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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Notas do meu diário: Pedofilia na Igreja e fora dela

O Papa está triste, mas é corajoso 
Os lobos espreitam famintos!

Tenho para mim que a erradicação da pedofilia na Igreja Católica e fora dela não será tarefa fácil. Eu sei que o clero está animado das melhores intenções para que aqueles crimes abomináveis não mais venham a acontecer na Igreja, em especial, e em todo o mundo, em geral. Mas quem ousará acusar os pedófilos, se não tiver provas concludentes de que, realmente, houve crime ou pressões sobre as crianças? As dificuldades de prova e o perigo de denúncias infundadas limitam a procura da verdade e, consequentemente, a condenação. 
Os pedófilos são tarados e criminosos convencidos de que são autores do crime perfeito. De modo que estou muito cético em relação à descoberta dos pedófilos com rostos de anjos… Enganam meio mundo para atingirem os seus hediondos fins. Penso que urge educar as crianças, desde tenra idade, com pais e professores atentos, no sentido de se evitar o pior. Os lobos espreitam famintos!
Fiquei muito chocado quando ouvi a declaração de que a Igreja Católica fez desaparecer processos relacionados com a pedofilia. O mal feito a crianças indefesas não teria importância? Os interesses da Igreja abafam os interesses das pessoas? E quem foram os responsáveis por isso? 
Foi anunciado que do Vaticano hão de surgir indicações concretas que ajudem os educadores no trabalho de casa que tem de ser feito, mas também que levem os bispos a prestar mais atenção aos comportamentos dos clérigos das suas dioceses. Porém,  também é verdade que toda a gente tem obrigações nesta como noutras matérias. 
Será altura de a Igreja repensar o celibato dos presbíteros e bispos? 

F. M.

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Anselmo Borges: Cimeira global histórica anti-abusos

Anselmo Borges

"Enfrentar o monstro da pedofilia 
na Igreja e em toda a parte"

1. Não conheço condenação mais dura e funda da pedofilia do que estas palavras de Jesus no Evangelho: “Deixai vir a mim as criancinhas”, e é preciso tornar-se como uma criança, “para entrar no Reino dos Céus”, porque elas são simples, inocentes, não discriminam. Imediatamente a seguir Jesus diz: “Ai de quem escandalizar uma criança. Era melhor atar-lhe a mó de um moinho ao pescoço e lançá-lo ao fundo do mar.” Não se pode fazer mal às crianças: elas são inocentes, elas não fazem mal (é esse o sentido de inocente, a partir do verbo nocere: causar dano, fazer mal, com o prefixo negativo in). 
É assim para todos e sempre. Mas isso vale de modo especial para a Igreja. E o que é que se passou, desgraçadamente? Foram milhares de menores e pessoas vulneráveis que foram abusados. Mesmo sabendo que o número de pedófilos é muito superior na família e noutras instituições, a gravidade da situação na Igreja é mais dramática. Por várias razões: as pessoas confiavam na Igreja quase sem condições, o que significa que houve uma traição a essa confiança, e o clero e os religiosos têm responsabilidades especiais. O mais execrável: abusou-se e, a seguir, ameaçou-se as crianças para que mantivessem silêncio, pois, de outro modo, cometiam pecado e até poderiam ir para o inferno. Isto é monstruoso, o cume da perversão. E houve bispos, superiores maiores, cardeais, que encobriram, pois preferiram salvaguardar a instituição Igreja, quando a sua obrigação é proteger as pessoas, mais ainda quando as vítimas são crianças. O Papa Francisco chamou a esta situação “abusos sexuais, de poder e de consciência”. Também diz, com razão, que a base é o “clericalismo”, julgar-se numa situação de superioridade sagrada e, por isso, intocável. Neste abismo, onde é que está a superioridade do exemplo, a única que é legítimo reclamar?