sexta-feira, 2 de março de 2018

AMEAÇAS PARA A HUMANIDADE

Anselmo Borges
Anselmo Borges 

A história da humanidade é feita de êxitos e fracassos, avanços e recuos, conquistas e derrotas, guerras e algum tempo de paz, esperanças e ameaças.
A novidade das ameaças, hoje, é que são globais. Numa obra lúcida, acessível, L"Humanité. Apothéose ou apocalypse?, com contributos de pensadores de vários horizontes e dando uma panorâmica do que está em jogo no século XXI, J.-L. Servan-Schreiber, optimista quanto ao futuro, apresenta também algumas dessas ameaças, obrigando a reflectir. Sintetizo.

1. Aquecimento global. Uma ameaça que todos têm presente: o aquecimento climático. Apesar da oposição de Trump e de as medidas concretas não serem suficientes, cresce a consciência do problema, que é realmente dramático.

2. Excesso de população. E a questão é que o crescimento da população se dará sobretudo nas regiões mais pobres, desencadeando ondas de emigrantes a fugir da miséria. Por outro lado, o envelhecimento das populações trará problemas explosivos para a saúde.

O CORPO DE JESUS É O NOVO TEMPLO DE DEUS. ACREDITA!

Georgino Rocha

Georgino Rocha


Jesus não pára de surpreender. Tal é a vontade de dar a conhecer a novidade de que é portador e, neste domingo, se condensa na singular relação com Deus que se realizará no seu corpo. Como bom judeu, vive a religião do seu povo, observa preceitos e tradições, vai ao culto na sinagoga, faz visitas ao templo de Jerusalém. Por meio destas atitudes, expressa a sua especial comunhão com Deus e solidariza-se com os fiéis devotos, examina o valor dos ritos e dá conta da incoerência de certos comportamentos humanos. Ouve os mestres a darem explicações da Palavra, a Torá e os Profetas, ousa fazer perguntas e vai construindo uma visão complementar, alternativa (Lc 2, 46-50).

“Aproximava-se a festa da Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém”, informa João o autor do relato que estamos a meditar; relato que surge após o episódio das bodas de Caná e antes da conversa com Nicodemos; relato que desvenda, ainda que suavemente, a novidade pascal que revestirá o seu corpo glorificado, o novo e definitivo templo de Deus. Os outros evangelistas colocam a cena da expulsão dos comerciantes e cambistas e da purificação do templo mais à-frente e realçam a sua relação com a prisão e o processo que se segue.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

EM HORA DE SILÊNCIOS


Tenho andado, há uns tempos para cá, a cultivar o silêncio. Direi mesmo silêncios, porque os há na minha vida. E a Quaresma é uma ocasião propícia para isso. 
De alguma euforia no falar quando encontro amigos, passei a comedido no que tenho para dizer. Sei que me vai ser difícil levar a cabo esta experiência, mas considero importante dizer aos meus amigos que o treino me ajudará. E porquê esta decisão? Simplesmente porque atingi uma idade que me sugere reflexão e a opção pelo que é fundamental, em detrimento de banalidades que nos sufocam. 
Isto não significa que me isole, que fuja do mundo, que me afaste do que gosto e de quem gosto, que me transforme num eremita ou num frade de clausura. Nada disso. Quero simplesmente aproveitar o tempo olhando para o que fiz de bom e de menos bom, de passos que dei e que devia ter evitado, de amigos que criei e depois esqueci, de decisões que tomei e que não resultaram, do que não fiz e devia ter feito, do que fiz e não devia fazer. 
Por outro lado, tenho tanto que ler e reler, tanta atenção que devo aos que me cercam, tanta natureza para apreciar, tanto bem para espalhar pela palavra e pela escrita, tanto sonho para alcançar, tanta necessidade do transcendente e tanto para bendizer o tempo que tenho vivido. É isso. Vou ficar por aqui até Deus querer. Até um dia destes...

Fernando Martins

TOLENTINO MENDONÇA - Um intelectual a ter em conta

Tolentino Mendonça com o Papa 

Li, com gosto e sem pressas, o texto "Tolentino Mendonça. A vida do padre-poeta que orientou o retiro do Papa” de João Francisco Gomes, publicado no Observador. E resolvi editá-lo no meu blogue para o não perder de vista, já que o nosso dia a dia, cheio de desafios e de solicitações, leva-nos, imensas vezes, a trocar o essencial pelo banal. Assim, aqui guardado, terei mais facilmente acesso ao texto do jornalista daquele jornal online. José Tolentino Mendonça, um escritor e homem da cultura que bastante aprecio e leio, estará bem mais perto de mim, estando no meu blogue.

Porque será que a Alegria do Amor dá tanta tristeza

Frei Bento Domingues no PÚBLICO

Frei  Bento Domingues

1. A violenta controvérsia sobre os divorciados recasados e o seu acesso à comunhão eucarística continua a agitar as comunidades católicas de todo o mundo. Porque será? Não tenho resposta pronta a servir. O teólogo dominicano, Ignace Berten, escreveu um livro admirável para que ninguém caia nessa tentação[1]. Segue o método de transcrever os textos das posições mais típicas e só no final imite a sua bem informada perspectiva. Não lhe interessa, unicamente, discutir as três realidades acerca da família que foram objecto de questionamento e de controvérsia, sobretudo, as que dizem respeito à contracepção, que põem em causa a doutrina da Humanae Vitae, o acolhimento dos divorciados recasados pela igreja, o acesso à comunhão, os homossexuais e a relação homossexual.
Os debates mais vivos dizem respeito aos divorciados recasados. Têm sido os mais apaixonados e, por vezes, violentos.
João Paulo II, na sua exortação apostólica Familiaris consortio de 1981, no seguimento do primeiro Sínodo sobre a família (1980), excluía qualquer possibilidade de acesso à comunhão dos divorciados recasados, a não ser que se comprometessem a viver como irmão e irmã. Em certas dioceses existia uma pastoral desse estilo. No entanto, em meados dos anos 70, na Bélgica, já tinha nascido uma outra perspectiva pastoral. Em 1993, na Alemanha, alguns bispos promoveram de forma pública, uma pastoral de abertura. Em 1994, a Congregação para a Doutrina da Fé (GDF) interveio condenando essa prática e não podendo, nesses casos, fazer apelo à consciência.

Arquivo do blogue

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