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domingo, 20 de novembro de 2022

Domingo sereno no Outono


De uma visita ao Porto

Estou resguardado em casa, por razões compreensíveis.  O tempo invernoso mantém-se, embora estejamos em pleno Outono. Sempre foi assim. A natureza, com todos os seus ritmos, vai-nos treinando para o que há-de vir. O Inverno, afinal, só chega em fins de Dezembro. Concretamente, no dia 21. Até lá, há que aproveitar o que de bom vai surgindo. Depois, não faltarão motivos para viver, que o ser humano, em especial, tem uma enorme capacidade de adaptação. E como é vontade nossa cultivar o otimismo, não haverá tempo a perder. A vida vale bem a pena ser vivida em plenitude. No Inverno como nas outras estações do ano.
Bom domingo para todos.

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Ares de Outono

Os ares de outono estão sempre prontos para se manifestarem. Podemos ter dias luminosos entre outros chuvosos, mas o Outono, com todas as suas marcas indeléveis, nunca se esconde.

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Ares de Outono


 Aos meus pés, na relva recentemente cortada e aparada, cai uma simples folha seca, qual retrato singular do Outono que se vai impondo. São Ares de Outono que no dia a dia nos dão sinais de morte, quando temos a certeza que a ressurreição estará sempre a acontecer.

terça-feira, 27 de setembro de 2022

OUTONO — O jasmim perdeu os seus adornos


O outono montou a sua tenda branca sobre os montes;
tiraram-lhes o tapete verdejante.
O ramo do jasmim perdeu os seus adornos
e a rósea olaia deixa cair as suas flores.
O pálido marmelo amarelece; a romã cora;
ó surpresa! terá um deles bebido o sangue do outro?
Os jardins estão assombrados por negros saltadores:
os negros corvos, com as suas vestes manchadas de pez.
Esses bailarinos do outono começaram a agitar-se;
as aves da primavera calaram os seus brancos concertos.
Amáveis servidores, para festejar o equinócio,
trazem os seus presentes ao afortunado príncipe.
E o longínquo mar encarregou a nuvem
de lhe lançar no trono, de presente, algumas pérolas.

Mo’ezzi (1084 – 1147) é um poeta persa

In Rosa do Mundo

Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Folha seca



O vento atirou a folha seca para o meu caminho no Jardim Oudinot. Sinal de um Outono frio e rosto de morte iminente. Aqui lhe dou vida para que nos alerte para o Outono da nossa existência. 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Outono desconfortável


Lá fora o frio. Chuva de vez em quando. O Sol esconde-se por trás das nuvens, ora escuras, ora esbranquiçadas e esfarrapadas. E por entre as esfarrapadas um raio de sol chega à janela do meu sótão e entra sorrateiro. Uma folha cai. A Nina percebe o regalo e aproveita. É a imagem flagrante desde Outono desconfortável. 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Um ar de sol



Em tempo outonal, com chuva persistente, um ar de sol entrou no meu quintal. Não aquece, de tão ténue ele ser, mas o ar da sua graça indicia que a esperança não morre.

sábado, 7 de novembro de 2020

O Outono em casa


O Outono mora cá em casa. A ideia partiu da Lita, um dia destes, quando cirandámos pelo Jardim Oudinot. Enquanto eu fotografava as paisagens circundantes, com ria e horizontes de perto e de longe, a Lita apreciava a natureza que por vezes nos passa ao lado. Folhas espalhadas pelo chão e um ramo verde que o vento arrancou seduziram-na. E em casa expos o seu Outono que aqui partilho. Bom fim de semana, com muita saúde e otimismo. Dias melhores hão de vir. 

domingo, 1 de novembro de 2020

Prenúncio de Inverno

Foto registada em Vouzela
 
O outono continua  para nosso consolo. Foi o que li neste momento: a natureza depenada e seca a contrastar com o verde persistente ao longe.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Outoniço


(Foto do meu arquivo)

«Outoniço»


Acordo hoje,
Nesta manhã que sendo linda
A mim, doente me parece.
Como as folhas das árvores que o Outono
empalidece.]
Olho o céu que se mostra, aqui, pequeno,
Sem lonjuras onde pouse o meu olhar
Além!
Estou triste, a olhar a minha gente deprimida
E eu, outoniço também.

Senos da Fonseca

Em Maresias, página 277

sábado, 26 de setembro de 2020

Na varanda das memórias

Fotografia de José Manuel Rodrigues em "Jardins de Cristal" da Câmara Municipal do Porto


NA VARANDA DAS MEMÓRIAS

O teu rosto na varanda das memórias
é feito de sol.

Sento-me no banco velho do jardim,
e há palavras novas que se vêm
sentar no meu regaço.

Um pássaro cansado de céu
pousa no muro do outono,
e os meus olhos voam até ao sul,
agitados e brilhantes, no sol
do teu sorriso.

Era o tempo das cerejas,
e a idade dos rios correndo
na euforia das tardes,
até ao mar das palavras quentes.

Elas diziam tanto…
nada dizendo, afinal.

Mas isso que era nada e era tudo
bastava para o pôr-do-sol ser
o horizonte dos teus olhos nos meus.
E as cerejas eram sempre rubras,
tão doces, tão maduras na idade.

A cerejeira já não existe,
mas eu permaneço na varanda.

Sentada no sossego das lembranças,
afago o sol no meu regaço,
o sorriso do teu rosto.

Turíbia

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Outono chegou de castanho

"Floresta" de Gustav Klint, pintor simbolista austríaco, (1862-1918) 
 

OUTONO chegou vestido de castanho e a tiritar de frio com  chuviscos a prenunciarem o que nos espera. Que seja bem-vindo neste meu entardecer da vida ainda carregada de sonhos. De olhos bem abertos e ouvidos à escuta, hei de ter ocasião para deste tempo outonal contar histórias e segredar desabafos misturados pela beleza das artes.

domingo, 22 de setembro de 2019

Outono é já amanhã


Regresso a casa nas vésperas do Outono. Dei pela chegada da estação das folhas que caem pela sensação de um friozinho a que não consigo ficar indiferente. Venha o Outono com as suas marcas que já conheço há décadas. E enquanto a roda do tempo girar para eu reviver é sinal de que estou em pleno uso da razão. 
Já tinha saudades da minha "palhota" e do que nela tenho vivido que a chegada, mesmo de curta ausência, me dá uma sensação de prazer interior muito grande. Que assim seja por muitos anos, são os meus desejos de amante da existência. 
E a vida, como antes, prossegue com espírito aberto ao mundo em contínua renovação,  cada minuto com a sua descoberta, com os seus sinais de aventura de uma humanidade que não parará na busca do progresso, que gostaríamos de felicidade plena para todos. 
Boas entradas no Outono. É já amanhã. 

Fernando Martins

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Soneto para este outono

Sou um cansaço que findou no sono 
Narciso Alves in “Para Além do Adeus”, p. 93 


                                              Sou um cansaço que findou no sono
                                              Da tarde triste em que morreu o dia
                                              E quando a noite o meu corpo acolhia
                                              O sol desceu do seu dourado trono.

                                              A doce paz nasceu desse abandono
                                              Mistura de mistério e nostalgia
                                              E, aos poucos, o meu ser desfalecia
                                              Como folha que tomba pelo Outono.

                                              A mansidão abraça-se ao sossego
                                              E eu fico numa luz, num aconchego
                                              Como nunca, em meus dias, eu vivi.

                                               O tempo foi passando devagar
                                               E não sendo eu capaz de me acordar
                                               Só então é que eu soube que morri.

                                                   Domingos Freire Cardoso

                                                   Do livro “Por entre poetas”

sábado, 27 de outubro de 2018

As folhas caem...



“As folhas caem e os preços também.” Esta frase, tão certa com o outono que nos cabe viver, está correta, à partida. É no outono que as folhas caem com o convite da natureza ao sono profundo das árvores, que se prolongará até à primavera, mas também é verdade que é nesta altura que os saldos nos permitem adquirir artigos a preços mais em conta. Pena é que este espírito não se prolongue por todo o ano. Mas as leis do comércio são assim. Em tempos de crise, para alguns, é bom aproveitar. No poupar é que está o ganho.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Canção de Outono de José Régio

(Rosa desfolhada da Rede Global)

CANÇÃO DE OUTONO

No jardim deserto,
Já Novembro perto,
Desfolhei as rosas últimas a dar,
Jóias maltratadas,
Rosas desfolhadas!
Só o seu perfume vai ficar no ar.

Recolhi versos
– Breves universos –
Que atirara ao vento para os espalhar.
Queimei-os, rasguei-os.
Secaram-me os seios…
Só rimas e ritmos vão ficar no ar.

Saudades, lembranças
De vãs esperanças,
Fiz covais no peito para os enterrar.
Nada mais me importa.
Fechem essa porta!
Só um pó doirado vai ficar no ar.

José Régio


No “Música Ligeira”

domingo, 14 de outubro de 2018

Um poema de Miguel Torga para este domingo




OUTONO


Outono.
(A palavra é cansada…)
Tudo a cair de sono,
Como se a vida fosse assim, parada!

Nem o verde inquieto duma folha!
O próprio sol, sem força e sem altura,
Olha
Dum céu sem luz e levedura.

Fria,
A cor sem nome duma vinha morta
Vem carregada de melancolia
Bater-me à porta.

Miguel Torga

Leiria, 11 de outubro de 1940,
em “Poesia Completa”

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Postal do Porto - Chuvas de outono

Manuel Olívio

Amigo

As primeiras chuvas de Outono recordam-me as viagens de bicicleta a caminho do velho Liceu de Aveiro… Tantas saudades.
Passaram-se os anos… À vida sucedeu o estudo…
Agora a Escola Antiga está a ser contestada… Surge a Escola Nova…
Praza a Deus que a reforma nos traga um clima de sossego e de trabalho onde, cada um, possa e queira estudar ou, melhor, preparar-se para a vida.
Não tenhamos ilusões. Por mais voltas que a roda dê, um jovem sentirá sempre o salto para as realidades da vida. A escola tem obrigações de lhe deixar o espírito aberto para essa adaptação.
Que os nossos estudantes saibam aproveitar tantas facilidades concedidas e continuem, como os outros, à procura de um mundo melhor!

Um abraço

Manuel

Nota: Este Postal do Porto foi publicado pelo meu familiar e amigo, Manuel Olívio da Rocha, no Timoneiro, em outubro de 1973. E como esta noite choveu, vem mesmo a propósito a sua publicação. Um abraço para o Manuel.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Ilha de Sama ou Ilha do Rebocho

Em dezembro de 2007, publiquei um texto que mereceu a atenção de amigos que muito prezo. Um deles, o Ângelo Ribau, já não está entre nós, embora continue connosco a sua memória. 


As tecnologias fazem por vezes quase o impossível. Na Gafanha da Nazaré, junto ao Porto de Pesca Longínqua, vê-se ao longe a célebre Ilha de Sama, também conhecida por Ilha do Rebocho. O que mal se vê ou vê mal a olho nu pode ser ampliado por qualquer razoável máquina fotográfica. O que fica, nesta fotografia, é uma imagem do abandono a que foi votada a ilha. A casa em ruínas dá a sensação de que é filha de guerra ou de puro esquecimento. Numa zona turística talvez a ilha pudesse ser devidamente aproveitada. Outrora foi propriedade agrícola, não sei se muito ou pouco produtiva. Mas tinha alguma vida. Hoje, está em agonia plena.
Presumo que continua na mesma. Não tive oportunidade de confirmar, mas vale a pena ler aqui as considerações então feitas no meu blogue, na altura noutra plataforma.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Outono - Entro na sala...

 Um poema de Maria Donzília Almeida


OUTONO

Entro na sala…

Se a turba se cala
Olho em frente….
Não fico indiferente
A árvore triste
Vai-se despindo…
O Outono persiste
E vai colorindo
De nova roupagem
A paisagem!
Tanta beleza
É com certeza
A despedida
Muito sentida
Da natureza!

Maria Donzília Almeida

22.10.09