, o Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, lembrou, na tomada de posse dos novos corpos sociais daquela instituição, criada em 1953, que importa manter a “fidelidade ao carisma inicial, que é a ajuda aos que mais precisam, descobrindo caminhos novos”. Contudo, os desafios do nosso tempo exigem respostas diferentes, sendo certo que, “se a Direção fizer o melhor que puder, Deus fará o resto”, sublinhou o prelado aveirense. E acrescentou que, na eventualidade de faltarem os apoios estatais, “teremos de reinventar a caridade cristã, que essa não pode acabar”.
Os dirigentes tomaram posse no passado dia 3 de Janeiro, na Igreja Matriz, depois da Eucaristia das 19 horas, a que presidiu o nosso Bispo. O prior da Gafanha da Nazaré, Pe. César Fernandes, que concelebrou com D. António Moiteiro, integra a Direção empossada.
O prelado aveirense frisou que temos, presentemente, desafios grandes porque estamos a caminhar para “uma sociedade bastante egoísta, utilitarista e indiferente ao religioso”, como o provam os dados do recenseamento à prática dominical. Por isso — acrescentou — “é necessário estarmos atentos aos sinais dos tempos que nos vão sendo dados à luz da fé, levando-nos a encetar caminhos que respondam ao que Deus espera de nós”.

"Ror de Livros" com balanço muito positivo

Jorge Pires Ferreira aposta na venda 
de livros em segunda mão

Jorge Ferreira na "Ror de Livros"

«Continua a ser a única livraria da cidade de Aveiro que vende, exclusivamente, livros em segunda mão e, se há pouco mais de um ano, Jorge Pires Ferreira admitia algumas reservas quando abriu a Ror de Livros, hoje dá a aposta por certeira. “Só posso fazer um balanço muito positivo”, afirmou, ao Diário de Aveiro, na loja da Rua Senhor dos Aflitos, onde passa muitas horas do seu tempo e onde tem vindo a descobrir que ainda há muitas pessoas que gostam de livros e de ler.
Ainda longe de poder viver deste negócio, desde o início que assumiu não querer ter prejuízo e esse feito tem conseguido. Queria também que a margem positiva desse para pagar ao funcionário e adquirir novos títulos, e também essa meta tem sido alcançada. E se dúvidas houvesse... basta ver as estantes cheias até cima, bem como os montes de livros que aguardam pela arrumação criteriosa de Jorge Ferreira ou as caixas de pechinchas a que poucos conseguem resistir.»

Nota: Texto e foto do Diário de Aveiro

Leia a notícia completa no Diário de Aveiro, edição de ontem.

Felicito o Jorge Pires Ferreira pelo sucesso que tem conseguido  na sua livraria de livros em segunda mão,  a preços acessíveis. "Ror de Livros", assim se chama a sua livraria, tem o estatuto de Alfarrabista, onde é possível encontrar obras já fora dos mercados ou esquecidas nos armazéns dos livreiros que apenas pensam em edições recentes.  Já visitei a "Ror de Livros" e voltarei quando puder. Há obras que, apesar de antigas, me seduzem.

F. M.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

O Pe. Miguel regressou ao seio de Deus há seis anos

O Pe. Miguel na  traineira da Procissão pela Ria de Aveiro, que ele  implementou 

Evoco hoje, com emoção, a partida para o seio de Deus, há seis anos, de um bom amigo, o Pe. Miguel Lencastre, que foi coadjutor da nossa terra entre 13 de Junho de 1970 e 30 de Setembro de 1972, assumindo a paroquialidade entre Abril de 1973 e Outubro de 1982. Faleceu no Brasil, portanto, em 13 de Janeiro de 2014, depois de doença que a medicina não conseguiu debelar. 
O Padre Miguel Lencastre era, por natureza, uma pessoa disponível para todos, independentemente das cores políticas, sociais e religiosas de cada um. Bom conversador e excelente amigo, tinha no seu espírito o sentido da aliança com Jesus Cristo, Nossa Senhora e seu Santuário, mas também com as famílias e entre as pessoas. 
Conheci o Pe. Miguel enquanto braço-direito do Pe. Domingos e depois como pároco, exercendo o seu ministério com espírito renovador e, por isso, inovador, apostando, fortemente, na unidade paroquial com iniciativas que aproximassem os lugares da freguesia, tornando as pessoas solidárias. Quem não recorda as Minifeiras Populares, que decorriam no salão da igreja matriz, e a sua capacidade para liderar projetos que conduziram à construção das igrejas da Praia da Barra, Chave e Cale da Vila, sem esquecer as suas múltiplas tarefas que implementaram a entrada de Schoenstatt na nossa terra e na diocese de Aveiro, de onde saíram ramificações para outras dioceses. 
Porque me quero fixar mais no homem e presbítero que me abriu os olhos da mente ao sentido da Igreja Católica, lembro inúmeras conversas que mantivemos sobre o espírito da mensagem evangélica nas mais variadas partes do mundo, unidas tão-só pela espiritualidade que nos leva a amar o outro, independentemente das suas ideias políticas, sociais, culturais e religiosa, princípios que mantenho no dia a dia da minha vida. 
A sua ação entre nós, tão multifacetada ao nível cultural como abrangente ao nível social e religioso, deixou marcas indeléveis em muitos dos que com ele conviveram em ambientes humanos, onde a fraternidade ditava leis enriquecedoras. 
No seio maternal de Deus, o Pe. Miguel não se esquecerá de nós. 

Fernando Martins

Concerto da Filarmónica Gafanhense na Igreja Matriz


A música é conhecida, por muitos, como a rainha das artes. Eu concordo. Outros terão outros gostos. Também concordo. Olhando para os meus gostos, aconselho os meus amigos a assistirem ao concerto da Filarmónica Gafanhense.
Na defesa da minha tese, uma minha entrevistada adiantou: - Tudo é música; não apenas os sons e acordes dos instrumentos musicais, mas tudo: O falar, o cantar, o caminhar, a rajada do vento, a chuva a fustigar as janelas, o canto dos pássaros, o trovejar, o cantar do regato... - E se eu deixasse, ela continuaria a dar exemplos da música que nos envolve por todos os lados.

Não sei quem escreveu, mas é oportuno...



O tempo não pode ser segurado; a vida é uma tarefa a ser feita e que levamos para casa.
Quando vemos já são 18 horas.
Quando vemos é já sexta feira.
Quando vemos já terminou o mês.
Quando vemos já terminou um ano.
Quando vemos já passaram 50 ou 60 anos.
Quando vemos, nos damos conta de ter perdido um amigo.
Quando vemos, o amor de nossa vida parte e nos damos conta de que é tarde para voltar atrás...

Não pare de fazer alguma coisa que te dá prazer por falta de tempo, não pare de ter alguém ao seu lado ou de ter prazer na solidão.
Porque os teus filhos subitamente não serão mais teus e deverá fazer alguma coisa com o tempo que sobrar.

Tenta eliminar o “depois”...
Depois te ligo...
Depois eu faço...
Depois eu falo...
Depois eu mudo...
Penso nisso depois...

Deixamos tudo para depois, como se o depois fosse melhor, porque não entendemos que:
Depois, o café esfria...
Depois, a prioridade muda...
Depois, o encanto se perde...
Depois, o cedo se transforma em tarde...
Depois, a melancolia passa...
Depois, as coisas mudam...
Depois, os filhos crescem...
Depois, a gente envelhece...
Depois, as promessas são esquecidas...
Depois, o dia vira noite...
Depois, a vida acaba...

Não deixe nada para depois porque na espera do depois se pode perder os melhores momentos, as melhores experiências, os melhores amigos , os melhores amores ...

Lembre-se que o depois pode ser tarde.
O dia é hoje, não estamos mais na idade em que é permitido postergar.
Talvez tenha tempo para ler e depois compartilhar esta mensagem ou talvez deixar para...”depois”

Sempre unidos:
Sempre juntos...
Sempre fraternos...
Sempre amigos...


(Passe aos seus melhores amigos; não depois... Agora!)

domingo, 12 de janeiro de 2020

Os Reis adoraram o Menino e regressaram aos seus países

A Sagrada Família

Reis adoram o Menino

Cumprindo a tradição, os Reis Magos com seus séquitos puseram-se a caminho, guiados por uma estrela, para adorarem o Deus-Menino que havia nascido em Belém de Judá. A viagem teria sido longa e morosa, com obstáculos conhecidos, uns, e desconhecidos, outros. Um deles foi a visita ao rei Herodes que lhes manifestou o desejo de se encontrar com o Menino, para lhe prestar as suas homenagens. Os Reis Magos, percebendo a sua astúcia, trocaram-lhe as voltas e regressaram às suas terras, por outros caminhos, depois de oferecerem presentes ao Menino.


Cantaras e Reis

Trajes

Cantoras
Hoje, domingo, 12 de janeiro, os Reis Magos percorreram a última etapa, já na Gafanha da Nazaré, culminando na igreja Matriz. E durante o percurso, o povo cantou, dançou e apresentou autos natalícios, todos trajando à moda antiga, com o intuito de mostrar, às novas gerações, herdeiros de um povo que domou dunas estéreis tornando-as férteis, como era a fé e o viver das gentes gafanhoas. 
Ao som de cânticos melodiosos, cujos autores não são conhecidos, Reis e povo entraram na matriz. Esperava-os Nossa Senhora, com o seu Menino, e São José. 
Um pastor saudou-os, com alegria: «Senhora, tu deves ser uma rainha porque o Anjo do Céu manda adorar o teu Filho; aceita estes pobres dons que vêm depositar a teus pés estes simples pastores. A pequenez dos nossos dons é suprida pela boa vontade com que os trazemos.»

Fernanda Vilarinho



E uma pastora acrescentou: «Oh Mãe de Deus! Branca como as eternas neves de Ararat é a cor deste cordeirinho que trago ao meu Senhor. Macio como os cabelos de Absalão é a lã que envolve as suas delicadas carnes. Puro como o sorriso dos teus lábios, doce como o olhar dos seus olhos é o seu coração.» O pastor e a pastora continuaram a manifestar as suas saudações, na presença dos Reis que ofertaram «Ouro como a um Príncipe, Mirra como a um Homem, Incenso como a um Deus».
Nossa Senhora aceitou, em nome do seu adorado Filho, «com lágrimas de gratidão», os presentes oferecidos pelos Reis Magos, que representavam os povos da terra e os sábios dos seus tempos. 
Fernanda Vilarinho manifestou a sua satisfação por mais uma vez participar no Cortejo dos Reis: «Vim cumprir uma tradição para não deixar esquecer o que os nossos pais e avós nos legaram, mas também para conviver com toda a gente.» E disse que sempre se viu envolvida nesta festa. Frisou, contudo, que o Cortejo dos Reis «é sempre bem acolhido pelos mais velhos», mas que os mais novos «ainda não aderiram; pode ser que isto não morra».



Lucílio e Pedro




Pedro Oliveira evocou o seu avô Caçoilo que foi o mentor da organização do Cortejo, levando toda a família a colaborar. E sublinhou: «A minha avó Júlia, a minha mãe, Maria, e tias, Vitória e Aurélia, confecionaram as indumentárias para os autos, nomeadamente, do Palácio do Rei Herodes; a tia Aurélia foi o primeiro Anjo do Cortejo.» 
Lucílio Marçalo anda nisto desde menino e pensa que as tradições são para cumprir. «Às vezes digo que não venho, mas quando chega a altura não posso fugir a esta festa», disse. Reconheceu, porém, que «a malta mais nova ainda não criou este hábito de participar, mas a altura disso acontecer pode surgir a qualquer momento». 
O leilão dos presentes aconteceu durante a tarde, no salão Mãe do Redentor. 


Fernando Martins
l

Conflito entre os EUA e o Irão?

Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO


«Apesar das dificuldades da mediação desejada, não é algo que esteja fora da melhor tradição vaticana.»


1. O sistema eleitoral dos EUA deu o poder a Donald Trump, mas não é esse sistema que lhe dá um poder absoluto. Entretanto, ele já manifestou que a sua vontade de manipulação e de arbitrariedade não tem limites. Vale tudo para atingir os seus perversos objectivos e sem qualquer respeito pela lei internacional. Depois do assassínio de Qassem Soleimani, ameaça bombardear o Património da Humanidade no Irão.
Há quem diga que D. Trump, em vez de neutralizar os objectivos e os métodos do terrorismo, tornou-se ele próprio um terrorista, com a agravante de dispor de recursos da maior potência mundial que se tornou responsável pela desordem incontrolável do Médio Oriente.
Parece que não existem apenas líderes burocratas e carismáticos. Existem também os asnáticos e os satânicos. Da ganância e da vontade de dominação do outro nascem todas as formas de diferenciar e potenciar a violência. As pulsões do desejo de provocar e dominar o outro deveriam ser dominadas pela cultura do reconhecimento mútuo. Fora deste horizonte, não se vê limite à escalada da violência. Dizem todos que não querem a guerra, mas fazem-na.
Da Grécia herdamos a beleza e a filosofia, de Roma herdamos o direito e do Cristianismo essencial recebemos a convicção de que o ser humano não tem preço. É valor incalculável. Como escreveu Teixeira de Pascoaes, “basta a miséria de um desgraçado, para que todos nós sejamos miseráveis”. Não esperemos que o próximo se torne bom para lhe fazer bem, como diz o Papa Francisco.

A pessoa e a dinâmica religiosa (1)

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


"O Homem é o animal que pergunta pelo seu ser e pelo ser. A razão humana não cria a partir do nada."

O que é a religião? O que deve entender-se por pessoa religiosa? Onde se fundamenta a religião? Qual é o dinamismo que está na base das religiões? Porque há religião/religiões?
Toda a religião tem que ver com a ética e também com a estética. Hegel viu bem quando afirmou que a arte, a religião e a filosofia estão referidas ao Absoluto. A pergunta é, como escreveu o filósofo J. Gómez Caffarena, se a ética, a estética e a filosofia acabarão por absorver a religião, como já insinuava Goethe: "Quem tem arte (e moral e filosofia) tem religião; quem a não tem, que tenha religião."
Segundo Lucrécio, "o medo criou os deuses". Desde então, isso tem sido repetido, acrescentando a ignorância e a impotência, de tal modo que, com o avanço da ciência e da técnica, a religião acabaria por ser superada e desaparecer. Será, porém, verdade que na génese da religião estão o medo, a ignorância e a impotência? Ninguém poderá negá-lo. A questão é saber se esses são os únicos e decisivos factores e de que modo actuam.
De facto, não é a limitação enquanto tal que está na base da religião, mas a consciência da limitação. Na consciência da finitude, que tem a sua máxima expressão na consciência da mortalidade, o homem transcende o limite e articula um mundo simbólico de esperança de sentido último e salvação. Como disse Hegel, a verdade do finito encontra-se no Infinito, e Kant viu bem ao referir a religião à esperança de um sentido final. Segundo ele, o interesse da filosofia pode reduzir-se às seguintes perguntas: "O que posso saber? O que devo fazer? O que me é permitido esperar? O que é o Homem? À primeira pergunta responde a metafísica, à segunda a moral, à terceira a religião e à quarta a antropologia." Assim, é possível que a ciência e a técnica obscureçam a força do apelo religioso. Mas, permanecendo a finitude e a sua consciência, há-de erguer-se sempre a pergunta pelo Fundamento e Sentido últimos.

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