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quinta-feira, 11 de julho de 2019

Um oportuno conselho do escritor Joel Neto


O prazer que senti ao ler “A vida no Campo”, vol. I, de Joel Neto, repeti-o agora com a leitura do vol. II. Não foi por acaso que o escritor açoriano recebeu recentemente o Grande Prémio de Literatura Biográfica. 
Hoje quero apenas sublinhar uma recomendação que ele dirigiu aos alunos de uma escola por onde passou, decerto a convite dos professores. Está no antepenúltimo texto do livro. Diz assim: 
“Não desistam de mudar o mundo. E façam planos até ao fim — façam planos até ao último dia da vossa vida e vão continuar a querer acordar vivos no dia seguinte.» 
Belo conselho para cada um de nós... como projeto para ser refletido nas férias que se avizinham ou fora delas.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

"Meridiano 28" — Um livro de Joel Neto

Pedro Martins e Joel Neto



Caro Joel Neto:

Terminei a leitura do “Meridiano 28” no passado dia 15/11/2018.
Comecei a lê-lo assim que pude e fi-lo com gosto, mais, até com entusiasmo, porque a obra empolga, o enredo prossegue num crescendo e à medida que nos aproximamos do fim começamos a perguntar-nos, com expectativa, que volta o autor vai dar, parecendo que irão faltar páginas para desvendar a história de Hansi, pesquisada por Filemon. Mas não, a inesperada reviravolta lá está (ou melhor, as reviravoltas…) e todos os contornos e mistérios das personagens mais reservadas ou mais sombrias se revelam, numa congruência que o Joel Neto domina perfeitamente e, aliás, já o demonstrara em “Arquipélago”.
É sempre a pergunta que faço a mim próprio, quando deparo com enredos tão criativos, sem deixarem de ser verosímeis: como diabo nasce a história na cabeça do autor? Como é que ela se desenvolve com tanta mestria para oferecer ao leitor uma experiência tão lúdica e prazerosa, quanto rica em conhecimento histórico? É de facto essa mestria que o Joel Neto adquiriu e conserva e espero que se repita por muitos e bons anos.
Acho, até por conversas que tive com quem já leu o livro, que contrariamente ao que se passa em “Arquipélago”, o “elemento geográfico” não assume um papel tão preponderante neste “Meridiano 28”, apesar de o título nos remeter para uma coordenada espacial.

terça-feira, 3 de julho de 2018

"A Vida no Campo" — Leitura saborosa


Li, com a serenidade possível, “A Vida no Campo”, de Joel Neto, escritor que tive o prazer de conhecer no Porto, no lançamento do seu mais recente livro, “Meridiano 28”. Escusado será dizer que foi um prazer enorme saborear uma prosa tão escorreita, ou não fosse o autor um escritor de referência no panorama da literatura atual do nosso país. 
Joel Neto deixou Lisboa para fixar residência nos Açores, de onde é natural, concretamente na Terceira, local privilegiado para, no silêncio que convida à reflexão, escrever os seus livros e as suas crónicas que tem publicado no Diário de Notícias. Interrompeu essa colaboração há dias, para a retomar, porventura em janeiro, em moldes diferentes. Lia-as regularmente e muitas delas fazem parte do livro “A Vida no Campo”. O “Arquipélago” e “Meridiano 28” estão à espera de leitura em estante cá de casa. Serão, garantidamente, grandes momentos de satisfação interior. 
Das referências que li ao livro “A Vida no Campo”, registo a do crítico literário Pedro Mexia, publicada o Expresso, cujas sugestões sigo quando posso. Aqui fica: 

«A escrita é concisa, cuidadosa, composta palavra a palavra, sob pressão, de uma tranquilidade melancólica, atenta às mutações, aos hiatos, ao que fica do que passa. (...) "A Vida no Campo" é um "poema à duração". Um elogio da transmissão geracional, das boas pessoas, dos objectos herdados, da felicidade pela agricultura, do viver habitualmente. A Terra Chã desenha-se como uma hipótese de salvação pela Humanidade comum.» 

PEDRO MEXIA 

domingo, 24 de junho de 2018

Joel Neto e a vida no campo

O meu filho Pedro com o escritor Joel Neto, no lançamento do seu mais recente livro, "Meridiano 28"
Na sua habitual crónica do DN, "A vida no campo", Joel Neto despede-se dos seus leitores, entre os quais me incluo, refletindo sobre o que não escreveu. Consultando o seu ficheiro de notas, enumera os temas que não abordou na sua coluna, evocando pessoas e acontecimentos. E nessa consulta não passou da página sete das 56 que tem o referido ficheiro. Contudo, nesta hora de despedida do DN, que a partir do próximo domingo se apresentará renovado, com uma única edição semanal em papel, passando no dia a dia a jornal online, Joel Neto promete voltar em Janeiro. 
As crónicas de Joel Neto têm um sabor intimista e mexem com a minha sensibilidade. Acabei  há dias a leitura do seu livro “A vida no campo” e hoje fiquei com pena de não o poder ler, ao menos com certa regularidade, na comunicação social. 
É curioso verificar que nunca fiz um ficheiro dos temas escritos e a escrever. Sou o rosto do caos em organização. E quando tenho de escrever, seja para os meus blogues seja para publicar noutro sítio qualquer, por iniciativa própria ou a pedido, enfrento naturalmente a questão: Mas eu já não terei escrito sobre isto? 
Pondo de lado essa preocupação, já que não vislumbro hipótese de passar a ordenar ficheiros sobre o que escrevi ou tenciono escrever, chego à conclusão de que nunca haverá perigo de me repetir porque os meus escritos, modestos, não passam dos horizontes da minha janela. 

Fernando Martins

domingo, 10 de junho de 2018

Notas do meu Diário: A chuva na Primavera



Antes da aurora, a Lita disse-me que choveu toda a noite. Acreditei. Não ouvi nada porque sou meio surdo, um bem para dormir descansado. Um mal porque tenho de usar próteses auditivas. Aberta a janela, pouco depois, confirma-se a triste Primavera que nos coube na roda da vida. Como diz um conhecido cronista, nunca vi uma Primavera assim, mas decerto já passámos por outras semelhantes. Confiadamente, esperamos que o Verão corresponda ao que desejamos. Muito sol, quentinho quanto baste, mas não tão forte que possa estimular os incêndios. 
Por casa, joelhos quentes por manta que afugenta o frio, salamandra apagada porque a lenha se foi com o fumo pela chaminé, a leitura e a escrita são o meu refúgio. Sentado, com o portátil sobre os joelhos, dou uma volta ao imaginário em busca de futuros destinos. Mar à vista, mas a serra como experiência para novos olhares. 
Por perto, o Totti, o velho cão já centenário e agora muito dorminhoco, mal que se tem intensificado desde que a sua companheira, a Tita, deixou este mundo. De vez em quando, levanta a cabeça para saber quem está e volta a passar-se para o mar da tranquilidade que o sono oferece. 
“A vida no Campo”, de Joel Neto, é um livro tranquilizante. Um diário que se lê com muito gosto sem cansar. Joel Neto, que foi jornalista em Lisboa (ainda é cronista no DN), deixou tudo para voltar às suas origens: Ilha Terceira, lugar dos Dois Caminhos, freguesia da Terra Chã. Vive com a mulher e dois cães, em casa com jardim e horta. Na contracapa lê-se: «Rodeado de uma paisagem estonteante, das memórias da infância e de uma panóplia de vizinhos de modos simples e vocação filosófica, descobriu que, afinal, a vida pode mesmo ser mais serena, mais barata e mais livre. E, se calhar, mais inteligente.» 

Fernando Martins 

Nota: Joel Neto é autor de ARQUIPÉLAGO e MERIDIANO 28, duas obras que aguardam vez de leitura. 

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