Foi em casa do tio João Catraio que um dia, aí por 1945, conheci uma figura típica e algo misteriosa. Aparecia de tempos a tempos e fixava residência em casa de alguns gafanhões, que o recebiam como se fora um parente próximo. Cediam-lhe um quarto, comia à mesa com as famílias que o acolhiam, conversava e dava conselhos a todos. Das suas palavras, serenas e bem medidas, saíam conceitos cheios de filosofia, que eu não entendia, mas que os sentia nos rostos extasiados de gafanhões iletrados e pouco viajados. Era o Catitinha, que até os fotógrafos da região gostavam de registar para a posteridade. E quando nos falava, como qualquer avô extremoso e sábio, mostrava-nos fotografias das localidades por onde passara, viajando sempre de comboio. Dizia-se, então, que tinha livre-trânsito para poder andar de terra em terra. Não estava muito tempo no mesmo sítio. De repente, sem que nada o fizesse prever, anunciava a partida, e lá ia. Vim a referenciá-lo, mais tarde, noutras terras, sobretudo da beira-mar.
Mostrar mensagens com a etiqueta Catitinha. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Catitinha. Mostrar todas as mensagens
quarta-feira, 5 de março de 2025
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
O Catitinha mais uma vez
Já me referi ao Catitinha nos meus blogues, por se tratar de uma figura com o seu quê de original e mesmo mítico durante a minha meninice. Direi até que se fixou no meu imaginário como personagem misteriosa ou lendária. Depois, fui colhendo informações até me encontrar com a pessoa real. E disso dei conta no ciberespaço. Recebi, por isso, diversas achegas com palavras de simpatia. Faltava-me, porém, visitar a sua campa em Avanca, o que fiz no passado sábado. E fiquei a saber que, afinal, foi seu desejo ficar sepultado naquela vila, bem perto do seu amigo Egas Moniz.
Podem ler mais aqui
segunda-feira, 30 de abril de 2012
Catitinha: achegas para a sua biografia
Catitinha. (Foto enviada por Joaquim Madeira)
No meu blogue Galafanha editei hoje um texto com achegas sobre o Catitinha, que referenciei no livro "Gafanha da Nazaré: 100 anos de vida". Um leitor, Joaquim Madeira, conterrâneo do ancião que conheci na minha meninice, teve a gentileza de me enviar algumas notas curiosas. Pode ler tudo aqui.
Subscrever:
Mensagens (Atom)
-
Já lá vão uns anos. Os primeiros passos para a sua construção estavam a ser dados. Passei por lá e registei o facto. As fotos retratam o qu...
-
O esperado primeiro dia de 2025 veio sereno, bem próprio do meu normal estado de espírito. Por temperamento, não sou dado a euforias. Vivo u...