quinta-feira, 25 de abril de 2024

Onde estava eu no 25 de Abril?



Manhã cedo, saio de casa rumo a Sever do Vouga. Rádio ligado era o meu companheiro de viagens. Uma boa forma para estar atento ao mundo. Estranhamente, enquanto metia gasolina na Cale da Vila, Gafanha da Nazaré, ouvi uma notícia que recomendava que nos mantivéssemos por casa. Havia problemas em Lisboa com militares. A Silvia, professora de Ílhavo que lecionava na Gafanha da Nazaré, estava a abastecer o seu carro, no sentido contrário ao meu. E dei-lhe a notícia que ouvira. — Não sei de nada… Eu vou para a escola. E foi.
Eu segui para Sever do Vouga. O que lá fiz está nos meus blogues. Pode ler, por exemplo, aqui.

O 25 de Abril foi, sem dúvida, o mais marcante acontecimento histórico da nossa  geração, mas não só. A criação de novas mentalidades, as transformações profundas a todos os níveis, a tomada de consciência dos direitos e deveres individuais e coletivos, bem como as aprendizagens do viver democrático surgiram aí.

Hoje, cinquenta anos passados, devemos à revolução dos cravos a consciência de que a marcha da história continuará a iluminar os nossos horizontes até desaparecerem as fomes, os sem-abrigo, os explorados e os perseguidos.


terça-feira, 23 de abril de 2024

Na casa de Afonso Lopes Vieira


Sempre gostei de visitar museus e outros espaços de arte. Passei umas três vezes pela Casa Museu Afonso Lopes Vieira, situada na Praia de São Pedro de Moel, onde registei alumas fotografias. Uma delas aqui exibo para matar saudades.

Dia Mundial do Livro

 


Grandes livros portugueses

Os Lusíadas – Luís de Camões
Os Maias – Eça de Queirós
Amor de Perdição – Camilo Castelo Branco
Mensagem – Fernando Pessoa
Auto da Barca do Inferno – Gil Vicente
Memorial do Convento – José Saramago
Sermão de St. António aos Peixes – Padre António Vieira
Peregrinação – Fernão Mendes Pinto
As Pupilas do Senhor Reitor – Júlio Dinis
Bichos – Miguel Torga
Viagens na Minha Terra – Almeida Garrett
Aparição – Vergílio Ferreira
Rimas – Bocage
O Livro de Cesário Verde – Cesário Verde
Clepsidra – Camilo Pessanha
Gaibéus – Alves Redol
Balada da Praia dos Cães – José Cardoso Pires
Mau Tempo No Canal – Vitorino Nemésio
As Mãos e os Frutos – Eugénio de Andrade
A Sibila – Augustina Bessa-Luís
Pena Capital – Mário Cesariny
O Medo – Al Berto
A Colher na Boca – Herberto Helder
Felizmente Há Luar! – Luís de Sttau Monteiro
Sinais de Fogo – Jorge de Sena
Charneca em Flor – Florbela Espanca
Poesia – Sophia de Mello Breyner Andresen

segunda-feira, 22 de abril de 2024

DIA DA TERRA

 



O Dia da Terra,  que hoje celebramos, é um alerta para os nossos comportamentos, face às obrigações que temos para quem tudo nos dá.  O ar que  respiramos, a água que bebemos  e o pão que comemos deviam levar-nos a refletir sobre os nossos comportamentos agressivos. 

Um dos meus prazeres é apreciar a natureza  na sua pureza virgem. Como o Caramulo que aqui deixo como desafio  aos meus amigos leitores,   para que o visitem.

Conduz-nos, Deus

"Conduz-nos, Deus,
de questão em questão,
de fogo em fogo,
sem satisfações que ao tempo bastem
e a nós assombrem

que passemos da catalogação
do que julgamos conhecer
ao poço dos enigmas infindáveis
onde o rosto é para sempre fundo,
desmentido, diferido

não nos mure a estrutura em espelho
que escamoteia a procura da verdade,
mas que o dom da tua palavra nos visite
como o cantar do galo,
a lembrar o dia novo,
o perdão e a graça."

José Augusto Mourão,

O Nome e a Forma,
Pedra Angular

domingo, 21 de abril de 2024

Flores do nosso jardim

 

Quando cirando à volta da nossa casa não resisto aos desafios que a natureza me lança. Hoje não pude passar indiferente à beleza das flores.


Ler faz bem

Frequentemente aparecem por aqui uns papéis publicitários com dizeres interessantes. O que tenho à mão diz uma coisa óbvia: "Ler faz bem". Pois é verdade, mas ainda há quem nunca tenha lido um livro. E diz mais: "Ler é sonhar pela mão de outrem", conforme sublinha Fernando Pessoa. E Voltaire garante que "A leitura engrandece a alma".
Querem um conselho? Aqui vai: Comecem a ler um livro que tenham por aí esquecido em qualquer canto. Bom domingo.

Declaração sobre a dignidade humana. 1

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

No passado dia 8, o Vaticano publicou, com a aprovação do Papa Francisco, a Declaração Dignitas infinita (Dignidade infinita), um documento elaborado ao longo de 8 anos pelo Dicastério da Doutrina da Fé, presidido desde 2023 pelo teólogo argentino cardeal Victor Manuel Fernández. Nela, que lembra que este ano se celebram os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, onde a palavra dignidade aparece cinco vezes e é declarada como “intrínseca a todos os membros da família humana” e que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, tudo gira, como diz o título - Dignidade infinita - à volta da dignidade humana, “uma questão central no pensamento cristão”, como sublinhou o prefeito do Dicastério. De facto, o que é o Evangelho senão uma notícia boa e felicitante: Deus é bom, Pai e Mãe, tendo todos os homens e mulheres a dignidade soberana de filhos de Deus?

“Fenómenos de ausência de liberdade”

Razões, esperança, sonho para 
«os próximos 50 anos de democracia em Portugal»




«Juntos, construímos os próximos 50 anos de Democracia e Liberdade». Hoje, domingo, é o primeiro dia da semana que nos leva até aos primeiros 50 anos do 25 de abril de 1974.
“Apesar dos desafios da nossa época, 50 anos volvidos sobre o 25 de Abril, há razões para termos esperança e para sonharmos os próximos 50 anos de democracia em Portugal” - Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP)
Este organismo laical da Igreja Católica em Portugal alertou, numa nota, para a persistência de “fenómenos de ausência de liberdade”, como o aumento da intolerância.
“A sociedade portuguesa viveu grandes transformações positivas nos últimos 50 anos. Que este aniversário de abril nos reanime e comprometa na construção diária da liberdade que assenta na fraternidade, na justiça e na paz.”

NOTA: Ao abrir o PC, hoje de manhã, deparei com esta mensagem. 

sábado, 20 de abril de 2024

Lição para todos os dias


Todos sabemos que há pensamentos que são extraordinárias lições de vida. Quando procurava umas fotos nos meus desorganizados arquivos encontrei estas. Bom fim de semana.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Sara Raquel Reis da Silva - Um percurso académico notável

Sara Raquel nas provas de agregação perante o júri


Sara Raquel 
Não é todos os dias que sabemos de provas de agregação de conterrâneos nossos nas Universidades Portuguesas ou Estrangeiras, abarcando os mais diversos saberes. E quem gosta dos que mais alto conseguem subir, nas áreas académicas, mas não só, não pode ficar indiferente ao labor de Sara Reis da Silva, que há anos tem estudado e trabalhado na Universidade do Minho.
Sara Raquel Duarte Reis da Silva, cujo percurso de vida académica, em especial, tenho acompanhado com respeito e muita admiração, prestou provas de Agregação, que decorreram nos últimos dias de fevereiro, em Braga, sobre o Ramo do Conhecimento em Estudos da Criança, Especialidade de Infância, Desenvolvimento e Aprendizagem. E a Sara Raquel, como era de esperar, foi aprovada por unanimidade, podendo, a partir de agora, lecionar em qualquer universidade na qualidade de docente altamente qualificada.
As minhas felicitações trouxeram-me à memória os seus trabalhos académicos refletidos em publicações, que mostram à saciedade um esforço notável, não só de investigadora, mas também de divulgadora do que se diz e sabe sobre crianças, que necessitam de ser acompanhadas nos primeiros anos de vida, rumo a uma formação integral.

Celebrar a cidade sem esquecer o passado


A Gafanha da Nazaré é cidade há 23 anos. Não é número redondo, mas nem por isso deixará de ser celebrada a efeméride. Freguesia em 1910, Vila em 1969 e Cidade em 2001. Posto isto, com ou sem foguetes, as nossas autoridades e o povo não deixarão de respeitar a data.
É certo que as efeméridas devem ser honradas no dia a dia pelos nossos comportamentos cívicos entre outros gestos sociais. Quando nos comportamos dignamente estamos a celebrar a nossa terra e o nosso povo. Coisa simples, afinal.
Há anos, evoquei o espírito de entreajuda vivido no dia a dia, nas mais diversas tarefas. A luta pela sobrevivência a isso obrigava.
Podem ler aqui.

GAFANHA DA NAZARÉ - CIDADE HÁ 23 ANOS


 
FREGUESIA - 31 de Agosto de 1910

VILA - 29 de Outubro de 1969

CIDADE - 19 de Abril de 2001

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Versos de Vidal Oudinot: Caldeirada



CALDEIRADA

... ... ... ... ... ...
«– Disseram-me e eu creio ser verdade
Que tens um jeito para a caldeirada
Como ninguém e, como novidade,
Quem provar esse manjar de fada...»


«Ria-se, ria. Há-de lamber-lhe os dedos,
Há-de chorar por mais e não rirá...
«– Mas dize lá: como se faz...»
«Segredos!...
Muitos segredos qu'isso tem, verá...


«Vamos. No rio há pouco vento agora.
Eu levo o meu rapaz, e no moliço
Bota-se a rede e é só puxar p'ra fora
Qu'é pescaria que já dá p’ra isso.


*


«Chegamos. Eh! rapaz de mil diabos
Tu lança a rede. Eu desenrolo-a e marco.
Bonda, Manuel, aí. Agarra os cabos...
Lance o senhor a vara e empurre o barco...


«Salte p'ra terra. Anda rapaz! T’aquenha!
E agora é só puxar. Vamos depressa.
Traze a marmita, a bilha d'água, a lenha,
Essa pimenta e o sal que não te esqueça.


*


«– Ricas enguias! Que tainha boa!
Linda manhã com este sol de Maio!
«Eh! Manuel andas c'a tola à toa!
Olh'esse barco qu'anda à rola, raio...


«Acende o lume enquanto amanho o peixe.
Cruze o senhor as varas... Nessa cruz
Pendure essa marmita. Agora deixe...
Há-de fazer-se um jantarão de truz...


«É só temp'rá-Ia bem. Não ficam mal
Miga's de pão. É bom?»
– «Eu nem te conto!
Nunca, na vida, comi cousa igual!
Mais outra malga, meu Francisco...»
«– Pronto.»

Na revista Aveiro e o seu Distrito, n.º 21, junho de 1976

terça-feira, 16 de abril de 2024

D. João Evangelista e Mestre Mónica


«Parece-me que respiro melhor, quando vou à Gafanha benzer os barcos de Mestre Mónica. Mas não é só o ar da ria que tem o dom de nos abrir os pul­mões. É não sei que fulgor de abundância, de riqueza nacional, de vitorioso progresso que por ali passa e nos bate em cheio no peito. É um milagre de beleza que Mestre Mónica sabe extrair de troncos rudes, de matéria informe. 
Quando passam os carros a gemer sob o peso morto daqueles pinheiros, quem imagina a elegância e a majestade, a doçura e a força, a maravilha e a arte que dali vão sair? 
Vai, Ilhavense; vai, Santa Joana; vai, Santa Mafalda; vai, Avé-Maria, desce imponente a húmida calha, entra nas águas, encanta os mares, recolhe a presa, e depois, ao regresso, entra airosa na barra, ao som da orquestra, ao flutuar das bandeiras, à alegria das multidões!»

Aveiro, 5 de Abril de 1957.

JOÃO EVANGELISTA
Arcebispo-Bispo de Aveiro

NOTA: É sempre agradável ler a prosa poética  de D. João Evangelista de Lima Vidal, primeiro Bispo da restaurada Diocese de Aveiro.
:

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Forte da Barra mais uma vez


 O Google - Fotos estilizou esta minha fotografia. Eles, entendidos nestas artes, lá sabem as razões.

Vamos aos cricos!

O "Vamos aos Cricos! - Festival Gastronómico de Produtos da Ria" - regressou aos restaurantes, petisqueiras e cafés do município de Ílhavo, até ao dia 1 de maio. Esta é mais uma aposta da Câmara de Ílhavo na promoção dos produtos da ria e da economia local.
Das águas da ria chega às mesas o crico (ou berbigão), o mexilhão, a navalha (longueirão ou lingueirão), a amêijoa, o choco e a ostra.

Saúde, medicina, salvação

Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias

Os doentes estiveram entre as preocupações e cuidados maiores de Jesus. A saúde é, de facto, um bem precioso, mas só damos por isso, quando a perdemos.
A saúde tem um carácter pluridimensio- naJ. No sentido autenticamente humano inclui vários níveis:
a)a saúde somática: o bom estado físico, portanto, um organismo capaz de desempenhar normalmente as suas funções;
b)a saúde psíquica: autonomia mental para enfrentar as dificuldades do meio e capacidade para estabelecer relações gratificantes interpessoais e com o ambiente;
c)a saúde social: se não cuida do meio ambiente, da habitação, da alimentação, da harmonia social, da saúde pública, como salvaguardarão as pessoas a sua saúde?
d)a saúde ecológica: se o homem é solidário da biosfera em geral, a sua saúde dependerá da saúde ambiental: ar puro e não-contaminado, água limpa, ambiente belo, sem poluição sonora;

sábado, 13 de abril de 2024

Hoje, sim…. Está um dia lindo


Hoje, sim…. Está um dia lindo. Sol a brilhar e o vento ainda não chegou. Chama-se a isto um sábado a sério. O pessoal corre para as praias com água fresquinha, indiferente ao sol que queima. São os escaldões, mas tudo bem. E por enquanto as praias ainda são de borla. Aproveitar é agora, mesmo que não haja um metro quadrado por pessoa.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Uma história da Economia social

Este livro conta a história das organizações que deram origem ao conceito de «economia social»: das corporações medievais às misericórdias, das organizações mutualistas às cooperativas, do paternalismo patronal do século XIX aos seguros sociais.
Em Portugal, esta «ideia nova» transformou-se num variado movimento associativo, pouco suscetível de enquadramento nas diversas versões do Estado-Providência. A sua história permite identificar as tensões que surgiram entre um estado social mais ou menos ausente e uma economia social vigorosa.
Partindo das ideias, utopias e práticas da economia social na Europa, Álvaro Garrido, historiador natural de Estarreja e diretor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, esclarece neste livro o contexto português e traça o seu percurso do século XIX ao pós-25 de Abril.

NOTA: Texto transcrito de uma página publicitária.