sábado, 16 de setembro de 2006

As minhas reportagens

PASTOR JOÃO NETO,
PRESIDENTE DO CENTRO
SOCIAL DA COVA E GALA,
PROPÕE:
'Não fazermos sozinhos
o que pudermos fazer juntos'
Cova e Gala são duas povoações da freguesia de S. Pedro, na Figueira da Foz. Ficam do outro lado do rio, logo depois da Ponte dos Arcos. E se hoje são terras airosas, com progresso visível, há meio século eram simplesmente duas aldeias piscatórias, esquecidas pelos poderes políticos e económicos e com inúmeras carências, como que à espera de quem ajudasse as suas gentes. Foi o que aconteceu, em 1960, quando João Neto, pastor da Igreja Evangélica Presbiteriana, assume o seu trabalho pastoral na Figueira da Foz, com responsabilidades na assistência a pequenas comunidades circunvizinhas. Nos primeiros contactos, apercebe-se das diversas dificuldades que atormentam as pessoas, tendo tomado consciência de que, “se a Igreja Presbiteriana queria cumprir a sua missão, tinha de actuar corajosamente”. Daí nasceu o “Projecto de Desenvolvimento da Cova e Gala”, matriz do actual Centro Social, que tem como fins principais implementar acções do âmbito da segurança social, “nomeadamente nas áreas comunidade, família, terceira idade, invalidez e reabilitação”, como sublinha o pastor João Neto ao SOLIDARIEDADE.
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Leia mais no SOLIDARIEDADE

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Visita do Papa à Alemanha

Aura Miguel faz balanço da visita de Bento XVI à Alemanha
A deslocação teve, naturalmente, uma dimensão espiritual. Foi um regresso às origens de Joseph Ratzinger, aos locais onde nasceu, cresceu e consolidou a Fé, a sublinhar que o sucessor de Pedro é um homem como outro qualquer: com sentimentos, fortes laços familiares, preferências de amizades e lugares de memória. Mas esta viagem abriu também novos horizontes quanto aos ensinamentos de Bento XVI. Se no início do Pontificado o Papa alertou o mundo para os riscos de uma "ditadura do relativismo", fazendo até o seu diagnóstico, agora na Alemanha o Papa foi ainda mais profundo. Talvez por a Igreja Católica alemã não estar na melhor forma, a braços com uma profunda secularização, que no fundo é o espelho da Europa, Bento XVI afirmou que o Ocidente está, há muito, ameaçado pela falta de respeito pelo sagrado, pela redução da razão ao estritamente científico e pelo abuso do direito à liberdade, que leva, inclusivamente, a ridicularizar o sagrado. Patologias e doenças mortais da razão e da religião, disse o Papa, que levam à destruição da imagem de Deus por causa do ódio ou da violência, e que põem em perigo a Humanidade. Bento XVI apelou à coragem, para que o Ocidente se abra à grandeza da razão, sem cancelar as questões fundamentais da vida e para regressar ao respeito pelo Sagrado e pelo temor de Deus.
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In RR, citada por Ecclesia

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Imagens da Ria

A RIA DE AVEIRO
Deixem-me ir hoje, no meu rico vagar, pela estrada que de Aveiro vai ter à Barra. A começar nas Pirâmides. Mas antes de lançar pés à suavíssima marcha, esperemos que avance e que passe uma vela que se mostrou ao longe, vinda certamente com pescaria miúda das costas de São Jacinto em demanda do nosso canal. Já se distinguem perfeitamente os clássicos e variados remendos do pano: um xadrez, meus amigos, um verdadeiro xadrez! À escota vem um marnoto de idade, de ceroilas curtas, nem chegam aos joelhos: de camisola azul ferrete, grossa como uma tábua, grossa como um cortiço, aberta à boca do peito; de carapuço de lã na cabeça, com a ponta derrubada para a nuca e terminada por uma bolinha. — Linda manobra, sim senhora, linda manobra. — Pois c’anté! — responde o velho, descobrindo a venerável cabeça. A estrada não é muito larga nem dá muitas voltas para chegar ao seu aprazível e benfazejo destino: mas de ambos os lados tem uma renda finíssima de tamargueiras que mergulham os troncos na água e que se vêem surgir na maré-baixa, de entre os calhaus arroxados e humedeci­dos da margem. Nestas alturas, não há remédio senão poisar a pena durante um momento e coçar a cabeça! Olha-se para um lado: água, muita água, brisas, espumas, velas, barcos, moinhos, areia e sol! Olha-se para o outro lado: tabuleiros de cristal, montinhos brancos expostos ao tempo, marinhas, marnotos e salineiras, a planície, a imensidade, e no fundo, no extremo horizonte, a sombra quase imperceptível, a divina moldura dos pinheirais! Olha-se para trás: a cidade: Alto! Ali não se distingue, ali não se aponta para nada: é a cidade, é Aveiro! Nestas doces ocupações do espírito vai-se chegando, sem dar por ela, à ponte da Gafanha. Dizem que é uma ponte velha, feia, indigna dos nossos tempos; mas eu, se fosse milionário, comprava a peso da oiro a consolação de sentir neste momento debaixo dos pés as pranchas carcomidas do seu tabuleiro. Agora começam casinhas baixas à beira da rua e, na areia amoliçada, semeadura às mãos cheias: milho, feijão, batata, abóboras, pinheiros! Eram dez horas da manhã de 20 de Julho de 1909. Que estava eu a fazer em casa, taciturno, pasmado?! Fugi para aqui, vim passar a minha agonia para estas areias onde a Providência não me negaria com certeza o seu anjo de consolação! A Barra! O Forte! A Ronca! A Capela! Eu já disse Missa naquela ermida. A meio da Missa ateou-se um ramo seco que deitou uma chama enorme; e um doido manso que estava presente, o Julinho de Esgueira, exclamou aterrado no meio da assembleia: — Ai Portugal, que te vais à vela! Lima Vidal (Lições da Natureza e dos Homens, Coimbra, 1914) Transcrito do Boletim Municipal de Aveiro, Ano II, 1984, nº 4 Nota: Lima Vidal é D. João Evangelista de Lima Vidal, primeiro bispo da restaurada Diocese de Aveiro.
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Foto do livro "Aveiro, cidade de água, sal, argila e luz", edição da CMA

Um exemplo de disponibilidade

Padre João Gonçalves
termina missão
na Glória O Padre João Gonçalves terminou a sua missão na paróquia da Glória, Sé de Aveiro, passando a viver mais para a pastoral sociocaritativa, incluindo a pastoral das cadeias, de que é coordenador nacional. Afinal, assume tarefas para as quais também está fortemente vocacionado. Quem vive em Aveiro e pela cidade passa, tanto no âmbito eclesial como social, mas não só, conhece forçosamente o Padre João, um gafanhão da Gafanha do Carmo que desde a ordenação começou a trabalhar na paróquia da Glória, de que foi prior 29 anos. Conheço o Padre João desde sempre e sempre admirei o seu testemunho de homem de Deus e da Igreja, com uma dedicação sem limites às missões que lhe foram atribuídas. Homem de sorriso aberto, de humor sadio, de luta pela defesa dos mais carentes, de atenção aos que mais precisam de uma palavra amiga, de um conselho oportuno, de uma pista de vida assente nos valores cristão. Quando podia, passava pela Sé para ouvir as suas homilias. Com palavras simples, abria os participantes aos valores evangélicos, apontava caminhos de bem e de verdade, alertava para o perigo do comodismo que nos torna frios e indiferentes aos que mais sofrem. Quando a ele me dirigia, na busca de qualquer colaboração ou sugestão, o Padre João mostrava uma disponibilidade muito grande para me ouvir e ajudar. Disponibilidade para ouvir, sem mostrar enfado nem pressas. Porque o seu sacerdócio foi assim mesmo. E tenho mesmo a certeza de que vai continuar, agora que deixa a paróquia da Glória, ainda com mais tempo para ouvir quem precisa de falar e de ser ouvido. Fernando Martins

Um artigo de D. António Marcelino

Quando os jovens
alinham depressa....
Vamos entrar, de novo, numa campanha onde, dificilmente, as pessoas se vão ouvir umas às outras, a tal ponto pensam que têm a razão toda e o que é preciso é falar mais alto para abafar os contrários e que ninguém os possa ouvir, nem a eles, nem às suas razões.
Os jornais já noticiaram que o aborto vai agora ao Parlamento pela mão do PS. Depois, o referendo, como motivo de fidelidade a promessas feitas e parece que a exigências de leis e de clientela.
Em Julho passado, com esta perspectiva no horizonte, o novo líder da Juventude Socialista disse, e os jornais fizeram eco com chamada de primeira página, que o aborto é o “combate da sua vida da JS”.
Por mais que se tente embrulhar tal propósito em papel colorido e bem perfumado, ele aparece sempre, de facto, como o combate da vida de gente nova e sonhadora. Motivo de pouca esperança para a parte da nação que espera alguma coisa de novo e sério dos jovens militantes do partido.
Da gente nova, qualquer que seja a sua cor partidária, temos direito a esperar, tal o investimento que nela se faz à custa de todos nós, sonhos e projectos de vida, luta empenhada pela justiça social e pelo bem comum, compromisso nas causas sociais mais nobres, aquelas que não envelhecem com o tempo, nem com as cores partidárias. Temos direito a esperar alguma rebeldia sadia, em relação a tudo quanto dignifica as pessoas e as torna mais livres para seu bem e em sociedade. Direito a esperar um não alinhamento em causas onde há mais emoções que razões, uma maior abertura na procura de soluções para os problemas sociais mais graves e para a defesa dos direitos que nivelam por cima e são de todos.
A causa da vida nunca se resolverá com soluções de morte, nem com emoções voluntariosas. O respeito pelas pessoas em situações dolorosas, não se identifica fazendo coro cego com grupos de pressão minoritários.
Quando os jovens deixam de pensar os problemas da sociedade e entram no seguidismo de um pensamento unidimensional, que outros acriticamente lhes propõem ou impõem, facilmente se fecham os horizontes necessários da vida, onde a humanização e a dignificação da pessoa humana deixa de ser uma simples palavra, para se tornar um compromisso social inalienável.
Mal vai quando os voos da gente nova são voos das aves de capoeira. A gente nova prima pela utopia, pelo sonho sem limites, pela ânsia de resolver depressa todos os problemas humanos e sociais, pelo não deixar que alguém lhes corte as asas ou lhes mate os sonhos.
As juventudes partidárias alinham depressa de mais. O tempo actual favorece, lamentavelmente, esta atitude. Porém, é preciso denunciar o tempo que não deixa crescer ou reduz a vida a interesses imediatos de carreira social ou política. Ao colo, pela mão ou de olhos fechados e mente preguiçosa, ninguém vai muito longe. O país precisa de jovens que não envelheçam antes do tempo e cultivem projectos com horizontes largos e fascinantes. Não creio que esteja entre estes o aborto, muito menos como o grande combate de uma vida jovem.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

JACINTA EM DIGRESSÃO PELO PAÍS

Jacinta inicia
digressão em Viseu
a 4 de Outubro
A cantora portuguesa de jazz Jacinta, natural da Gafanha da Nazaré, começa no próximo dia 4 de Outubro, em Viseu, a digressão de apresentação do último álbum «Day Dream». A cantora vai percorrer o país durante dois meses. Depois de Viseu, Famalicão (dia 6), Marinha Grande (dia 7) e Aveiro, no dia 11, vão receber Jacinta em concerto pelas 21:30 horas. Depois de uma passagem no dia 27 de Outubro pelos Açores, Ponta Delgada, a cantora vai estar em Portalegre no dia 28. Em Novembro a digressão vai passar pela Guarda (dia 4), Évora (dia 14) e no dia 24 em Lisboa, entre outras cidades. Dois meses depois do início do périplo pelo país, Jacinta termina a digressão no Porto, no dia 2 de Dezembro. «Day Dream» foi produzido por Greg Osby e já conquistou a platina de ouro.

Luta contra a corrupção

Lei que prevê punição
de clubes por corrupção
deve entrar em vigor em 2007
O diploma que prevê a responsabilização de pessoas colectivas no âmbito da corrupção desportiva, como os clubes, deve entrar em vigor no início do próximo ano, anunciou o coordenador da Unidade de Missão para a Reforma Penal (UMRP), Rui Pereira. Rui Pereira disse que "a aprovação do diploma, pela Assembleia da República ou pelo Governo, deverá estar concluída até ao final do ano, podendo entrar em vigor no próximo ano".
Pela primeira vez em Portugal será possível julgar clubes e outras associações desportivas pelos crimes de corrupção, à semelhança do que já acontece noutros países da União Europeia. Actualmente, a lei portuguesa prevê apenas a punição de pessoas singulares.
Segundo Rui Pereira, a nova legislação sobre penalizações para a corrupção desportiva tem por base dois motivos: a revisão do Código Penal e a necessidade de adaptação ao mesmo, assim como a opinião do constitucionalista Gomes Canotilho, para quem o decreto-lei de 1991 sobre corrupção desportiva é inconstitucional.
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Leia mais em PÚBLICO
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Como vai o nosso atraso...
Vejam bem como vai o nosso atraso. Só agora é que acordamos para a necessidade de julgar e condenar os corruptos ao nível do desporto...
Até aqui, pelos vistos, não tem havido possibilidades de actuar para impedir a corrupção no mundo desportivo. Daí que alguns clubes, através dos seus dirigentes sem escrúpulos, tenham beneficiado das benesses de ter árbitros escolhidos pelo telefone (a dar fé no que tem vindo a lume), com prejuízo para a verdade desportiva. E o mais curioso é que os dirigentes visados, ao abrigo do princípio que defende a presunção de inocência até ao juldamento, continuam, por isso, nos mesmo cargos, sem qualquer sinal de vergonha. É pena.
F.M.

ENTRE A RIA E O MAR

Numa sociedade como a nossa, que vive cada vez mais limitada a espaços fechados, é sempre bom procurar a natureza. Na Praia da Barra, próximo da antiga ligação, por ponte de madeira, ao Forte Novo ou Castelo da Gafanha, há um convite, que é também um desafio, para convivermos com a natureza. Não perca tempo, antes que o Inverno chegue.

Um artigo de António Rego

O terramoto do século XXI
As notícias de hoje são uma espécie de predadores da nossa quietação mas ao mesmo tempo vasto campo de reflexão sobre temáticas que, em abstracto, seriam constantemente adiadas. De concretos anda o mundo cheio, é verdade. Mas o que acontece sempre deixa margem a questionamentos que de outra forma ficariam à espera de vez. O terramoto de Lisboa de 1755 foi, no facto, instantâneo. Na repercussões lento e profundo em réplicas que ainda hoje se fazem sentir. Temos percebido que o 11 de Setembro de 2001 sacudiu muitos conceitos e preconceitos adormecidos no turbilhão de factos e nos betões e ferros de muitas torres que continuamente se levantam e derrubam. A palavra terrorismo ganhou um significado de que quase já nos havíamos esquecido - era assim que se chamava aos lutadores pela independência das colónias. Existiu e existe nos senderos, esquadrões, brigadas, e tantas formas de chacinas cruéis a inocentes, em terra, mar e ar. Mas a forma de combater esta calamidade observa-se sob diferentes ópticas. Ainda há quem distinga o bom do mau terrorismo, consoante o vento ideológico que o sopra. Sabe-se que o diálogo tem pressupostos de honestidade bilateral. Quantos acordos de paz se fizeram na história com outras tantas roturas. Tudo se pode recobrir com a capa das palavras e gestos. Quando se trata de prender, interrogar e julgar suspeitos de actos terroristas parece que, para alguns, a justiça e os direitos humanos não passam de gestos líricos ou discursos de circunstância. É tanta a raiva contra os criminosos que parece tornar-se legítima a prisão arbitrária, interrogatório e tortura a quem junte vagos indícios de proximidade a qualquer atentado. Aqui se enquadram as prisões secretas que se povoam com viagens mistério dos aviões da CIA. Aqui se escondem direitos humanos, dignidade das pessoas, necessidade duma justiça e direito que se distanciem da prepotência de meios para procurar os criminosos.
Nas muitas reflexões surgidas no quinto aniversário do 11 de Setembro algumas vozes sensatas têm apontado para um objectivo talvez longínquo mas nobre: aprofundar pacientemente o diálogo entre o Ocidente e o mundo Árabe, sem deixar de fora os países mais radicais na interpretação do Islão. A experiência tem dito que a violência apenas produz violência. E que isso é mau para todos.

Um artigo de Alexandre Cruz

5 anos depois 11-09
1. Assim foi e assim será nos anos de vida das próximas gerações. O calendário ao assinalar “11 de Setembro” convida-nos aos minutos de silêncio e meditação sobre como “como vamos de mundo”. São infindáveis as reflexões destes dias sobre tudo e mais alguma coisa, o antes, o durante e o depois; das análises da geopolítica, à abordagem da tecnologia militar e arquitectura das torres; da filosofia e história das religiões até às concepções de história contemporânea com esta página aberta que não deixa ninguém insensível. Tudo foi escalpelizado, mas talvez mesmo o que valha e pena seja compreender mais as raízes do “ground zero”, as razões do acontecimento que continua a comandar o mundo. 2. Quanto a consequências, ao que mudou… tudo mudou! Para alguns analistas regressámos, na resposta unilateral anglo-americana, ao pré-revolução francesa, onde o estado de direito é “abalado”, a comunidade (e o seu direito) internacional apresentara-se insignificante e a “lei da força” explícita regressa a marcar o ritmo. Estes dias foram oportunidade de (re)parar fazendo leituras de pormenores que mudaram há cinco anos: pela segurança apertada sabe-se que qualquer muleta, corta unhas, pode fazer parar um avião; diz-se mesmo sem complexos que após o 11 de Setembro “ser pessoa com deficiência” é ainda mais difícil pois a desconfiança nos aeroportos e não só generalizou-se. Quem não se lembra na altura do pânico do “antrax” nas caixas Multibanco… 3. Há cinco anos, diante dos escombros do símbolo (as torres gémeas) do proclamado império do ocidente (EUA), e ainda com todo o fumo a desafiar o pragmatismo americano da cidade modelo (NY), dizia-se que talvez fosse “hora” dos cinemas de Hollyood silenciarem a sua “máquina de guerra” e procurassem por todos os meios implementar uma Cultura da Paz. Qual quê, sendo certo que a vida tem de continuar mas…, cinco anos depois, na irresistível encenação americana, os filme de guerra não pararam e começam mesmo a abundar películas de cinema com a tragédia americana; talvez seja uma forma de cartoonizar exorcizando a realidade… 4. No meio de tudo e na gestão de tão complexo fenómeno daqueles dias, onde a “emoção” supera a anos-luz a “razão”, em temos de racionalidade política as contas continuam e ficarão perplexas. O Iraque invadido à força pelo casamento dos EUA com a Inglaterra, com o pretexto de encontrar as famosas (mas invisíveis) “armas de destruição maciça”, politicamente deixam para a história da política internacional como a guerra e o “combate do outro” vence em eleições todas as “mentiras”. (Democracia não é necessariamente sinónimo de “verdade”…e quando a mentira vence descredibiliza-se a “política”.) Agora que Blair e Bush estarão quase a terminar a sua missão, entre o real e o possível, fica o sabor amargo. Como serão os sucessores, que correcção histórica lhes será possível? Por muito que tudo se diga, a verdade é que precisamos dos EUA regenerados no tabuleiro do xadrez político do mundo global. 5. Em tudo o 11 de Setembro fica registado na nossa memória com o traumatismo de algo “perdido”. Perderam-se vidas, famílias, sentido de abertura e confiança na partilha de culturas de que era paradigma o coração da América, World Trade Center; perdemos a “liberdade” que encontrámos talvez também porque não lhe tenhamos dado melhores “fundações” de conhecimento mútuo e reciprocidade no aprender a “viver juntos”; perdemos, no unilateralismo anglo-americano, a oportunidade da ONU ser o gestor da Nova Ordem Mundial emergente que instaurasse sentidos de justiça (e justa distribuição dos bens) para então ser possível a paz; perdemo-nos, nós, no esforço de compreender o incompreensível, quando a razão humana é bloqueada pelos fundamentalismos que existem e persistem em todo o lado (tanto nas causas como nas consequências, não é só “lá” que existem fundamentalismos e intolerâncias; e não se pense que é só no campo religioso, existem fundamentalismos de visões sociais, políticas, científicas…que impedem a abertura plural ao “outro”, cegando a possibilidade do atingir de modo inclusivo um bem comunitário maior, em justiça e com autêntica liberdade (responsável e respeitadora). 6. Futuro? Claro, ele está aí todos os dias! Soubemos por estes dias que o presidente do Irão (o indizível “observador” atento do mundo, a ir à boleia nesta catadupa de acontecimentos…) há meses, quando do episódio dos cartoons de Maomé, lançou “concurso nacional” de cartoons sobre o holocausto. Amor com amor se paga!... Fascinante mas lamentável mundo… também em que tantas vezes perdemos a “sensibilidade do outro” e na nossa ingénua concepção de “liberdade” ateamos fogos evitáveis no desrespeito pelos valores do “outro”. 7. Cada vez mais o futuro, e falar de futuro é falar do futuro da liberdade, está na vivência compreensível do dia-a-dia! Precisamos mais de compreender a realidade que nos envolve e que somos… A força das armas nunca será caminho de construção com futuro, às vezes abre mais feridas. Uma boa parte deste futuro de esperança que reequilibre este lindo planeta residirá numa ONU renovada; esta deve ser o centro do mundo, com o contributo inclusivo de todas as forças vivas e construtivas, também das grandes Filosofias e Religiões da Humanidade, estas tantas vezes perdidas ou “entretidas” nas suas vírgulas e “umbigos” retardando a essencial “identidade na pluralidade”, com autêntico espírito de serviço à Humanidade. Humanidade que Deus ama e mesmo “assume” para a diversidade dos Cristãos. É mais o que une que o que separa, vamos, mais em espírito ecuménico! O mundo passa! A velocidade deste tempo não se compadece com um “ir andando”…! (Mas…que bom seria que a ONU encontrasse um “poço de petróleo” para se auto-sustentar sem “mendigar” às potências mundiais!...)

terça-feira, 12 de setembro de 2006

ECUMENISMO

Papa reafirma compromisso ecuménico
Bento XVI reafirmou esta tarde o seu compromisso pessoal na promoção da unidade entre os cristãos e agradeceu a possibilidade de rezar “juntos”, como o fez com católicos, protestantes e ortodoxos, na Catedral de Regensburg. Essa unidade, frisou, serve “para que o mundo creia” e a “seriedade desse compromisso” deve animar o diálogo entre as Igrejas.
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11 de Setembro

AINDA HÁ MUITO A FAZER...
“Ainda há muito a fazer para construir a paz e a igualdade entre os povos. (…) Com o 11 de Setembro, o Mundo ficou a saber que a violência pode atingir tudo e todos, [mas] a paz nunca se vai conseguir alcançar pela afirmação do poder, mas sim pelos laços de proximidade, de igualdade e de partilha entre os povos.”
D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu,
no Diário Regional de Viseu
Esta afirmação do Bispo de Viseu veio mesmo a calhar no dia em que o Mundo recordou, com emoção, o 11 de Setembro de há cinco anos. E bateu no ponto certo, na minha óptica, quando muitos só falam das injustiças e dos fanatismos religiosos ou outros, como fermentos de ódio e de terrorismos. A realidade é esta. À nossa volta continuam guerras, violências, perseguições, marginalizações, em suma, outras formas de terrorismo que matam sem tiros nem bombas e sem aviões desviados. Por isso o apelo de D. Ilídio, no sentido de lutarmos pela paz, criando laços de proximidade e de igualdade. Treinados nisso, no âmbito familiar e local e depois no âmbito de freguesia e de País, chegaremos ao plano internacional, na partilha e na comunhão entre os povos. Com mais justiça, com mais respeito pelas opções dos outros, sempre em diálogo com todos, ajudaremos a construir a paz por que almejamos. Fernando Martins

Mundo do futebol

Não há quem ponha
cobro ao compadrio
O mundo do futebol, pelo que se ouve e vê, está um caos. Não é preciso perceber muito deste mundo para saber que a podridão grassa por aí. As escutas telefónicas continuam a revelar, pelo que diz a comunicação social, que o compadrio, uma eloquente forma de corrupção, mina a ética desportiva. E o mais engraçado é que até alguns dirigentes que passam a vida a pregar moralidade são descobertos com a boca na botija, sendo iguaizinhos aos que acusam de corruptos. Tudo isto é tanto mais grave quanto é certo que as escutas agora denunciadas pela comunicação social foram registadas há muito pela Justiça portuguesa. E o que foi feito a partir daí? Nada, que se saiba. Ou muito pouco, para ser mais justo.
F.M.

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

JORNADAS DA RIA DE AVEIRO

Ria na Costa Nova
:: Ministério do Ambiente
ignora laguna
Estão a decorrer em Aveiro, até 7 de Outubro, as Jornadas da Ria. Estas são as primeiras jornadas dedicadas à laguna aveirense, um património da região, e do País, de valor incalculável. Porém, subaproveitado e abandonado. A denúncia veio do presidente da Amria – Associação dos Municípios da Ria, Ribau Esteves, que é também presidente da Câmara Municipal de Ílhavo. Diz o autarca ilhavense, conforme li no PÚBLICO de domingo, que a Ria “é um ecossistema em crise, abandonado pelo seu gestor, o Ministério do Ambiente”. Apesar das garantias dadas pelo presidente da CCDRC (Comissão da Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro), Alfredo Marques, de que haveria meios financeiros para acções de protecção da laguna, apoio a denúncia de Ribau Esteves, por tantas promessas não cumpridas sobre a Ria de Aveiro. O problema é fácil de compreender. Os nossos governantes, com assento na capital, não podem sentir o que nós sentimos quando no dia-a-dia olhamos para a Ria. Olham de cima da sua autoridade para a floresta, que é o País, e não conseguem vislumbrar a árvore frondosa, que é a nossa Ria, em vias de apodrecer por falta de atenção. Eles querem lá saber da riqueza paisagística e turística que a Ria de Aveiro tem em potência para oferecer a quem à sombra dela vive ou a quem a visita! Eles querem lá saber do peixe saboroso que nela se cria e dá sustento a tanta gente! Eles querem lá saber do moliço subaproveitado, que a pode matar sem dó nem piedade! Eles querem lá saber dos moliceiros e saleiros que apodrecem nos esteiros por não haver incentivos para a sua mais ampla utilização! Eles querem lá saber de gente que vegeta com os olhos pregados nas águas mansas da laguna, por não haver quem lhes dê trabalho! Eles querem lá saber que a Ria tenha ou não uma entidade gestora para diagnosticar problemas e avançar com respostas credíveis! Há tantos anos que oiço tanta gente a gritar que a Ria não pode morrer, que é preciso fazer qualquer coisa, mas nada se tem visto. Os nossos governantes, de diversos Governos, devem ter ouvido falar da Ria de Aveiro. Mas não a sentem, não ouvem os seus murmúrios, os seus cânticos de beleza, mas também não conhecem os seus cheiros, as suas cores e os seus sabores como nós, os povos da Ria, os conhecemos a todo o momento. Por isso, vão adiando o que à Ria diz respeito. O que à Ria e às suas gentes interessa verdadeiramente.
Fernando Martins

Para reflectir

“Os cristãos
devem mostrar
que são
diferentes”
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Enzo Bianchi, prior da comunidade de Bose, Itália, falou na passada semana a 400 padres portugueses, em Fátima. É um leigo e fundou há 40 anos um mosteiro em que homens e mulheres retomam a tradição monástica cristã, mas com expressão moderna, como refere António Marujo, no PÚBLICO de domingo. Em entrevista que concedeu a este jornalista, especialista em temas religiosos, Enzo Bianchi diz que “os cristãos devem mostrar que são diferentes”, porque só assim “poderão contrariar a indiferença que existe em relação à religião”. Dessa entrevista, transcrevo, para reflexão, algumas respostas suas a questões que lhe foram postas por António Marujo. Sem comentários. A clareza das suas propostas não precisa de mais. F.M.
:: “Falava da centralidade da caridade, mas a Igreja faz já tanta coisa a nível social… Não se trata do social. É ao nível mais pessoal e antropológico: é a questão da misericórdia, de dar evidência ao amor e à comunicação, ao acolhimento do diferente, de instaurar a pluralidade da comunidade cristã e de não viver a fé de forma monolítica e intolerante. Falou para mais de 400 padres. Os padres quase não têm tempo para as pessoas, para o acolhimento… Esse é um verdadeiro problema. Os padres têm a tentação de ser gestores, burocratas, às vezes tecnocratas da caridade. Mas é decisivo viver acolhendo, escutando, nas relações quotidianas. E a caridade, para um padre, passa por aí? Pelo acolhimento do diferente, do pobre, do sofredor, do estrangeiro, no quotidiano. Não pela organização da caridade, mas como escuta de quem está distante. Fala de uma religião de intermitência de muitos cristãos. A mensagem da hierarquia não passa? [Passaria] mais se fosse uma mensagem que colocasse no centro Jesus Cristo e a sua humanidade. São caminhos de humanização que interessam o homem e encontram a sua imagem em Jesus Cristo. Não são os dogmas e regras… Não são as regras, os ritos nem os dogmas que dizem o cristianismo. O cristianismo ou se conjuga em termos de humanização ou se torna irrelevante. Hoje há uma grande indiferença perante o cristianismo… A indiferença vive e prospera quando não se põe em evidência a diferença. Os cristãos [devem saber] mostrar uma verdadeira diferença a respeito da sociedade e do homem. Se não emerge a diferença cristã, a indiferença torna-se a grande dominante da nossa sociedade. O cristão tem de ser diferente? Em tudo: no comportamento, na comunicação, na comunhão, no modo de viver, um cristianismo que plasme todo o homem. Também na política? Houve políticos católicos que, sobre a guerra do Iraque, diziam que aceitavam o Papa, mas que esse era outro assunto… Não é possível. Há uma inspiração cristã que deve ser salvaguardada. As técnicas e as políticas pertencem ao homem e não ao pormenor do evangelho. Mas a inspiração, sim. E, na paz, joga-se o testemunho cristão no futuro. Como se vive essa diferença em sociedades laicas? É mais fácil fazer emergir a gratuidade do evangelho, a liberdade do cristão. É necessária muita coerência, mas a mensagem cristã é mais escutada numa sociedade laica em que o evangelho é proposto, do que numa civilização de cristandade em que o evangelho seria imposto. É difícil, mas é mais fecundo e dá mais frutos.”

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A Alegria do Amor A. M. Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. José Estêvão Avanca Aveiro B.B. King Babe Babel Baltasar Casqueira Bárbara Cartagena Bárbara Reis Barra Barra de Aveiro Barra de Mira Bartolomeu dos Mártires Basílio de Oliveira Beatriz Martins Beatriz R. Antunes Beijamim Mónica Beira-Mar Belinha Belmiro de Azevedo Belmiro Fernandes Pereira Belmonte Benjamin Franklin Bento Domingues Bento XVI Bernardo Domingues Bernardo Santareno Bertrand Bertrand Russell Bestida Betânia Betty Friedan Bin Laden Bismarck Boassas Boavista Boca da Barra Bocaccio Bocage Braga da Cruz Bragança-Miranda Bratislava Bruce Springsteen Bruto da Costa Bunheiro Bussaco Butão Cabral do Nascimento Camilo Castelo Branco Cândido Teles Cardeal Cardijn Cardoso Ferreira Carla Hilário de Almeida Quevedo Carlos Alberto Pereira Carlos Anastácio Carlos Azevedo Carlos Borrego Carlos Candal Carlos Coelho Carlos Daniel Carlos Drummond de Andrade Carlos Duarte Carlos Fiolhais Carlos Isabel Carlos João Correia Carlos Matos Carlos Mester Carlos Nascimento Carlos Nunes Carlos Paião Carlos Pinto Coelho Carlos Rocha Carlos Roeder Carlos Sarabando Bola Carlos Teixeira Carmelitas Carmelo de Aveiro Carreira da Neves Casimiro Madaíl Castelo da Gafanha Castelo de Pombal Castro de Carvalhelhos Catalunha Catitinha Cavaco Silva Caves Aliança Cecília Sacramento Celso Santos César Fernandes Cesário Verde Chaimite Charles de Gaulle Charles Dickens Charlie Hebdo Charlot Chave Chaves Claudete Albino Cláudia Ribau Conceição Serrão Confraria do Bacalhau Confraria dos Ovos Moles Confraria Gastronómica do Bacalhau Confúcio Congar Conímbriga Coreia do Norte Coreia do Sul Corvo Costa Nova Couto Esteves Cristianísmo Cristiano Ronaldo Cristina Lopes Cristo Cristo Negro Cristo Rei Cristo Ressuscitado D. Afonso Henriques D. António Couto D. António Francisco D. António Francisco dos Santos D. António Marcelino D. António Moiteiro D. Carlos Azevedo D. Carlos I D. Dinis D. Duarte D. Eurico Dias Nogueira D. Hélder Câmara D. João Evangelista D. José Policarpo D. Júlio Tavares Rebimbas D. Manuel Clemente D. Manuel de Almeida Trindade D. Manuel II D. Nuno D. Trump D.Nuno Álvares Pereira Dalai Lama Dalila Balekjian Daniel Faria Daniel Gonçalves Daniel Jonas Daniel Ortega Daniel Rodrigues Daniel Ruivo Daniel Serrão Daniela Leitão Darwin David Lopes Ramos David Marçal David Mourão-Ferreira David Quammen Del Bosque Delacroix Delmar Conde Demóstenes

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