sábado, 24 de setembro de 2022

A humanidade nem ouve advertências


«Como é possível esperar que a humanidade ouça conselhos, se nem sequer ouve as advertências»

Jonathan Swift,
escritor crítico


Em Escrito na Pedra do PÚBLICO de hoje

História de Portugal em Disparates

Há livros muito curiosos. Um deles — HISTÓRIA DE PORTUGAL em Disparates — estava perdido no sótão e caiu-me nas mãos, nem sei porquê. Quis o destino libertar-me de alguma lassidão provocada pelo Covid-19, que já expulsei da minha vida. Para já, que nunca saberemos quando surgirá outro vírus que nos dê cabo da cabeça.
À data em que o comprei já ia na 8.ª edição, no ano da publicação – 1988. Como facilmente se deduz, trata-se de uma compilação de disparates oriundos de alunos fracos. Diz o autor que os erros ortográficos foram banidos deste livro, “caso contrário torná-lo-iam ilegível”.

A título de exemplo, aqui ficam alguns disparates:

«Os Árabes eram originários de Roma, na Visigódia, e deram origem a muitas palavras para o dicionário. Aliás, o vestígio mais notável por eles deixado foi a sua própria língua — o latim.»

«Eis alguns contributos trazidos pelos Mouros, nos seguintes domínios:

Na língua portuguesa: Futebol, Pai, Lisboa, Hoje, Praia, Amanhã, Amigos, Armando, Amor, Português, Intaliano, Espanhol, Deixavam e Circulavam.

Nas técnicas agrícolas: Trouxeram o boi para lavrar o campo e a enxada. Introduziram a areia e carros que funcionavam a gasolina.

E mais:

D. Pedro I não sabia se tinha casado e matou o seu próprio pai.
D. Fernando, em 1183, publica a Lei das Sesmarias para que os desempregados ou vadios mandassem lavrar as terras.
Foi no reinado de D. Fernando que a peste negra atacou os Castelhanos por mar e por terra.

E sobre o 25 de Abril:

Foi o soldado português que se revoltou contra a república.

Os cidadão queriam ter direitos e não lhos davam: foi o 25 de Abril que lhos deu. Os cidadão queriam que houvessem muitos partidos, queriam falar mal dos partidos, queriam que os jornais falassem mal e que a televisão desse coisas sobre eles.

E por hoje é tudo.

Bom fim de semana com alegria

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Parar é morrer


Gafanha da Nazaré - Cruzeiro

Depois das férias, com as festas tradicionais e outras, a vida normal volta a ocupar-nos, reanimados que estamos pelo descanso merecido. Mesmo sem horários profissionais, não deixaremos de estar envolvidos em tarefas familiares e comunitárias, que o não fazer nada é um absurdo, impróprio de quem se sente solidário com a família e com a sociedade. 
Nesse pressuposto, os homens e mulheres profissionalmente livres devem participar em atividades úteis, normalmente salutares, se feitas com alegria e otimismo. E como nem só de trabalhos físicos vivem as pessoas, haverá muitas oportunidades para se ler um bom livro e ver bons programas televisivos que nos proporcionem conhecer outros mundos, outras paisagens, outras culturas e variadas gentes. 
Talvez possamos caminhar pelas ruas dos lugares que habitamos, na certeza de que descobriremos recantos até agora por nós ignorados. E pelos caminhos agora calcorreados, decerto nos cruzaremos com amigos que não víamos há muito, por força da pandemia que nos isolou. 
Acreditamos que a vida é, para todos e a toda a hora, um recomeço que precisa de ser inovador e original, capaz, por isso, de estimular e enriquecer quem nos cerca. Parar é morrer.

OUTONO


Tarde pintada
Por não sei que pintor.
Nunca vi tanta cor
Tão colorida!
Se é de morte ou de vida,
Não é comigo.
Eu, simplesmente, digo
Que há tanta fantasia
Neste dia,
Que o mundo me parece
Vestido por ciganas adivinhas,
E que gosto de o ver, e me apetece
Ter folhas, como as vinhas.

Miguel Torga

Deixa-te convencer: A vida é só uma




Todos nascemos para ser felizes e vamos construindo a felicidade, sobretudo com pequenas coisas e em momentos fugazes

“Deixa-te convencer” é exortação velada e insinuante, que encerra a parábola do rico Epulão e do pobre Lázaro. “Se não dão ouvidos a Moisés nem aos Profetas, também não se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dos mortos”. Esta resposta está posta na boca de Abraão como ponto final a um diálogo persuasivo sobre o valor das coisas, vistas da “outra margem do rio”, sobre a importância de saber aproveitar as oportunidades que o tempo nos proporciona, sobre a articulação consequente que existe entre a fase presente da vida e o futuro definitivo - Lc 16, 19-31.
Deixa-te convencer, pois a vida é uma só, no tempo e na eternidade, embora com ritmos diferentes, tem uma dignidade própria que se manifesta, progressivamente, nas opções que fazemos e nas atitudes que assumimos, nas relações que criamos e alimentamos e nas associações que organizamos, na sociedade que constituímos.

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Dia Europeu Sem Carros

 

O Dia Europeu Sem Carros celebra-se hoje, 22 de Setembro, com o objetivo de reduzir o tráfego rodoviário dentro das cidades, de forma a aumentar a qualidade de vida das pessoas e garantir a sustentabilidade dos recursos naturais. Naturalmente, tudo isso passará por optarmos pela utilização de alternativas menos poluentes, em especial a bicicleta e os transportes públicos.
Todos sabemos que seria o ideal utilizar menos carros próprios e de trabalho, porque a vida exige pressa cada vez mais. De qualquer forma, hoje, pelo menos, seria interessante que levássemos à prática o conselho que aqui deixamos: Carro na garagem pelo menos um dia por semana. Já não seria mau.

O Covid-19 descobriu-nos

 

Estávamos convencidos de que o Covid-19 não conhecia a nossa morada. E até que nunca tinha ouvido falar de nós. A nossa vida pacata era garantia para o bicho, nas suas andanças, nem dar por nós. Puro engano. 
Sorrateiro, com instinto maligno, ousou aproveitar uma qualquer circunstância para entrar na nossa casa, sem o sentirmos. E fez o que seria de esperar. Eu e Lita fomos contaminados. E o SNS, diligentemente servido por técnicos competentes, deu as instruções adequadas. Ficámos confinados e medicados. E por aqui estamos à espera que o Covid-19 morra e nos deixe em paz.

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Igreja Sinodal — A fé permeia a vida secular

Uma reflexão de Georgino Rocha
para este tempo

Nunca antes uma reflexão tão participada e sobre tantos aspectos relevantes da vida da Igreja e da sua relação com o mundo havia sido produzida e publicada em Portugal.
Análise crítica, coragem e novidade que traduzem confiança na capacidade das comunidades cristãs em “fazer florescer a esperança (…), ouvir uns dos outros e criar um imaginário positivo que ilumine as mentes, aqueça os corações e restitua força às mãos” e de nesse caminho serem assistidas pelo Espírito Santo.

O discernimento pastoral

“O que Jesus faria em nosso lugar?, constitui a pergunta chave que guia a reflexão e partilha dos participantes no congresso de Católicos e Vida Pública, no Chile, a 23 e 25 de Agosto de 2022.

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Protesto e acolhimento de um novo caminho

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO
 
Também as comunidades cristãs devem denunciar todas as formas de corrupção, de mentira, de egoísmo, ao concentrar os bens destinados a todos, nas mãos de muito poucos.

1. A celebração da Eucaristia nunca pode estar desligada do que vai acontecendo na vida humana, de crentes e não crentes. A narrativa eucarística mais antiga que conhecemos precede as formulações dos textos evangélicos. Encontramo-la numa célebre Carta de S. Paulo aos Coríntios (1), que manifesta a indignação acerca do que está a acontecer numa comunidade ainda pouco cristã.
Eis a narrativa: “​Quando vos reunis, não é a ceia do Senhor que comeis, pois cada um se apressa a tomar a sua própria ceia; enquanto um passa fome, outro fica embriagado. Porventura não tendes casas para comer e beber? Ou desprezais a Igreja de Deus e quereis envergonhar aqueles que nada têm?

domingo, 18 de setembro de 2022

Procissão da Senhora dos Navegantes pela laguna aveirense

N.ª S. ª  dos Navegantes 


Pe. Miguel de saudosa memória
No final da missa das 10h30 de hoje,  o nosso prior, Pe. César Fernandes, evocou, com oportuna referência, o saudoso Pe. Miguel Lencastre, o verdadeiro dinamizador da procissão pela laguna, inspirando-se em festa semelhante. Quando numa viagem de avião, sobrevoou Porto Alegre, no Brasil, presenciou uma procissão pelo mar [em 2 de fevereiro] em honra de Nossa Senhora dos Navegantes que muito o sensibilizou, prometendo a si mesmo que haveria de organizar a procissão pela nossa Ria,  que já se tornou famosa.
Com a sua saída para outras tarefas eclesiais, ligadas ao Movimento de Schoenstatt a que pertencia, a festa esmoreceu e a procissão pela laguna ficou à espera de outra oportunidade. Na Expo'98, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré presenciou um espetáculo semelhante, ficando inspirado para retomar a procissão pela Ria de Aveiro, em homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes. O que veio a acontecer, com a indispensável autorização das autoridades marítimas. E hoje voltaremos a assistir à festa com procissão pela laguna aveirense, desde o cais do porto, na Cale da Vila, até ao Forte da Barra,  com a participação de muita gente e com o espetáculo dos barcos e barquinhos a ilustrarem as águas serenas da Ria.

Nota: Fotos do meu arquivo 

Aveiro como em 2013

 

O Google tem boa memória e com frequência nos lembra o que publicámos há anos. Disse-me agora que publiquei esta foto em 2013. Portanto, quando apreciamos os moliceiros num vaivém carregados de turistas, devemos ficar a saber que a moda destes táxis dos canais da Ria de Aveiro não é de agora. Tem, realmente, bons anos.

Etiquetas

A Alegria do Amor A. M. Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. José Estêvão Avanca Aveiro B.B. King Babe Babel Baltasar Casqueira Bárbara Cartagena Bárbara Reis Barra Barra de Aveiro Barra de Mira Bartolomeu dos Mártires Basílio de Oliveira Beatriz Martins Beatriz R. Antunes Beijamim Mónica Beira-Mar Belinha Belmiro de Azevedo Belmiro Fernandes Pereira Belmonte Benjamin Franklin Bento Domingues Bento XVI Bernardo Domingues Bernardo Santareno Bertrand Bertrand Russell Bestida Betânia Betty Friedan Bin Laden Bismarck Boassas Boavista Boca da Barra Bocaccio Bocage Braga da Cruz Bragança-Miranda Bratislava Bruce Springsteen Bruto da Costa Bunheiro Bussaco Butão Cabral do Nascimento Camilo Castelo Branco Cândido Teles Cardeal Cardijn Cardoso Ferreira Carla Hilário de Almeida Quevedo Carlos Alberto Pereira Carlos Anastácio Carlos Azevedo Carlos Borrego Carlos Candal Carlos Coelho Carlos Daniel Carlos Drummond de Andrade Carlos Duarte Carlos Fiolhais Carlos Isabel Carlos João Correia Carlos Matos Carlos Mester Carlos Nascimento Carlos Nunes Carlos Paião Carlos Pinto Coelho Carlos Rocha Carlos Roeder Carlos Sarabando Bola Carlos Teixeira Carmelitas Carmelo de Aveiro Carreira da Neves Casimiro Madaíl Castelo da Gafanha Castelo de Pombal Castro de Carvalhelhos Catalunha Catitinha Cavaco Silva Caves Aliança Cecília Sacramento Celso Santos César Fernandes Cesário Verde Chaimite Charles de Gaulle Charles Dickens Charlie Hebdo Charlot Chave Chaves Claudete Albino Cláudia Ribau Conceição Serrão Confraria do Bacalhau Confraria dos Ovos Moles Confraria Gastronómica do Bacalhau Confúcio Congar Conímbriga Coreia do Norte Coreia do Sul Corvo Costa Nova Couto Esteves Cristianísmo Cristiano Ronaldo Cristina Lopes Cristo Cristo Negro Cristo Rei Cristo Ressuscitado D. Afonso Henriques D. António Couto D. António Francisco D. António Francisco dos Santos D. António Marcelino D. António Moiteiro D. Carlos Azevedo D. Carlos I D. Dinis D. Duarte D. Eurico Dias Nogueira D. Hélder Câmara D. João Evangelista D. José Policarpo D. Júlio Tavares Rebimbas D. Manuel Clemente D. Manuel de Almeida Trindade D. Manuel II D. Nuno D. Trump D.Nuno Álvares Pereira Dalai Lama Dalila Balekjian Daniel Faria Daniel Gonçalves Daniel Jonas Daniel Ortega Daniel Rodrigues Daniel Ruivo Daniel Serrão Daniela Leitão Darwin David Lopes Ramos David Marçal David Mourão-Ferreira David Quammen Del Bosque Delacroix Delmar Conde Demóstenes

Arquivo do blogue