Foto Pixabay |
sábado, 22 de abril de 2023
Dia Mundial da Terra
Dizer eu. Alguém livre
Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias
Uma antiga aluna, agora avó, enviava-me há dias um vídeo com o seu neto. É uma alegria comovedora ver aquele bebé a gesticular e a sorrir, agitando-se... Uma outra avó: "É uma emoção muito grande". E eu alegro-me também e reflicto: Estes bebés vão crescer, aos poucos vão tentar articular palavras, e muito lentamente, depois de se referirem a si como o menino, a menina ou pronunciando o seu nome, dizer "eu". Ao princípio sem consciência do que isso significa na sua grandeza, mas, depois, mais uma vez lentamente, com tom acentuado e afirmativo de autonomia...
Evidentemente, sempre em contraposição com o outro, um tu: afinal, há eu porque há tu, e a primeira tomada de consciência é mesmo a do tu, mas sempre numa interação e inter-relação permanentes. E num processo nunca verdadeiramente acabado...
E perguntamos: o que diz alguém, quando diz "eu", fazendo-o de forma autenticamente consciente? Afirma-se a si mesmo, a si mesma, como sujeito, autor/a das suas acções conscientes, centro pessoal responsável por elas, alguém referido a si mesmo, a si mesma, na abertura e em contraposição a tudo.
Mas, reflectindo, deparamos com observações perturbadoras. Por exemplo, pode acontecer que alguém adulto, ao olhar para si em miúdo, se veja de fora, apontando como que para um outro: aquele era eu, sou eu?
sexta-feira, 21 de abril de 2023
Medalha de Mérito Social para Cáritas da Gafanha da Nazaré

Fernando Faria, presidente da Cáritas Paroquial da Gafanha da Nazaré, recebeu das mãos do presidente da Câmara Municipal de Ílhavo a Medalha de Mérito Social – Acobreada, que distingue a ação do grupo católico caritativo.
Na sessão que decorreu na Casa da Cultura de Ílhavo, no dia 10 de abril (segunda-feira de Páscoa), foram também distinguidos a Casa do Povo da Gafanha da Nazaré, o jornal “O Ilhavense”, o arquiteto José Paradela (a título póstumo), o engenheiro civil Elias Oliveira, o velejador Renato Conde, o músico Henrique Portovedo, o operário da Vista Alegre Duarte Fradinho, o capitão António Marques da Silva e a Associação Cultural e Recreativa “Os Baldas”.
Felicito todos os agraciados, com votos de que os seus exemplos sejam seguidos por todos nós, cada um na sua área de intervenção.
Fonte: Jornal Timoneiro
quinta-feira, 20 de abril de 2023
Adília Lopes nasceu neste dia
Textos ensanguentados
ensanguentados
como feridas
Gralhas
ensanguentadas
Textos
gelados
como árvores
no Inverno
Textos
como árvores
cortadas
aos bocados
Textos
como lenha
Textos
como linho
Textos
brancos
como a noite
Textos
brancos
como a neve
Textos
sagrados
Textos
bifurcados
como ramos
Textos
unos
como troncos
Adília Lopes
In “Sur la croix”
Gralhas
ensanguentadas
Textos
gelados
como árvores
no Inverno
Textos
como árvores
cortadas
aos bocados
Textos
como lenha
Textos
como linho
Textos
brancos
como a noite
Textos
brancos
como a neve
Textos
sagrados
Textos
bifurcados
como ramos
Textos
unos
como troncos
Adília Lopes
In “Sur la croix”
É uma maravilha a ria de Aveiro!
"O canal segue até o mar, lá pr'a baixo, nem eu sei pr'a onde. E as margens respiram humildade e humidade; evolam-se dos pisos encharcados emanações salinas, veem-se fumos de casas que há um quarto de século abrigam heróis que refazem as areias em seiva, até darem rosas e pão, frutos e sombra – e, ao longe, com riscos de asas brancas de patos ou de gaivotas, esplendem as cidades: cidades agachadas que se fizeram a esforços que nenhum homem da Cidade é capaz de entender: cidades a que se chamam vilas, aldeias, lugares, praias de doce título e dulcíssima vida laboriosa: a Gafanha, mais Gafanha, S. Jacinto, a Murtosa, o Bunheiro, a Torreira. Os fundos cenográficos são recortados em bruma que não cabe nas paletas dos pintores: a Gralheira, o Caramulo, e adivinha-se o Buçaco na má vontade da manhã, que acordou sombria.
É uma maravilha a ria de Aveiro!"Norberto de Araújo
In Aveiro e o seu Distrito,
N.º 12
quarta-feira, 19 de abril de 2023
A nossa Ria vale quanto pesa
Quem navega pela NET cruza-se com o belo em cada esquina e fica a sonhar. Extasia-se e fica a remoer a ideia de que a beleza não mora à nossa volta. E então ansiamos por viagens que nos ponham frente a frente com paisagens, pessoas e monumentos exóticos. Puro engano. À nossa volta, se pensarmos bem, também há muito que ver e apreciar. Só que, não paramos, não olhamos, não contemplamos.
Contudo, não me canso de ouvir dizer, a amigos com quem me cruzo, de outras paisagens e ambientes, que a nossa Ria vale quanto pesa. É ampla, luminosa, transparente, navegável, nela se espelha o céu e reflete a lua. Também purifica o ar e refresca a alma. Que mais queremos?
Bispo de Aveiro: Abusos sexuais, nunca mais
Das Mensagens do Bispo de Aveiro
nas Celebrações Pascais
nas Celebrações Pascais
"A nossa Diocese de Aveiro compromete-se a tudo fazer para que estas situações dolorosas não voltem a acontecer no seio da comunidade cristã e reafirma, mais uma vez, “tolerância zero” para os abusos de menores e pessoas vulneráveis. Não é mais possível vivermos com este drama que afeta toda a sociedade e, de um modo particular, pessoas que deviam ser porto seguro para quem nos confia os seus filhos.
A Comissão Diocesana para a Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis irá desenvolver iniciativas de formação com sacerdotes, catequistas e responsáveis das Instituições de Solidariedade Social da área da Diocese, em ordem a aprofundar a sensibilização de todos para a relevância deste tema, de modo a prevenir possíveis abusos. Peço a vossa colaboração e participação ativa nesta causa que é fundamental para a credibilidade do Evangelho. A atenção às vítimas é fundamental na vida da Igreja e, concretamente, na nossa Diocese.
Tudo faremos para as ajudar a minorar o sofrimento causado pelos abusos dentro da Igreja. O pedido de perdão não terá sentido se não for acompanhado com iniciativas em ordem à prevenção dos abusos e não encobrimento dos abusadores (Missa Crismal)."
Correio do Vouga de 19 de Abril de 2023
Gafanha da Nazaré - Cidade há 22 anos
Cidade em 19 de Abril de 2001
O Decreto-lei n.º 32/2001, publicado no Diário da República de 12 de Julho do mesmo ano, foi aprovado pela Assembleia da República em 19 de Abril de 2001, registando em 7 de Junho desse ano a assinatura do Presidente da República, Jorge Sampaio.
O povo comemorou a elevação a cidade com muita alegria, precisamente no dia da aprovação pelo Parlamento do desejo das autoridades e de quantos sentem esta terra como sua. A legitimidade popular consagrou essa data, 19 de Abril, como data de festa, sobrepondo-se à assinatura do Presidente da República.
Este título de cidade colocou a nossa terra com mais propriedade nos mapas e roteiros. Mas se é verdade que o hábito não faz o monge, temos de reconhecer que pode dar uma ajuda. Como cidade, passou a reivindicar infraestruturas mais consentâneas com esse título, podendo os gafanhões assumir este acontecimento como marco histórico da sua identidade, como cidadãos de pleno direito.
Fernando Martins
Milagre das Gafanhas
«Algas e peixe podre para enterrar, Iodo para impermeabilizar o fundo da regadeira, e aí está a comedoria que serviu de mantença ao milagre das Gafanhas – tapetes infinitos de verdura, alfobres de pão para a fome dos homens e de bandeiras floridas para voracidade dos bois ruminar nos invernos desolados...
Com enxadões desmedidos fazem surribas que vão ao centro da Terra! Nasce-lhe água sob os pés descalços, água salobra que pode meter medo à puerícia da novidade mas que, no final de contas, a acaricia com desvelos de ama de leite. E, só depois, é que vem a tarefa de incorporar, na terra remexida até ao tutano, o moliço que, com o suor adstringente do rosto, arrancam do fundo gordo dos canais e deixam ficar no areal da borda, durante o tempo necessário para lhe corrigir o tempero excessivo.
Vejo-os, como brinquedos, os moliceiros, a flutuar à flor das marolas, ou, preguiçosos, sobre o espelho das águas, e sinto o drama da terra faminta de matéria orgânica a escancarar a bocarra num esgar hiante para o trabalho duro destes homens obstinados que nunca desanimaram ante a negativa hostil da duna que, na sua nudez desoladora, nada prometia em troca.
A humanização da paisagem de Aveiro sugere qualquer coisa de actividade lúdica, de esforço manobrado pela mão da inocência criadora da infância que se compraz em regalar os olhos com o produto da sua energia. O pragmatismo, aqui, surge corroborado por uma moldura doirada de beleza e aconchegado pelo calor de uma visão que amacia o sensório.»
Frederico de Moura
Texto e foto da Revista Aveiro e o seu Distrito, N.º 5
terça-feira, 18 de abril de 2023
Antero de Quental nasceu neste dia
Espírito que passas, quando o vento
Adormece no mar e surge a Lua,
Filho esquivo da noite que flutua,
Tu só entendes bem o meu tormento...
Como um canto longínquo - triste e lento -
Que voga e sutilmente se insinua,
Sobre o meu coração que tumultua,
Tu vestes pouco a pouco o esquecimento...
A ti confio o sonho em que me leva
Um instinto de luz, rompendo a treva,
Buscando. entre visões, o eterno Bem.
E tu entendes o meu mal sem nome,
A febre de Ideal, que me consome,
Tu só, Gênio da Noite, e mais ninguém!
Adormece no mar e surge a Lua,
Filho esquivo da noite que flutua,
Tu só entendes bem o meu tormento...
Como um canto longínquo - triste e lento -
Que voga e sutilmente se insinua,
Sobre o meu coração que tumultua,
Tu vestes pouco a pouco o esquecimento...
A ti confio o sonho em que me leva
Um instinto de luz, rompendo a treva,
Buscando. entre visões, o eterno Bem.
E tu entendes o meu mal sem nome,
A febre de Ideal, que me consome,
Tu só, Gênio da Noite, e mais ninguém!
Antero Quental nasceu em 18 de Abril de 1842 em Ponta Delgada.
segunda-feira, 17 de abril de 2023
Banco para contemplar o mar
O banco não está ali para decorar o espaço. Ele serve bem para que os transeuntes possam sentar-se. Dali, tranquilamente, pode contemplar-se o nosso mar.
A grande mentira
Crónica de Bento Domingues
Os temas litúrgicos não podem esquecer as condições pessoais e sociais da sua verdade ou da sua grande mentira.
no PÚBLICO

1. Não sou historiador do processo da reforma litúrgica desencadeada por Pio XII, em 1946, de forma mais ou menos clandestina para não ter de enfrentar aqueles que, perante qualquer reforma, levantam o muro da repetição do passado: sempre assim foi, sempre assim será. Essa tendência ainda não foi completamente vencida, mas é legítimo dizer que, a partir de 1955, tornou-se irreversível a chamada Reforma da Semana Santa de Pio XII e continuada por João XXIII (1962). Não foi por acaso que o primeiro documento aprovado, no Vaticano II, foi o Sacrosanctum concilium, sobre a Liturgia (4/12/1963). Não sou historiador, mas fui testemunha entusiasta desta reforma.
domingo, 16 de abril de 2023
Paz saborosa
Cadeira que me espera
O verde que me envolve
No sítio em que estou sentado também ouço o chilrear da passarada que habita por aqui. É uma paz, apesar de tudo, usufruir de um ambiente como este. Agora ouço o chilrear de um pássaro que não pára um segundo. Que pedirá ele? Chilreia por chilrear? Ou estará a chamar alguém? Ou o seu chilreio será algum aviso para a filharada que deve andar a brincar neste dia de sol maravilhoso?
O nosso quintal, com árvores de fruto, arbustos, cada um com sua cor e flores, cria na alma uma paz inexplicável.
Bom domingo para toda a gente.
Um dia lindo!
Aí está, para nosso regalo, um dia lindo. O sol brilha e, para já, garante um domingo que permite boa disposição a quem passou por um inverno agreste. As crianças e os idosos são os que mais sofrem. Os outros, talvez porque andam sempre a ligar, vão suportando os dias invernais.
Hoje é domingo e já ouvi cá em casa que temos de aproveitar este sol para espairecer. Isto quer dizer que é preciso sair de casa para apanhar sol, sentindo o ar puro e benfazejo da natureza. Estou pronto, neste domingo, 16 de Abril. E o 25 de Abril está a chegar!
ESCUTISMO - Promessas na Eucaristia das 19 horas
Ontem, sábado, na Eucaristia das 19 horas, encontrei a Igreja matriz da nossa paróquia, Gafanha da Nazaré, completamente cheia, com o Grupo Coral instalado no coro. Sinal evidente de festa. O agrupamento n.º 588 do CNE (Corpo Nacional de Escutas) apresentava jovens, meninos e meninas para a cerimónia das Promessas, seguindo o ritual habitual e repleto de significado.
O chefe do Agrupamento, João Vilarinho, antes de desejar “boa caça” a todos os escuteiros e aos que iam assumir compromissos, lembrou que a cada um de nós foi dado o poder de “transformar o mundo”, utilizando todas as ferramentas que “estão ao nosso alcance”, para, como BP (Baden-Powell) ensina, podermos “deixar um mundo melhor”.
Em vários momentos, o nosso prior, P.e César, disse que cabe a todos “fazer do escutismo um espaço seguro e harmonioso, um espaço onde se faça a experiência da fé e do amor aos outros e à natureza”. E frisou: “Sem a referência a Deus, a humanidade perde o sentido da eternidade".
Como Assistente Religioso que fui, por convite do nosso prior de há anos, P.e Miguel Lencastre, evoquei nesta cerimónia a alegria e o sentido de comunidade dos escuteiros de então, repetido hoje.
Além dos nossos escuteiro, pais e familiares, participaram também amigos e entidades oficiais, nomeadamente, o presidente da CMI, João Campolargo, e o presidente da Junta de Freguesia, Carlos Rocha.
Desejo que o Agrupamento 588 prossiga com entusiasmo a sua missão entre nós.
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